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Querido John - Le Livros

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Dear <strong>John</strong> Nicholas Sparks<br />

requeresse uma sombra de responsabilidade.<br />

*Um tipo de corte de cabelo que é bem curtinho, tipo militar mesmo, sabem? Procurei<br />

uma tradução, mas a melhorzinha que eu achei foi "corte de cabelo à escovinha", aí não dá<br />

né?<br />

**Reserve Officer Training Corps, Subdivisão de Treinamento de Oficiais da Reserva,<br />

um tipo de colégio militar.<br />

Eu caí na última categoria. Nos dois primeiros anos depois da formatura, eu tive uma<br />

sucessão de empregos, trabalhando como garçom no Outback Steakhouse, recolhendo<br />

canhotos de ingressos no cinema local, carregando e descarregando caixas na Staples,<br />

fazendo panquecas na Waffle House, e trabalhando como caixa em alguns lugares turísticos<br />

que vendiam porcarias para as pessoas de fora da cidade. Eu gastava cada centavo que<br />

ganhava, não tinha nenhuma ilusão sobre ascender na escala profissional, e acabei sendo<br />

despedido de todo trabalho que eu tive. Por um tempo, eu não me importava. Estava vivendo<br />

minha vida. Eu era profissional em surfar e dormir até tarde, e visto que eu ainda estava<br />

vivendo em casa, nada do que eu ganhava era necessário pra coisas como aluguel ou comida<br />

ou seguro ou preparação para o futuro. Além disso, nenhum dos meus amigos estava melhor<br />

do que eu. Eu não me lembro de ser particularmente infeliz, mas depois de um tempo fiquei<br />

cansado da minha vida. Não a parte do surf - em 1996, os furacões Bertha e Fran atingiram a<br />

costa, e aquelas foram algumas das melhores ondas em anos - mas ir pro bar <strong>Le</strong>roy's depois<br />

do surf. Eu comecei a perceber que toda noite era a mesma. Eu bebia cerveja e esbarrava com<br />

alguém que conhecia da escola, e eles perguntavam o que eu estava fazendo e eu lhes dizia, e<br />

eles me contavam o que estavam fazendo, e não precisava ser um gênio pra se dar conta de<br />

que os dois estavam na estrada mais rápida pra lugar nenhum. Mesmo se eles tivessem suas<br />

próprias casas, o que eu não tinha, eu nunca acreditei neles quando me contavam que<br />

gostavam de seus trabalhos como cavadores de valeta ou limpadores de janela ou<br />

transportadores de Porta Potti*, porque eu sabia muito bem que nenhum desses trabalhos era<br />

o tipo de ocupação que eles cresceram sonhando em ter. Eu posso ter sido preguiçoso na sala<br />

de aula, mas eu não era burro.<br />

*Vaso sanitário portátil.

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