DIA 20 DE OUTUBRO - Redetec

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16.04.2013 Views

Ele não é um software proprietário. Pode ser disponibilizado a pedido do demandante, como um software acadêmico. Apenas são solicitadas referências para quem está utilizando que é para nutrir a própria pesquisa. Ele tem internamente indicadores de quantas palavras aparecem. O segundo é o software Vantage Point, de um grupo de pesquisa americano do Georgia Institute of Technology, liderado por Alan Porter. Este é um software proprietário, mas não é caro. A FIOCRUZ tem usado muito para esse esforço de technology management. Ele também agrega dizendo quem são os proprietários e relaciona com os focos tecnológicos. Então, dá para mapear o mercado muito bem e fazer rede. Por exemplo, quem é que está em co­autoria daquela patente do transistor baseado em matéria orgânica? Quem está patenteando? Existe mais de um detentor? Se não, você faz aquela rede de co­ citações, baixa todas as patentes e vê quais são somente conteúdos. Dessa forma você penetra ainda mais. Isso pode ser bastante útil. O terceiro software chama­se Pajek. Este software é livre. Quem procurar pela palavra Pajek, isso significa aranha em ucraniano, porque os desenvolvedores são da Ucrânia. É um software muito interessante que dá para modelar muitos interesses em tecnologia e é de graça. Também o utilizamos para fazer rede. Outro software de rede é o Ucinet, que é barato, custa US$ 40 anuais. Este é um software proprietário de dois matemáticos americanos do MIT. Vocês também podem baixar e depois pagar a licença, porque existe um trial grátis. Aqueles landscapes que eu mostrei anteriormente já são produzidos por um software mais pesado, na verdade uma plataforma. A sua venda está vinculada a um uso institucional, até porque é uma plataforma bastante cara. É um software proprietário da Thomson, que é proprietária da Derwent Innovation Index. Ele tem representante aqui no Brasil, quem tiver interesse, por favor, entre em contato. O representante chama­se José Cláudio. Ele fica aqui no Rio de Janeiro. Eu consegui utilizar em casos para a FIOCRUZ e para a UNICAMP, antes delas terem, dois trials muito bons. Dá para aprendermos e vermos se vale a pena. Eu acho bastante útil, porque com a plataforma aberta, você pode clicar nessas áreas e investigar especificamente o seu foco. Obviamente que esses sistemas informatizados não dão boas respostas se você não souber perguntar para eles o que você quer. Nesse caso, a expertise do gestor de tecnologia aponta a questão do diferencial. MARINILZA BRUNO DE CARVALHO E a manutenção desse software que é proprietário? MARIA ESTER DAL POZ Essa plataforma é comprada através de uma licença, porque não é um software, é uma licença para você entrar nas bases de dados e utilizar o sistema da Derwent e utilizar o sistema de agregação de dados. Mandamos um projeto para eles, porque o projeto precisa ser consistente. Essa plataforma é utilizada pela National Science Foundation (NSF), nos Estados Unidos, para ela saber onde ela vai aplicar recursos de pesquisa. É um pouco mais institucional, e é institucional porque é caro. Naturalmente se a empresa tem dinheiro, eu a aconselho licenciá­lo. Eu acho que a licença está em US$ 45 mil. Existem uns formatos mais simples com menos recursos que são mais baratos. No entanto, existe o seguinte. A Thomson fica sabendo qual é a pesquisa que você esta fazendo, porque é uma plataforma direta com o sistema deles. Se você entrou na base Derwent e extraiu o tema X, eles ficam sabendo qual é o tipo de tema em que você está interessado e qual é a agregação daquele tema. Eles fazem o monitoramento em cima do que estamos monitorando. Isso é inevitável. O que estamos pensando no Brasil é criar uma plataforma semelhante, não sabemos quando, mas já existem dois grupos de computação de instituições públicas brasileiras pensando em desenvolver um sistema assim. Mas teremos que pagar a extração de dados 154

das bases de dados de qualquer maneira. No entanto, é algo que a CAPES deve pagar. Usamos outros softwares para coisas semelhantes, mas estes têm sido os de maior uso. A outra pergunta, da Ruth, é muito interessante, porque não temos séries históricas ainda. Por exemplo, o projeto de biorefinaria da Oxiteno já é bastante ambicioso de utilizar 100% da cana de açúcar, inclusive matéria não sacarificada, ou seja, bagaço de cana mais o caldo de cana para fazer álcool. E esse projeto não tem só essa dimensão de fazer álcool, mas também a parte de escolher a fazenda, de verificar os incentivos fiscais dos estados, a guerra fiscal, questões trabalhistas, variedades de cana, etc. Então, esses instrumentos foram aplicados para esse grande projeto. Não que eles não sejam úteis para pequenos projetos. Eles são. Mas as séries históricas de grandes projetos são as que poderão dizer que os instrumentos foram úteis, balizaram ou não. Infelizmente, a avaliação está prevista quando fazemos o planejamento anual, avaliação tecnológica e, inclusive, a avaliação de impacto econômico, social e ambiental. É que, por exemplo, se você adota uma cana que cresce em pé, você somente promove corte de cana com máquinas. Se ela nascer deitada, você emprega gente que é cortador de cana, que vai cortar com facão. Então, isso tudo precisa ser bem pensado pelo projeto. Não tem nada de tecnológico, é social mesmo. São as outras dimensões. Essas avaliações estão incluídas, mas a avaliação da eficiência do uso dos instrumentos, eu tenho alguns em pequenos projetos. Eu posso lhe dizer que, pelo menos, em termos da obtenção do financiamento, que é a primeira parte essencial, porque sem o financiamento não tem projeto, nós já conseguimos. Mas os três grandes projetos em que utilizamos um conjunto desses instrumentos, infelizmente eu ainda não tenho historicidade para responder. O dia que eu tiver gostaria de compartilhar. NELSON, PUC­Rio Eu queria ter uma idéia se, por exemplo, um bom indicador de obsolescência de uma tecnologia seria a quantidade de citações dividida pela idade da patente. Isso é usado? MARIA ESTER DAL POZ Sim. Hoje na FIOCRUZ nós tivemos uma reunião que falava justamente disso. Eu não mencionei isso, falha minha. Obrigada pela observação. Quanto mais citada uma patente, realmente maior é a parte de difusão da tecnologia. É uma proxy, é uma medida indireta da taxa de uso da tecnologia, o quanto ela é citada. Então, a obsolescência das tecnologias pode ser medida por citações. Obviamente existem vários problemas metodológicos, de ordem econométrica. Eu não os conheço tanto assim, mas eles existem. A literatura do Narin, que é um dos grandes consultores do governo americano para esse tipo de monitoramento e para valoração de patentes, inclusive para as instituições públicas americanas, que são os maiores agentes de apropriação econômica de intangíveis, mostra isso. Não sei se você lida com esse tipo de literatura, mas eu comecei a ficar um pouco mais envolvida agora, por incrível que pareça, nos últimos dois meses. NELSON, PUC­Rio Desculpe, eu falei citação dividida pela idade, porque isso cria uma noção de densidade relativa. Quanto mais você cita, e a patente é curta, significa que é uma patente vigorosa. Se você tem muita citação ao longo de dez anos, essa densidade cai, demonstra que a patente esta deixando de ser citada ao longo do tempo. 155

das bases de dados de qualquer maneira. No entanto, é algo que a CAPES deve pagar.<br />

Usamos outros softwares para coisas semelhantes, mas estes têm sido os de maior uso.<br />

A outra pergunta, da Ruth, é muito interessante, porque não temos séries históricas<br />

ainda. Por exemplo, o projeto de biorefinaria da Oxiteno já é bastante ambicioso de utilizar<br />

100% da cana de açúcar, inclusive matéria não sacarificada, ou seja, bagaço de cana mais<br />

o caldo de cana para fazer álcool. E esse projeto não tem só essa dimensão de fazer álcool,<br />

mas também a parte de escolher a fazenda, de verificar os incentivos fiscais dos estados, a<br />

guerra fiscal, questões trabalhistas, variedades de cana, etc. Então, esses instrumentos<br />

foram aplicados para esse grande projeto. Não que eles não sejam úteis para pequenos<br />

projetos. Eles são. Mas as séries históricas de grandes projetos são as que poderão dizer<br />

que os instrumentos foram úteis, balizaram ou não. Infelizmente, a avaliação está prevista<br />

quando fazemos o planejamento anual, avaliação tecnológica e, inclusive, a avaliação de<br />

impacto econômico, social e ambiental. É que, por exemplo, se você adota uma cana que<br />

cresce em pé, você somente promove corte de cana com máquinas. Se ela nascer deitada,<br />

você emprega gente que é cortador de cana, que vai cortar com facão. Então, isso tudo<br />

precisa ser bem pensado pelo projeto. Não tem nada de tecnológico, é social mesmo. São<br />

as outras dimensões. Essas avaliações estão incluídas, mas a avaliação da eficiência do<br />

uso dos instrumentos, eu tenho alguns em pequenos projetos. Eu posso lhe dizer que, pelo<br />

menos, em termos da obtenção do financiamento, que é a primeira parte essencial, porque<br />

sem o financiamento não tem projeto, nós já conseguimos. Mas os três grandes projetos em<br />

que utilizamos um conjunto desses instrumentos, infelizmente eu ainda não tenho<br />

historicidade para responder. O dia que eu tiver gostaria de compartilhar.<br />

NELSON, PUC­Rio<br />

Eu queria ter uma idéia se, por exemplo, um bom indicador de obsolescência de uma<br />

tecnologia seria a quantidade de citações dividida pela idade da patente. Isso é usado?<br />

MARIA ESTER DAL POZ<br />

Sim. Hoje na FIOCRUZ nós tivemos uma reunião que falava justamente disso. Eu<br />

não mencionei isso, falha minha. Obrigada pela observação. Quanto mais citada uma<br />

patente, realmente maior é a parte de difusão da tecnologia. É uma proxy, é uma medida<br />

indireta da taxa de uso da tecnologia, o quanto ela é citada. Então, a obsolescência das<br />

tecnologias pode ser medida por citações. Obviamente existem vários problemas<br />

metodológicos, de ordem econométrica. Eu não os conheço tanto assim, mas eles existem.<br />

A literatura do Narin, que é um dos grandes consultores do governo americano para esse<br />

tipo de monitoramento e para valoração de patentes, inclusive para as instituições públicas<br />

americanas, que são os maiores agentes de apropriação econômica de intangíveis, mostra<br />

isso. Não sei se você lida com esse tipo de literatura, mas eu comecei a ficar um pouco mais<br />

envolvida agora, por incrível que pareça, nos últimos dois meses.<br />

NELSON, PUC­Rio<br />

Desculpe, eu falei citação dividida pela idade, porque isso cria uma noção de<br />

densidade relativa. Quanto mais você cita, e a patente é curta, significa que é uma patente<br />

vigorosa. Se você tem muita citação ao longo de dez anos, essa densidade cai, demonstra<br />

que a patente esta deixando de ser citada ao longo do tempo.<br />

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