ALÉM DA ENXADA, A UTOPIA: - Repositórios Digitais da UFSC

More documents

Recommendations

Info

embranqueceram e o corpo tornou-se mais frágil, mas possuem a sabedoria de quem soube deixar um legado de sua existência. Alguns elementos como o amor à terra, o dialeto, a culinária, as canções e a positivação do trabalho permanecem até hoje. Essa herança é observada principalmente no meio rural, no qual as mudanças ocorrem sem a pressa da vida urbana e tem-se a impressão de que o modo de vida é o mesmo do tempo do qual falam. Nas suas narrativas, enfatizaram principalmente o trabalho, aliado à família, como o motivo que permitiu que continuassem lutando. Assim construíram histórias feitas de grandes sacrifícios e de pequenas jóias; pequenas ou grandes, não importa. As experiências narradas são como peças de um mosaico, onde cada uma delas acentua um particular, que juntos formam um quadro mais amplo e completo. Reconstruir essas vivências foi uma tentativa de transmitir os seus costumes e inspirar os sucessores a fazer o mesmo. Democratizam o saber, ou seja, mostraram que qualquer grupo ou pessoas, assim como fizeram a história, podem também narrar a seu modo tudo aquilo que protagonizaram. A história das pessoas aqui presentes é constituída de tantos outros caminhos, pequenos talvez pela dimensão, mas intensos e participativos pelos seus protagonistas. Hoje, olhando para o passado, acreditam que valeu a pena ter vivido. Da juventude recordaram principalmente dos sonhos e esperanças, hoje transformados em alegrias e orgulho, principalmente por terem garantido um futuro para os filhos e contribuído para melhorar as condições financeiras da família. Se na sua época se sentiam em pleno vigor físico, atuantes, hoje não sentem inveja daqueles tempos que já não voltam. Talvez a palavra mais apropriada seja saudade, de um tempo que hoje se mostra através de marcos, e que é, agora, lembranças de vida, pedaços de história. Por fim, gostaria de salientar que os estudos sobre a história do Oeste catarinense estão longe de ser esgotados e certamente novas questões e motivações irão surgir e 212
oferecer novas perspectivas de entendimento. As transformações provocadas pela urbanização, a incorporação de modernidades, a presença na política, a influência da religião, entre inúmeros outros temas, que não poderão receber respostas satisfatórias antes que se empreenda um maior número de pesquisas regionais. Entrar em contato com as esperanças e dificuldades de quem vivenciou a história pode, mais que compreender o passado, trazer para nós outras percepções das possibilidades de relacionamento humano. 213
Page 1 and 2:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATAR
Page 4 and 5:
AGRADECIMENTOS Ao professor Valmir
Page 6 and 7:
RESUMO Essa dissertação investiga
Page 8 and 9:
SUMÁRIO APRESENTAÇÃO............
Page 10 and 11:
Consciente que o não aproveitament
Page 12 and 13:
formadas junto ao caminho de tropas
Page 14 and 15:
manifestações artísticas, os cos
Page 16 and 17:
justificou a necessidade de analisa
Page 18 and 19:
identidades e aspirações atuais.
Page 20 and 21:
por si só o fenômeno migratório,
Page 22 and 23:
mais do que qualquer outra, é por
Page 24 and 25:
Tomo como ponto de partida uma simp
Page 26 and 27:
estar e a estabilidade financeira q
Page 28 and 29:
Se a etimologia do termo cocanha ai
Page 30 and 31:
História e um fator da História.
Page 32 and 33:
quem compra barato paga pouco, e qu
Page 34 and 35:
pequenos proprietários rurais do N
Page 36 and 37:
As imagens sobre o “Brasil cocanh
Page 38 and 39:
Após aproximadamente um mês de vi
Page 40 and 41:
Das manifestações culturais acima
Page 42 and 43:
tinha o meu nome. Depois morreu o L
Page 44 and 45:
assim 57 ”. Na sua família e com
Page 46 and 47:
trabalhava na roça também, a fam
Page 48 and 49:
Santa Catarina 72 ”. Na família
Page 50 and 51:
De acordo com o depoimento acima, a
Page 52 and 53:
Demoramos dois dias, porque saímos
Page 54 and 55:
Meu pai decidiu vim pra Santa Catar
Page 56 and 57:
período em questão não condizem
Page 58 and 59:
pela falta de vontade de trabalhar,
Page 60 and 61:
A empresa colonizadora Rio Branco e
Page 62 and 63:
Os mais indecisos a migrar acabavam
Page 64 and 65:
difícil 134 ”, as más condiçõ
Page 66 and 67:
de manhã ele foi, tava tudo rapado
Page 68 and 69:
Numa terra desconhecida, o barulho
Page 70 and 71:
Num meio desprovido das comodidades
Page 72 and 73:
fogo era a solução para a primeir
Page 74 and 75:
Ao chegarem no local de destino, um
Page 76 and 77:
pólo econômico que hoje se consti
Page 78 and 79:
No relato acima, os tempos se entre
Page 80 and 81:
pronto, terminou 9 ”, para no dia
Page 82 and 83:
Mal sabia assinar o nome. Ela podia
Page 84 and 85:
Não é que faltava escola, faltava
Page 86 and 87:
Eu tava morando em Palmeira, porque
Page 88 and 89:
perigos de hábitos estrangeiros ma
Page 90 and 91:
pequenos, e mais eficiente era dize
Page 92 and 93:
Se os meninos tinham mais liberdade
Page 94 and 95:
As festas religiosas como Natal e P
Page 96 and 97:
Os habitantes das regiões montanho
Page 98 and 99:
específico para a idade, a regulam
Page 100 and 101:
A família vai à roça Na memória
Page 102 and 103:
102 Nos primeiros tempos puxava mil
Page 104 and 105:
Constata-se portanto que os papéis
Page 106 and 107:
domésticas como lavar e cozinhar,
Page 108 and 109:
De acordo com Cleci Eulália Favaro
Page 110 and 111:
também de ir atrás. Eu ficava na
Page 112 and 113:
Com banha ou querosene, a luz resul
Page 114 and 115:
114 Algumas máquinas de costura en
Page 116 and 117:
Mãos que traziam à vida: mulheres
Page 118 and 119:
Como se percebe no relato acima, os
Page 120 and 121:
poderia ser visto com o fogão, cha
Page 122 and 123:
122 Nós já grande, só mais novo,
Page 124 and 125:
Nas comunidades de ascendência ita
Page 126 and 127:
126 salame, coisinhas assim, bastan
Page 128 and 129:
Já o consumo de animais doméstico
Page 130 and 131:
Igreja institucionalizou determinad
Page 132 and 133:
simples! 155 ”; momento único qu
Page 134 and 135:
E os homens vão à cidade Nas pág
Page 136 and 137:
aiz, quem é que vai plantar feijã
Page 138 and 139:
Antes que uma empresa de porte como
Page 140 and 141:
ovino, só é útil quando morto, a
Page 142 and 143:
certa forma, justificava a divisão
Page 144 and 145:
CAPÍTULO III EM BUSCA DE UM(A) ESP
Page 146 and 147:
pronto. Era o que se pensava da mul
Page 148 and 149:
degrau em direção ao casamento, e
Page 150 and 151:
Nos domingos comuns, o final da mis
Page 152 and 153:
desenha em seus lábios reflete a p
Page 154 and 155:
de mãos dadas, ou dar um abraço e
Page 156 and 157:
156 anos. Uma época nós saía aqu
Page 158 and 159:
literatura pode auxiliar o historia
Page 160 and 161:
Por mais simples e limitado que fos
Page 162 and 163: cantando. Era bonito de ver, gaitei
Page 164 and 165: 164 eu, o noivo. Era o pai do noivo
Page 166 and 167: Por fim, em relação ao casamento,
Page 168 and 169: expressão de significados através
Page 170 and 171: Os entrevistados afirmam que não h
Page 172 and 173: O fim que ninguém queria: contra o
Page 174 and 175: ocasiões especiais, como os casame
Page 176 and 177: embriagamento, sempre lembrado com
Page 178 and 179: O refrigerante, apesar de um golinh
Page 180 and 181: influentes, como o padre, o comerci
Page 182 and 183: ons copos de vinho que os anfitriõ
Page 184 and 185: 184 compramos ali dos morros, na co
Page 186 and 187: egressam do baile à casa com a ino
Page 188 and 189: de meio-dia. Na cidade não se ia,
Page 190 and 191: Os entrevistados contam que tinham
Page 192 and 193: Memória e sofrimento Vejamos o pri
Page 194 and 195: 194 gastava. Nós cortava o pedaço
Page 196 and 197: várias mudanças, e certamente ess
Page 198 and 199: 198 Mas nunca se diz hoje: ‘vamos
Page 200 and 201: 200 O tempo que o homem considera c
Page 202 and 203: que roupa que tinha, nada. Tudo igu
Page 204 and 205: trabalhar na roça 42 ”. “Mas h
Page 206 and 207: Era sofrimento, eu nem me lembrava,
Page 208 and 209: CONSIDERAÇÕES FINAIS Compreender
Page 210 and 211: convivem também com outros espaço
Page 214 and 215: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALIGHI
Page 216 and 217: FINESSI, Fulvio (a cura). Co’la v
Page 218 and 219: POZENATO, José Clemente. O Quatril
Page 220 and 221: BOFF, Honorato. 73 anos. Entrevista
show all

ALÉM DA ENXADA, A UTOPIA: - Repositórios Digitais da UFSC

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

Delete template?

Save as template?