DIA 20 DE OUTUBRO - Redetec
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EUSEBI NOMEN<br />
Não autorizado.<br />
JOSÉ FERNANDO PEREZ<br />
Tenho mais um comentário a respeito disso. Eu mencionei um estado do Sachs, que é<br />
relevante ser comentado. A Goldman Sachs denuncia quatro aspectos relevantes de porque<br />
o câncer representa uma oportunidade para a biotecnologia moderna. Primeiro, como eu<br />
disse, há necessidades médicas. Segundo, pela natureza da doença, a aprovação pelo FDA<br />
é mais rápida, existe o fast track para muitas dessas situações. Em terceiro, em países<br />
como os Estados Unidos, não em países como o Reino Unido, o mercado é pouco sensível<br />
a preços, uma vez que o paciente está desesperado. Em quarto, muito interessante, o<br />
marketing desse tipo de droga é diferente do marketing usado no lançamento de um<br />
antiinflamatório, um analgésico novo, um Viagra novo. Para se conseguir uma fração de<br />
mercado, é necessário nesses casos um marketing muito grande. Aqui já é diferente. Os<br />
oncologistas estão ansiosos, os próprios pacientes estão muito bem informados. Há busca<br />
de novas opões. O câncer é uma oportunidade muito importante para o desenvolvimento da<br />
biotecnologia. Especialmente, esse campo de monoclonais é interessante porque, ao<br />
contrário da quimioterapia e embora ele não substitua, ele não tem efeitos adversos tão<br />
agressivos, porque ele é muito direcionado. Se ele não encontrar a molécula em que ele se<br />
associa (o alvo), é como mecanismo chave e fechadura, se ele encontrar a fechadura, ele<br />
gruda, se não, ele vai embora do organismo. Tem um estudo muito interessante na Revista<br />
Nature do ano passado que diz que o anticorpo é uma antidroga. Na realidade, a indústria<br />
farmacêutica não gosta disso, porque é difícil se preparar, você tem que fazer um processo<br />
biotecnológico, e é uma molécula muito grande que não pode ser sintetizada, mas tem essa<br />
vantagem de ter efeitos colaterais muito mais suaves que outros métodos. É quase que<br />
indecente se falar de negócios num contexto desse, por outro lado há um aspecto<br />
humanitário muito grande. A intenção é gerar novas opções de tratamento para pacientes.<br />
PLATÉIA<br />
Quero fazer uma pergunta ao professor Perez. O senhor mostrou um conjunto de<br />
fatores bastante interessante na sua empresa, justamente porque vem do licenciamento,<br />
vem do conjunto com a universidade e vem também do uso dos fomentadores. Na verdade,<br />
eu gostaria de perguntar como o senhor está trabalhando a Lei de Inovação com as<br />
universidades. E gostaria de perguntar também, embora o senhor tenha dito que não é<br />
médico, se esses anticorpos são marcadores para a radiação. E qual é o futuro da empresa,<br />
tendo em vista que o senhor falou no início, que são quatro anticorpos monoclonais que<br />
foram licenciados? A idéia é trabalhar só a reprodução ou a produção de novos<br />
marcadores?<br />
JOSÉ FERNANDO PEREZ<br />
A empresa começou com quatro anticorpos que foram licenciados. Curioso que nas<br />
nossas primeiras apresentações, dizíamos que no futuro nós pretendíamos ter outros alvos<br />
que fossem gerados pela pesquisa feita aqui no Brasil. Nós já geramos dois anticorpos<br />
novos e mais dois alvos foram identificados, frutos de um projeto de pesquisa, uma parceria<br />
da USP com o Hospital Albert Einstein, em que foram identificados dois alvos muito<br />
interessantes. Estamos gerando esses anticorpos e nossa idéia é gerar um pipeline. Não<br />
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