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DIA 20 DE OUTUBRO - Redetec

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JOSÉ FERNANDO PEREZ<br />

Muito interessante ver a paisagem do outro lado. Passando doze anos como gestor<br />

público, você fica muito ocioso do recurso do contribuinte. Eu comecei a pensar diferente<br />

quando criamos o programa de pequenas empresas. Nesse programa tomamos a decisão<br />

de seguir o modelo americano do Small Business Innovative Research (SBIR). O modelo<br />

francês é um modelo mais católico, ele preserva o direito do Estado. A França tem um<br />

modelo parecido, a ANVAR, que se a empresa tiver sucesso, o Estado vira sócio dela. Na<br />

FAPESP seguimos o modelo americano, se a empresa tiver sucesso, isso será uma alegria,<br />

que bom para o país, ela vai pagar impostos. Queremos muito sucesso e nenhuma<br />

participação na propriedade intelectual, embora à época tenha havido muita resistência<br />

ideológica a isso.<br />

Outro dia fiquei emocionado porque vi uma empresa financiada pela FAPESP, que<br />

se chama Adespec Adesivos Especiais. Eu fiquei emocionado de ver a palestra da<br />

representante da empresa, porque ela mostrou o quanto a empresa estava dando de retorno<br />

de impostos e a projeção do retorno de impostos para frente. O que ela recolheu de<br />

impostos pagou de longe o investimento que a FAPESP fez, não só nela, mas em todo o<br />

sistema de inovação tecnológica. Na verdade, sobre essa questão, as agências de fomento<br />

têm que ter essa visão do retorno social. Olhando lá de dentro, às vezes ficamos<br />

preocupados, temos projetos com a FINEP e no fim tem uma cláusula que aceitamos,<br />

porque é um recurso muito expressivo. Temos financiamentos pesados da FINEP, tenho<br />

muito orgulho disso, mas no fim tem uma cláusula que pode inibir o investidor para uma<br />

segunda rodada de negociação. Eu acho que as agências de fomento têm que ter uma<br />

visão mais generosa sobre a questão do retorno. No BN<strong>DE</strong>S é diferente, o BN<strong>DE</strong>S é um<br />

banco e tem que ter participação no lucro, mas também acho que precisa aprender a<br />

assumir riscos nessas áreas.<br />

Na realidade nós temos um processo de aprendizado, todos os atores. Um grande<br />

progresso que foi feito no país nos últimos dez anos foi que o papel de cada um dos atores<br />

nesse processo de inovação tecnológica foi entendido nesse país. Mesmo os programas de<br />

subvenção econômica foram lançados, mas o dinheiro que entra na empresa para financiar<br />

a inovação tecnológica é visto pela Receita Federal como receita da empresa. A empresa<br />

imediatamente tem que pagar dez por cento de PIS e COFINS. Esse é um problema, vai ser<br />

resolvido, mas mesmo assim foi dado um passo para se resolver até esse tipo de problema.<br />

SHIRLEY COUTINHO<br />

Nós temos contratos onde a FINEP entrou com uma parte do dinheiro, uma empresa<br />

parceira entrou com uma parte, vamos dizer, um terço da FINEP e dois terços da empresa.<br />

A PUC­Rio entrou com professor, com mão­de­obra, infra­estrutura, conhecimento<br />

acumulado. O professor é um professor emérito, recebendo prêmios nacionais e<br />

internacionais. Na divisão dos resultados gerados com o contrato, dois terços da empresa,<br />

um terço da FINEP e zero para a PUC­Rio.<br />

JOSÉ FERNANDO PEREZ<br />

Falando sobre propriedade intelectual, tenho um comentário muito sério a ser feito,<br />

ainda sobre parceria universidade­empresa, que tem a ver com o nosso projeto. Há uma<br />

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