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Querido John - Le Livros

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Dear <strong>John</strong> Nicholas Sparks<br />

Eu passei sete meses preguiçosos nos Balcãs - primeiro na Macedônia em 1999, depois em<br />

Kosovo onde eu fiquei até o final da primavera de 2000. A vida no exército não pagava<br />

muito, mas considerando que não havia aluguel, gastos com comida e realmente nada com o<br />

que gastar meus salários até mesmo quando eu os recebia, eu tinha dinheiro no banco pela<br />

primeira vez. Não muito, mas o suficiente.<br />

*Lugar onde os soldados são treinados.<br />

Eu passei a minha primeira licença em casa completamente entediado.<br />

A minha segunda licença eu passei em Las Vegas. Um dos meus colegas tinha crescido<br />

lá, e três de nós ficamos na casa dos pais dele. Eu acabei com praticamente tudo que tinha<br />

economizado. Na minha terceira licença, depois de voltar de Kosovo, eu estava<br />

desesperadamente necessitando de uma pausa e decidi voltar pra casa, esperando que o tédio<br />

da visita fosse acalmar a minha mente. Por causa da distância, meu pai e eu raramente<br />

falávamos no telefone, mas ele me escrevia cartas que eram sempre seladas no primeiro dia<br />

de cada mês. Elas não eram como as que meus colegas recebiam de suas mães, irmãs e<br />

esposas. Nada muito pessoal, nada piegas, e nunca uma palavra que sugerisse que ele sentia a<br />

minha falta. E ele tão pouco mencionava moedas. Ao invés disso, ele escrevia sobre<br />

mudanças na vizinhança e muito sobre o tempo; quando eu escrevi para contar a ele sobre<br />

um fogo cruzado bem cabeludo que eu tive nos Balcãs, ele escreveu de volta pra dizer que<br />

estava feliz que eu tinha sobrevivido, mas não disse mais nada sobre isso. Eu sabia pelo<br />

modo que ele tinha expressado sua resposta que ele não queria ouvir sobre as coisas<br />

perigosas que eu fazia. O fato de eu estar em perigo o aterrorizava, então eu comecei a omitir<br />

as coisas assustadoras. Ao invés disso, eu mandava cartas sobre como o dever de guarda era,<br />

sem sombra de dúvida, o emprego mais entediante e a única coisa excitante que acontecia<br />

comigo era tentar adivinhar quantos cigarros os outros guardas fumariam em uma única<br />

tarde. Meu pai terminava cada carta com a promessa de que escreveria de novo logo, e mais<br />

uma vez, o homem não me decepcionou. Ele era, eu comecei a acreditar nisso a muito tempo,<br />

um homem muito melhor do que eu jamais serei.<br />

Mas eu tinha crescido nos últimos três anos. Sim, eu sei, sou um clichê ambulante -

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