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ALÉM DA ENXADA, A UTOPIA: - Repositórios Digitais da UFSC

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Das manifestações culturais acima cita<strong>da</strong>s, enfatizou-se nesta pesquisa a valorização<br />

do trabalho e <strong>da</strong> terra. A pouca disponibili<strong>da</strong>de de um chão para plantar na pátria-mãe,<br />

agrava<strong>da</strong> pela junção de pais, filhos, avós, tios, sobrinhos e primos num mesmo lote, que<br />

normalmente não passava de 3.000m 2 , fez com que o italiano que veio para o Brasil se<br />

apegasse à terra, que “jamais significou um mero investimento financeiro, ela representava<br />

mais do que um local para trabalhar e viver; era o sinal de redenção econômica, de<br />

liber<strong>da</strong>de e de ascensão social 44 ”. Nesse sentido, não se tratou apenas de enfocar os aspectos<br />

econômicos e políticos <strong>da</strong> época que teriam gerado a necessi<strong>da</strong>de de criar a pequena<br />

proprie<strong>da</strong>de rural, mas sim a maior preocupação foi buscar o significado que esta tinha para<br />

o agricultor. A idéia de posse não se completava em si mesma, era fun<strong>da</strong>mental aliá-la ao<br />

trabalho, pois para o imigrante, apenas quem produzia tinha direito à terra. Assim, ele<br />

sonhava com a proprie<strong>da</strong>de e acreditava na importância de cultivá-la, pois a falta de terra<br />

era sinônimo de pouca vontade de trabalhar, motivo vergonhoso para to<strong>da</strong> a família.<br />

Entre 1875 e 1920, os imigrantes provenientes <strong>da</strong> recém-unifica<strong>da</strong> Itália que<br />

chegavam às colônias de Conde D’Eu, Dona Isabel e Campo dos Bugres, entre outras, eram<br />

predominantemente compostos por famílias católicas. Os idosos e solteiros não<br />

acompanhados de suas famílias raramente partiam sozinhos, e os que assim faziam<br />

esperavam aqui constituí-la. Além disso, dificilmente o imigrante tinha condições de<br />

assumir a compra de áreas extensas, e para manter a pequena proprie<strong>da</strong>de era necessário o<br />

esforço de várias pessoas. Por isso, trabalhavam “sempre na roça. Somos em doze, sete<br />

44 DE BONI, Luís A, COSTA, Rovílio. Far la Mérica. Porto Alegre: RIOCELL, 1991. p. 116.<br />

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