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DIA 20 DE OUTUBRO - Redetec

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WILSON MAGELA<br />

Eu gostaria de fazer uma observação e uma sugestão. A primeira observação é que<br />

quando vocês colocam que sempre se busca um resultado ganha­ganha, tenho defendido<br />

que é preciso tomar cuidado com essa apologia. Todo o processo de negociação envolve<br />

duas partes, o interesse no relacionamento e o interesse pelos resultados. Se eu não tenho<br />

interesse pelo relacionamento, posso praticar um ganha­perde sem nenhum drama de<br />

consciência ou de qualquer outro tipo de dúvida. Então, eu sempre tomo cuidado com a<br />

questão da apologia de que todas as negociações podem e devem ser ganha­ganha.<br />

A sugestão seria no sentido de deixar clara a diferença entre arbitragem e<br />

negociação. No decorrer da dinâmica, vocês apresentam elementos de arbitragem e<br />

elementos de negociação. Para um público leigo, isso seria importante para as próximas<br />

apresentações.<br />

JOSÉ CARLOS VAZ E <strong>DIA</strong>S<br />

Eu acho que, e não é apologia, todas as negociações deveriam ser ganha­ganha<br />

sim. Nem sempre na minha posição de licenciante o que eu quero como licenciante é<br />

diferente do licenciado. Se eu sou licenciante e estou cedendo uma cláusula, certamente na<br />

negociação estou sabendo onde estou ganhando. Por isso tem que se buscar uma<br />

composição. Não é você ficar preocupado com o licenciado que vai ganhar, mas sim estar<br />

preocupado em não trapacear, ou não dar um tiro no pé do seu próprio negócio que o<br />

licenciado está levando. Se eu coloco cláusulas onerosas de royalties, estou matando o meu<br />

negócio em determinado país ao celebrar com meu licenciado. O importante no ganha­<br />

ganha é que as duas partes em negociação, licenciado e licenciante, têm objetivos<br />

diferentes. Eu, como licenciado, posso aceitar uma cláusula de 30% de royalties e ser<br />

esperto no sentido de saber que eu vou ganhar em outras coisas. Essa que é a negociação,<br />

você poder ceder, levar e ter consciência na negociação.<br />

JOÃO MARCELO <strong>DE</strong> LIMA ASSAFIM<br />

Não é uma apologia ao ganha­ganha, ao contrário. Quando eu comecei a minha<br />

carreira de jovem pesquisador, eu tinha sempre a impressão de que havia uma parte boa e<br />

uma parte ruim. Na verdade, eu tinha um preconceito, os meus textos eram viciados, eu<br />

sempre partia do princípio de que havia uma parte menor que tinha que ser protegida contra<br />

um gigante tubarão que ia jantá­la. Isso é ruim, porque você chega com o espírito armado<br />

para uma negociação. E no primeiro barulho que você ouve, já dá tiro e já mata desde o<br />

início.<br />

Li outro dia no caderno Verso e Prosa do Jornal O Globo uma expressão de um<br />

escritor: generalizações levianas. Como se toda a generalização fosse leviana. Não posso<br />

partir do princípio de que toda negociação tem um pólo positivo e um pólo negativo, eu parto<br />

do princípio de que as partes estão trabalhando e devem chegar num consenso porque o<br />

negócio será bom para ambas. Existe sim distorção, mas como estou falando é exceção, no<br />

caso de exceção, por exemplo, a imposição unilateral forçosa, eu já não tenho contrato,<br />

tenho um vício da formação de contrato, e esse contrato pode ser anulado pelo direito civil.<br />

Se essa cláusula “goela abaixo” tiver efeito no mercado, posso usar o direito de<br />

concorrência, antitruste, eu faço investigação e procuro trabalhar nesse sentido. Então, não<br />

é conveniente, se quiser chegar num ponto comum e partir do princípio que uma parte é boa<br />

e uma parte é ruim. É melhor trabalhar desarmado no ganha­ganha, e no caso de uma<br />

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