DIA 20 DE OUTUBRO - Redetec
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colocação no mercado, porque não tenho canais de distribuição adequados, capacidade de<br />
investimento para terminar o desenvolvimento, ou seja, não tenho outros ativos necessários<br />
para fazer com que aquilo chegue até um estágio de produto. Mas aquela tecnologia não<br />
precisa mais ficar esquecida na prateleira, eu posso usála e comercializála para que outras<br />
empresas a coloquem no mercado. Isso vai fazer com que, além das receitas da venda dos<br />
produtos do meu core business, eu tenha também receitas relacionadas à comercialização,<br />
aos royalties, aos novos negócios gerados a partir daquelas tecnologias desenvolvidas. A<br />
idéia da inovação aberta tem essas duas perspectivas. A perspectiva de fora para dentro é<br />
quando eu utilizo conhecimentos e tecnologias desenvolvidas externamente. A perspectiva<br />
de dentro para fora é quando eu passo a explorar aqueles ativos de conhecimento como<br />
algo a ser comercializado para outras empresas. Essas alternativas começaram a mudar um<br />
pouco aquela lógica que vimos. Estávamos falando do modelo fechado, onde a receita era<br />
suficiente para pagar todos os custos. Mas agora estamos vendo que quando passamos a<br />
usar o modelo aberto, temos novas fontes de receitas relacionadas às vendas, aos spinoffs<br />
que são gerados a partir daquelas tecnologias, ao licenciamento, aos royalties. Além disso,<br />
eu tenho uma redução do custo de desenvolvimento, porque agora terei um conjunto de<br />
tecnologias que não vou mais precisar desenvolver, vou acessálas externamente e,<br />
certamente, isso vai reduzir não só meus custos, mas todo o tempo de desenvolvimento.<br />
Essa lógica começou a ser adotada por diversas empresas. O caso mais conhecido<br />
na aplicação dessa discussão de inovação aberta é o caso da Procter & Gamble, que criou<br />
um modelo chamado connected and developed, onde ela passou a olhar para o seu centro<br />
de pesquisa não mais limitado àquele conjunto de pesquisadores que eram funcionários da<br />
empresa. A Procter & Gamble fez algumas estimativas. Para cada cientista existente dentro<br />
da empresa, ela estima que existam duzentos outros pesquisadores de igual capacidade<br />
externamente. Ou seja, têm um milhão e meio de pessoas no mundo externo da<br />
organização que poderiam ser usados para desenvolver produtos e que não estão sendo<br />
utilizados. Como podemos montar algum tipo de modelo de gestão de relacionamento<br />
desses vários pesquisadores para que seja utilizado em próprio benefício? A empresa criou<br />
esse modelo chamado connected and developed. Se vocês repararem, olhem o quantitativo<br />
de patentes que a Procter & Gamble possuía em comparação ao que era utilizado, que era<br />
transformado em algum produto que efetivamente ia para o mercado. Uma taxa muito baixa.<br />
Trouxe aqui algumas figuras do website da Procter & Gamble. Reparem na lógica pela qual<br />
você pode se tornar um parceiro e passar a estar engajado nos desenvolvimentos que a<br />
empresa está fazendo. Ela coloca um conjunto de necessidades que ela tem hoje em<br />
desenvolvimento tecnológico e que qualquer pesquisador pode acessar, podendo assim se<br />
engajar para resolver aquele determinado problema. Se você tiver qualquer idéia que possa<br />
interessar a Procter & Gamble, você pode entrar ali e ofertála. O que a empresa lhe dará<br />
em troca? Alguma premiação em dinheiro sobre aquela determinada idéia que você<br />
entregou. Isso aqui é uma das listas de necessidades tecnológicas da empresa. Aqui temos<br />
todas as coisas que ela está procurando, parceiros para desenvolver algo relacionado aos<br />
snacks, alguma coisa relacionada à determinada comida, à escova de dente. Qualquer um<br />
pode acessar e tentar resolver. Isso significa que ela está gerando uma capilaridade do<br />
ponto de vista de quem pode trabalhar e desenvolver tecnologias para ela, que é algo<br />
bastante considerável.<br />
O que esse modelo trouxe como benefício? A Procter & Gamble tem como meta,<br />
dentro de alguns anos, oferecer metade dos produtos por ela colocados no mercado com<br />
algum componente externo. Hoje ela já tem trinta e cinco dos novos produtos tendo algum<br />
componente que veio dessa rede externa. Ela conseguiu uma redução nos investimentos de<br />
P&D de 4,8% das vendas para 3,4%. Calculem quanto é 1,4% de uma empresa que vale<br />
alguns bilhões de dólares. É uma economia considerável, mas mesmo assim ela aumentou<br />
em 60% a produtividade do seu P&D.<br />
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