DIA 20 DE OUTUBRO - Redetec
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de São Paulo, PhD pela Escola Politécnica de Zurique. É professor titular da Escola de<br />
Física da USP, na verdade foi até <strong>20</strong>04. É DiretorPresidente da Recepta Biopharma desde<br />
abril de <strong>20</strong>05. Foi diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São<br />
Paulo (FAPESP), grande companheiro da Natura em várias iniciativas. Foi membro da<br />
Academia Brasileira de Ciências e membro do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia,<br />
de <strong>20</strong>01 a <strong>20</strong>07.<br />
JOSÉ FERNANDO PEREZ<br />
Bom dia a todos, é um prazer participar do evento da REPICT. A minha apresentação neste<br />
evento talvez se justifique porque a Recepta Biopharma é uma empresa de biotecnologia<br />
que está desenvolvendo produtos para tratamento de câncer. É uma empresa de<br />
biotecnologia que, embora esteja no Brasil, embora exista essa teoria de que o Brasil deva<br />
se dedicar a desenvolver tecnologias exclusivamente ligadas ao nosso meioambiente, não<br />
lida com a biodiversidade brasileira e nem com doenças negligenciáveis. Temos a ambição<br />
de ser uma empresa como a Embraer, que é também uma empresa que não se imagina<br />
somente no Brasil. Nessa questão do modelo econômico, temos que tomar um pouco de<br />
grão de sal, porque às vezes há coisas que não cabem naquilo que se imagina que seja um<br />
modelo econômico que pode dar certo, por uma série de circunstâncias que viabilizam uma<br />
iniciativa como a da Recepta.<br />
Uma breve história sobre como fui parar nisso? Sou engenheiro e diretor científico da<br />
FAPESP durante doze anos. Lá eu tive a oportunidade de me envolver com biotecnologia,<br />
genoma e também com inovação tecnológica. Lançamos programas para pequenas<br />
empresas, fomos precursores do PAPPE na FINEP. Eu tinha muitas vezes vontade de estar<br />
do outro lado da mesa. Embora eu tenha tido uma carreira de físico teórico, eu provava<br />
teoremas, ou seja, muito longe de qualquer aplicação prática.<br />
O que aconteceu foi que o Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer, instituição<br />
internacional que tem uma presença no Brasil e em vários outros países, como Austrália,<br />
Estados Unidos, Inglaterra, Suécia, Suíça, tem uma filial em São Paulo e foi parceiro da<br />
FAPESP em projetos de genoma do câncer. Foi um parceiro agressivo, investiu sete<br />
milhões de dólares a fundo perdido, que foram casados com mais sete milhões de dólares<br />
da FAPESP. Dessa relação de confiança institucional emergiu uma relação de confiança<br />
pessoal, em que eu fui convidado por eles em janeiro de <strong>20</strong>04 a considerar a hipótese de<br />
liderar um processo de criação de uma empresa de biotecnologia no Brasil, que fosse lidar<br />
com ativos intangíveis de propriedade intelectual, desenvolver esses produtos e leválos ao<br />
mercado. O Instituto Ludwig estava moldando seu modelo internacional e sempre acreditou<br />
no potencial que havia no Brasil para esse tipo de projeto. Eu aceitei porque achei que era<br />
um desafio que fazia todo sentido no Brasil. A nossa gestão na FAPESP sempre primou<br />
pela crença obsessiva de que podíamos fazer coisas mais ousadas do que vinham sendo<br />
feitas, principalmente em termos de ciência e tecnologia.<br />
Eu tive a felicidade de conseguir dois investidores brasileiros, e isso tem a ver<br />
também com o nosso valuation model, que são Emilio Odebrecht, da Construtora Odebrecht<br />
e da Braskem, e Jovelino Mineiro, que eu conhecia porque tinha financiando com a FAPESP<br />
um projeto de genoma do boi. Então, criamos a nossa empresa PR&D Biotech exatamente<br />
para fazer todo o modelo de negócios, inclusive, definir os termos da parceria com o Instituto<br />
Ludwig. Acabamos criando a Recepta Biopharma. Vale ressaltar que o Instituto Ludwig tem<br />
uma participação como sócio juntamente com a PR&D na Recepta Biopharma, sendo que a<br />
PRD tem maioria das ações.<br />
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