DIA 20 DE OUTUBRO - Redetec
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muito boas, se todas essas idéias se transformassem em bons planos de negócios, o<br />
dinheiro seria pequeno. Na realidade existe mais gente no mercado, mais angel investors.<br />
Eu tive uma conselheira importante nesse processo, a Marilia Rocca da Endeavor, que é<br />
uma ONG que envolve empreendedorismo no Brasil. Quando eu criei a empresa, eu estava<br />
indo pegar dinheiro de capital de risco, e ela me disse para não pegar dinheiro de capital de<br />
risco naquele momento, porque o capital de risco no Brasil não tem uma vocação tão alta<br />
para o risco de longo prazo. Biotecnologia é algo importante a observar, inclusive é bom<br />
porque o capítulo de inovação, e biotecnologia é um capítulo de inovação muito diferente<br />
dos outros capítulos de inovação, tem especificidades que ainda não estão sendo<br />
contempladas nos diversos programas. Os programas são genéricos. A inovação<br />
tecnológica em embriologia tem três ingredientes. Eu recomendo um livro muito bom,<br />
denominado Science Business, o autor é Gary Pisano, professor da Harvard Business<br />
School. Ele analisa, em particular, o caso da biotecnologia na área de saúde humana. A<br />
biotecnologia não é muito atraente para o investidor, por três razões fundamentais. Primeiro,<br />
porque o investimento é maior que em outras áreas; segundo, por causa do tempo de<br />
maturação, ou seja, o tempo que você leva para ter retorno é muito maior que em outras<br />
áreas; e terceiro, pior de tudo, é o grau de risco, ele nem usa a palavra risco, ele usa<br />
incerteza, porque risco é quantificável. Quando você faz um projeto de um avião, os<br />
elementos de viabilidade técnica do projeto estão definidos a priori, você sabe que seu avião<br />
vai voar. Se vai vender ou não, isso é uma outra história. Na biotecnologia até o último<br />
momento, até o último teste clínico da fase 3, e mesmo depois do teste clínico, o FDA pode<br />
dizer não. Como aconteceu no caso concreto da Genentech, que tinha um remédio para<br />
asma maravilhoso, passou na fase 3, mas o FDA falou que havia muitos pacientes no<br />
mundo inteiro e com isso o teste clínico precisa de um número maior de pessoas para<br />
avaliar. Então, em biotecnologia, até o último passo você não sabe se vai voar, porém se<br />
voar, voa alto, tem um risco comercial menor, como é o nosso caso.<br />
Estou fazendo esses comentários porque a Recepta é uma empresa que desenvolve<br />
a propriedade intelectual, e no final das contas, tem que saber quanto vale a propriedade<br />
intelectual após a agregação de valor que se faz nesse processo. Como eu disse, é<br />
incerteza total, e não escondemos isso de nossos investidores, tampouco dos nossos<br />
financiadores. É um momento especial que nós vivemos no Brasil e sou uma pessoa<br />
excessivamente otimista. Por enquanto tenho conseguido transmitir esse otimismo aos<br />
nossos investidores, e espero que isso continue ainda por um tempo. Muito obrigado.<br />
SONIA TUCCORI<br />
Gostaria de agradecer o professor José Fernando Perez pela exposição e convidar<br />
Helena Tenório. Helena é do BN<strong>DE</strong>S, formada em economia, possui mestrado em economia<br />
pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), administração na COPPEAD também<br />
na UFRJ. Há dez anos trabalha no BN<strong>DE</strong>S. Atualmente é chefe do departamento que cuida<br />
da criação de novas políticas e programas do Banco. Também coordenou o projeto de<br />
avaliação de intangíveis com a COPPE e é membro dos comitês do SIBRATEC, INT e<br />
FINEP.<br />
HELENA TENÓRIO<br />
Bom dia a todos. Eu vou falar um pouco desse projeto de avaliação dos intangíveis<br />
no BN<strong>DE</strong>S. Acho que posso fazer um paralelo com muito do que o professor Eusebi falou. O<br />
departamento do qual eu sou chefe é um departamento que cuida de novas políticas e<br />
novos programas. Essa nova visão do BN<strong>DE</strong>S sobre intangíveis está no cerne da discussão<br />
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