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DIA 20 DE OUTUBRO - Redetec

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mercado e disse que não precisava de máquinas ou de agente de viagem, era só entrar<br />

direto na Internet e comprar o bilhete, ela conseguiu desintermediar esses serviços, tirou<br />

10% do seu custo e entrou no mercado já com preço mais barato. Depois de um ano, a TAM<br />

conseguiu a mesma coisa. Quando é fácil de ser imitado, perde­se muito o valor. Quanto<br />

vale um ativo intangível? É sustentável no longo prazo? É fácil de ser imitado? Como eu o<br />

protejo? A resposta é andando rápido, por que as tecnologias hoje em dia avançam rápido.<br />

Você usa seu conhecimento, e só mais adiante você trata de protegê­lo, porque no<br />

momento em que você deposita a patente, você já mostra ao mundo o que você está<br />

fazendo. Basta você entrar em qualquer base de dados pública de patentes, ou no website<br />

da Thomson, por exemplo, que é uma base privada, paga, e você tem acesso a todas as<br />

patentes que estão sendo solicitadas.<br />

Essa proposição de valor deve atender às demandas de mercado respeitando os<br />

ativos e competências da empresa e, ainda, tem que ser suportada pelo diferencial<br />

competitivo. Isso é o que vale dentro da empresa, quando ela consegue ter o diferencial<br />

competitivo. O seu diferencial competitivo tem que ser reconhecido pelo cliente como<br />

importante. Para isso você tem que monitorar o ambiente externo, criar intimidades para o<br />

cliente e construir redes. O que vale hoje não é a empresa, mas a rede. A empresa tem que<br />

estar inserida numa rede, porque o processo de criação hoje é um processo de co­criação.<br />

Eu crio olhando para a demanda do meu cliente, eu procuro trabalhar sendo puxado pelo<br />

mercado. Os processos geram barreiras de entrada e sustentabilidade. Isso aqui são os<br />

ativos intangíveis. Esses são os conjuntos de ativos intangíveis que vão gerar a<br />

sustentabilidade de longo prazo da empresa.<br />

Os recursos fundamentais da organização e os papéis dos intangíveis. Esta parte<br />

aqui tem todo o interesse acadêmico. Eu deixo à disposição uma revisão bibliográfica que<br />

se inicia em 1959 com a senhora inglesa Edith Penrose, que escreveu o livro “A Teoria do<br />

Crescimento da Firma”. Foi a primeira vez que alguém falou explicitamente da firma como<br />

uma coleção de recursos. Depois entra David Teece, em 1986, quando ele fala dos ativos<br />

complementares. Ele já muito citado hoje aqui na REPICT. Ele escreveu o artigo “Profiting<br />

from Technological Innovation”. Nem sempre as firmas inovadoras são aquelas que se<br />

apropriam do fruto da inovação. Ele cita alguns exemplos muito interessantes. Um deles é<br />

sobre o cara que criou o CAT scanner que não foi inventado pela GE, foi inventado por um<br />

físico inglês. Ele desenvolveu uma máquina de tomografia muito grande e não tinha a menor<br />

intimidade com os hospitais. Quando a GE viu aquilo se interessou e comprou do inventor. A<br />

GE acabou dominando o mercado, porque tinha o ativo complementar necessário para<br />

entrar no mercado, o seu canal de distribuição. Em 1993, vem a turma da Suécia, o autor<br />

Edvinsson, e um pouco depois, em 1997, Sveiby. Eles batizam o nome ativo intangível e<br />

criam um modelo que vou mostrar daqui a pouco. Em 1994 aparece Teece novamente com<br />

Pisano, falando das capacitações dinâmicas, Essa linha de tempo é bem interessante e<br />

culmina neste ano de <strong>20</strong>08, quando eu, Marcos Calvacanti do CRIE da COPPE/UFRJ e<br />

Helena Tenório do BN<strong>DE</strong>S estivemos em Paris apresentando esse trabalho no Clube de<br />

Paris do Banco Mundial.<br />

Como eu disse, vou falar um pouco mais sobre o trabalho de Edvinsson. Ele<br />

apresenta algo muito estático, muito chapado, nada muito interligado. Para ele, o que<br />

explica a diferença entre o valor de mercado e o valor do patrimônio liquido contábil é o<br />

capital intelectual. E uma simplicidade boba é que ele também explica o valor de mercado e<br />

a liquidez, especulação, expectativa de crescimento, etc. Dizer que o Google tem mais<br />

capital intelectual do que uma outra empresa, não tem. O Google tem uma enorme<br />

expectativa de crescimento. Isso vocês podem ler na revista Intellectual Management<br />

Journal, que diz isso até hoje. O Sveiby vai pelo mesmo caminho e trabalha indicadores<br />

externos e internos e indicadores de competência individual.<br />

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