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DIA 20 DE OUTUBRO - Redetec

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Congresso, dado que o funcionamento do sistema norte­americano, a elaboração, a<br />

implementação e o acompanhamento das políticas prioritárias voltadas para a inovação<br />

estão ligadas à Presidência. Os programas novos, voltados para estimular o trânsito da<br />

velha para a nova situação, estão todos sob a responsabilidade de uma instituição de<br />

primeira importância no dispositivo de governo. No Brasil essa questão nem sempre é<br />

consensual. Muitas vezes anunciamos com pompa e circunstância uma grande política e<br />

depois vemos que sua execução cabe a uma instituição que não é de proa no esquema de<br />

governo, que não tem capacidade para articular, nem financiar, nem coordenar. Uma<br />

questão simples – quem está no comando? Nem sempre recebe uma resposta simples.<br />

Muitas vezes há sobreposição de funções, confusão de competências que, neste caso,<br />

interferem no ritmo e na qualidade da política. Não se trata de um problema de status. Na<br />

realidade, as políticas de inovação enfrentam de forma generalizada resistências de todo<br />

tipo, na sociedade e no governo, principalmente das instituições mais antigas que não<br />

sabem como trabalhar com as novas tendências, mas resistem quando se trata de renovar<br />

as estruturas de comando. Exatamente para vencer as resistências é que a coordenação e<br />

a implementação dessas novas políticas precisam estar concentradas onde o poder político<br />

existe para isso. Essa é uma questão essencial que diz respeito diretamente à efetividade<br />

das decisões de mudança.<br />

Em todos os sete países estão em curso transformações institucionais. No Brasil<br />

também. Nos últimos quinze anos tivemos modificações profundas no panorama<br />

institucional brasileiro. Há legislação nova, mecanismos de incentivo modernos, há uma<br />

rede de fundos setoriais, de instituições voltadas para o financiamento. Mesmo no nível<br />

regional, muitos Estados modificam sua atuação para viabilizar novas políticas de inovação.<br />

A pesquisa realizada na França mostrou, por exemplo, que este país modificou novamente<br />

seu sistema de inovação e fechou uma das agências de fomento mais antigas que existiam.<br />

Ainda na França, antigas instituições vivem hoje a competição direta de novas agências<br />

recém­criadas. O governo francês considera que é muito difícil fazer com que instituições<br />

mais velhas se transformem na velocidade e com a qualidade que o país precisa. O<br />

exemplo da França é importante, porque a sua tradição centralizada de planejamento estatal<br />

tem muito a ver com a nossa própria herança. Mas, ainda que o Estado francês seja mais<br />

eficiente que o nosso, ao estabelecer a competição institucional, uma grande instabilidade é<br />

gerada. No caso brasileiro, além do reordenamento do Estado, o país precisa diminuir seu<br />

déficit institucional e criar novas organizações. Acredito que vocês fazem uma idéia da<br />

turbulência política que esses processos são capazes de produzir.<br />

Trouxe a vocês também um painel com os novos padrões de política e as prioridades<br />

que os sete países perseguem no campo da inovação. O que é interessante aqui é o<br />

espelho das ações, apesar de simbólico, é relevante. Todos os sete países têm uma<br />

espécie de referência para buscar seus novos padrões. Os americanos olham para si<br />

mesmos, dada a enorme capacidade endógena existente. O Canadá também olha para os<br />

Estados Unidos. A França para os Estados Unidos e para Alemanha. O Reino Unido<br />

também para os Estados Unidos. A Irlanda olha para a Finlândia, para os Estados Unidos e,<br />

provavelmente por motivos históricos, para o Reino Unido. A Finlândia olha para a Suécia e<br />

para os Estados Unidos. E, o Japão apresenta uma novidade: além de olhar para os<br />

Estados Unidos passou também a olhar para a Coréia, que nasceu tecnologicamente<br />

inspirada pelo próprio modelo japonês. Nesse campo, o Brasil tem muita dificuldade em<br />

definir seu espelho. Somos diversificados. Perdemos um pouco o sentido de corpo nacional.<br />

Dependendo da universidade, da área, do momento, olhamos para um lugar diferente. A<br />

USP, por exemplo, olhou para a França durante décadas, mas hoje procura algum país para<br />

olhar, ainda que os Estados Unidos estejam bem colocados na lista. Talvez essa<br />

diversidade seja um sinal de força. Mas, é certo, se for, ainda não sabemos como usá­la.<br />

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