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JE590DEZ09 - Exército

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32<br />

A<br />

centralidade dos programas de Governação<br />

e Reforma do Sector de Segurança (RSS)<br />

nas agendas da cooperação internacional e,<br />

mormente, nos esforços de reconstrução pósconflito<br />

ou de processos de transição democrática<br />

ficou a dever-se a uma alteração paradigmática: a<br />

segurança não é mais exclusiva do Estado, nem<br />

como referente, nem como fornecedor; a segurança<br />

é humana. Isto trouxe implicações bem mais<br />

profundas do que aquelas que iremos abordar, mas<br />

do ponto de vista do sector de segurança isto<br />

significou a introdução de padrões e normas de<br />

governação, transparência e responsabilização, do<br />

primado do estado de direito, da sujeição da acção<br />

destas forças a agendas de direitos humanos e ao<br />

controlo civil, e à reconversão do modo como um<br />

sector de segurança é pensado, funciona e é<br />

monitorizado.<br />

O nexo segurança e desenvolvimento, a<br />

demonstração que sem paz não há desenvolvimento<br />

e que o desenvolvimento sem paz é apenas<br />

temporário, fez com que a comunidade internacional<br />

reconhecesse que tem que dar resposta a ambos<br />

os desafios, em simultâneo. A reforma dos sectores<br />

de segurança surge inserida neste esforço mais global<br />

de optimizar a eficácia da ajuda, tratar as causas<br />

profundas dos conflitos e perceber o que faz uma<br />

sociedade constituir-se com resiliência, como<br />

espaço democrático, de paz e com um projecto de<br />

desenvolvimento sustentável.<br />

Em Timor-Leste este é um projecto para gerações.<br />

Portugal é um parceiro privilegiado nesta construção<br />

e, não obstante os sucessos limitados até agora, há<br />

um caminho que deve continuar a ser percorrido, com<br />

ajustes, mas sempre com a certeza de que a viabilidade<br />

do estado, o desenvolvimento do país e a segurança<br />

do povo implicam uma profunda revisão e consequente<br />

reforma do sector de segurança.<br />

Da assistência militar<br />

tradicional à reforma<br />

do sector de segurança<br />

Mestre Mónica Ferro<br />

Os programas de RSS são novos na história da<br />

cooperação entre os Estados. O que é novo é o<br />

facto de a reestruturação e assistência nestas<br />

matérias ter deixado de ser vista como um exclusivo<br />

dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros e da<br />

Defesa, altamente politizada e focada na segurança<br />

do Estado e na assistência técnica e desenvolvimento<br />

de capacidades tecnológico-militares; e ter<br />

cessado a abordagem de soma-zero aos gastos<br />

militares, isto é, a ideia de que cortes nos gastos

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