Querido John - Le Livros

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Dear John Nicholas Sparks em lados opostos do colchão. Pela manhã eu já tinha deixado pra lá, pronto para seguir em frente. Infelizmente, ela não. Enquanto eu estava fora pegando o jornal, ela deixou o apartamento sem tocar no café e eu acabei bebendo meu café sozinho. Eu sabia que tinha ido longe demais e planejei compensá-la assim que ela voltasse pra casa. Queria deixar claras as minhas preocupações, contá-la sobre o jantar que eu havia preparado e me desculpar pelo meu comportamento. Presumi que ela entenderia. Colocaríamos tudo para trás com um romântico jantar fora. Era o que eu achava que precisávamos, visto que íamos para Wilmington no dia seguinte para passar o fim de semana com o meu pai. Acredite ou não, eu queria vê-lo e assumi que ele estava ansioso para a minha visita também, do seu próprio modo. Diferente de Savannah, meu pai se superava em se tratando de expectativas. Pode não ter sido justo, mas Savannah tinha um papel diferente na minha vida naquela época. Balancei a cabeça. Savannah. Sempre Savannah. Tudo nessa viagem, tudo na minha vida, me dei conta, sempre tinha a ver com ela. À uma hora, eu tinha acabado de malhar, tomado banho, arrumado a maioria das minhas coisas e ligado para o restaurante para renovar minha reserva. Eu sabia da agenda de Savannah àquela altura e presumi que ela estaria chegando a qualquer minuto. Sem mais nada pra fazer, sentei no sofá e liguei a televisão. Programas de jogos, séries, programas de vendas e entrevistas eram entremeados com comerciais de advogados oportunistas. O tempo se arrastou enquanto eu esperava. Eu continuava andando até o pátio para olhar a vaga dela no estacionamento e chequei meu equipamento três ou quatro vezes. Savannah, eu pensei, estava certamente no caminho de casa, e eu me ocupei limpando a lava-louças. Alguns minutos depois, escovei meus dentes pela segunda vez, então olhei pela janela mais uma vez. Ainda sem Savannah. Liguei o rádio, ouvi algumas músicas e mudei de estação seis ou sete vezes antes de desligá-lo. Caminhei até o pátio novamente. Nada. Nessa hora, já eram quase

Dear John Nicholas Sparks duas. Me perguntei onde ela estaria, senti os resquícios da raiva crescendo novamente, mas os forcei a se afastar. Disse a mim mesmo que ela provavelmente teria uma explicação válida e repeti de novo quando esse argumento não se segurou. Abri minha bolsa e tirei de lá o último livro de Stephen King. Enchi um copo com água gelada, me acomodei no sofá, mas quando me dei conta de que estava lendo a mesma frase de novo, e de novo, coloquei o livro de lado. Outros quinze minutos se passaram. Depois trinta. Na hora que eu ouvi o carro de Savannah estacionando, minha mandíbula estava apertada e eu estava rangendo os dentes. Às três e quinze, ela empurrou a porta. Estava toda sorrisos, como se nada estivesse errado. "Oi, John," ela falou. Foi até a mesa e começou a desfazer sua bolsa. "Desculpe o atraso, mas depois da minha aula, uma estudante apareceu para me contar que ela tinha amado a minha aula e que por causa de mim ela queria se especializar em educação especial. Dá pra acreditar nisso? Ela queria dicas sobre o que fazer, que cadeiras pagar, quais professores eram os melhores... e o modo como ela ouviu minhas respostas..." Savannah sacudiu a cabeça. "Foi tão... recompensador. O modo como essa garota estava se segurando a tudo que eu dizia... bem, me faz sentir como se eu realmente estivesse fazendo a diferença para alguém. Você ouve professores falando sobre experiências como essa, mas eu nunca imaginei que aconteceria comigo." Forcei um sorriso e ela o tomou como um sinal para continuar. "De qualquer forma, ela perguntou se eu tinha algum tempo pra discutir isso e mesmo eu dizendo a ela que só tinha alguns minutos, uma coisa levou à outra e nós acabamos indo almoçar. Ela é mesmo especial, tem só dezessete anos mas se formou um ano mais cedo no ensino médio. Ela passou em algumas provas especiais, então ela já está no segundo ano da faculdade e vai pra escola de verão pra ir ainda mais longe. É impossível não admirá-la."

Dear <strong>John</strong> Nicholas Sparks<br />

em lados opostos do colchão. Pela manhã eu já tinha deixado pra lá, pronto para seguir em<br />

frente. Infelizmente, ela não.<br />

Enquanto eu estava fora pegando o jornal, ela deixou o apartamento sem tocar no café e<br />

eu acabei bebendo meu café sozinho.<br />

Eu sabia que tinha ido longe demais e planejei compensá-la assim que ela voltasse pra<br />

casa. Queria deixar claras as minhas preocupações, contá-la sobre o jantar que eu havia<br />

preparado e me desculpar pelo meu comportamento. Presumi que ela entenderia.<br />

Colocaríamos tudo para trás com um romântico jantar fora. Era o que eu achava que<br />

precisávamos, visto que íamos para Wilmington no dia seguinte para passar o fim de semana<br />

com o meu pai.<br />

Acredite ou não, eu queria vê-lo e assumi que ele estava ansioso para a minha visita<br />

também, do seu próprio modo. Diferente de Savannah, meu pai se superava em se tratando<br />

de expectativas. Pode não ter sido justo, mas Savannah tinha um papel diferente na minha<br />

vida naquela época. Balancei a cabeça. Savannah. Sempre Savannah. Tudo nessa viagem,<br />

tudo na minha vida, me dei conta, sempre tinha a ver com ela.<br />

À uma hora, eu tinha acabado de malhar, tomado banho, arrumado a maioria das<br />

minhas coisas e ligado para o restaurante para renovar minha reserva. Eu sabia da agenda de<br />

Savannah àquela altura e presumi que ela estaria chegando a qualquer minuto. Sem mais<br />

nada pra fazer, sentei no sofá e liguei a televisão. Programas de jogos, séries, programas de<br />

vendas e entrevistas eram entremeados com comerciais de advogados oportunistas. O tempo<br />

se arrastou enquanto eu esperava. Eu continuava andando até o pátio para olhar a vaga dela<br />

no estacionamento e chequei meu equipamento três ou quatro vezes. Savannah, eu pensei,<br />

estava certamente no caminho de casa, e eu me ocupei limpando a lava-louças. Alguns<br />

minutos depois, escovei meus dentes pela segunda vez, então olhei pela janela mais uma vez.<br />

Ainda sem Savannah. Liguei o rádio, ouvi algumas músicas e mudei de estação seis ou sete<br />

vezes antes de desligá-lo. Caminhei até o pátio novamente. Nada. Nessa hora, já eram quase

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