DIA 20 DE OUTUBRO - Redetec
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queremos ser uma empresa só de quatro anticorpos iniciais, e sabemos que existe um<br />
potencial muito grande de identificação de alvos. A pesquisa é muito intensa no Brasil e<br />
queremos na verdade estimular mais, fazendo com que universidades brasileiras se<br />
dediquem a essa questão de identificação de alvos. Nós queremos ser os portadores,<br />
porque nosso sonho como empresa é ser a empresa brasileira que pega esses alvos,<br />
desenvolve e os coloca no mercado.<br />
Essa questão de marcações é muito importante, porém é uma tecnologia que ainda<br />
não existe no Brasil, de marcação de anticorpos com metais radioativos. As nossas<br />
parcerias não só geram um produto importante para a empresa, mas desenvolvem novos<br />
conhecimentos com as instituições parceiras que enriquecem também. Na FAPESP, fui<br />
responsável por colocar o nome empresa no dicionário. A fundação só financiava pesquisa<br />
acadêmica. Nós criamos um programa de parceria universidade e empresa, mas sempre<br />
anunciamos claramente que não é para que a universidade seja uma prestadora de serviços<br />
da empresa, mas para fazer parcerias em que as universidades, de fato, se beneficiam. No<br />
caso do Instituto Butantan, que é um dos grandes produtores de vacina aqui no país, eles<br />
querem dominar a tecnologia de gerar anticorpos. O nosso projeto permite que eles<br />
controlem essa tecnologia de importância estratégica para o país. No caso de marcação,<br />
estamos montando uma parceria com o IPEN, para que ele domine essa tecnologia que<br />
envolve fazer a marcação, detalhe técnico de fazer uma quelação prévia do anticorpo, para<br />
pendurar nele um marcador radioativo. Isso é algo que queremos fazer no Brasil também, é<br />
uma tecnologia que estamos fazendo, que não é uma inovação, é uma inovação em termos<br />
de país. Estamos trazendo esse controle, esse domínio tecnológico, para as nossas<br />
instituições, e pretendemos fazer testes clínicos com anticorpo com marcador radioativo, de<br />
maneira que ele possa associar ação imunológica com ação radioterápica.<br />
JORGE ÁVILA<br />
Queria fazer uma pergunta ao professor Perez, mas antes gostaria de fazer uma<br />
observação sobre a questão da valoração da droga. Às vezes as pessoas pensam em<br />
valoração de patente com mentalidade de quem está valorando monopólio. Isso não é<br />
verdade na maioria esmagadora das situações. Porém, no caso de uma droga única para<br />
uma determinada finalidade, você tem sim um regime de monopólio. Extração máxima de<br />
valor em regime de monopólio, na verdade você conseguiria cobrando de cada um o preço<br />
mais alto que aquele um pudesse pagar. Por exemplo, vale infinito, mas eu não disponho de<br />
infinito, então eu abro mão do que para pagar isso? Gerenciar essa questão é algo<br />
impossível. Você não estabelece preço um a um. Em cada mercado você tende a encontrar<br />
aquele preço que multiplicado pela demanda àquele preço dá um maior valor. O que você<br />
tenta maximizar é o produto de preço vezes a quantidade vendida, porque o custo de<br />
produção é fixo. Para sair desse sistema que poderia jogar o preço para uma altura muito<br />
elevada, o governo norteamericano, ao fazer um sistema de encomenda, obriga o<br />
licenciamento das tecnologias que foram financiadas com recursos públicos, com recurso do<br />
Tesouro, a pelo menos uma empresa, para que se estabeleça algum nível de concorrência.<br />
Porém, o governo americano não permite que o licenciamento ocorra de maneira a fazer<br />
com que o preço se pareça com um preço de livre concorrência. Isso minaria totalmente o<br />
estímulo à inovação.<br />
O que eu queria perguntar ao Perez diz respeito à participação da FAPESP na<br />
propriedade intelectual gerada com o financiamento da pesquisa. Isso vale para a FAPESP<br />
e para outras agências. Eu tenho a intuição, não tenho certeza, de que isso diminui o valor<br />
da PI gerada, devido à burocracia que essa questão provavelmente enseja no<br />
licenciamento, nos controles que virão ao longo do tempo.<br />
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