Querido John - Le Livros

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16.04.2013 Views

Dear John Nicholas Sparks escritório com um cheque e pedi que ele depositasse na conta aberta para financiar o tratamento de Tim. Eu conhecia os privilégios da relação advogado-cliente, e sabia que ele não diria nada a ninguém na cidade. Era importante não deixar Savannah saber o que eu tinha feito. Em qualquer casamento, só há espaço para duas pessoas. Entretanto, pedi ao advogado para me manter informado, e falei diversas vezes com ele no ano passado enquanto eu estava na Alemanha. Ele contou sobre quando contatou Savannah para dizer que um cliente queria fazer uma doação anônima e ser informado sobre o progresso de Tim. Ela desabou e caiu no choro quando ele disse a ela a quantia. Contou que, uma semana depois, ela levou Tim ao MD Anderson e ficou sabendo que ele era o candidato ideal para a vacina experimental que o instituto começaria a testar em novembro. Contou que, antes de começar o tratamento experimental, Tim fez bioquimioterapia e terapias auxiliares, e que os médicos estavam esperançosos de que isso mataria as células cancerígenas concentradas nos pulmões. Dois meses atrás, o advogado me ligou para contar que o tratamento tinha sido um sucesso, mais que os médicos esperavam, e agora Tim estava tecnicamente em remissão. Isso não garantia que ele iria viver até uma idade avançada, mas garantia uma chance de lutar, e isso é tudo que eu desejava para ambos. Queria que eles fossem felizes. Queria que ela fosse feliz. E, pelo o que eu tinha testemunhado hoje, eles eram. Vim porque precisava saber se tinha tomado a decisão certa ao vender as moedas por causa do tratamento de Tim; se tinha feito bem em nunca mais entrar em contato com ela. E, dali de cima, soube que a resposta era sim. Vendi a coleção porque finalmente compreendi o que o verdadeiro amor realmente significa. Tim havia me dito, e me mostrado, que o amor significava pensar mais na felicidade da outra pessoa do que na própria, não importa quão dolorosa seja sua escolha. Saí do quarto de hospital de Tim sabendo que ele estava certo. Mas fazer a coisa certa não foi fácil. Hoje em dia, levo a vida sentindo que falta algo, que preciso de algum modo tornar minha vida completa. Sei que meu sentimento por Savannah nunca mudará, e sempre terei dúvidas sobre a escolha que fiz.

Dear John Nicholas Sparks E ás vezes me pergunto se Savannah sente o mesmo. O que, naturalmente, explica o outro motivo pelo qual vim a Lenoir. *** Olho para o rancho quando a noite cai. É a primeira noite de lua cheia e, para mim, as lembranças sempre virão. Sempre vêm. Prendo a respiração quando a lua começa sua lenta ascensão sobre as montanhas, o brilho leitoso contornando o horizonte. As árvores se tornam prata líquida, e embora eu deseje mergulhar nas memórias agridoces, viro-me para observar o rancho novamente. Durante muito tempo, espero em vão. A lua continua sua lenta trajetória pelo céu. Uma a uma, as luzes da casa se apagam. Concentro-me ansiosamente na porta da frente, esperando pelo impossível. Sei que ela não vai aparecer, mas não consigo me forçar a ir embora. Inspiro lentamente, na esperança de chamá-la para fora. E quando finalmente, a vejo sair de casa, sinto um formigamento estranho na coluna, algo que nunca tinha experimentado antes. Ela para na escada, e então se vira parecendo olhar na minha direção. Congelo sem motivo, sei que é impossível ela me ver. De onde estou, observo Savannah fechar a porta silenciosamente atrás de si. Ela desce lentamente os degraus e vaga pelo jardim. Ela para e depois cruza os braços, olhando para trás, para se certificar que ninguém a seguiu. Finalmente, parece relaxar. Então, sinto como se estivesse presenciando um milagre, como, bem devagar, ela ergue o rosto para a lua. Eu a vejo sorver a imagem da lua cheia, inundada pelas memórias libertas, não desejando nada além de fazê-la saber que estou aqui. No entanto, fico onde estou e também olho para a lua. Por um breve instante, é como se estivéssemos juntos de novo. Fim

Dear <strong>John</strong> Nicholas Sparks<br />

E ás vezes me pergunto se Savannah sente o mesmo. O que, naturalmente, explica o<br />

outro motivo pelo qual vim a <strong>Le</strong>noir.<br />

***<br />

Olho para o rancho quando a noite cai. É a primeira noite de lua cheia e, para mim, as<br />

lembranças sempre virão. Sempre vêm. Prendo a respiração quando a lua começa sua lenta<br />

ascensão sobre as montanhas, o brilho leitoso contornando o horizonte. As árvores se tornam<br />

prata líquida, e embora eu deseje mergulhar nas memórias agridoces, viro-me para observar o<br />

rancho novamente.<br />

Durante muito tempo, espero em vão. A lua continua sua lenta trajetória pelo céu. Uma<br />

a uma, as luzes da casa se apagam. Concentro-me ansiosamente na porta da frente, esperando<br />

pelo impossível. Sei que ela não vai aparecer, mas não consigo me forçar a ir embora. Inspiro<br />

lentamente, na esperança de chamá-la para fora. E quando finalmente, a vejo sair de casa,<br />

sinto um formigamento estranho na coluna, algo que nunca tinha experimentado antes. Ela<br />

para na escada, e então se vira parecendo olhar na minha direção. Congelo sem motivo, sei<br />

que é impossível ela me ver. De onde estou, observo Savannah fechar a porta<br />

silenciosamente atrás de si. Ela desce lentamente os degraus e vaga pelo jardim.<br />

Ela para e depois cruza os braços, olhando para trás, para se certificar que ninguém a<br />

seguiu. Finalmente, parece relaxar. Então, sinto como se estivesse presenciando um milagre,<br />

como, bem devagar, ela ergue o rosto para a lua. Eu a vejo sorver a imagem da lua cheia,<br />

inundada pelas memórias libertas, não desejando nada além de fazê-la saber que estou aqui.<br />

No entanto, fico onde estou e também olho para a lua. Por um breve instante, é como se<br />

estivéssemos juntos de novo.<br />

Fim

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