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22. E rindo eu lhe ralhei, dizendo: Não há de onde! Não há aonde!<br />
22. Eu replico que, apreendendo o contínuo (Nuit) como tal, não existem "Marcas-no-Espaço".<br />
23. O cisne não falando, ele respondeu: Então, se não há fito, para que esta jornada eterna?<br />
23. O cisne, naturalmente, permanece em silenciosa: o Êxtase transcende expressão. A razão pergunta o<br />
motivo de movimento sem destino.<br />
24. E eu reclinei minha cabeça contra a Cabeça do Cisne, e ri-me, dizendo: Não há alegria inefável neste vôo<br />
sem fito? Não há cansaço e impaciência para quem quereria alcançar algum alvo?<br />
24. O Adepto, aproximando seu pensamento ainda mais do Êxtase, ri, tanto de pura alegria quanto porque<br />
acha graça na absurda incongruidade de argumentos "razoáveis" dos quais ele está agora livre para<br />
sempre; e expressa a sua idéia assim: O livre exercício de nossa faculdades é pura alegria; se eu sentisse<br />
necessidade de alcançar algum objetivo, isto resultaria na dor do desejo, na tensão do esforço, e no medo<br />
de fracasso.<br />
25. E o cisne permaneceu silente. Ah! mas nós flutuamos no infinito Abismo. Alegria! Alegria! Cisne<br />
branco, sustenta-te sempre entre as tuas asas!<br />
25. Mas o diálogo fez com que o Adepto refletisse mais profundamente sobre a sua dita, de forma que o<br />
Êxtase se torna imóvel, percebendo sua perfeita relação com a Infinidade do contínuo. O Adepto requer que<br />
o êxtase seja constante.<br />
26. Ó silêncio! Ó raptura! Ó fim das coisas visíveis e invisíveis! Tudo isto é meu, que Não sou.<br />
26. Silêncio dá termo à imperfeição implícita na linguagem humana - todas as palavras sendo evidências de<br />
dualidade, uma quebra na Perfeição. Raptura: fim do conflito entre quaisquer duas coisas: elas são<br />
dissolvidas por Amor; e perdendo o senso do Ego que causa a dor do sentimento de sua separação do Todo,<br />
sua imperfeição, a dissolução do esforço é expressada como raptura.<br />
'Ó fim das coisas visíveis e invisíveis!' Isto não só significa que todas as coisas - sendo imperfeitas - são<br />
destruídas, mas que este é o verdadeiro fim - Teass - das coisas - sua perfeição. 'Tudo isto é meu, que Não<br />
sou.' O Adepto é agora proprietário de todas as coisas, tendo chegado ao estado chamado 'Não' que contém<br />
todas elas, e do qual elas são somente imagens. Enquanto ele era um Ego positivo, ele era uma delas, e<br />
oposto a elas; elas não lhe pertenciam. Para fazê-las suas, ele deve tornar-se o contínuo em que todas as<br />
coisas existem potencialmente como membros de qualquer série que seja selecionada para ilustrar<br />
quaisquer propriedades desejadas da sua Natureza.<br />
27. Deus Radiante! Deixa que eu faça uma imagem de ouro e gemas para Ti! para que o povo possa derrubála<br />
e espezinhá-la em pó! Para que a Tua glória seja vista deles.<br />
27. O Adepto é movido a manifestar sob a forma de poesia a Divindade que ele viu. Ele prevê que o vulgo se<br />
enfurecerá, desprezará seus livros e os calcará aos pés; mas assim fazendo, pelo ato mesmo os olhos deles<br />
se abrirão à glória do Deus. Isto pode significar que o meu Trabalho pode vir a renovar o verdadeiro fervor<br />
religioso nesses que perderam toda visão e toda fé; sua fúria contra mim os levará a perceber que no fundo<br />
dos seus corações está o instinto de que eles são entes espirituais.<br />
28. Nem será dito nos mercados que eu cheguei quem deveria vir; mas Tua vinda será a palavra única.<br />
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