DIA 20 DE OUTUBRO - Redetec
DIA 20 DE OUTUBRO - Redetec
DIA 20 DE OUTUBRO - Redetec
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Kaplan e Norton dizem em 1996 que Porter nos levou até estratégia, mas não levou<br />
ao plano de ação. O importante dessa contribuição foi o atrelamento do que é visão e<br />
estratégia. Eles disseram que a visão de top down é dada pelos acionistas e quem<br />
determina a estratégia é a diretoria da empresa. Construímos os atributos em função da<br />
visão e da estratégia da empresa. Outro autor, o norteamericano Lev, em <strong>20</strong>01, começou a<br />
falar de lucros excepcionais, posições competitivas dominantes e até monopólios<br />
temporários. Tudo o que as empresas querem na vida é um monopólio. Isso é conquistado<br />
através do desenvolvimento dos ativos intangíveis. Lev diz que o valor do intangível é a<br />
diferença do resultado que a empresa obteria com e sem aquele ativo intangível. Isso é a<br />
forma lógica de trabalhar, quer dizer, falta um ativo complementar à empresa.<br />
O Banespa foi a leilão. O Unibanco, Itaú ou Bradesco, um deles, ofereceu cerca de<br />
US$ 2 bilhões pela rede do Banespa. De repente, chegou o banco Santander e ofereceu<br />
US$ 7 bilhões. São dois valores completamente diferentes. Por quê? Porque o Itaú ia<br />
comprar <strong>20</strong>0 agências que praticamente eram em cima das agências que ele já tinha. Isso<br />
não acrescentaria nada para ele. Para o Santander era algo binário, ou entrava ou não<br />
entrava. Então, a estratégia para o Santander entrar no varejo valia, para ele, US$ 7 bilhões.<br />
Eu fui diretor de petroquímica. Qual era a garantia que a empresa dava ao pegar dinheiro<br />
emprestado no BN<strong>DE</strong>S? A própria petroquímica. Então, se o negócio desse errado, daria<br />
errado duas vezes. Carlos Lessa disse que se a Embraer quebrar teria que construir um<br />
aeroporto para disponibilizar todos os aviões que a empresa deu como garantia ao BN<strong>DE</strong>S.<br />
Ativo real ou ativo intangível? Os dois valem a mesma coisa. Vamos imaginar que eu<br />
tenha uma fábrica de goiabada com uma formula muito especial. Eu fabrico mil latas de<br />
goiabada por mês. Aí chega a Nestlé e descobre minha fabrica, só que ela tem escala e<br />
pode produzir um milhão de latas por mês. Quanto vale a minha fórmula? Eu ganho com a<br />
produção de mil latas de goiabada R$ 5 mil por mês. Se a Nestlé me oferece R$ 100 mil, eu<br />
vendo na hora, mas para a Nestlé isso vale R$ <strong>20</strong>0 milhões. Obviamente, a Nestlé não vai<br />
oferecer esses R$ <strong>20</strong>0 milhões. O quanto vale para mim e o quanto vale para a Nestlé é que<br />
no meio existe um gap de negociação. Eu vou querer saber quem é o comprador, ele vai<br />
querer se esconder e vai mandar um terceiro comprar. É preciso ter malícia nessas<br />
negociações. Então, quanto vale o intangível? Vale a liquidez, o que vale é saber qual é<br />
oferta e qual é a demanda.<br />
Quando Teece trata das capacitações dinâmicas em 1998, ele define a possibilidade<br />
da empresa integrar, construir e reconfigurar os ativos e as competências internas e<br />
externas para atender às rápidas mudanças do ambiente. Ele apresenta este desenho e ele<br />
fala dos ativos complementares e tecnologias.<br />
Em 1999, quando o CRIE realizou o seu primeiro seminário sobre gestão do<br />
conhecimento, Verna Allee esteve no Brasil e trouxe os seguintes negócios. Ela considerou<br />
visão e valores no centro dos capitais intelectuais, um pouco na linha do que o Kaplan tinha<br />
feito, considerando o capital humano, o capital estrutural interno e capital de relacionamento,<br />
e lança dois novos capitais: o capital social e o capital ambiental. Marcos Cavalcanti, em<br />
1999, escreve um livro sobre gestão do conhecimento junto com André Pereira e Elizabeth<br />
Gomes, em que ele fala dos quatro capitais do conhecimento: o capital de relacionamento, o<br />
capital estrutural, o capital humano e o capital ambiental. Eu estava junto com ele e Cláudio<br />
Hipólito no dia em que surgiu essa história de capital ambiental. O Cláudio Hipólito pegou<br />
uma revista Business Week, que tinha uma foto com vinte “nerds” e diz assim: esses nerds<br />
aqui com cara de idiota são riquíssimos, e nós aqui com cara de inteligente somos todos<br />
duros. Eu respondi que isso não era uma questão de ser mais ou menos inteligente, mas<br />
uma questão de ambiente. Eles estão no Vale do Silício, com a Universidade de Stanford,<br />
142