DIA 20 DE OUTUBRO - Redetec
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Temos seis hospitais parceiros em São Paulo, no Rio de Janeiro – onde o INCA está<br />
dando uma colaboração muito importante – e em Belo Horizonte. Somo uma das poucas<br />
empresas que possui um protocolo registrado no National Cancer Institute (NCI), por<br />
exigência do FDA.<br />
Nós nos beneficiamos de vários programas federais, sendo dois programas da<br />
FINEP, um para financiar parcerias universidadeempresa. É o caso do financiamento de<br />
uma parceria com o Instituto Butantan, onde desenvolvemos a biotecnologia em parceria<br />
com a faculdade de medicina. Também fomos uma das primeiras empresas a ser<br />
contemplada pelo programa de subvenção econômica, e também, como não pode deixar de<br />
ser, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.<br />
Esqueci de ressaltar uma questão importante ainda sobre parcerias, que foi uma<br />
parceria que com o MIT. Isso é muito importante e falta no nosso ecossistema. O MIT me<br />
mandou quatro estudantes de MBA, que vieram de graça. A Recepta pagou duas<br />
passagens aéreas e o MIT pagou mais duas. Eles fizeram um valuation model para a<br />
empresa, em relação a cada um daqueles anticorpos do nosso portfólio. A valoração disso é<br />
muito sofisticada. O processo de geração desse produto, de agregação de valor, até chegar<br />
ao produto final que vai para o mercado, tem que ser dividido em etapas. Cada etapa tem<br />
uma meta muito claramente definida. Por exemplo, um este clínico de fase 1, um teste<br />
clínico de fase 2, aprovação pela ANVISA ou FDA são etapas muito bem definidas. Cada<br />
uma dessas etapas tem um custo, que você tem que saber calcular, e um tempo de<br />
execução. Aí se tem uma probabilidade de sucesso ou de fracasso. Isso enriquece muito o<br />
modelo, porque você incorpora o elemento de risco associado. Depois dessa probabilidade<br />
você verifica como vai vender o seu produto, olhando os comparáveis que existem no<br />
mercado. Os comparáveis dos anticorpos monoclonais que estão no mercado são apenas<br />
oito. O nono entrou no mercado no ano passado. Existem, portanto, nove anticorpos<br />
monoclonais no mercado para tratamento de câncer. Esses dados são públicos. Quanto<br />
custa um tratamento, qual é a incidência da doença, qual é a fração de pacientes com<br />
determinado tipo de tumor que expressa o alvo que a empresa vai tomar, são questões de<br />
mercado que devem ser pesquisadas. Basta você saber este quantitativo, valores e número<br />
de unidades, que consegue chegar ao valor presente, ponderando tudo com as<br />
probabilidades, e consegue, a qualquer momento, dar o expectation value da sua molécula<br />
em cada instante. São instantes diferentes para a empresa. Um instante foi aquele em que<br />
eu tive que negociar com os investidores, outro instante é aquele em que tive que negociar<br />
com a segunda rodada de investidores para financiamento da empresa, outro é quando eu<br />
tiver a molécula testada depois da fase 2 e negociála com a indústria farmacêutica para<br />
resolver os problemas discutidos aqui, para saber para quem vou vender e distribuir bem.<br />
Isso tudo tem a ver com o que foi levantado por Eusebi.<br />
A Recepta tem que fazer isso, uma questão de gestão da propriedade intelectual. A<br />
empresa nasce licenciando e tem que saber atribuir valor. Isso é algo que falta aqui no<br />
Brasil. Na FAPESP eu tive oportunidade de acompanhar vários projetos de inovação<br />
tecnológica, que são idéias boas, com grande potencial, mas em que falta essa dimensão<br />
de negócio. Essa questão é fundamental. Na FAPESP foi feita uma análise que verificou<br />
que essas empresas têm um excelente portfólio tecnológico, mas não sabiam gerir a<br />
inovação, desde questões de management até valor para conseguir atrair o investidor. Isso<br />
tudo é central, algo que acho que as escolas de administração no Brasil teriam que fazer. As<br />
agências de fomento deviam estimular e cobrar que as escolas de administração façam<br />
esse papel que o MIT fez de graça para nós, porque para eles é academicamente<br />
importante, fazer com que a escola de administração participe desse processo da gestão da<br />
inovação, em particular nessa questão central da valoração. Existe mais dinheiro para<br />
financiar inovação do que projetos bons. Não que não existem idéias boas, existem idéias<br />
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