DIA 20 DE OUTUBRO - Redetec

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16.04.2013 Views

PARTE IV MINI­CURSO VALORAÇÃO E GESTÃO DE INTANGÍVEIS VISANDO À COMERCIALIZAÇÃO DE TECNOLOGIA Parte 1 – Gerenciamento de Intangíveis como Estratégia de Valoração da Tecnologia Coordenação: Shirley Coutinho, Coordenadora do Escritório de Negócios em Propriedade Intelectual, PUC­ Rio. Instrutor: José Arnaldo Deutscher, Doutor em Engenharia de Produção – Avaliação de Ativos Intangíveis, COPPE/UFRJ SHIRLEY COUTINHO Boa tarde. Eu queria dizer que depois desta manha tão rica onde tivemos a oportunidade de ouvir e compartilhar experiências, conhecimento e sensibilidade muito importantes na área de valoração de tecnologias de intangíveis, sobretudo quaisquer sejam as tecnologias, para mim será uma honra e um desafio coordenar esta primeira parte do curso de valoração e gestão de intangíveis visando à comercialização de tecnologia. Eu acho que não poderia deixa de dizer que para nós que trabalhamos nesse assunto, por mais que estudemos, é sempre um desafio. Não basta uma abordagem na avaliação de intangíveis, é preciso ter uma visão abrangente, uma flexibilidade e uma receptividade para novas idéias, novas perspectivas. Eu tenho certeza de que o professor José Arnaldo Deutscher trará uma grande contribuição. Ele é economista, com doutorado em Engenharia de Produção pela COPPE/UFRJ, com tese defendida em avaliação de ativos intangíveis. É também professor do MBA da FGV­RJ, nas disciplinas de gestão do conhecimento e avaliação de ativos intangíveis, e consultor em desenvolvimento de planos de negócios e avaliação de empresas. É diretor da empresa Antera, que faz gestão de recursos. JOSÉ ARNALDO DEUTSCHER Eu acho importante dizer que eu sou economista, antes de qualquer outra qualificação. Minha formação é em economia e minha primeira pós­graduação foi em finanças. Isso é importante, porque eu vou tratar aqui da avaliação de ativos intangíveis. Ela foge um pouco ao que vocês provavelmente estão esperando. Tratarei dos ativos intangíveis de uma maneira que nós, da Engenharia de Produção da COPPE, entendemos. Esse trabalho, apesar de ser uma tese de doutorado, teve uma aplicação prática já falada hoje de manhã pela Helena Tenório, que foi o desenvolvimento de uma metodologia para o BNDES. Essa metodologia está sendo hoje implantada dentro do BNDES. O primeiro bloco de questões a serem abordadas aqui são os elementos críticos do diferencial competitivo da empresa. Não adianta entender de ativos intangíveis enquanto entidade isolada. Dificilmente um ativo intangível é negociado isoladamente. Pode­se até negociar uma patente, uma marca, mas em geral negocia­se uma empresa. Precisamos entender um intangível dentro de uma lógica maior da empresa, ou seja, o intangível está 136

dentro da empresa, entretanto a empresa está inserida num contexto muito maior, onde existe uma oportunidade, onde existe um mercado, onde existe a própria empresa com a sua visão, missão, seus ativos e competências que a levarão o diferencial competitivo. Isso tudo vai gerar uma proposição de valor e uma estratégia que acaba derivando um plano de ação, um plano de investimento e um fluxo de caixa. A visão do intangível é uma visão subordinada à oportunidade de mercado e à proposição de valor. Ela está entrelaçada. A primeira questão que vamos examinar é a oportunidade, o que está mudando do lado de fora da empresa. Examinamos vários ambientes – tecnológico, demográfico, social, regulatório e econômico. O que está mudando no ambiente tecnológico? Se eu olhar para TI, eu vou dizer que hoje todo o desenvolvimento é web. Se eu estiver olhando para a área de medicina, eu vou verificar aquilo que foi dito pelo José Fernando Perez, terapia molecular e celular. Quer dizer, eu vou buscar, ao invés de drogas, outras formas de terapia, ou então nanotecnologia, ou tecnologias ligadas a energias limpas, que têm uma série de rupturas, uma seria de mudanças tecnológicas. No aspecto demográfico e social, quais são as demandas da sociedade? Primeiramente a expectativa de vida. Vocês já pensaram na expectativa de vida? Hoje o brasileiro vive em media 72 anos, a família média brasileira caiu de quatro pessoas para 2,8 pessoas. O que isso modifica na demanda dos produtos? Os planos de saúde estão completamente perturbados com essa questão. O sistema de previdência também está com o cálculo atuarial totalmente arrebentado, pelo fato de a família brasileira estar diminuindo de tamanho. A empresa Sadia percebeu isso e começou a lançar embalagens quase individuais. Antigamente você comprava uma embalagem para 6 pessoas, e hoje você compra uma embalagem para duas. A percepção de energias limpas. Eu analiso permanentemente os investimentos feitos pelos investidores norte­americanos, e o que mais cresce hoje é o investimento em clean technologies ou energias limpas. Isso é uma demanda da sociedade que está gerando uma ruptura, gerando uma oportunidade. Quanto ao aspecto regulatório, o que as agências estão fazendo? O que a Lei da Inovação trouxe? Como fica a questão da transferência de tecnologia, que é um ponto importantíssimo para nossas discussões? Como se dá nesse contexto o crescimento de renda e consumo? Um dado relevante é que a expectativa atual é de que o consumo vai desabar. Quais são as oportunidades e ameaças que surgem no momento em que o consumo venha a cair? Nitidamente, o consumo estava inchado por conta do excesso de crédito, especialmente nos Estado Unidos. Qual é o impacto que isso traz? A primeira questão a ser examinada na hora em que pensamos em inovação, em um plano de negócios voltado para a inovação, é: o que está acontecendo do lado de fora da empresa? Esse lado de fora da empresa é fundamental para começarmos a perceber as mudanças existentes. As oportunidades existem porque existem rupturas. Essa é uma visão Schumpeteriana. Existe uma mudança de plataforma, seja ela econômica ou demográfica, que também impacta uma mudança sob o ponto de vista dos aspectos regulatórios e econômicos. O que acontece é que há uma possibilidade de reposicionamento dos players. Em segundo lugar, o que o mercado está pedindo? Quais são as novas demandas do mercado? Vamos falar em mercado ou em nicho? Segmentação, nicho, como é que os players estão se movimentando em função dessas novas demandas de mercado, quer dizer, em função das novas proposições de valor? Qual é nova proposição de valor? Eu não vou falar em produto, vou falar o tempo inteiro aqui em proposição de valor, porque o que eu entrego ao cliente é valor. Qual é o serviço que o cliente está querendo? Por exemplo, meus filhos casaram, saíram de casa, eu moro com minha esposa e, volta e meia, preciso de um serviço de suporte da NET. Eu ligo para a NET que me diz: “Perfeitamente, está marcado para quinta­feira”. Eu pergunto: “A que horas?”. E a NET responde: “Não podemos marcar 137

dentro da empresa, entretanto a empresa está inserida num contexto muito maior, onde<br />

existe uma oportunidade, onde existe um mercado, onde existe a própria empresa com a<br />

sua visão, missão, seus ativos e competências que a levarão o diferencial competitivo. Isso<br />

tudo vai gerar uma proposição de valor e uma estratégia que acaba derivando um plano de<br />

ação, um plano de investimento e um fluxo de caixa. A visão do intangível é uma visão<br />

subordinada à oportunidade de mercado e à proposição de valor. Ela está entrelaçada.<br />

A primeira questão que vamos examinar é a oportunidade, o que está mudando do<br />

lado de fora da empresa. Examinamos vários ambientes – tecnológico, demográfico, social,<br />

regulatório e econômico. O que está mudando no ambiente tecnológico? Se eu olhar para<br />

TI, eu vou dizer que hoje todo o desenvolvimento é web. Se eu estiver olhando para a área<br />

de medicina, eu vou verificar aquilo que foi dito pelo José Fernando Perez, terapia molecular<br />

e celular. Quer dizer, eu vou buscar, ao invés de drogas, outras formas de terapia, ou então<br />

nanotecnologia, ou tecnologias ligadas a energias limpas, que têm uma série de rupturas,<br />

uma seria de mudanças tecnológicas. No aspecto demográfico e social, quais são as<br />

demandas da sociedade? Primeiramente a expectativa de vida. Vocês já pensaram na<br />

expectativa de vida? Hoje o brasileiro vive em media 72 anos, a família média brasileira caiu<br />

de quatro pessoas para 2,8 pessoas. O que isso modifica na demanda dos produtos? Os<br />

planos de saúde estão completamente perturbados com essa questão. O sistema de<br />

previdência também está com o cálculo atuarial totalmente arrebentado, pelo fato de a<br />

família brasileira estar diminuindo de tamanho. A empresa Sadia percebeu isso e começou a<br />

lançar embalagens quase individuais. Antigamente você comprava uma embalagem para 6<br />

pessoas, e hoje você compra uma embalagem para duas.<br />

A percepção de energias limpas. Eu analiso permanentemente os investimentos<br />

feitos pelos investidores norte­americanos, e o que mais cresce hoje é o investimento em<br />

clean technologies ou energias limpas. Isso é uma demanda da sociedade que está gerando<br />

uma ruptura, gerando uma oportunidade.<br />

Quanto ao aspecto regulatório, o que as agências estão fazendo? O que a Lei da<br />

Inovação trouxe? Como fica a questão da transferência de tecnologia, que é um ponto<br />

importantíssimo para nossas discussões? Como se dá nesse contexto o crescimento de<br />

renda e consumo? Um dado relevante é que a expectativa atual é de que o consumo vai<br />

desabar. Quais são as oportunidades e ameaças que surgem no momento em que o<br />

consumo venha a cair? Nitidamente, o consumo estava inchado por conta do excesso de<br />

crédito, especialmente nos Estado Unidos. Qual é o impacto que isso traz?<br />

A primeira questão a ser examinada na hora em que pensamos em inovação, em um<br />

plano de negócios voltado para a inovação, é: o que está acontecendo do lado de fora da<br />

empresa? Esse lado de fora da empresa é fundamental para começarmos a perceber as<br />

mudanças existentes. As oportunidades existem porque existem rupturas. Essa é uma visão<br />

Schumpeteriana. Existe uma mudança de plataforma, seja ela econômica ou demográfica,<br />

que também impacta uma mudança sob o ponto de vista dos aspectos regulatórios e<br />

econômicos. O que acontece é que há uma possibilidade de reposicionamento dos players.<br />

Em segundo lugar, o que o mercado está pedindo? Quais são as novas demandas do<br />

mercado? Vamos falar em mercado ou em nicho? Segmentação, nicho, como é que os<br />

players estão se movimentando em função dessas novas demandas de mercado, quer<br />

dizer, em função das novas proposições de valor? Qual é nova proposição de valor? Eu não<br />

vou falar em produto, vou falar o tempo inteiro aqui em proposição de valor, porque o que eu<br />

entrego ao cliente é valor. Qual é o serviço que o cliente está querendo? Por exemplo, meus<br />

filhos casaram, saíram de casa, eu moro com minha esposa e, volta e meia, preciso de um<br />

serviço de suporte da NET. Eu ligo para a NET que me diz: “Perfeitamente, está marcado<br />

para quinta­feira”. Eu pergunto: “A que horas?”. E a NET responde: “Não podemos marcar<br />

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