Querido John - Le Livros

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Dear John Nicholas Sparks música, primeiramente, e quando fiz 14 anos, eu passava muito pouco tempo em casa. Meu ressentimento começou a crescer também. Pouco a pouco, eu comecei a notar diferenças no modo que nós vivíamos quando me comparava com a maioria dos meus amigos. Enquanto eles tinham dinheiro para gastar indo ao cinema ou comprando um par de óculos estiloso, eu me achava procurando por moedas no sofá pra comprar um hambúrguer no McDOnald's. Mais do que alguns dos meus amigos receberam carros nos seus aniversários de 16 anos; meu pai me deu um dólar prateado Morgan de 1883 cunhado em Carson City. Os rasgos do nosso sofá usado eram cobertos por um cobertor, e nós éramos a única família que eu conheço que não tinha tv a cabo ou um forno microondas. Quando a nossa geladeira quebrou, ele comprou uma usada que era da cor do tom mais horroroso de verde do mundo, uma cor que não combinava com mais nada na cozinha. Eu ficava com vergonha só de pensar em chamar meus amigos para me visitar, e culpei meu pai por isso. Eu sei que era muito ridículo eu me sentir assim - se a falta de dinheiro me incomodava tanto, eu poderia ter aparado gramados ou arranjado empregos estranhos, por exemplo, mas as coisas eram assim. Eu era cego como um caracol e bobo como um camelo, mas mesmo que eu lhe dissesse que eu me arrependo da minha imaturidade agora, eu não posso desfazer o passado. Meu pai sentiu que alguma coisa estava mudando, mas ele estava perdido sobre o que fazer com a gente. Ele tentou, no entanto, do único modo que ele sabia, do único modo que o pai dele sabia. Ele falava sobre moedas-era o único assunto que ele podia discutir com facilidade-e continuou a fazer meus cafés-da-manhã e jantares; mas o nosso estranhamento cresceu com o tempo. Ao mesmo tempo, eu me afastei dos amigos que eu sempre conheci. Eles começaram a fazer panelinhas, baseadas principalmente em que filmes eles iriam ver ou nas últimas camisas que eles tinham comprado no shopping, eu percebi que estava olhando pra eles de fora. Que se danem, eu pensei. No Ensino Médio, existe sempre um espaço pra todo mundo, eu comecei a me juntar com o tipo errado de pessoas, pessoas que não davam a mínima pra nada, o que me deixava não dando a mínima também. Eu comecei a cabular aulas e a fumar e fui suspenso três vezes por brigar.

Dear John Nicholas Sparks Eu desisti dos esportes também. Eu tinha jogado futebol americano, basquete e praticado corrida até o segundo ano, e embora meu pai algumas vezes perguntasse como eu tinha ido quando eu chegava em casa, ele parecia desconfortável se eu entrasse em detalhes, visto que era óbvio que ele não sabia nada de esportes. Ele nunca participou de um time na vida. Ele apareceu para um único jogo de basquete durante o meu segundo ano. Sentou nas arquibancadas, um estranho cara careca vestindo uma jaqueta de esportes usada e meias que não combinavam. Embora ele não fosse obeso, suas calças apertavam na cintura, fazendo-o parecer como se estivesse grávido de três meses, e eu sabia que não queria ter nada a ver com ele. Eu fiquei desconcertado com a sua aparência e depois do jogo eu o evitei. Não sinto orgulho de mim mesmo por isso, mas era assim que eu era. As coisas pioraram. No meu último ano, minha rebeldia atingiu um ponto alto. Minhas notas vinham escorregando por dois anos, mais por preguiça e falta de cuidado que por inteligência (eu gosto de pensar), e mais de uma vez meu pai me pegou entrando às escondidas em casa com bafo de birita. Eu fui escoltado até em casa pela polícia depois de ser encontrado em uma festa onde drogas e bebida eram evidentes, e quando meu pai me colocou de castigo, eu fiquei na casa de um amigo por algumas semanas depois de esbravejar com ele para cuidar da sua própria vida. Ele não disse nada quando eu voltei; ao invés disso, ovos mexidos, torradas e bacon estavam na mesa de manhã como sempre. Eu mal passei de ano, e suspeito que a escola deixou eu me formar simplesmente porque me queriam fora de lá. Eu sei que meu pai estava preocupado, e ele às vezes, do seu modo tímido, abordava o assunto da universidade, mas nesse tempo, eu já tinha decidido não ir. Eu queria um emprego, eu queria um carro, eu queria aquelas coisas materiais que eu tinha vivido dezoito anos sem. Eu não disse nada pra ele sobre isso de um jeito ou de outro até o verão depois da formatura, mas quando ele se deu conta que eu não tinha nem me inscrito em alguma universidade, ele se trancou em sua toca pelo resto da noite e não me disse nada durante o nosso ovos com bacon na manhã seguinte. Mais tarde naquele dia, ele tentou me envolver em outra discussão sobre moedas, como se estivesse se agarrando ao companheirismo que tinha de algum modo se perdido entre nós.

Dear <strong>John</strong> Nicholas Sparks<br />

música, primeiramente, e quando fiz 14 anos, eu passava muito pouco tempo em casa. Meu<br />

ressentimento começou a crescer também. Pouco a pouco, eu comecei a notar diferenças no<br />

modo que nós vivíamos quando me comparava com a maioria dos meus amigos. Enquanto<br />

eles tinham dinheiro para gastar indo ao cinema ou comprando um par de óculos estiloso, eu<br />

me achava procurando por moedas no sofá pra comprar um hambúrguer no McDOnald's.<br />

Mais do que alguns dos meus amigos receberam carros nos seus aniversários de 16 anos;<br />

meu pai me deu um dólar prateado Morgan de 1883 cunhado em Carson City. Os rasgos do<br />

nosso sofá usado eram cobertos por um cobertor, e nós éramos a única família que eu<br />

conheço que não tinha tv a cabo ou um forno microondas.<br />

Quando a nossa geladeira quebrou, ele comprou uma usada que era da cor do tom mais<br />

horroroso de verde do mundo, uma cor que não combinava com mais nada na cozinha. Eu<br />

ficava com vergonha só de pensar em chamar meus amigos para me visitar, e culpei meu pai<br />

por isso. Eu sei que era muito ridículo eu me sentir assim - se a falta de dinheiro me<br />

incomodava tanto, eu poderia ter aparado gramados ou arranjado empregos estranhos, por<br />

exemplo, mas as coisas eram assim. Eu era cego como um caracol e bobo como um camelo,<br />

mas mesmo que eu lhe dissesse que eu me arrependo da minha imaturidade agora, eu não<br />

posso desfazer o passado.<br />

Meu pai sentiu que alguma coisa estava mudando, mas ele estava perdido sobre o que<br />

fazer com a gente. Ele tentou, no entanto, do único modo que ele sabia, do único modo que o<br />

pai dele sabia. Ele falava sobre moedas-era o único assunto que ele podia discutir com<br />

facilidade-e continuou a fazer meus cafés-da-manhã e jantares; mas o nosso estranhamento<br />

cresceu com o tempo. Ao mesmo tempo, eu me afastei dos amigos que eu sempre conheci.<br />

Eles começaram a fazer panelinhas, baseadas principalmente em que filmes eles iriam ver ou<br />

nas últimas camisas que eles tinham comprado no shopping, eu percebi que estava olhando<br />

pra eles de fora. Que se danem, eu pensei. No Ensino Médio, existe sempre um espaço pra<br />

todo mundo, eu comecei a me juntar com o tipo errado de pessoas, pessoas que não davam a<br />

mínima pra nada, o que me deixava não dando a mínima também. Eu comecei a cabular<br />

aulas e a fumar e fui suspenso três vezes por brigar.

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