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DIA 20 DE OUTUBRO - Redetec

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estruturação do ambiente institucional para que ele seja mais favorável ao surgimento de<br />

empreendimentos, para que ele seja mais favorável ao surgimento de investimento, para<br />

que ele seja mais favorável à transferência de tecnologia ou a circulação do conhecimento<br />

de uma maneira geral. Parece­me que no Brasil temos tido um nível insuficiente de atenção,<br />

embora haja iniciativas importantes. Por exemplo, a nova lei de falências mudou a<br />

percepção de dificuldade com relação à criação de empresas. Mas ainda é pouco. A<br />

impressão que tenho é que não há ainda, de fato, um centro de reflexão no país sobre o<br />

ambiente institucional de uma maneira mais geral.<br />

GLAUCO ARBIX<br />

1. Nós não fizemos nenhum trabalho específico sobre propriedade intelectual.<br />

As estratégias que apontamos só são inteligíveis e compreensíveis se estiverem ligadas a<br />

um sistema de propriedade intelectual. Cada um desses países tem especificidades muito<br />

grandes. Nós não entramos nessa malha de instituições. Acredito ter sido uma deficiência.<br />

Mas foi uma escolha que fizemos pois acredito que não terminaríamos a pesquisa se<br />

tivéssemos esse objetivo. Temos certeza que o problema é sério, pois dependendo da<br />

maneira como se enxerga a propriedade intelectual, se acaba interferindo na definição das<br />

estratégias de inovação. Esse, no entanto, é um ponto fraco da nossa pesquisa.<br />

2. Não acredito que o CCT possa ser uma espécie de coordenador das políticas<br />

de inovação. Não tem formato nem competência para isso. O conselho atual não aloca<br />

recursos, não tem poder de decisão. É um conselho consultivo voltado para Presidência da<br />

República e o MCT.<br />

3. Apesar das mudanças, o Brasil continua sendo um país muito centralizado.<br />

Temos uma tradição de longa centralização do poder nas mãos do Estado. Tão forte que<br />

grande parte da iniciativa privada brasileira sente atração irresistível pelo Estado e, muitas<br />

vezes, não consegue viver sem ele. O que estou dizendo é que se nós não soubermos<br />

identificar os centros de poder que conseguem ordenar, coordenar e articular as instituições<br />

de Estado, as políticas de inovação não terão eficiência. Eu participei da definição da<br />

política industrial, em <strong>20</strong>04e senti o que significa coordenar cada instituição do Estado, com<br />

suas diferenças, missões e ritmos distintos. Não é um problema de má vontade, mas da<br />

dispersão de um Estado que não está assentado sobre uma visão predominante. Sabemos<br />

todos que é muito difícil a construção dessa visão, ainda mais num país que ainda precisa<br />

amadurecer politicamente e que se ressente de estratégias de longa duração. Em algumas<br />

áreas da universidade, do Estado, em algumas instituições, nós encontramos visões desse<br />

tipo. Mas não temos no país um consenso mínimo sobre as estratégias de futuro, nem nos<br />

partidos políticos, nem no empresariado. E o Brasil nunca precisou tanto dessas políticas.<br />

Chega de projeto piloto, mas o país pede projetos gigantes. Esse é o problema chave que<br />

está colocado para nós.<br />

4. Como trazer as empresas para as políticas de inovação? Na Irlanda existe uma<br />

agência específica para isso. Essa agência procura estimular todo tipo de negócio. No<br />

diálogo com as empresas, pergunta sobre os problemas reais? De gestão? Recursos<br />

humanos ou de tecnologia? A Holanda produziu um instrumento precioso para impulsionar a<br />

relação entre as universidades e as empresas. Esse instrumento, chamado de voucher de<br />

inovação, procura simplificar a procura e o financiamento da inovação. São as empresas<br />

credenciadas em alguma agência pública que escolhem os pesquisadores ou engenheiros<br />

das universidades para resolver seus problemas. O voucher é utilizado como meio de<br />

pagamento. Até uma certa quantia, o fundo é inteiramente público. Depois, compartilhado. A<br />

novidade é que as empresas é que buscam as competências para solucionar seus gargalos.<br />

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