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DIA 20 DE OUTUBRO - Redetec

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estabelecido o Acordo TRIPS, o qual, no âmbito da OMC, surge como um importante marco<br />

regulador para as transações na área de propriedade intelectual. Nos anos subseqüentes,<br />

outros tratados que conhecemos, como o Patent Cooperation Treaty (PCT) e o Protocolo de<br />

Madri para marcas, dentre outros, foram também estabelecidos. São tratados gerenciados<br />

pela OMPI.<br />

Nesse contexto inicial, os profissionais que atuavam na área de propriedade<br />

intelectual tinham formação jurídica. Também, o treinamento se dava “on the job” . Não<br />

existia muita oferta de cursos e disciplinas na área propriedade intelectual, mesmo na área<br />

de direito. Até hoje não é muito comum que as escolas de direito tenham disciplinas de<br />

propriedade intelectual. Normalmente a matéria está inserida em direito comercial ou em<br />

outras áreas do direito. A falta de oferta para formação é também um problema mesmo no<br />

setor jurídico, apesar de existir um número maior de programas na área de direito do que<br />

em outras áreas, como economia ou engenharia.<br />

Nessa época, todo esse esforço econômico de trocas comerciais, era ainda baseado<br />

em vantagens comparativas relacionadas a: terra, equipamentos, mão de obra barata, e não<br />

tanto a conhecimento. Mais recentemente, assistimos a uma diminuição muito grande do<br />

tempo de desenvolvimento tecnológico e de difusão de inovação tecnológica. Eu trago um<br />

trecho de um documento publicado pelo Escritório Europeu de Patentes (EPO), o qual<br />

recomendo como leitura e que está disponibilizado on­line. Chama­se Scenarios for the<br />

Future, publicado em <strong>20</strong>07. Nele estão descritos os desafios para o sistema de propriedade<br />

intelectual, desafios tecnológicos, jurídicos, de natureza política, para que o sistema de<br />

propriedade intelectual se ajuste a todas essas mudanças mais recentes ocorridas no<br />

âmbito econômico, social e até cultural. O trecho diz o seguinte: “Os primeiros passos<br />

tecnológicos da espécie humana foram a produção de instrumentos afiados, o controle do<br />

fogo, a invenção da roda. Nossa espécie levou alguns mil anos para o alcance de cada uma<br />

dessas descobertas vitais. No entanto, por volta de mil anos depois de Cristo, cada<br />

mudança de paradigma inventivo levou apenas em média um século para ocorrer. A<br />

velocidade, desde então, tem sido exponencial. Nos primeiros vinte anos do século XX,<br />

avanços tecnológicos superaram todos os alcançados no século XIX”. Essa é uma nova<br />

realidade. Que tipo de profissional na área de propriedade intelectual será necessário para<br />

resolver desafios nesse contexto?<br />

Reforçando essa idéia de avanço e de mudança tecnológica, chamo a atenção para<br />

o estudo de Manuel Castells, que é um professor de Berkeley, da área de planejamento<br />

urbano. Castells é um dos intelectuais que trabalhou na teorização do termo globalização.<br />

Ele atribui a rapidez das relações humanas e do movimento da informação ao surgimento de<br />

tecnologias da informação. Ele argumenta que a informática influi decisivamente em como o<br />

mundo se tornou tão globalizado e em como o ritmo de poder decisório se modificou. O<br />

mercado financeiro hoje opera de maneira diferente. As pessoas se comunicam de uma<br />

forma muito mais rápida. Com isso, o ciclo de produtos diminuiu. Está aí o exemplo do<br />

telefone. O telefone levou cinqüenta anos para ser adotado por um quarto da população<br />

americana, enquanto que para o celular o mesmo nível de difusão demorou sete anos para<br />

ser alcançado. Precisamos de pessoas para atuar nesse contexto.<br />

Essa slide monstra o dilema e os desafios da minha geração. Eu passei por um<br />

telefone preto, depois me lembro que era moda ter um telefone colorido em casa, de disco.<br />

Era o máximo ter um telefone vermelho em casa. Depois passamos para as teclas e, em<br />

seguida, para o telefone sem­fio. Por acaso, eu estava lendo uma revista espanhola que<br />

chama a minha geração de geração “x” e a geração dos meus filhos, que não conheceram<br />

nada disso, de geração Einstein. Eu comecei minha vida profissional com a máquina de<br />

escrever. Logo depois veio a máquina elétrica que permitia apagar, que já era o máximo. E<br />

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