Querido John - Le Livros

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16.04.2013 Views

Dear John Nicholas Sparks expressão sonhadora no rosto. ―Fizemos a maior parte do trabalho nós mesmos. Como esta coza. Sei que precisamos de armários e piso novos, mas, quando nos mudamos, havia poças d‘água na sala de estar e nos quartos sempre que chovia. O que podíamos fazer? Tivemos de priorizar, e uma das primeiras coisas foi trocar todas as telhas do telhado. Devia estar quase 40 graus e eu lá em cima com uma pá, arrancando telhas, criando bolhas nas mãos. Mas... parecia o certo, sabe? Dois jovens começando a vida, trabalhando juntos para reformar sua casa? Havia uma sensação de... união. Foi a mesma coisa quando fizemos o piso da sala de estar. Deve ter levado duas semanas para lixar e nivelar de novo. Pintamos e envernizamos e, quando finalmente pudemos andar sobre ele, parecia o alicerce para o resto de nossas vidas.‖ ―Você faz parecer quase romântico.‖ ―Foi, de certa forma‖, ela concordou, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. ―Mas ultimamente não é tão romântico. Agora, só está ficando velho.‖ Eu ri inesperadamente, em seguida tossi e procurei um copo que não estava lá. Ela empurrou a cadeira para trás. ―Deixa eu pega um pouco de água para você‖, ela disse. Ela encheu um copo da torneira e colocou-o diante de mim. Enquanto bebia, sentia que ela me observava. ―O que foi?‖, perguntei. ―Não acredito no quanto você está diferente.‖ ―Eu?‖, achei difícil de acreditar. ―Sim, você‖, ela insistiu. ―Você está... mais velho.‖ ―Sim, eu sou mais velho.‖

Dear John Nicholas Sparks ―Eu sei, mas não é isso. São seus olhos. Eles estão... mais sérios do que antes. Como se tivessem visto o que não deveriam. Exaustos, por algum motivo.‖ Não disse nada em resposta, mas quando notou minha expressão, ela abanou a cabeça, envergonhada. ―Não deveria ter dito isso. Não imagino o que você passou nos últimos anos.‖ Dei outra garfada no cozido, pensando em seu comentário. ―Deixei o Iraque no início de 2004‖, disse. ―Estou na Alemanha desde então. Só uma parte do exército fica lá de cada vez, e nos revezamos. Provavelmente vou acabar voltando, mas não sei quando. Esperamos que as coisas se acalmem um pouco ate lá.‖ ―Você já não deveria ter saído do exército?‖ ―Eu me alistei de novo‖, disse. ―Não havia motivo para não fazer isso.‖ Ambos sabíamos a razão, e ela concordou. ―Quanto tempo agora?‖ ―Até 2007.‖ ―E depois?‖ ―Não tenho certeza. Posso ficar por mais alguns anos. Ou talvez vá para a faculdade. Quem sabe. Posso até me graduar em educação especial. Já ouvi maravilhas sobre a área.‖ Seu sorriso era estranhamente triste e, por instantes, nenhum de nós disse nada. ―Há quanto tempo você está casada?‖, perguntei. Ela ajeitou-se na cadeira. ―Vai fazer dois anos em novembro.‖ ―Você se casou aqui?‖

Dear <strong>John</strong> Nicholas Sparks<br />

expressão sonhadora no rosto. ―Fizemos a maior parte do trabalho nós mesmos. Como esta<br />

coza. Sei que precisamos de armários e piso novos, mas, quando nos mudamos, havia poças<br />

d‘água na sala de estar e nos quartos sempre que chovia. O que podíamos fazer? Tivemos de<br />

priorizar, e uma das primeiras coisas foi trocar todas as telhas do telhado. Devia estar quase<br />

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parecia o certo, sabe? Dois jovens começando a vida, trabalhando juntos para reformar sua<br />

casa? Havia uma sensação de... união. Foi a mesma coisa quando fizemos o piso da sala de<br />

estar. Deve ter levado duas semanas para lixar e nivelar de novo. Pintamos e envernizamos e,<br />

quando finalmente pudemos andar sobre ele, parecia o alicerce para o resto de nossas vidas.‖<br />

―Você faz parecer quase romântico.‖<br />

―Foi, de certa forma‖, ela concordou, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.<br />

―Mas ultimamente não é tão romântico. Agora, só está ficando velho.‖<br />

Eu ri inesperadamente, em seguida tossi e procurei um copo que não estava lá.<br />

Ela empurrou a cadeira para trás. ―Deixa eu pega um pouco de água para você‖, ela<br />

disse. Ela encheu um copo da torneira e colocou-o diante de mim. Enquanto bebia, sentia que<br />

ela me observava.<br />

―O que foi?‖, perguntei.<br />

―Não acredito no quanto você está diferente.‖<br />

―Eu?‖, achei difícil de acreditar.<br />

―Sim, você‖, ela insistiu. ―Você está... mais velho.‖<br />

―Sim, eu sou mais velho.‖

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