Querido John - Le Livros

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Dear John Nicholas Sparks E Savannah, que me conhecia melhor do que ninguém, baixou os olhos como se de repente tivesse o mesmo entendimento. Ela me deu as costas no mesmo momento em que a porta da frente abriu, e ouvimos um gemido alto na escuridão. Alan... Eu me virei e corri para a sala de estar, Alan já tinha entrado na cozinha, e ouvi as portas dos armários sendo batidas, enquanto ele gemia, quase como se estivesse morrendo. Parei, sem saber o que fazer. Um momento depois, Savannah passou correndo e ajeitando a blusa. ―Alan! Estou chegando!‖, ela gritou com a voz frenética. ―Vai ficar tudo bem!‖ Alan continuou a gemer, e as portas a bater. ―Você precisa de ajuda?‖, perguntei. ―Não.‖ Ela sacudiu a cabeça. ―Deixa eu cuidar disso. Isso acontece algumas vezes quando ele chega no hospital.‖ Ela correu para a cozinha, e mal pude ouvi-la falando com ele. Sua voz se perdia em meio ao clamor, mas tinha firmeza. Mudando um pouco de lugar, eu a vi ao lado dele, tentando acalmá-lo. Não parecia ter qualquer efeito, e senti desejo de ajudar, mas Savannah permaneceu calma. Ela continuou a falar com voz inalterada e colocou a mão sobre a dele, acompanhando o bater das portas. Finalmente, depois do que pareceu uma eternidade, o bate-bate ficou mais lento e rítmico; por fim lentamente cessou. Os gemidos de Alan seguiram o mesmo padrão. A voz de Savannah estava mais suave, e eu não podia mais distinguir as palavras. Sentei no sofá. Minutos depois, levantei e fui até a janela. Estava escuro, as nuvens

Dear John Nicholas Sparks haviam se dissipado e havia um redemoinho de estrelas acima das montanhas. Curioso para saber o que estava acontecendo, fui até um ponto da sala de estar de onde vislumbrava a cozinha. Savannah e Alan estavam sentados no chão, encostados nos armários. Alan repousava a cabeça no colo dela, que acariciava seus cabelos com ternura. Ele piscava rapidamente, como se estivesse ligado e precisasse ficar sempre em movimento. As lágrimas brilhavam nos olhos de Savannah, mas havia concentração em seu olhar, e percebi que ela estava determinada a não demonstrar o quanto sofria. ―Eu o amo‖, ouvi Alan dizer. A voz profunda do hospital desapareceu; aquele era o apelo dolorido de um garotinho assustado. com medo.‖ ―Eu sei, querido. Também o amo tanto. Sei que você está com medo, e também estou Ouvia no tom da voz que ela falava a verdade. ―Eu o amo.‖, disse Alan repetidamente. ―Ele vai sair do hospital em dois dias. Os médicos estão fazendo tudo o que podem.‖ ―Eu o amo.‖ ―Eu sei. Eu também amo. Mais do que você pode imaginar.‖ Continuei a observá-los, sentindo-me um intruso, percebendo, de repente, que não pertencia àquele ambiente. Em todo o tempo que estive lá, Savannah não levantou os olhos, e me senti assombrado por tudo que havíamos perdido. Apalpei meu bolso, peguei as chaves e voltei-me para a saída, sentindo as lágrimas

Dear <strong>John</strong> Nicholas Sparks<br />

E Savannah, que me conhecia melhor do que ninguém, baixou os olhos como se de<br />

repente tivesse o mesmo entendimento. Ela me deu as costas no mesmo momento em que a<br />

porta da frente abriu, e ouvimos um gemido alto na escuridão.<br />

Alan...<br />

Eu me virei e corri para a sala de estar, Alan já tinha entrado na cozinha, e ouvi as<br />

portas dos armários sendo batidas, enquanto ele gemia, quase como se estivesse morrendo.<br />

Parei, sem saber o que fazer. Um momento depois, Savannah passou correndo e ajeitando a<br />

blusa.<br />

―Alan! Estou chegando!‖, ela gritou com a voz frenética. ―Vai ficar tudo bem!‖<br />

Alan continuou a gemer, e as portas a bater.<br />

―Você precisa de ajuda?‖, perguntei.<br />

―Não.‖ Ela sacudiu a cabeça. ―Deixa eu cuidar disso. Isso acontece algumas vezes<br />

quando ele chega no hospital.‖<br />

Ela correu para a cozinha, e mal pude ouvi-la falando com ele. Sua voz se perdia em<br />

meio ao clamor, mas tinha firmeza. Mudando um pouco de lugar, eu a vi ao lado dele,<br />

tentando acalmá-lo. Não parecia ter qualquer efeito, e senti desejo de ajudar, mas Savannah<br />

permaneceu calma. Ela continuou a falar com voz inalterada e colocou a mão sobre a dele,<br />

acompanhando o bater das portas.<br />

Finalmente, depois do que pareceu uma eternidade, o bate-bate ficou mais lento e<br />

rítmico; por fim lentamente cessou. Os gemidos de Alan seguiram o mesmo padrão. A voz de<br />

Savannah estava mais suave, e eu não podia mais distinguir as palavras.<br />

Sentei no sofá. Minutos depois, levantei e fui até a janela. Estava escuro, as nuvens

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