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Querido John - Le Livros

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Dear <strong>John</strong> Nicholas Sparks<br />

gramados que nós usávamos para jogos de futebol. Me deitei de costas e encarei a lua,<br />

lembrando de tudo e odiando o fato de que eu estava tão distante.<br />

Desde o começo, as ligações e cartas entre nós eram regulares. Nós também<br />

enviávamos e-mails, mas eu logo descobri que Savannah preferia escrever e ela queria que eu<br />

fizesse o mesmo. "Eu sei que não é tão rápido quanto e-mail, mas é disso que eu gosto," ela<br />

me escreveu. "Eu gosto da surpresa de achar uma carta na caixa do correio e da antecipação<br />

ansiosa que eu sinto quanto me preparo para abri-la. Gosto do fato de que eu posso levá-la<br />

comigo para ler no meu tempo livre e que eu posso me encostar numa árvore e sentir a brisa<br />

em meu rosto quando vejo suas palavras no papel. Gosto de imaginar como você estava<br />

enquanto escrevia: o que você estava usando, as coisas ao seu redor, o modo como você<br />

segurava a caneta. Eu sei que é clichê e está provavelmente errado, mas eu continuo<br />

pensando em você sentado em uma tenda numa mesa improvisada, com uma lâmpada à óleo<br />

queimando ao seu lado enquanto o vento sopra do lado de fora. É muito mais romântico do<br />

que ler algo na mesma máquina que você usa para baixar músicas ou fazer uma pesquisa."<br />

Eu sorri com isso. Ela estava, afinal, errada sobre a tenda e a mesa improvisada ou a<br />

lâmpada à óleo, mas eu tinha que admitir que era uma visão mais interessante do que a<br />

realidade da lâmpada fluorescente e a mesa feita pelo governo dentro do meu quartel de<br />

madeira.<br />

Enquanto os dias e semanas passavam, o meu amor por Savannah parecia crescer mais<br />

e mais. Algumas vezes eu escapava dos caras para ficar sozinho. <strong>Le</strong>vava a foto de Savannah<br />

e a segurava perto, estudando cada característica. Era estranho, mas tanto quanto eu a amava<br />

e lembrava do nosso tempo juntos, descobri que enquanto o verão se tornava outono e depois<br />

mudava para o inverno, eu estava mais e mais agradecido pela fotografia. Sim, me convenci<br />

de que podia lembrar dela exatamente, mas quando era honesto comigo mesmo, sabia que<br />

estava perdendo os detalhes. Ou talvez, me dei conta, eu nunca os tivesse notado. Na foto,<br />

por exemplo, descobri que Savannah tinha uma pequena pinta abaixo de seu olho esquerdo,<br />

algo que eu, de alguma forma, não tinha notado. Ou que, de perto, seu sorriso era<br />

ligeiramente torto. Essas eram imperfeições que de alguma forma a faziam perfeita aos meus

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