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Querido John - Le Livros

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Dear <strong>John</strong> Nicholas Sparks<br />

enquanto outras, até pessoas com um autismo mais intenso-como o personagem de Dustin<br />

Hoffman em Rain Man - eram considerados gênios em assuntos específicos. Alguns podiam<br />

funcionar tão bem em sociedade que ninguém nem mesmo sabia; outros tinham que ser<br />

internados. Li perfis de pessoas com Asperger que eram prodígios em música ou matemática,<br />

mas eu aprendi que eles eram tão raros como prodígios entre a população geral. Mas, mais<br />

importante, eu aprendi que quando meu pai era jovem, haviam poucos médicos que<br />

entendiam as características ou os sintomas e que se algo tivesse dado errado, seus pais<br />

podiam nunca ter sabido. Crianças com Asperger ou autismo era geralmente tidas como<br />

retardadas ou tímidas, e se eles não fossem internados, os pais se confortavam com a<br />

esperança de que algum dia seus filhos iriam sair dessa situação. A diferença entre autismo e<br />

Asperger podia algumas vezes ser resumida pelo seguinte: Uma pessoa com autismo vive em<br />

seu próprio mundo, enquanto uma pessoa com Asperger vive em nosso mundo de uma<br />

maneira que ela própria escolhe.<br />

Por esse padrão, poderia ser dito que a maioria das pessoas tem Asperger. Mas havia<br />

algumas indicações de que Savannah estava certa sobre meu pai. Suas rotinas imutáveis, sua<br />

estranheza social, sua falta de interesse em assuntos que não fossem moedas, seu desejo de<br />

estar sozinho- tudo parecia caprichos que qualquer um poderia ter, mas com meu pai era<br />

diferente. Enquanto outros poderiam livremente fazer estas mesmas escolhas, meu pai-como<br />

algumas pessoas com Asperger - parecia ter sido forçado a viver uma vida com essas<br />

escolhas já predeterminadas. No mínimo, eu aprendi que isso pode explicar o comportamento<br />

do meu pai, e sendo assim, não era que ele não queria mudar, mas que ele não podia. Mesmo<br />

com toda a incerteza implicada, achei a descoberta confortante. E, me dei conta, explicava<br />

duas questões que sempre tinha me atormentado a respeito da minha mãe: O que ela tinha<br />

visto nele? E por que ela foi embora?<br />

Eu sabia que nunca saberia e não tinha intenção de ir mais longe.<br />

Mas com uma imaginação saltitante em uma casa silenciosa, eu podia imaginar um<br />

homem quieto que começou uma conversa sobre sua coleção rara de moedas com uma pobre

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