16.04.2013 Views

DIA 20 DE OUTUBRO - Redetec

DIA 20 DE OUTUBRO - Redetec

DIA 20 DE OUTUBRO - Redetec

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

queremos ser uma empresa só de quatro anticorpos iniciais, e sabemos que existe um<br />

potencial muito grande de identificação de alvos. A pesquisa é muito intensa no Brasil e<br />

queremos na verdade estimular mais, fazendo com que universidades brasileiras se<br />

dediquem a essa questão de identificação de alvos. Nós queremos ser os portadores,<br />

porque nosso sonho como empresa é ser a empresa brasileira que pega esses alvos,<br />

desenvolve e os coloca no mercado.<br />

Essa questão de marcações é muito importante, porém é uma tecnologia que ainda<br />

não existe no Brasil, de marcação de anticorpos com metais radioativos. As nossas<br />

parcerias não só geram um produto importante para a empresa, mas desenvolvem novos<br />

conhecimentos com as instituições parceiras que enriquecem também. Na FAPESP, fui<br />

responsável por colocar o nome empresa no dicionário. A fundação só financiava pesquisa<br />

acadêmica. Nós criamos um programa de parceria universidade e empresa, mas sempre<br />

anunciamos claramente que não é para que a universidade seja uma prestadora de serviços<br />

da empresa, mas para fazer parcerias em que as universidades, de fato, se beneficiam. No<br />

caso do Instituto Butantan, que é um dos grandes produtores de vacina aqui no país, eles<br />

querem dominar a tecnologia de gerar anticorpos. O nosso projeto permite que eles<br />

controlem essa tecnologia de importância estratégica para o país. No caso de marcação,<br />

estamos montando uma parceria com o IPEN, para que ele domine essa tecnologia que<br />

envolve fazer a marcação, detalhe técnico de fazer uma quelação prévia do anticorpo, para<br />

pendurar nele um marcador radioativo. Isso é algo que queremos fazer no Brasil também, é<br />

uma tecnologia que estamos fazendo, que não é uma inovação, é uma inovação em termos<br />

de país. Estamos trazendo esse controle, esse domínio tecnológico, para as nossas<br />

instituições, e pretendemos fazer testes clínicos com anticorpo com marcador radioativo, de<br />

maneira que ele possa associar ação imunológica com ação radioterápica.<br />

JORGE ÁVILA<br />

Queria fazer uma pergunta ao professor Perez, mas antes gostaria de fazer uma<br />

observação sobre a questão da valoração da droga. Às vezes as pessoas pensam em<br />

valoração de patente com mentalidade de quem está valorando monopólio. Isso não é<br />

verdade na maioria esmagadora das situações. Porém, no caso de uma droga única para<br />

uma determinada finalidade, você tem sim um regime de monopólio. Extração máxima de<br />

valor em regime de monopólio, na verdade você conseguiria cobrando de cada um o preço<br />

mais alto que aquele um pudesse pagar. Por exemplo, vale infinito, mas eu não disponho de<br />

infinito, então eu abro mão do que para pagar isso? Gerenciar essa questão é algo<br />

impossível. Você não estabelece preço um a um. Em cada mercado você tende a encontrar<br />

aquele preço que multiplicado pela demanda àquele preço dá um maior valor. O que você<br />

tenta maximizar é o produto de preço vezes a quantidade vendida, porque o custo de<br />

produção é fixo. Para sair desse sistema que poderia jogar o preço para uma altura muito<br />

elevada, o governo norte­americano, ao fazer um sistema de encomenda, obriga o<br />

licenciamento das tecnologias que foram financiadas com recursos públicos, com recurso do<br />

Tesouro, a pelo menos uma empresa, para que se estabeleça algum nível de concorrência.<br />

Porém, o governo americano não permite que o licenciamento ocorra de maneira a fazer<br />

com que o preço se pareça com um preço de livre concorrência. Isso minaria totalmente o<br />

estímulo à inovação.<br />

O que eu queria perguntar ao Perez diz respeito à participação da FAPESP na<br />

propriedade intelectual gerada com o financiamento da pesquisa. Isso vale para a FAPESP<br />

e para outras agências. Eu tenho a intuição, não tenho certeza, de que isso diminui o valor<br />

da PI gerada, devido à burocracia que essa questão provavelmente enseja no<br />

licenciamento, nos controles que virão ao longo do tempo.<br />

101

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!