16.04.2013 Views

DIA 20 DE OUTUBRO - Redetec

DIA 20 DE OUTUBRO - Redetec

DIA 20 DE OUTUBRO - Redetec

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

elevante nesse campo? Ora, se não protegermos, o Brasil não terá uma pesquisa relevante<br />

nesse campo. Se não protegermos, não vai haver nunca, pois não vai ser possível participar<br />

de um ambiente cooperativo para o desenvolvimento desse tipo de pesquisa.<br />

Os tratados internacionais que hoje entendemos serem aqueles que merecem uma<br />

investigação imediata seriam o Protocolo de Madri e os Tratados de Haia, Nice e<br />

Budapeste. e devemos pensar em uma participação mais ampla do Brasil na discussão em<br />

torno do sistema internacional de patentes. O Protocolo de Madri visa facilitar o depósito de<br />

marcas entre países, o Tratado de Haia visa facilitar o depósito de desenhos industriais<br />

entre os países, e o Tratado de Nice visa à harmonização da classificação de marcas. Neste<br />

último caso, aconteceu algo muito curioso. É evidente que há imensas vantagens em se<br />

utilizar uma classificação que todo o mundo utilize frente a se ter a própria classificação<br />

absolutamente heterogênea e que ninguém fora do país e capaz de entender. O Brasil usa a<br />

classificação internacional. Mas como não participamos do Tratado de Nice, não opinamos<br />

sobre ela. Eu acho que este tratado é um dos casos típicos do que vem acontecendo e pode<br />

acontecer com muitas outras coisas no campo da propriedade intelectual. Nós já nos somos<br />

e vamos ser cada vez mais obrigados a nos posicionar frente à realidade de que o mundo<br />

se globaliza. Isso faz com que tenhamos que arcar com compromissos, porque não há outro<br />

jeito. Por outro lado, não se tem a menor possibilidade de opinar sobre a natureza desses<br />

compromissos porque o Brasil não se faz membro dos tratados que regulam esses<br />

compromissos, mas apenas opera como um “usuário­carona”. Nós hoje não opinamos de<br />

modo a tornar a classificação de marcas mais conveniente para os produtos brasileiros.<br />

O Tratado de Budapeste é o mais simples, acho que não deverá apresentar grandes<br />

problemas, embora me suscite certa preocupação, que é justamente a das patentes de<br />

matéria viva, ligada à questão dos centros depositários. Estamos hoje no Brasil construindo<br />

um centro depositário, portanto será absolutamente natural que participemos do Tratado de<br />

Budapeste, até para não gerar um tumulto muito grande no momento em que nosso centro<br />

depositário estiver pronto. Vale aqui lembrar que também pegamos carona nisso, porque<br />

como não temos um centro depositário no Brasil, tacitamente reconhecemos o resultado do<br />

depósito feito em outros países, quando formalmente somente poderíamos reconhecer se<br />

tivéssemos aderido ao tratado. Há um aspecto grave nesse “tacitamente”, que é a<br />

insegurança jurídica que isso traz para essas patentes no Brasil, que podem ser em algum<br />

momento ameaçadas ou desafiadas na justiça, porque não há um depósito no Brasil como<br />

prevê a lei. Ter o centro depositário é fundamental, mas aderir ao Tratado de Budapeste<br />

também me parece que seja.<br />

Em relação ao sistema internacional de patentes, eu tenho convicção de que exista<br />

sim uma harmonização no interesse de todos, mas é preciso discutir que harmonização é<br />

essa. Temos evitado durante muito tempo essa discussão. A posição de não negociar nada<br />

tem sido a posição prevalecente no campo do SPLT. Isso me parece uma escolha que não<br />

faz mais sentido. Talvez possamos negociar um pacote maior do que os critérios básicos de<br />

patenteabilidade. Mas quem trabalha no INPI sabe que trabalhar os critérios de<br />

patenteabilidade faz todo o sentido do mundo se estamos visando a uma cooperação<br />

internacional que aumente a eficiência e qualidade do sistema. Os temas básicos propostos<br />

no SPLT, ao meu ver, não são temas dos países desenvolvidos, mas sim temas que<br />

interessam a todos, inclusive aos países em desenvolvimento. Agora, dizer que discutir os<br />

critérios básicos de patenteabilidade ou as características centrais do sistema somente<br />

interessa aos países desenvolvidos é um erro absoluto.<br />

Muito rapidamente agora, falarei do fortalecimento do INPI e de sua participação nos<br />

debates. Já tivemos a oportunidade de comentar bastante sobre isso, e vale a pena falar<br />

que temos uma preocupação com prazo. No mundo inteiro essa preocupação com prazos<br />

55

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!