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clipping 10 de Agosto - Museu Paraense Emílio Goeldi

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Informe - Ca<strong>de</strong>ia Produtiva dos <strong>Museu</strong>s: responda a pesquisa até o dia 24<br />

Belém, <strong>10</strong> <strong>de</strong> <strong>Agosto</strong> <strong>de</strong> 2012<br />

O Ibram também prorrogou o prazo para que as instituições museais participem da pesquisa que está<br />

realizando sobre a ca<strong>de</strong>ia produtiva dos museus brasileiros. O questionário <strong>de</strong> múltipla escolha, que é <strong>de</strong><br />

fácil preenchimento e leva poucos minutos para ser respondido, po<strong>de</strong> ser acessado aqui.<br />

O objetivo do levantamento é i<strong>de</strong>ntificar os elos econômicos acionados com a ativida<strong>de</strong> dos museus.<br />

Ainda pouco difundido na área cultural, o conceito <strong>de</strong> “ca<strong>de</strong>ia produtiva” representa um esforço em<br />

compreen<strong>de</strong>r quem são os agentes econômicos e <strong>de</strong> que forma eles participam da economia gerada<br />

pela ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado setor.<br />

As respostas fornecidas não serão utilizadas para fins <strong>de</strong> fiscalização ou <strong>de</strong> controle, uma vez que a<br />

confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong> individual das informações prestadas será preservada. A análise, a divulgação e o<br />

tratamento dos dados e informações serão realizados <strong>de</strong> maneira agregada, sem permitir particularizar<br />

ou i<strong>de</strong>ntificar a instituição participante.<br />

Ao respon<strong>de</strong>r à pesquisa, você e o seu museu ajudam o Ibram a construir um núcleo sólido <strong>de</strong><br />

informações que irão subsidiar futuras <strong>de</strong>cisões para o campo museal. Participe!<br />

Primavera dos <strong>Museu</strong>s: inscrições prorrogadas até a próxima sexta<br />

Foram prorrogadas para até a próxima sexta-feira (17) as inscrições para museus e outras instituições<br />

culturais interessadas em participar da 6ª Primavera dos <strong>Museu</strong>s, que encerrariam hoje. A temporada<br />

anual <strong>de</strong> eventos, que acontece <strong>de</strong> 24 a 30 <strong>de</strong> setembro, terá como tema nesta edição “A Função Social<br />

dos <strong>Museu</strong>s”.<br />

Seminários, exposições, oficinas, espetáculos musicais, <strong>de</strong> teatro e <strong>de</strong> dança, mesas-redondas, visitas<br />

guiadas e exibições <strong>de</strong> filmes são alguns dos eventos que po<strong>de</strong>m ser realizados pelas instituições<br />

participantes.<br />

As inscrições po<strong>de</strong>m ser feitas aqui. Após inscritas, as instituições assumem a responsabilida<strong>de</strong> pela<br />

realização dos eventos. A programação nacional da 6ª Primavera dos <strong>Museu</strong>s será divulgada pelo Ibram,<br />

que lançará um guia virtual.<br />

<strong>Museu</strong>s e mudança social - Este ano, a Primavera dos <strong>Museu</strong>s convida as instituições participantes a<br />

refletir sobre o papel <strong>de</strong>cisivo que <strong>de</strong>sempenham na educação, formação das consciências e reflexão<br />

sobre o cotidiano no contexto <strong>de</strong> suas realida<strong>de</strong>s.<br />

O tema escolhido alu<strong>de</strong> à Declaração da Mesa Redonda <strong>de</strong> Santiago do Chile, publicada em 1972. A<br />

partir <strong>de</strong>la, os museus passaram a ser entendidos como instrumentos <strong>de</strong> mudança social.


Informe - Programa apoia a pesquisa<br />

Edital oferece <strong>de</strong>z bolsas <strong>de</strong> iniciação científica para alunos <strong>de</strong> graduação. Inscrições seguem até dia 21.<br />

O Instituto Evandro Chagas (IEC) e a Fundação Amazônia <strong>Paraense</strong> (Fapespa) estão com as inscrições<br />

abertas até o dia 21 <strong>de</strong>ste mês para o Programa Institucional <strong>de</strong> Bolsas <strong>de</strong> Iniciação Científica. O projeto<br />

oferece <strong>10</strong> vagas, <strong>de</strong>stinadas aos alunos <strong>de</strong> graduação, com o objetivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar a vocação científica<br />

e o aumento da produção na área.<br />

Após o término das inscrições, que <strong>de</strong>vem ser feitas pelo site www.iec.pa.gov.br/pibic, a divulgação das<br />

avaliações será feita até o dia 28. A implementação das bolsas está prevista para 1º <strong>de</strong> outubro, com<br />

vigência <strong>de</strong> até <strong>de</strong>z meses.<br />

Os orientadores dos bolsistas também passarão por seleção. Eles <strong>de</strong>vem pertencer ao quadro efetivo<br />

ou estarem regularmente vinculados ao IEC, além <strong>de</strong> possuírem título <strong>de</strong> Doutor e/ou Mestre. Os<br />

interessados na bolsa precisam ter coeficiente <strong>de</strong> rendimento maior ou igual a seis, comprovado em<br />

histórico escolar atualizado e não possuir vínculo empregatício ou receber outra modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> bolsa.<br />

Para se inscrever, é necessário enviar um plano <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> até seis páginas, apresentando a<br />

viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> execução do projeto no prazo previsto para a bolsa. O mo<strong>de</strong>lo solicitado pela instituição<br />

está disponível no portal do IEC. Os bolsistas aprovados <strong>de</strong>verão apresentar um relatório parcial,<br />

após quatro meses, e outro ao final do período <strong>de</strong> vigência da bolsa. Mais informações sobre as<br />

condições para disputar uma das vagas po<strong>de</strong>m ser obtidas pelo telefone 3214-2236 ou através do email<br />

pibic@iec.pa.gov.br.<br />

Jornal Amazônia, <strong>10</strong>/08/2012


Informe - Re<strong>de</strong> Nossa Belém promove o evento “Programa Cida<strong>de</strong>s Sustentáveis”<br />

No dia, 14/08, às 16h, o Programa Cida<strong>de</strong>s Sustentáveis, por meio da Re<strong>de</strong> Nossa Belém, promoverá<br />

o evento "Programa Cida<strong>de</strong>s Sustentáveis: uma proposta para o <strong>de</strong>senvolvimento justo e sustentável<br />

dos municípios paraenses". Na ocasião, dirigentes partidários, candidato(a)s a prefeito(a) da Região<br />

Metropolitana <strong>de</strong> Belém, po<strong>de</strong>rão assinar a carta-compromisso com o Programa Cida<strong>de</strong>s Sustentáveis,<br />

incorporando a sua plataforma eleitoral uma agenda para a sustentabilida<strong>de</strong> dos municípios que<br />

administrarão a partir <strong>de</strong> 2013.<br />

Além dos representantes dos partidos políticos, representantes <strong>de</strong> órgãos <strong>de</strong> controle governamental e<br />

<strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s da socieda<strong>de</strong> civil serão convidados a participarem do evento e <strong>de</strong>senvolverem ações em<br />

conjunto com os municípios participantes do Programa Cida<strong>de</strong>s Sustentáveis.<br />

O evento tem o objetivo <strong>de</strong> ratificar os compromissos já assumidos por pré-candidatos e candidato(a)s<br />

a prefeito(a) que ainda não assinaram a carta-compromisso, bem como apresentar as possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

abordagem pela socieda<strong>de</strong> civil antes e <strong>de</strong>pois das eleições municipais.<br />

Em Belém, já assinaram a carta-compromisso, ainda na condição <strong>de</strong> pré-candidatos: Zenaldo Coutinho<br />

(Coligação União Em Defesa <strong>de</strong> Belém), Alfredo Costa (Coligação Frente Popular Muda Belém) e<br />

Arnaldo Jordy (Coligação Belém Tem Jeito). Edmilson Rodrigues (Coligação Belém Nas Mão do Povo)<br />

assinou o referido documento na condição <strong>de</strong> dirigente partidário.<br />

Em nível estadual, <strong>de</strong>z partidos políticos já assinaram a carta-compromisso, por meio <strong>de</strong> suas<br />

representações estaduais: PSDB; PPS; PV; PMN; PSDC; PTN; PT do B; PRP e PSOL. O partido<br />

DEMOCRATAS assinou o compromisso pelo Diretório Municipal <strong>de</strong> Belém.<br />

A iniciativa conta com o apoio <strong>de</strong> diversas entida<strong>de</strong>s, movimentos e voluntário(a)s, como o Fórum<br />

Amazônia Sustentável; o Observatório Social <strong>de</strong> Belém; o Comitê Estadual <strong>de</strong> Combate à Corrupção<br />

Eleitoral; a Comissão <strong>de</strong> Justiça e Paz da CNBB Norte II; o Programa <strong>de</strong> Voluntariado da Classe<br />

Contábil do CRC/PA; o Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado do Pará - OCB/<br />

PA e o IMAZON, <strong>de</strong>ntre outros.<br />

O evento é gratuito e as inscrições po<strong>de</strong>rão ser feitas pelo email nossabelem@gmail.com, enviando os<br />

seguintes dados: nome completo, profissão, nome da organização a qual está vinculada e telefones para<br />

contato.<br />

Evento: "Programa Cida<strong>de</strong>s Sustentáveis: uma proposta para o <strong>de</strong>senvolvimento justo e sustentável dos<br />

municípios paraenses"<br />

Data: 14/08/2012<br />

Horário: 16h às 18h<br />

Local: COOPERATIVA UNICRED BELÉM, Trav. Humaitá, <strong>10</strong>01, entre as avenidas Marquês <strong>de</strong> Herval e<br />

Pedro Miranda<br />

Programação<br />

16h Cre<strong>de</strong>nciamento<br />

16h30 Abertura<br />

16h40 Programa Cida<strong>de</strong>s Sustentáveis - Maurício Broinizi Pereira - Coor<strong>de</strong>nador-Geral do Programa<br />

Cida<strong>de</strong>s Sustentáveis e Coor<strong>de</strong>nador da Re<strong>de</strong> Nossa São Paulo


17h Estratégias para implementação do Programa Cida<strong>de</strong>s Sustentáveis pela socieda<strong>de</strong> civil -Ivan Costa<br />

- Presi<strong>de</strong>nte do Observatório Social <strong>de</strong> Belém /Secretaria Executiva da Re<strong>de</strong> Nossa Belém<br />

17h20 Debates e assinaturas das cartas-compromisso e termos <strong>de</strong> colaboração com o Programa<br />

Cida<strong>de</strong>s Sustentáveis<br />

18h00 Consi<strong>de</strong>rações finais – Encerramento<br />

Informações: Ivan Costa - 91 8862-9992 / 8412-8598 -- Tarcísio Feitosa - 91 8357-7494<br />

Programa Cida<strong>de</strong>s Sustentáveis e Re<strong>de</strong> Nossa Belém:<br />

www.cida<strong>de</strong>ssustentaveis.org.br<br />

www.movimentonossabelem.blogspot.com


Informe - Mast realiza Simpósio Internacional <strong>de</strong> Instrumentos Científicos<br />

Pela primeira vez no hemisfério sul, o <strong>Museu</strong> <strong>de</strong> Astronomia e Ciências Afins (Mast/MCTI) realiza, <strong>de</strong><br />

8 a 12 <strong>de</strong> outubro, o 31ª Simpósio Internacional da Comissão <strong>de</strong> Instrumentos Científicos. O objetivo<br />

do evento é estimular a pesquisa acadêmica em história dos instrumentos científicos, preservação,<br />

conservação e documentação <strong>de</strong> coleções <strong>de</strong> instrumentos, assim como seu uso no amplo espectro <strong>de</strong><br />

disciplinas relacionadas ao patrimônio científico, museologia e história das ciências.<br />

Aberto a todos aqueles interessados na história, preservação, documentação e uso <strong>de</strong> instrumentos<br />

científicos históricos, o simpósio internacional incluirá visitas técnicas às mais importantes coleções <strong>de</strong><br />

instrumentos científicos históricos do Rio <strong>de</strong> Janeiro. O prazo para as inscrições regulares termina em 30<br />

<strong>de</strong> agosto.<br />

Os trabalhos apresentados no simpósio <strong>de</strong>verão abordar temas e <strong>de</strong>safios relacionados à pesquisa,<br />

interpretação e promoção dos instrumentos científicos <strong>de</strong> valor histórico, com <strong>de</strong>staque para<br />

a “utilização, comércio e intercâmbio <strong>de</strong> instrumentos científicos entre a Europa e as Américas”. Este<br />

tema abrange o comércio <strong>de</strong> instrumentos e métodos que utilizavam esses objetos era <strong>de</strong> natureza<br />

bilateral, com aparatos sendo transferidos em ambos os sentidos - da Europa às américas e vice-versa.<br />

MAST<br />

O MAST, aberto ao público em 1985, é um instituto <strong>de</strong> pesquisas do Ministério da Ciência, Tecnologia<br />

e Inovação. Entre as suas principais ativida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>staca-se a preservação <strong>de</strong> coleções, especialmente<br />

a <strong>de</strong> instrumentos científicos <strong>de</strong> valor histórico, que atribui ao MAST a tipologia <strong>de</strong> museu <strong>de</strong> ciência e<br />

técnica.<br />

O museu está situado no campus do antigo Observatório Nacional (ON), ocupando algumas edificações<br />

antigas que pertenceram a esse outro instituto <strong>de</strong> pesquisas do MCTI. As edificações históricas, assim<br />

como as coleções, originadas do Observatório Nacional, são tombadas em âmbito fe<strong>de</strong>ral (1986 - Iphan)<br />

e estadual (1987 – Inepac). No prédio se<strong>de</strong> do Mast, encontra-se a reserva técnica visitável, on<strong>de</strong><br />

uma parte consi<strong>de</strong>rável da coleção está organizada. A coleção, consi<strong>de</strong>rada das mais importantes em<br />

sua tipologia na América do Sul, contém 2000 objetos, sendo que 1700 são provenientes do antigo<br />

observatório.<br />

Esses objetos são testemunhos <strong>de</strong> serviços e pesquisas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para o país como a<br />

<strong>de</strong>terminação da hora oficial, a previsão do tempo, observação <strong>de</strong> fenômenos astronômicos, <strong>de</strong>limitação<br />

<strong>de</strong> fronteiras brasileiras, mapeamento magnético do solo brasileiro, <strong>de</strong>ntre outros.<br />

A maioria <strong>de</strong>sses instrumentos foi fabricada nos séculos XIX e início do XX, embora algumas das<br />

peças mais interessantes esteticamente sejam provenientes do século XVIII. Muitos <strong>de</strong>sses objetos<br />

são relacionados à astronomia, topografia, geodésia, meteorologia e ótica e são típicos <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong><br />

instituição, mas a coleção também se <strong>de</strong>bruça sobre outras áreas científicas como a eletricida<strong>de</strong>, a<br />

química e o magnetismo.<br />

MCTI, <strong>10</strong>/08/2012


Informe - Incubadora da UFPA inscreve empresas <strong>de</strong> tecnologia<br />

Os empreen<strong>de</strong>dores que buscam incentivo para pôr em prática sua i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> negócio têm uma<br />

oportunida<strong>de</strong> na Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pará (UFPA). Até o dia 4 <strong>de</strong> setembro, estão abertas as<br />

inscrições para a seleção da Incubadora <strong>de</strong> Empresas, da Agência <strong>de</strong> Inovação Tecnológica da UFPA,<br />

que vai incubar empreendimentos <strong>de</strong> base tecnológica.<br />

A Incubadora do Programa <strong>de</strong> Incubação <strong>de</strong> Empresas <strong>de</strong> Base Tecnológica da UFPA (PIEBT) oferece<br />

apoio técnico e gerencial para que sejam criadas ou <strong>de</strong>senvolvidas empresas que têm na tecnologia<br />

um dos seus principais insumos. O enfoque preferencial é nas áreas <strong>de</strong> produtos naturais (alimentos,<br />

cosméticos, perfumaria e fitoterápicos), biotecnologia, tecnologia da informação e comunicação-TIC,<br />

tecnologia mineral, <strong>de</strong>sign e energia.<br />

A incubadora selecionará <strong>de</strong>z empresas, sendo três para a categoria resi<strong>de</strong>nte - com base fixa em<br />

módulo na Incubadora - e sete para a categoria Associada - sem base fixa na Incubadora, mas<br />

beneficiada pela re<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos e serviços da PIEBT.<br />

Iara Neves coor<strong>de</strong>na o projeto, que “ten<strong>de</strong> a funcionar como um estímulo aos empreen<strong>de</strong>dores que<br />

precisam <strong>de</strong> suporte para alavancar seus empreendimentos e, consequentemente, incentivar a cultura<br />

empreen<strong>de</strong>dora na Universida<strong>de</strong>”, explica.<br />

O edital tem a cooperação do Parque <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia do Guamá (PCT Guamá).<br />

Inovação<br />

Atualmente, a Incubadora integra a re<strong>de</strong> Universitec e é consi<strong>de</strong>rada vanguarda regional. Ao longo <strong>de</strong> 17<br />

anos <strong>de</strong> existência já foram atendidas 42 empresas/projetos e 15 empresas graduadas.<br />

Inscrições<br />

Po<strong>de</strong>m se candidatar pessoas físicas ou empresas constituídas, brasileiras ou estrangeiras,<br />

regularizadas no território brasileiro, individualmente ou em grupo. O edital está disponível no site da<br />

UFPA.<br />

DOL, com informações da Ascom/Universitec, <strong>10</strong>/08/2012


Informe - Observatório Nacional prorroga prazo <strong>de</strong> inscrição para concurso<br />

Os candidatos po<strong>de</strong>m se inscrever até o dia <strong>10</strong> <strong>de</strong> setembro. Há vagas para pesquisador, tecnologista e<br />

técnico.<br />

As inscrições para o concurso público do Observatório Nacional foram prorrogadas até o dia <strong>10</strong> <strong>de</strong><br />

setembro. Ao todo, são sete vagas para pesquisador, sete para tecnologista e nove para técnico.<br />

Para pesquisador, os candidatos <strong>de</strong>vem ter doutorado e as vagas são para a área <strong>de</strong> astronomia e<br />

geofísica. Para tecnologista, há vagas para a área <strong>de</strong> metrologia em tempo e frequência, geofísica e<br />

tecnologia da informação. Já para técnico, os candidatos <strong>de</strong>vem ter formação em informática, mecânica,<br />

eletrônica ou mecatrônica.<br />

Os editais foram publicados no Diário Oficial da União (DOU) no dia 4 <strong>de</strong> junho e estão disponíveis na<br />

página do ON na internet (http://www.on.br/concurso_2012/).<br />

Jornal da Ciência, <strong>10</strong>/08/2012


Informe - Banco da Amazônia divulga resultado<br />

Certame forma cadastro para os cargos <strong>de</strong> técnico bancário e científico<br />

O Banco da Amazônia divulgou o resultado final das provas objetivas do concurso público. A convocação<br />

para a perícia médica dos candidatos que se <strong>de</strong>clararam Portadores <strong>de</strong> Necessida<strong>de</strong>s Especiais (PNEs)<br />

também já estão disponíveis para consulta.<br />

O certame visa formar cadastro <strong>de</strong> reserva para os cargos <strong>de</strong> técnico bancário e técnico científico.<br />

Os interessados no resultado e em consultar os locais e horários on<strong>de</strong> serão realizadas as perícias,<br />

po<strong>de</strong>m acessar o site do Cespe/UnB (www.cespe.unb.br/concursos/BANCO_DA_AMAZONIA_12),<br />

empresa organizadora do certame. Os aprovados serão contratados em regime celetista e a seleção terá<br />

valida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um ano, prorrogável por mais um.<br />

A perícia será em Belém (PA), Boa Vista (RR), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Macapá (AP), Manaus (AM),<br />

Palmas (TO), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), Santarém (PA), São Luís (MA) e São Paulo (SP), no<br />

dia 12 <strong>de</strong> agosto. Na ocasião, os candidatos <strong>de</strong>vem comparecer portando documento <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

original e <strong>de</strong> laudo médico (original ou cópia autenticada em cartório), emitido nos últimos 12 meses<br />

que antece<strong>de</strong>m a perícia médica, que ateste a espécie e o grau ou nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência, com expressa<br />

referência ao código correspon<strong>de</strong>nte da Classificação Internacional <strong>de</strong> Doenças (CID-<strong>10</strong>), bem como<br />

a provável causa da <strong>de</strong>ficiência. O resultado provisório da perícia médica será divulgado no site da<br />

organizadora.<br />

O Liberal, <strong>10</strong>/08/2012


Notícias do <strong>Museu</strong> - Nos 51 anos do Inpe, pesquisa do <strong>Museu</strong> <strong>Goeldi</strong> contribui para novo sistema<br />

O evento <strong>de</strong> comemoração do aniversário do Instituto Nacional <strong>de</strong> Pesquisas Espaciais (Inpe) será<br />

marcado por lançamento do INPE-EM, serviço que fornecerá informações sobre quanto carbono é<br />

emitido por causa do <strong>de</strong>smatamento na Amazônia.<br />

A pesquisadora Ima Vieira, do <strong>Museu</strong> <strong>Paraense</strong> Emilio <strong>Goeldi</strong> (MPEG), participou fornecendo as bases<br />

científicas sobre dinâmica <strong>de</strong> florestas secundárias. Vieira é co-autora do trabalho intitulado Mo<strong>de</strong>ling<br />

the spatial and temporal heterogeneity of <strong>de</strong>forestation-driven carbon emissions: the INPE-EM framework<br />

applied to the Brazilian Amazon.<br />

O resumo está disponível no http://onlinelibrary.wiley.com/doi/<strong>10</strong>.1111/j.1365-2486.2012.02782.x/<br />

abstract<br />

Leia notícia completa das comemorações: http://www.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noticia=3006


SBPC - Opinião - SBPC se manifesta sobre o Marco Civil da Internet<br />

Confira carta encaminhada aos <strong>de</strong>putados sobre o tema.<br />

Senhor Deputado,<br />

A Socieda<strong>de</strong> Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) manifesta-se apoiando a "Carta <strong>de</strong> Olinda",<br />

emanada e aprovada por unanimida<strong>de</strong> na plenária final do 2º Fórum <strong>de</strong> Internet do Brasil, ocorrido em<br />

Olinda/Pernambuco em 4 <strong>de</strong> julho, promovido pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil.<br />

Assim, a SBPC consi<strong>de</strong>ra imperativa a aprovação do Marco Civil da Internet no Brasil em função da sua<br />

importância crucial para a garantia da liberda<strong>de</strong> e dos direitos <strong>de</strong> cidadania, individuais e coletivos na<br />

re<strong>de</strong>.<br />

A Internet encontra-se sob ataque. Em vários países, gran<strong>de</strong>s corporações e segmentos retrógrados da<br />

máquina estatal querem restringir as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>mocráticas que a Internet nos trouxe, bloquear o<br />

compartilhamento <strong>de</strong> bens culturais e impedir a livre criação <strong>de</strong> conteúdos, plataformas e tecnologias.<br />

Neste sentido, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>mos que o Marco Civil assegure o princípio <strong>de</strong> neutralida<strong>de</strong> da re<strong>de</strong>. Os<br />

controladores da infraestrutura física da Internet não po<strong>de</strong>m impor qualquer tipo <strong>de</strong> filtragem ou<br />

interferência política, econômica, comercial, cultural, religiosa, comportamental, por origem ou <strong>de</strong>stino<br />

dos pacotes <strong>de</strong> dados que transitam na Internet.<br />

Estamos preocupados com as pressões dos grupos econômicos internacionais para que se efetive<br />

a remoção <strong>de</strong> conteúdos da re<strong>de</strong> sem or<strong>de</strong>m judicial efetiva. É inaceitável que os provedores sejam<br />

transformados em po<strong>de</strong>r judiciário privado e sejam instados a realizar julgamentos sem o <strong>de</strong>vido<br />

processo legal, sem a garantia do direito constitucional <strong>de</strong> ampla <strong>de</strong>fesa.<br />

Atenciosamente,<br />

Helena Bonciani Na<strong>de</strong>r<br />

Presi<strong>de</strong>nte da SBPC<br />

Jornal da Ciência, <strong>10</strong>/08/2012


Inovação - Gigante da internet alia mundo virtual e real no serviço Google Maps<br />

San Francisco - O gigante da internet Google <strong>de</strong>u mais um passo, nesta quarta-feira (8/8), na busca da<br />

fusão da internet com o mundo real através <strong>de</strong> seu serviço <strong>de</strong> localização geográfica Google Maps, com<br />

o objetivo <strong>de</strong> se colocar no centro do estilo <strong>de</strong> vida "móvel".<br />

O titã californiano da tecnologia somou Polônia e Ucrânia à sua lista <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 200 países e regiões<br />

on<strong>de</strong> os usuários po<strong>de</strong>m corrigir, atualizar ou melhorar o Google Maps com anotações ou experiências<br />

no local.<br />

"O Google trata <strong>de</strong> buscas no mundo virtual, mas a maioria das pessoas vive no mundo real, no mundo<br />

físico", disse o vice-presi<strong>de</strong>nte da Google Earth and Maps, Brian McClendon.<br />

"Queremos ser capazes <strong>de</strong> proporcionar um mapa no qual possamos ir para obter as melhores<br />

respostas sobre o que está a curta distância e transmiti-las <strong>de</strong> forma rápida e interativa", acrescentou.<br />

O Google começou a aproveitar o conhecimento coletivo para a cartografia em 2008, com o lançamento<br />

da ferramenta Map Maker na Índia, on<strong>de</strong> havia pouco ou nenhum <strong>de</strong>talhe sobre as ruas nas cida<strong>de</strong>s.<br />

"Em alguns lugares do mundo, inclusive nas gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s, os mapas eram essencialmente telas em<br />

branco", disse o gerente <strong>de</strong> produtos da Map Maker, James Kelly.<br />

"Passamos <strong>de</strong> apenas acrescentar ruas a agregar todo tipo <strong>de</strong> coisa, como limites <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> e a<br />

conveniência ou não <strong>de</strong> ir <strong>de</strong> bicicleta", continuou. "Também possibilitamos acrescentar lojas e outros<br />

pontos <strong>de</strong> interesse".<br />

A ferramenta permite aos usuários atualizar o Google Maps para mostrar características locais, <strong>de</strong> faixas<br />

<strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres e ciclovias a estacionamentos e praças <strong>de</strong> jogos.<br />

As mudanças constatadas são publicadas em questão <strong>de</strong> minutos e se disseminam aos mais <strong>de</strong> 800.000<br />

sites na internet que têm incorporado o aplicativo Google Maps.<br />

"Iniciamos o Map Maker para o mundo em <strong>de</strong>senvolvimento e o fizeram crescer", <strong>de</strong>clarou<br />

McClendon. "Definitivamente, queremos que o Map Maker chegue a todos no mundo", acrescentou.<br />

Uma comunida<strong>de</strong> global <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> voluntários revisa e aprova as modificações dos <strong>de</strong>mais.<br />

Leia mais notícias <strong>de</strong> Tecnologia<br />

Quando é necessário confirmar as mudanças sugeridas, são incluídas imagens via satélite, dados<br />

públicos e informações coletadas pelos veículos do Street View que capturam imagens para fornecer<br />

imagens dos locais nos mapas.<br />

As fronteiras estabelecidas politicamente não po<strong>de</strong>m ser modificadas.<br />

O Google consi<strong>de</strong>ra uma vantagem estratégica o fato <strong>de</strong> que seu serviço <strong>de</strong> mapas online seja o<br />

preferido dos internautas porque estes cada vez confiam mais nos celulares inteligentes ou nos tablets<br />

para saber como chegar a algum lugar, escolher um restaurante ou checar outro tipo <strong>de</strong> informação<br />

sobre o trajeto.<br />

Os sensores <strong>de</strong> posicionamento dos celulares inteligentes permitem a lojas e eventos fazer anúncios.<br />

Para McClendon, um programa <strong>de</strong> mapas eficiente é tão importante que po<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar a compra<br />

<strong>de</strong> um celular inteligente e não <strong>de</strong> outro, talvez um equipado com o sistema operaracional Android do<br />

Google no lugar <strong>de</strong> um iPhone da Apple.


"Gran<strong>de</strong> volume da informação do mundo é geográfica", disse. "Confiar em obter as respostas certas e<br />

ser capaz <strong>de</strong> viajar com um mapa exato do mundo é um po<strong>de</strong>roso diferenciador", disse.<br />

Em junho a Apple anunciou que tiraria o aplicativo Google Maps <strong>de</strong> seu novo sistema operacional iOS<br />

para iPhone, iPad e iPod Touch e a substituiria por seu próprio serviço <strong>de</strong> mapas.<br />

"Os serviços <strong>de</strong> localização, os mapas, são um ativo estratégico chave no campo dos serviços móveis",<br />

disse na ocasião o analista da NPD, Ross Rubin.<br />

Correio Braziliense, <strong>10</strong>/08/2012


Inovação - Governo cria empresa para <strong>de</strong>senvolver tecnologias do programa nuclear<br />

A Amazônia Azul Tecnologias <strong>de</strong> Defesa (Amazul) é a nova empresa pública criada pela presi<strong>de</strong>nta<br />

Dilma Rousseff, que sancionou a Lei 12.706. A empresa tem a atribuição <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver tecnologias do<br />

Programa Nuclear Brasileiro e para a área nuclear da Marinha. Será também responsável por elaborar<br />

projetos e tecnologias para a construção do primeiro submarino <strong>de</strong> propulsão nuclear brasileiro.<br />

Caberá ainda à Amazul estimular a implantação <strong>de</strong> novas indústrias no setor nuclear e prestar-lhes<br />

assistência técnica. A empresa é vinculada ao Ministério da Defesa, por meio do Comando da Marinha, e<br />

terá se<strong>de</strong> em São Paulo.<br />

O quadro <strong>de</strong> pessoal da Amazul, inicialmente, será composto pelos atuais empregados da Empresa<br />

Gerencial <strong>de</strong> Projetos Navais (Emgepron), que <strong>de</strong>sempenham ativida<strong>de</strong>s no âmbito do Programa<br />

Nuclear da Marinha.<br />

A lei sancionada pela presi<strong>de</strong>nta está publicada na edição <strong>de</strong> quinta-feira (9) do Diário Oficial da União.<br />

Ambiente Brasil, <strong>10</strong>/08/2012


Inovação - Brasil e China inauguram centro <strong>de</strong> nanotecnologia e refinam consensos<br />

O Centro Brasil-China <strong>de</strong> Pesquisa e Inovação em Nanotecnologia foi inaugurado simbolicamente nesta<br />

quarta-feira (8), no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Na audiência, os ministros<br />

Marco Antonio Raupp e Wan Gang também refinaram os consensos dos dois países em torno do Plano<br />

Decenal Brasil-China <strong>de</strong> Cooperação 2012-2021, no que diz respeito a linhas gerais e a cinco áreas<br />

específicas.<br />

A sessão dá continuida<strong>de</strong> ao acordo assinado em junho, durante a conferência Rio+20, pela presi<strong>de</strong>nte<br />

Dilma Rousseff e pelo primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, que elevou o nível <strong>de</strong> parceria das duas<br />

nações para "estratégica global". Os dois mandatários ratificaram, então, que a ênfase ao plano está<br />

diretamente ligada à cooperação nos setores da ciência, tecnologia e inovação. Raupp participou da<br />

assinatura.<br />

Além <strong>de</strong> reunir novas iniciativas conjuntas em diversos segmentos, as nações estabeleceram então a<br />

criação dos centros virtuais conjuntos Brasil-China <strong>de</strong> Satélites Meteorológicos e <strong>de</strong> Biotecnologia.<br />

Demonstração - No encontro, Raupp disse que o tamanho da <strong>de</strong>legação brasileira mostra o interesse<br />

brasileiro no assunto. "Tivemos oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> discutir duas vezes, na Alemanha e em Pequim, os<br />

pontos <strong>de</strong> vista sobre o plano <strong>de</strong>cenal", relatou. "Minha posição é simplesmente <strong>de</strong> criar condições<br />

objetivas <strong>de</strong> cumpri-lo, <strong>de</strong> que sejamos soldados agindo sob a coor<strong>de</strong>nação dos dirigentes que<br />

assinaram."<br />

O titular do MCTI sugeriu, e Gang assentiu, que se trabalhe com base nos respectivos planos<br />

estratégicos <strong>de</strong> política <strong>de</strong> ciência e tecnologia (no caso brasileiro, a Encti) e que se aproveite a<br />

experiência adquirida em áreas e projetos já compartilhados. Ambos <strong>de</strong>ram <strong>de</strong>staque ao projeto Satélite<br />

Sino-Brasileiro <strong>de</strong> Recursos Terrestres (CBERS), que tem mais <strong>de</strong> duas décadas.<br />

Os dois concordaram também quanto à intenção <strong>de</strong> inserir o setor empresarial na agenda conjunta dos<br />

países e estimular a inovação tecnológica e a elevação da competitivida<strong>de</strong> na indústria. "O mundo está<br />

sofrendo crise econômica, especialmente os Estados Unidos e a Europa, por isso é muito importante<br />

cooperarmos olhando para o futuro, para enfrentar juntos os <strong>de</strong>safios e aproveitar as oportunida<strong>de</strong>s",<br />

disse o ministro da Ciência e Tecnologia da China.<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Coelho, <strong>de</strong>stacou que a experiência<br />

cooperativa na área remonta a 1986 e subiu progressivamente <strong>de</strong> graduação: <strong>de</strong> parceria sino-brasileira<br />

na ocasião da assinatura do termo <strong>de</strong> cooperação (1988) a parceria Sul-Sul, <strong>de</strong>pois parceria estratégica<br />

Sul-Sul e, recentemente, parceria global Sul-Sul.<br />

Raupp sugeriu que as iniciativas conjuntas para satélites meteorológicos busquem convergir com as<br />

dos CBERS, <strong>de</strong> recursos terrestres. O histórico e as perspectivas do projeto foram abordados pelo<br />

presi<strong>de</strong>nte do Instituto Nacional <strong>de</strong> Pesquisas Espaciais (Inpe), Leonel Perondi. Ele explicou que o plano<br />

final <strong>de</strong> trabalho para os satélites meteorológicos precisa ser concluído em seis meses após a assinatura<br />

do acordo.<br />

Para o ministro chinês Wan Gang, o projeto representa um marco na cooperação Sul-Sul e é muito<br />

benéfico para outros países, que não têm satélites. Ele disse esperar que os avanços em torno da<br />

iniciativa sirvam a necessida<strong>de</strong>s como o combate ao <strong>de</strong>smatamento e a produção agrícola, entre outros<br />

fins.<br />

Nanotecnologia - Para 5 a 7 <strong>de</strong> setembro está marcada visita <strong>de</strong> nove pesquisadores à China para<br />

tratar <strong>de</strong> iniciativas em nanotecnologia. "A expectativa é que eles possam voltar com um portfólio<br />

<strong>de</strong> projetos dos quais possamos começar a estudar o financiamento", comentou o ministro Raupp.<br />

O secretário <strong>de</strong> Desenvolvimento Tecnológico e Inovação substituto do MCTI, Adalberto Fazzio,<br />

parabenizou o governo chinês pelo avanço no tema. "Em poucos anos, passou a ser o país que<br />

mais publica na área e talvez o segundo em patentes", disse, acrescentando que a inovação na área


transpassa outras vertentes do plano <strong>de</strong>cenal.<br />

O diretor do Laboratório Nacional <strong>de</strong> Nanotecnologia (LNNano), Fernando Galembeck, citou temas<br />

que já têm ações em curso. Caberá a ele coor<strong>de</strong>nar nacionalmente o Centro Brasil-China <strong>de</strong> Pesquisa<br />

e Inovação em Nanotecnologia. A placa <strong>de</strong> inauguração do novo centro será levada ao LNNano, em<br />

Campinas (SP), on<strong>de</strong> a instituição funcionará. O dirigente contou que universida<strong>de</strong>s e empresas têm<br />

procurado o laboratório para participar das ações na área.<br />

O secretário <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia para Inclusão Social, Eliezer Pacheco, informou que se encontra<br />

em análise a entrada do Brasil na Re<strong>de</strong> Internacional para o Bambu e o Ratã. A China é o maior produtor<br />

mundial <strong>de</strong> bambu.<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Financiadora <strong>de</strong> Estudos e Projetos (Finep), Glauco Arbix, contou que o Brasil está<br />

realizando levantamento inspirado em documento patrocinado pelo governo chinês sobre tecnologias<br />

que o país <strong>de</strong>veria dominar até 2020. Também propôs a montagem <strong>de</strong> grupo <strong>de</strong> trabalho sobre parques<br />

tecnológicos. Complementando a i<strong>de</strong>ia, o ministro Raupp sugeriu e ficou acertada a realização <strong>de</strong> um<br />

encontro em 2013 reunindo empresários para troca <strong>de</strong> experiências e aproximação para negócios. Wan<br />

Gang disse esperar, no futuro próximo, a formação <strong>de</strong> um parque industrial binacional. Segundo ele,<br />

essas estruturas respon<strong>de</strong>m por meta<strong>de</strong> das patentes e um terço dos novos produtos em seu país, e os<br />

parques <strong>de</strong> alcance nacional perfazem 12,8% do Produto Interno Bruto (PIB).<br />

Ciência sem Fronteiras - Sobre o Centro Brasil-China <strong>de</strong> Biotecnologia, o presi<strong>de</strong>nte do Conselho<br />

Nacional <strong>de</strong> Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Glaucius Oliva, avaliou que o momento<br />

é propício, em função das parcerias já estabelecidas entre empresas farmacêuticas. Ele informou ainda,<br />

quanto ao Programa Ciência sem Fronteiras, que a meta é ter pelo menos cinco mil bolsistas no país<br />

asiático, <strong>de</strong>ntre os <strong>10</strong>1 mil previstos no total.<br />

O secretário executivo do ministério, Luiz Antonio Elias, e o secretário <strong>de</strong> Política <strong>de</strong> Informática, Virgilio<br />

Almeida, também participaram da reunião. O Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil foi<br />

representado pelos embaixadores Benedicto Fonseca Filho e Francisco Mauro Brasil <strong>de</strong> Holanda. Pelo<br />

lado chinês também estava presente o embaixador no Brasil, Xu Jing, além <strong>de</strong> outros representantes do<br />

governo.<br />

Jornal da Ciência, <strong>10</strong>/08/2012


Política <strong>de</strong> CT & I - Grupo <strong>de</strong> trabalho discute políticas <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> intelectual<br />

Com a missão <strong>de</strong> estudar, subsidiar, propor e acompanhar ações do Ministério da Ciência, Tecnologia e<br />

Inovação (MCTI), o Grupo <strong>de</strong> Trabalho <strong>de</strong> Assessoramento Interno <strong>de</strong> Proprieda<strong>de</strong> Intelectual (GTA-PI)<br />

se reuniu nesta quinta-feira (9) para <strong>de</strong>finir as bases <strong>de</strong> um seminário marcado para o dia 28, além <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>bater outras questões relacionadas à temática.<br />

Sob a coor<strong>de</strong>nação do secretário <strong>de</strong> Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, Alvaro Prata,<br />

o GTA-PI se encontrou pela primeira vez com sua atual formação, <strong>de</strong>signada em portaria publicada na<br />

última quarta-feira (8).<br />

O seminário Política <strong>de</strong> Proprieda<strong>de</strong> Intelectual nas Instituições <strong>de</strong> Fomento à Ciência, Tecnologia<br />

e Inovação <strong>de</strong>ve apresentar as práticas e as visões <strong>de</strong> agências governamentais, como o Conselho<br />

Nacional <strong>de</strong> Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) – que sedia o evento –, a<br />

Financiadora <strong>de</strong> Estudos e Projetos (Finep/MCTI) e a Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Aperfeiçoamento <strong>de</strong> Pessoal <strong>de</strong><br />

Nível Superior (Capes/MEC).<br />

“A intenção é que tenhamos um dia <strong>de</strong> discussões”, disse Prata. As fundações <strong>de</strong> amparo à pesquisa<br />

<strong>de</strong> Minas Gerais (Fapemig), Rio <strong>de</strong> Janeiro (Faperj) e São Paulo (Fapesp) vão <strong>de</strong>sempenhar papel<br />

importante no seminário, para o qual também estão convidados representantes do Instituto Nacional <strong>de</strong><br />

Proprieda<strong>de</strong> Industrial (INPI), da Associação Nacional <strong>de</strong> Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas<br />

Inovadoras (Anpei), da Confe<strong>de</strong>ração Nacional da Indústria (CNI) e do Fórum Nacional <strong>de</strong> Gestores <strong>de</strong><br />

Inovação e Transferência <strong>de</strong><br />

Tecnologia (Fortec).<br />

Documento<br />

Os resultados do seminário vão originar um documento “que reflita essa visão ampliada”, <strong>de</strong> acordo<br />

com Prata. “Nosso objetivo é encontrar uma maneira <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificarmos o cenário atual, mas também <strong>de</strong><br />

indicarmos para aquelas instituições que estão querendo se estruturar quais são as nossas práticas.”<br />

Segundo a secretária executiva do GTA-PI, Fernanda Magalhães, a i<strong>de</strong>ia é construir algo mais sólido<br />

a partir das contribuições do seminário. “A gente sabe que o CNPq, a Finep e outras instituições estão<br />

estruturando a política <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> intelectual e não têm tudo isso formalizado”, afirmou. “Então, a<br />

gente quer fazer um quadro comparativo <strong>de</strong>ssas iniciativas.”<br />

Na reunião do GTA-PI, discutiram-se ainda os avanços da política <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> intelectual da Finep<br />

em resposta ao Acórdão 9<strong>10</strong>/2011 do Tribunal <strong>de</strong> Contas da União (TCU), sugestões <strong>de</strong> reforma <strong>de</strong><br />

um acordo <strong>de</strong> cooperação do Brasil com os Estados Unidos e a Revisão das Diretrizes <strong>de</strong> Exame <strong>de</strong><br />

Patente, do INPI.<br />

MCTI, <strong>10</strong>/08/2012


Política <strong>de</strong> CT&I - Projeto <strong>de</strong>stina recursos do Fust para Educação, Ciência e Tecnologia<br />

Vinte por cento dos recursos do Fundo <strong>de</strong> Universalização dos Serviços <strong>de</strong> Telecomunicação (Fust)<br />

po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>stinados à Educação e <strong>10</strong>% para a Ciência e Tecnologia. Proposta nesse sentido veio do<br />

Senado e, na Câmara, já passou pelas comissões <strong>de</strong> Educação e <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia.<br />

O projeto (691/07) altera a Lei do Fust (9.998/00), <strong>de</strong> 2000, que estabelece o investimento <strong>de</strong> no mínimo<br />

18% do que é arrecadado pelo fundo na educação pública.<br />

Para o <strong>de</strong>putado Júlio Campos (DEM-MT), que foi o relator na Comissão <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia, a<br />

mudança na porcentagem <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinações para a Educação e Ciência e Tecnologia reflete a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnizar as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> comunicação das escolas públicas e <strong>de</strong> fomentar a pesquisa no Brasil.<br />

"Com isso nós estamos fazendo com que os R$ 12,557 bilhões que foram arrecadados do Fust <strong>de</strong><br />

2001 a 2012 sejam <strong>de</strong>stinados. Infelizmente os recursos estão todos sendo entesourados no Tesouro<br />

Nacional e não são utilizados para os <strong>de</strong>vidos fins. Com esse projeto, nós estamos mandando que os<br />

recursos sejam distribuídos para melhorar a educação pública <strong>de</strong>ste país e também para a ciência e<br />

tecnologia. Porque país que não tem investimento em educação e em ciência e tecnologia jamais será<br />

um país <strong>de</strong> primeiro mundo."<br />

Só no ano passado, o Fust arrecadou R$ 2,7 bilhões. O projeto tramita em caráter conclusivo e está na<br />

Comissão <strong>de</strong> Finanças e Tributação, on<strong>de</strong> o relator, <strong>de</strong>putado Genecias Noronha (PMDB-CE), não <strong>de</strong>ve<br />

fazer alterações. O texto terá que ser analisado, também, pela Comissão <strong>de</strong> Constituição e Justiça.<br />

Jornal da Ciência, <strong>10</strong>/08/2012


Amazônia - ESPECIAL-Brasil retroce<strong>de</strong> na proteção à Amazônia<br />

Por Paulo Prada<br />

ITAITUBA, Pará, 9 Ago (Reuters) - Ivo Lubrinna vem extraindo ouro há mais <strong>de</strong> 30 anos da floresta<br />

em Itaituba, no Pará. É uma ativida<strong>de</strong> notoriamente suja, já que as equipes removem uma camada <strong>de</strong><br />

solo na floresta, e ao longo <strong>de</strong> margens <strong>de</strong> rio, e usam mercúrio e outros poluentes para retirar o metal<br />

precioso da lama.<br />

Nos últimos anos, Lubrinna passou a ter um segundo emprego: secretário <strong>de</strong> Meio Ambiente <strong>de</strong>ssa<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>10</strong>0 mil habitantes, porta <strong>de</strong> entrada para o mais antigo parque nacional e seis reservas<br />

naturais na vasta floresta amazônica brasileira. Por isso, é seu trabalho proteger a área da <strong>de</strong>predação<br />

<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ireiros, caçadores, posseiros e garimpeiros.<br />

Seu duplo papel divi<strong>de</strong> impecavelmente seu dia <strong>de</strong> trabalho: pela manhã, como regulador, à tar<strong>de</strong>,<br />

garimpeiro. "Tenho <strong>de</strong> ser bonzinho <strong>de</strong> manhã", diz Lubrinna, <strong>de</strong> 64 anos, corpulento, calvo, com a voz<br />

<strong>de</strong> barítono. "À tar<strong>de</strong>, eu preciso me <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r."<br />

Até recentemente, o evi<strong>de</strong>nte conflito <strong>de</strong> interesses não teria muita importância nesta fronteira livre <strong>de</strong><br />

controle dos órgãos legais e com conflitos frequentemente violentos, motivados por disputa por terra e<br />

recursos. Era tarefa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) policiar a<br />

Amazônia do jeito melhor que pu<strong>de</strong>sse.<br />

Mas no ano passado, a presi<strong>de</strong>nte Dilma Rousseff autorizou uma mudança pela qual boa parte da<br />

autorida<strong>de</strong> ambiental foi transferida da noite para o dia a governos estaduais e municipais.<br />

Dos 168 escritórios regionais que o Ibama possuía alguns anos atrás, 91 foram fechados, <strong>de</strong> acordo com<br />

funcionários da agência. Lubrinna diz que agentes do Ibama costumavam multá-lo e a outros mineiros<br />

por violações da lei. Agora, ele li<strong>de</strong>ra uma equipe que inspeciona áreas <strong>de</strong> mineração. Até o momento,<br />

diz, aplicou poucas multas.<br />

A transferência da inspeção para o controle local é uma das muitas mudanças adotadas na gestão<br />

<strong>de</strong> Dilma, as quais, em conjunto, constituem um recuo total na política ambientalista progressista do<br />

governo fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> quase duas décadas.<br />

Nos 19 meses <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a posse <strong>de</strong> Dilma foram revertidas normas <strong>de</strong> longa data que haviam contido o<br />

<strong>de</strong>smatamento e protegido milhões <strong>de</strong> quilômetros quadrados <strong>de</strong> bacias hidrográficas.<br />

Ela baixou uma medida provisória que encolheu ou re<strong>de</strong>finiu os limites <strong>de</strong> sete áreas <strong>de</strong> preservação<br />

ambiental, abrindo caminho para a construção <strong>de</strong> barragens para usinas hidrelétricas e outros projetos<br />

<strong>de</strong> infraestrutura, e para legalizar a posse <strong>de</strong> terra por fazen<strong>de</strong>iros e garimpeiros.<br />

E a presi<strong>de</strong>nte reduziu o ritmo até o ponto <strong>de</strong> quase estagnação no processo, ininterrupto durante os<br />

três governos anteriores, <strong>de</strong> preservar terras para parques nacionais, reservas <strong>de</strong> vida selvagem e<br />

outras "unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação".<br />

NECESSIDADE ECONÔMICA<br />

A presi<strong>de</strong>nte é clara em seu raciocínio: promover maior <strong>de</strong>senvolvimento na região da floresta<br />

amazônica, uma área sete vezes o tamanho da França, é essencial para manter o tipo <strong>de</strong> crescimento<br />

que ao longo da última década levou 30 milhões <strong>de</strong> brasileiros a saírem da pobreza e tornou o país a<br />

sexta maior economia do mundo.<br />

O governo preten<strong>de</strong> construir 21 barragens na Amazônia até 2012 ao custo <strong>de</strong> 96 bilhões <strong>de</strong> reais, o<br />

que foi planejado quando Dilma ainda trabalhava no governo <strong>de</strong> seu mentor e antecessor, o presi<strong>de</strong>nte<br />

Luiz Inácio Lula da Silva. As barragens são necessárias, diz ela, para suprir a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energia dos<br />

consumidores, que aumentam cada vez mais no Brasil.


E o Brasil ainda tem 60 milhões <strong>de</strong> pessoas vivendo na pobreza. "Tenho <strong>de</strong> explicar para as pessoas<br />

como é que elas vão comer, como é que elas vão ter acesso à água e como é que elas vão ter acesso à<br />

energia", disse ela num discurso em abril.<br />

Essa mensagem é bem recebida por boa parte dos brasileiros. Dilma <strong>de</strong>sfruta da invejável taxa <strong>de</strong><br />

aprovação <strong>de</strong> 77 por cento, <strong>de</strong> acordo com uma pesquisa divulgada em junho.<br />

Ela recebeu 83 por cento <strong>de</strong> suas contribuições <strong>de</strong> campanha, na eleição <strong>de</strong> 20<strong>10</strong>, <strong>de</strong> corporações, a<br />

maioria dos setores <strong>de</strong> alimentos, agricultura, construção e engenharia, prestes a se beneficiarem <strong>de</strong><br />

uma abertura maior da Amazônia ao <strong>de</strong>senvolvimento, segundo uma análise <strong>de</strong> arquivos eleitorais feita<br />

pelo blogueiro e analista <strong>de</strong> informações José Roberto <strong>de</strong> Toledo.<br />

Assessores <strong>de</strong> Dilma negam quaisquer alegações <strong>de</strong> um toma lá dá cá; outros candidatos receberam<br />

recursos das mesmas empresas em proporções semelhantes.<br />

O movimento ambientalista brasileiro, bastante consolidado, está chocado.<br />

As políticas <strong>de</strong> Dilma, dizem eles, põem em risco a maior floresta tropical do mundo, reserva <strong>de</strong> um<br />

oitavo da água doce do planeta, fonte primária <strong>de</strong> oxigênio e abrigo <strong>de</strong> espécies animais e vegetais<br />

incontáveis e ainda não <strong>de</strong>scobertas, assim como <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> índios nativos da região.<br />

O ganho econômico no curto prazo, segundo críticos <strong>de</strong> Dilma, não vale o custo potencial a longo prazo<br />

para o meio ambiente do planeta, e também para a economia do Brasil.<br />

"Este é um governo disposto a sacrificar os recursos <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> anos pelo lucro <strong>de</strong> algumas<br />

décadas", disse a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, pioneira do movimento ambientalista<br />

brasileiro.<br />

A corrida pela exploração da região já fez surgir focos <strong>de</strong> conflito.<br />

O mais conhecido é Belo Monte, um projeto <strong>de</strong> 26 bilhões <strong>de</strong> reais para construir a terceira maior<br />

barragem do mundo no Rio Xingu, um tributário do Rio Amazonas no Pará, on<strong>de</strong> está localizada Itaituba.<br />

Objeto <strong>de</strong> intensa cobertura da mídia, ações na Justiça e oposição <strong>de</strong> pessoas <strong>de</strong> projeção internacional,<br />

como o cineasta hollywoodiano James Cameron, Belo Monte ameaça <strong>de</strong>slocar milhares <strong>de</strong> índios <strong>de</strong><br />

suas terras.<br />

E já está atraindo milhares <strong>de</strong> migrantes para um posto avançado na selva, em Altamira, que se<br />

transformou em uma cida<strong>de</strong> repentinamente próspera, on<strong>de</strong> os preços <strong>de</strong> alimentos e proprieda<strong>de</strong>s mais<br />

do que dobraram no último ano.<br />

No Acre, o Estado mais a oeste no Brasil, a retirada <strong>de</strong> agentes do Ibama abriu as portas a investidas e<br />

disputas entre ma<strong>de</strong>ireiros e traficantes <strong>de</strong> drogas provenientes do Peru, ameaçando o parque da Serra<br />

do Divisor, criado uma década atrás.<br />

E no Maranhão, fazen<strong>de</strong>iros, ma<strong>de</strong>ireiros e a população local com frequência entram em confronto no<br />

entorno da Reserva Biológica do Gurupi. Lá, a extração ilegal <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira afetou cerca <strong>de</strong> 70 por cento<br />

da floresta da reserva, um processo que os cientistas dizem estar acelerando a expansão do clima mais<br />

árido no nor<strong>de</strong>ste do país.<br />

A dinâmica posta em marcha pela mudança <strong>de</strong> política empreendida por Dilma é amplamente visível<br />

<strong>de</strong>ntro e ao redor do Parque Nacional da Amazônia, uma porção <strong>de</strong> floresta do tamanho da Jamaica, na<br />

margem oeste do Rio Tapajós.


Foi o primeiro parque nacional na região amazônica brasileira, criado em 1974 pela ditadura militar para<br />

mitigar o impacto <strong>de</strong> políticas que haviam estimulado migrantes pobres a se assentar na área.<br />

No fim dos anos 1980, e ao longo da década seguinte, o parque se beneficiou do momento em que o<br />

jovem governo <strong>de</strong>mocrático assumiu uma política ambientalista consi<strong>de</strong>rada uma das mais agressivas<br />

da época, posta em prática por agentes fe<strong>de</strong>rais. Na década passada, o presi<strong>de</strong>nte Lula intensificou o<br />

policiamento dos parques, reduzindo o <strong>de</strong>smatamento ao nível mais baixo já registrado.<br />

Mas o boom econômico durante o governo Lula teve seu preço. Enquanto o Brasil se tornava o maior<br />

exportador mundial <strong>de</strong> carne bovina e <strong>de</strong> soja, a floresta tropical sucumbia ao corte raso das árvores<br />

para a agricultura. Nas colinas perto <strong>de</strong> Itaituba, a extração <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e a mineração prosseguiram -uma<br />

parte é legal, outra, não.<br />

Para impor a or<strong>de</strong>m, em 2006 o governo criou uma zona-tampão <strong>de</strong> seis reservas em terras próximas,<br />

uma área mais <strong>de</strong> seis vezes o tamanho do Parque Nacional da Amazônia, na qual a ativida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>ria<br />

ser regulada.<br />

ÁGUAS AGITADAS<br />

Quando Maria Lucia Carvalho assumiu o cargo <strong>de</strong> chefe do Parque Nacional da Amazônia três anos<br />

atrás, ela estava ávida por atrair mais visitantes e reprimir os abusos. Os agentes do Ibama estavam<br />

nas proximida<strong>de</strong>s para ajudar os funcionários do parque a lidar com os persistentes caçadores e<br />

posseiros. "Eu tinha esperança mesmo", diz ela.<br />

O sentimento não durou muito. No início <strong>de</strong> 20<strong>10</strong>, ela ouviu rumores <strong>de</strong> que uma das barragens <strong>de</strong> Dilma<br />

seria construída <strong>de</strong>ntro do parque, nas corre<strong>de</strong>iras do Tapajós.<br />

Num ponto on<strong>de</strong> o rio tem largura <strong>de</strong> três quilômetros, as corre<strong>de</strong>iras são renomadas como um habitat<br />

<strong>de</strong> muitas espécies <strong>de</strong> peixes exóticos, um ponto-chave <strong>de</strong> passagem <strong>de</strong> bagres migratórios e fonte <strong>de</strong><br />

água para animais selvagens em risco <strong>de</strong> extinção, incluindo o jaguar e a ararajuba.<br />

Alguns meses <strong>de</strong>pois, agentes do parque pegaram funcionários da companhia estatal <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong><br />

realizando pesquisa não autorizada na área, e os multaram.<br />

Depois que Maria Lucia <strong>de</strong>u <strong>de</strong>clarações à TV contra o projeto, ela foi chamada a Brasília pelo chefe do<br />

Instituto Chico Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação da Biodiversida<strong>de</strong> (ICMBio), órgão fe<strong>de</strong>ral que administra as<br />

unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação no país.<br />

"Me disseram que esse é um plano do governo e que eu sou governo e, portanto, eu não po<strong>de</strong>ria criticar<br />

o projeto", diz ela.<br />

O ICMBio não quis fazer comentários sobre o encontro.<br />

Em <strong>de</strong>zembro do ano passado, Dilma sancionou uma lei que dá aos Estados e governos municipais<br />

autorida<strong>de</strong> ambiental sobre terras que não foram licenciadas pela União.<br />

Na visão <strong>de</strong> Brasília, autorida<strong>de</strong>s locais estão mais bem posicionadas para garantir que ma<strong>de</strong>ireiros,<br />

garimpeiros e outros que extraem recursos da floresta façam isso com as licenças apropriadas em áreas<br />

on<strong>de</strong> é permitido.<br />

Outros, contudo, dizem que as autorida<strong>de</strong>s locais não têm os recursos necessários para policiar a<br />

Amazônia e são mais suscetíveis à intimidação e propina. A própria escala faz com que a aplicação da<br />

lei seja um <strong>de</strong>safio na Amazônia.<br />

Em poucos meses, os agentes florestais do Ibama <strong>de</strong> Itaituba partiram, <strong>de</strong>ixando Maria Lucia e os<br />

colegas do ICMBio policiando a área sozinhos, exceto por Lubrinna, o secretário <strong>de</strong> Meio Ambiente <strong>de</strong><br />

Itaituba, que por acaso também é minerador <strong>de</strong> ouro, e sua pequena equipe.


Lubrinna leva tanto tempo fiscalizando sua equipe <strong>de</strong> mineradores quanto <strong>de</strong>dica a seu cargo municipal,<br />

diz. Ele negou repetidos pedidos <strong>de</strong> mostrar ao repórter da Reuters sua operação <strong>de</strong> mineração.<br />

Descreveu-a como uma área <strong>de</strong> 180 quilômetros quadrados espalhada pelo sudoeste <strong>de</strong> Itaituba, a<br />

maior parte na floresta nacional.<br />

É difícil obter permissão <strong>de</strong> mineração na área, diz ele, e sua autorização não cobre toda a região on<strong>de</strong><br />

ele opera. "O governo cria leis que são difíceis <strong>de</strong> seguir", diz. "A gente precisa ganhar a vida."<br />

DERRUBADA DE ÁRVORES<br />

Dilma recentemente divulgou cifras mostrando que a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento na Amazônia caiu para um<br />

nível recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> baixa nos 12 meses encerrados em julho <strong>de</strong> 2011, o mais recente período anual com<br />

dados disponíveis.<br />

A terra total <strong>de</strong>sflorestada --cerca <strong>de</strong> 6.400 quilômetros quadrados, praticamente o tamanho do Estado<br />

norte-americano do Delaware-- diminuiu 77 por cento em relação a 2004, uma tendência que, segundo<br />

dados preliminares, continuou nos últimos meses.<br />

Críticos dizem que ainda é muito cedo para refletir o impacto da agenda da presi<strong>de</strong>nte. "Os números<br />

estão prestes a ir na outra direção", diz Adriana Ramos, dirigente do Instituto Socioambiental, um grupo<br />

ativista. "Para começar, eles estão alterando a arquitetura das regulamentações que propiciaram a<br />

queda."<br />

O fundamento <strong>de</strong>ssa arquitetura é o "código florestal" do Brasil, um conjunto <strong>de</strong> leis inalterado por<br />

décadas que estabelece o percentual e o tipo <strong>de</strong> terra que agricultores, extrativistas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e outros<br />

<strong>de</strong>vem <strong>de</strong>ixar intactos quando <strong>de</strong>smatam uma área.<br />

O po<strong>de</strong>roso lobby agropecuário pressionou seguidamente por mudanças que no começo <strong>de</strong>ste ano<br />

foram aprovadas no Congresso. Embora Dilma tenha vetado partes da lei que iriam garantir anistia<br />

para abusos cometidos no passado, ela está negociando com os parlamentares alterações que os<br />

ambientalistas temem possam tornar mais fácil extrair ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> áreas que até agora estavam fora do<br />

alcance dos <strong>de</strong>smatadores.<br />

Quando um guarda <strong>de</strong> parque recentemente visitou José Lopes da Silva, um posseiro na margem leste<br />

do Parque Nacional da Amazônia, o agricultor se queixou <strong>de</strong> uma multa <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 15 mil reais que ele<br />

recebeu no ano passado por cortar árvores adjacentes a seu milharal. "Por que eu fui multado...?", ele<br />

perguntou "... se a lei vai mudar?"<br />

"A lei ainda é a lei", respon<strong>de</strong>u o guarda.<br />

Perto <strong>de</strong> Campo Ver<strong>de</strong>, uma parada <strong>de</strong> caminhões 30 quilômetros a su<strong>de</strong>ste <strong>de</strong> Itaituba, jipes e picapes<br />

em mau estado trafegam pela estrada durante o dia. Depois do anoitecer, gran<strong>de</strong>s caminhões emergem<br />

das rotas dos ma<strong>de</strong>ireiros que atravessam áreas protegidas. Carregados com três troncos com diâmetro<br />

maior do que as rodas dos caminhões, eles se dirigem para oeste, para as serrarias ao longo do<br />

Tapajós.<br />

Com poucos agentes fe<strong>de</strong>rais na área para patrulhar as reservas, a <strong>de</strong>struição fica evi<strong>de</strong>nte somente<br />

quando a área se torna gran<strong>de</strong> o suficiente para ser <strong>de</strong>tectada, se um dia sem nuvens permitir, por<br />

satélites ou a cara e custosa vigilância aérea. Além disso, como o governo estadual conce<strong>de</strong> licenças<br />

para os <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, as autorida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>rais as inspecionam agora com menos frequência.<br />

"De que adianta, se não somos mais a máxima autorida<strong>de</strong>?", diz um agente fe<strong>de</strong>ral que pediu para não<br />

ser i<strong>de</strong>ntificado.<br />

A tarefa também é cada vez mais perigosa, já que proprietários <strong>de</strong> terras, ma<strong>de</strong>ireiros e seus capangas<br />

entram em confronto pela riqueza da floresta.


Em março, homens armados emboscaram agentes ambientais do governo fe<strong>de</strong>ral que retornavam <strong>de</strong><br />

uma fiscalização em um acampamento ilegal <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, em uma reserva natural ao sul <strong>de</strong><br />

Itaituba. Os agentes conseguiram se <strong>de</strong>svencilhar do ataque.<br />

No ano passado, um <strong>de</strong>stacado ambientalista e sua mulher foram assassinados no Pará, <strong>de</strong>pois que<br />

<strong>de</strong>nunciaram exploração ilegal <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira perto <strong>de</strong> sua casa.<br />

O padre João Carlos Portes, <strong>de</strong> Campo Ver<strong>de</strong>, disse que recentemente homens armados<br />

ameaçaram "pulverizar a paróquia com balas", <strong>de</strong>pois que ele se recusou a permitir uma missa fúnebre<br />

para um ma<strong>de</strong>ireiro e assassino confesso, morto por rivais no negócio.<br />

Portes, que também é o representante local da Pastoral da Terra, um grupo religioso voltado para<br />

a redução da violência, trabalho escravo e outros abusos no interior do país, diz que as mudanças<br />

recentes na política ambientalista significam que "as coisas somente vão ficar piores."<br />

LUTA FÚTIL<br />

Em janeiro, Dilma anunciou a medida provisória que reduz parte da área da Amazônia e seis outras<br />

reservas para abrir caminho a represas e legalizar assentamentos ilegais. Mesmo consi<strong>de</strong>rando que<br />

a <strong>de</strong>cisão ainda terá <strong>de</strong> enfrentar questionamentos na Justiça, o Congresso a transformou em lei em<br />

junho.<br />

A barragem da hidrelétrica no Rio Tapajós vai inundar uma vasta porção <strong>de</strong> mata, assim como a vila <strong>de</strong><br />

Pimental, com cerca <strong>de</strong> 800 pescadores e pequenos agricultores na margem leste do rio, na área da<br />

represa.<br />

Os moradores estão revoltados com o governo, que ainda não <strong>de</strong>u <strong>de</strong>talhes sobre a barragem, se eles<br />

terão <strong>de</strong> ser removidos e compensados ou como se dará todo o processo.<br />

"Estamos completamente no escuro", diz Luiz Matos da Lima, <strong>de</strong> 53 anos, agricultor e dono <strong>de</strong> uma<br />

mercearia em Pimental.<br />

Há pouco tempo, alguns <strong>de</strong>les expulsaram da cida<strong>de</strong> pessoas a serviço da empresa <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> e<br />

<strong>de</strong>struíram marcos <strong>de</strong> concreto colocados na área.<br />

O Ministério <strong>de</strong> Minas e Energia afirma que os <strong>de</strong>talhes finais do projeto, previsto para ser concluído em<br />

2017, ainda estão em estudo.<br />

Foi a autorização dada por Dilma à barragem que tirou o que restava do entusiasmo <strong>de</strong> Maria Lucia por<br />

seu trabalho na chefia do parque na Amazônia. Recentemente ela pediu transferência, candidatando-se<br />

a um posto em um parque no árido nor<strong>de</strong>ste.<br />

"Eles não po<strong>de</strong>m fazer uma barragem lá", diz ela, "mas, quem sabe, talvez eles façam uma usina<br />

nuclear."<br />

Enquanto isso, em junho, agentes do Ibama no aeroporto <strong>de</strong> Belém, no Pará, pren<strong>de</strong>ram um homem que<br />

viajava levando um refrigerador com uma tartaruga amazônica congelada, <strong>de</strong> <strong>10</strong> quilos, que está sob<br />

risco <strong>de</strong> extinção.<br />

Os agentes apreen<strong>de</strong>ram a carcaça, multaram o homem em 5 mil reais e abriram uma ação criminal<br />

contra ele.<br />

O viajante que levava a tartaruga: Ivo Lubrinna.<br />

O secretário <strong>de</strong> Meio Ambiente <strong>de</strong> Itaituba disse aos agentes que a carne da tartaruga seria servida em<br />

uma festa para seu filho. Lubrinna disse que vai recorrer da multa e da acusação criminal.


Ele observa, também, que embora a tartaruga esteja sob risco <strong>de</strong> extinção, comê-la é "culturalmente<br />

aceitável" na região amazônica.<br />

Reuters, <strong>10</strong>/08/2012


Política Regional - Vereadores regulamentam horário <strong>de</strong> farmácias<br />

Estabelecimentos terão que abrir aos domingos e feriados em forma <strong>de</strong> rodízio<br />

Durante a última sessão da Câmara Municipal <strong>de</strong> Parauapebas, no su<strong>de</strong>ste paraense, os vereadores<br />

aprovaram, em primeira discussão, o Projeto <strong>de</strong> Lei N° 055/2011, que estabelece a forma <strong>de</strong><br />

funcionamento das farmácias e drogarias. A proposta, que é <strong>de</strong> autoria da vereadora Percília Martins, do<br />

PRTB, prevê que esses estabelecimentos passem a funcionar das 7h30 às 22h, <strong>de</strong> segunda a sábado,<br />

com horário facultativo a partir <strong>de</strong> meio-dia no sábado. Nas madrugadas e finais <strong>de</strong> semana haverá um<br />

plantão obrigatório, que será implantado em sistema <strong>de</strong> rodízio.<br />

Assim, <strong>de</strong> segunda a sábado, das 22h às 7h30 do dia seguinte e aos domingos e feriados, das 8h às<br />

22h, ficará <strong>de</strong> plantão uma farmácia ou drogaria, <strong>de</strong> acordo com escala a ser elaborada pela Secretaria<br />

Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> ou órgão representativo da classe. Aquelas que estiverem fechadas terão que<br />

colocar uma placa informando qual unida<strong>de</strong> estará aberta. Para Odilon Rocha, o projeto supre uma<br />

carência <strong>de</strong> todos que precisam <strong>de</strong> farmácia durante a noite ou madrugada. "A gente não espera para<br />

adoecer, nem tem horário" relatou.<br />

De acordo com o projeto, as farmácias e drogarias ficarão obrigadas também a manter, durante o<br />

horário normal <strong>de</strong> funcionamento e à noite, uma pessoa habilitada e responsável para aten<strong>de</strong>r o público.<br />

Antônio Massud, do PTB, falou da importância <strong>de</strong> ter um farmacêutico em tempo integral. "Não basta<br />

só funcionar até as 22h, porque <strong>de</strong>pois das 18h não tem farmacêuticos e tem medicamentos que<br />

precisam do aval do farmacêutico" <strong>de</strong>stacou. O Projeto <strong>de</strong> Lei N° 055/2011 prevê ainda que se houver<br />

<strong>de</strong>scumprimento <strong>de</strong>ssas regras, o estabelecimento ficará sujeito ao pagamento <strong>de</strong> multas e em caso <strong>de</strong><br />

reincidência haverá cassação do alvará <strong>de</strong> funcionamento.<br />

O Liberal, <strong>10</strong>/08/2012


Energia - Energia <strong>de</strong> Itaipu é paga, diz Itamaraty<br />

O governo brasileiro não foi comunicado da intenção do Paraguai <strong>de</strong> suspen<strong>de</strong>r o repasse <strong>de</strong> energia<br />

exce<strong>de</strong>nte da Hidrelétrica <strong>de</strong> Itaipu para o Brasil e a Argentina.<br />

As autorida<strong>de</strong>s brasileiras rebatem a informação que a energia seja “cedida” ao Brasil, como disse o<br />

presi<strong>de</strong>nte paraguaio, Fe<strong>de</strong>rico Franco.<br />

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Tovar Nunes, afirmou nesta quinta-feira<br />

(9) que a energia <strong>de</strong> Itaipu é paga. “Não existe cessão <strong>de</strong> energia, ela é comprada. Essa energia, o<br />

Brasil não tem <strong>de</strong> graça”, disse.<br />

Tovar ressaltou que há um contrato com as regras que <strong>de</strong>vem ser seguidas pelos dois países.<br />

Assinado em 1973, o Tratado <strong>de</strong> Itaipu estabelece que cada país tem direito a meta<strong>de</strong> da energia gerada<br />

pela usina. Como usa apenas 5% do que teria direito, o Paraguai ven<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte para o Brasil.<br />

O tratado não autoriza que a energia <strong>de</strong>stinada ao Brasil seja vendida a outros países. Para ajustar as<br />

tarifas, recentemente houve um aumento nos preços.<br />

O porta-voz do Itamaraty acrescentou que não há estudos para novos ajustes no contrato. “Não há<br />

conhecimento <strong>de</strong> que se pretenda fazer ajustes. Não há comunicação oficial sobre a <strong>de</strong>cisão do<br />

presi<strong>de</strong>nte Fe<strong>de</strong>rico Franco”, disse ele.<br />

“Essa é uma situação que tem <strong>de</strong> ser gerida por ambas as partes”, lembrou o diplomata, ressaltando que<br />

a parceria na administração <strong>de</strong> Itaipu se baseia em uma “relação construtiva, produtiva, aberta e franca”.<br />

O Presi<strong>de</strong>nte paraguaio disse na quarta-feira (8) que irá suspen<strong>de</strong>r a venda <strong>de</strong> energia exce<strong>de</strong>nte para o<br />

Brasil e a Argentina.<br />

A medida ocorre no momento em que o Paraguai o está suspenso do Mercosul e da União <strong>de</strong> Nações<br />

Sul-Americanas (Unasul). Isso ocorre em função do afastamento do ex-presi<strong>de</strong>nte Fernando Lugo, um<br />

ato político consi<strong>de</strong>rado quebra das regras <strong>de</strong>mocráticas do Mercosul.<br />

Franco disse que enviará até <strong>de</strong>zembro projeto <strong>de</strong> lei ao Congresso recomendando a suspensão da<br />

venda <strong>de</strong> exce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> energia para o Brasil. Uma vez enviado, o texto será submetido à apreciação<br />

dos parlamentares e, <strong>de</strong>pois, votado. Não há prazo para os procedimentos.<br />

Em abril <strong>de</strong> 2013, haverá eleições presi<strong>de</strong>nciais no Paraguai. A Constituição do país impe<strong>de</strong> que Franco<br />

seja candidato à reeleição.<br />

O diretor-geral brasileiro <strong>de</strong> Itaipu, Jorge Miguel Samek, reiterou que a empresa tem regras que <strong>de</strong>finem<br />

claramente as formas <strong>de</strong> compra <strong>de</strong> energia. Ele diz não haver preocupação com a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>rico<br />

Franco. Samek disse que teve um “encontro muito positivo” com o presi<strong>de</strong>nte paraguaio, no último dia 3.<br />

Construída e administrada pelo Brasil e Paraguai, a Usina Hidrelétrica <strong>de</strong> Itaipu tem 14 mil megawatts<br />

<strong>de</strong> potência instalada e aten<strong>de</strong> a cerca <strong>de</strong> 19% da energia consumida no Brasil e a 91% do consumo<br />

paraguaio.<br />

Agência Brasil, <strong>10</strong>/08/2012


Produção - ONU quer retomar discussão sobre biocombustíveis<br />

ROMA, <strong>10</strong> Ago (Reuters) - A Organização das Nações Unidas quer retomar a discussão internacional<br />

sobre políticas para biocombustíveis e avalia que os governos <strong>de</strong>veriam ser mais flexíveis para ajudar<br />

a evitar uma crise <strong>de</strong> alimentos, disse nesta sexta-feira uma autorida<strong>de</strong> da FAO, o órgão da ONU para<br />

alimentação e agricultura.<br />

"Estamos tentando realizar um <strong>de</strong>bate internacional sobre este assunto", disse por telefone David<br />

Hallam, diretor <strong>de</strong> comércio e mercados da FAO.<br />

"Nosso principal ponto não é <strong>de</strong> que não <strong>de</strong>veria haver políticas para biocombustíveis, mas que elas<br />

<strong>de</strong>veriam ser mais flexíveis", ele disse.<br />

A preocupação global <strong>de</strong> que possa se repetir a crise <strong>de</strong> alimentos registrada em 2007/2008 aumentou<br />

<strong>de</strong>pois que dados da FAO mostraram um aumento <strong>de</strong> 6 por cento no preço dos alimentos em julho.<br />

Uma gran<strong>de</strong> seca nos EUA levou à elevação dos preços dos grãos, à medida que o governo norteamericano<br />

reduziu suas estimativas para a safra <strong>de</strong> grãos no país.<br />

Reuters, <strong>10</strong>/08/2012


Produção - Emater <strong>de</strong>senvolve software que facilita Cadastro Ambiental Rural<br />

A Empresa <strong>de</strong> Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) está <strong>de</strong>senvolvendo<br />

um software para organizar as informações que compõem o Cadastro Ambiental Rural (CAR) da<br />

agricultura familiar paraense e integrar os bancos <strong>de</strong> dados correlatos das instituições governamentais<br />

parceiras – nas esferas fe<strong>de</strong>ral, estadual e municipais.<br />

O primeiro protótipo, concebido em parceria com a empresa Optimus Gis e com recursos <strong>de</strong> um<br />

convênio firmado com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), foi apresentado em reunião na manhã<br />

<strong>de</strong>sta quinta-feira, 9, na se<strong>de</strong> do escritório central da Emater, em Marituba, Região Metropolitana <strong>de</strong><br />

Belém, a representantes do MMA, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Secretaria <strong>de</strong><br />

Estado <strong>de</strong> Meio Ambiente (Sema) e do Programa Municípios Ver<strong>de</strong>s (PMV). O software em construção<br />

facilitará, para os extensionistas que elaboram o CAR a partir <strong>de</strong> visitas técnicas e georreferenciamento<br />

das proprieda<strong>de</strong>s, o registro e o processamento das informações, garantindo um fluxograma eficiente e<br />

um banco <strong>de</strong> dados atualizado para uso da própria Emater.<br />

“Hoje, os extensionistas alimentam diretamente o sistema da Sema. Nossa proposta é que o novo<br />

sistema pré-organize essas informações, migrando-as em automático para os outros sistemas<br />

governamentais, inclusive para o da Sema, e garanta à Emater um banco <strong>de</strong> dados próprio, que sirva às<br />

entida<strong>de</strong>s parceiras e respal<strong>de</strong> outras ações e políticas do órgão, como estímulos a ca<strong>de</strong>ias produtivas<br />

específicas”, explicou o geógrafo da Emater Jamerson Viana, responsável pelo projeto.<br />

Além disso, alguns diferenciais, apontou Viana, seriam a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o software po<strong>de</strong>r ser acessado<br />

offline, permitindo o armazenamento <strong>de</strong> dados mesmo sem sinal <strong>de</strong> internet, e funcionar completamente<br />

não só em computadores comuns, mas também em palm gps, uma das ferramentas <strong>de</strong> campo que os<br />

extensionistas utilizam diretamente nas proprieda<strong>de</strong>s, quando da elaboração do CAR.<br />

“O técnico alimentará o sistema em um passo-a-passo bem <strong>de</strong>finido, e o registro só será feito,<br />

pontualmente, quando todos os dados necessários forem reconhecidos. Isso qualificará o banco <strong>de</strong><br />

dados, porque <strong>de</strong>terminará com precisão um padrão <strong>de</strong> CARs pelo menos completos. Além disso, o fato<br />

<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rem usar o software direto no palm gps e <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rem salvar as informações offline contornará<br />

algumas dificulda<strong>de</strong>s típicas em alguns municípios, como o acesso instável à internet”, explica o<br />

engenheiro ambiental e especialista em GIS (Geographic Information System – Sistema <strong>de</strong> Informação<br />

Geográfica), Marcelo Peinado, da empresa Optimus Gis.<br />

Para o secretário <strong>de</strong> Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, Paulo Guilherme<br />

Cabral, “a revisão corrente do Código Florestal, entre outros fatores, torna fundamentais iniciativas como<br />

a da Emater, que buscam consolidar e melhorar as ferramentas que i<strong>de</strong>ntificam os produtores rurais, as<br />

proprieda<strong>de</strong>s e as circunstâncias ambientais com que essas famílias produzem: “Precisamos aproveitar<br />

a perspectiva do aumento da ativida<strong>de</strong> econômica na região, preparando e legalizando os agricultores<br />

para se incluírem e serem incluídos nesse movimento evolutivo”, disse.<br />

Já o secretário do Programa Municípios Ver<strong>de</strong>s, Justiniano Netto, afirmou que o Pará “vive um momento<br />

especial <strong>de</strong> reunião <strong>de</strong> forças governamentais e não-governamentais”: “A Emater é parceira nesse<br />

processo conjunto que trabalha pelas bases do <strong>de</strong>senvolvimento rural sustentável: regularida<strong>de</strong><br />

ambiental e regularida<strong>de</strong> fundiária”, resumiu. O diretor técnico da Emater, Humberto Reale, reforçou<br />

a idéia <strong>de</strong> a Emater ser “uma das gran<strong>de</strong>s executoras das ações dos governos tanto estadual, como<br />

fe<strong>de</strong>ral”: “Damos um gran<strong>de</strong> passo administrativo e tecnológico com esse aplicativo”, anunciou. A<br />

previsão da Emater é <strong>de</strong> que o mo<strong>de</strong>lo final do software seja concluído até o fim do ano.<br />

Agência Pará, <strong>10</strong>/08/2012


Produção - Clima eleva preço global <strong>de</strong> alimentos em 6%<br />

Seca nos EUA prejudica produção <strong>de</strong> cereais, como o milho, que subiu 23%; já as chuvas irregulares no<br />

Brasil afetaram preço do açúcar, segundo a FAO<br />

O preço médio dos alimentos no mundo subiu 6% no mês <strong>de</strong> julho em relação a junho, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

três meses <strong>de</strong> baixa. O sinal amarelo foi aceso ontem pela Organização das Nações Unidas para a<br />

Alimentação e a Agricultura (FAO), cujo relatório aponta como vilões o preço dos cereais e do açúcar.<br />

Enquanto o primeiro sobe por causa da seca nos Estados Unidos, o segundo sofreu o impacto das<br />

chuvas irregulares no Brasil. Com o aumento, o índice da FAO se aproxima do recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> 2008, ano das<br />

revoltas provocadas pela fome na África e na Ásia.<br />

O aumento foi verificado na cesta <strong>de</strong> produtos básicos que serve <strong>de</strong> parâmetro para os relatórios da<br />

organização. Em julho, a alta interrompeu uma sequência <strong>de</strong> três meses <strong>de</strong> baixas contínuas, e elevou o<br />

índice da FAO a um total <strong>de</strong> 213 pontos, 12 pontos a mais do que no mês anterior.<br />

Por ora, a alta é consi<strong>de</strong>rada resultado <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> conjunturas climáticas <strong>de</strong>sfavoráveis, como<br />

seca nos Estados Unidos, chuvas irregulares no Brasil e atraso nas monções (fenômeno climático que<br />

provoca chuvas intensas) na Índia.<br />

O dado preocupante é que o nível atual se situa próximo ao pico <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2008, quando<br />

ocorreram as "revoltas da fome" - as manifestações violentas em países como Burkina Faso, Senegal,<br />

Costa do Marfim, Mauritânia, Egito, Haiti, Indonésia, Filipinas e Camarões.<br />

Na época, o índice da FAO havia subido <strong>de</strong> 139 pontos para 219 pontos no intervalo <strong>de</strong> um ano,<br />

impulsionado por altas nos preços <strong>de</strong> cereais e <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong>rivados do leite.<br />

"Quando 18 milhões <strong>de</strong> pessoas já sofrem <strong>de</strong> fome no Sahel (região do <strong>de</strong>serto do Saara), essa alta<br />

dos preços é muito alarmante", diz Clara Jamart, da organização não governamental Oxfam. "A situação<br />

alimentar é muito tensa e a especulação continua agindo."<br />

Desta vez, os produtos que mais pesaram na balança foram o açúcar e os cereais. De acordo com as<br />

Nações Unidas, o açúcar teve alta <strong>de</strong> 12% em média em relação ao mês anterior, interrompendo uma<br />

baixa que se repetia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> março.<br />

"O vigor da cotação do açúcar se explica pelas chuvas intempestivas no Brasil, primeiro exportador<br />

mundial, que atrapalharam a colheita <strong>de</strong> cana", dizem os experts da FAO. "As preocupações ligadas ao<br />

atraso das monções na Índia e a falta <strong>de</strong> precipitações na Austrália também contribuíram para a alta da<br />

cotação."<br />

A tendência, no entanto, ten<strong>de</strong> a se inverter nos próximos meses. Ontem, a Companhia Nacional <strong>de</strong><br />

Abastecimento (Conab), órgão do Ministério da Agricultura, apresentou suas projeções para a safra <strong>de</strong><br />

cana-<strong>de</strong>-açúcar <strong>de</strong> 2012 e 2013, com previsão <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> 6,5% no Brasil, com uma safra <strong>de</strong> 593,63<br />

milhões <strong>de</strong> toneladas, ante 560 milhões na temporada passada.<br />

Cereais. Outro fator importante na inflação no preço dos alimentos foi a perspectiva <strong>de</strong> quebra parcial da<br />

colheita <strong>de</strong> milho nos Estados Unidos por causa da seca, o que fez o produto subir 23% no mês <strong>de</strong> julho.<br />

O trigo também sofreu forte alta, <strong>de</strong> 19%, <strong>de</strong>sta vez causada por problemas na safra da Rússia e pelo<br />

aumento da <strong>de</strong>manda para alimentação <strong>de</strong> rebanhos.<br />

Já o arroz fechou o mês com tendência estável. Com as altas, também o índice dos cereais, que agora<br />

chega a 260 pontos, se aproxima do ápice, "somente 14 pontos a menos do que seu recor<strong>de</strong> absoluto<br />

(em termos nominais) <strong>de</strong> 274 pontos em abril <strong>de</strong> 2008".


A boa notícia do balanço da FAO é a redução, ainda que pequena, em torno <strong>de</strong> 1%, do preço das carnes<br />

bovina e ovina e <strong>de</strong> aves. No caso dos <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> leite, a queda chega a 16% <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do ano.<br />

Manchetes Socioambientais, <strong>10</strong>/08/2012


Emprego - Emprego industrial cai 0,2% em junho, diz IBGE<br />

RIO - O total <strong>de</strong> pessoal ocupado na indústria brasileira diminuiu 0,2% em junho na comparação com<br />

maio, na série com ajustes sazonais, informou a Pesquisa Industrial Mensal <strong>de</strong> Emprego e Salário<br />

(Pimes), divulgada pelo Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. É o quarto<br />

resultado negativo consecutivo nesse tipo <strong>de</strong> comparação, segundo o instituto.<br />

Já na comparação com junho do ano passado, houve queda <strong>de</strong> 1,8%, o mais forte, nesta comparação,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano do período mais agudo da crise global, em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2009 (- 2,4%).<br />

Com o resultado do mês, o indicador acumula queda <strong>de</strong> 1,2% em 2012 e baixa <strong>de</strong> 0,6% no acumulado<br />

dos últimos 12 meses terminados em junho.<br />

Houve recuo em 12 dos 14 locais que integram a pesquisa, na comparação com o mesmo período do<br />

ano passado. De acordo com o instituto, o cenário também não foi positivo sob o ponto <strong>de</strong> vista dos<br />

setores: o número <strong>de</strong> horas pagas caiu em 15 dos 18 ramos investigados pelo IBGE na pesquisa, na<br />

mesma base <strong>de</strong> comparação.<br />

A Pimes mostrou que o número <strong>de</strong> horas pagas na indústria caiu 0,3% em junho na comparação com<br />

maio, <strong>de</strong>scontando-se os efeitos sazonais. Na comparação com igual mês <strong>de</strong> 2011, as horas pagas<br />

recuaram 2,6%, enquanto o acumulado do ano apontou para uma baixa <strong>de</strong> 1,9%. No acumulado em 12<br />

meses, o número <strong>de</strong> horas pagas caiu 1,4%.<br />

Na contramão <strong>de</strong> outros indicadores da indústria, que mostram sinais negativos, a folha <strong>de</strong> pagamento<br />

real dos trabalhadores do setor mostrou saldo positivo em junho, com expansão em todos os 14 locais<br />

investigados. O IBGE observou que a folha <strong>de</strong> pagamento real teve alta <strong>de</strong> 2,5% na passagem <strong>de</strong> maio<br />

para junho, já <strong>de</strong>scontando os efeitos sazonais.<br />

São Paulo<br />

Segundo o instituto, nesta comparação, o principal impacto negativo ficou com São Paulo, maior<br />

parque industrial do paísque mostrou recuo <strong>de</strong> 3,5% no emprego industrial, em junho ante junho do ano<br />

passado.<br />

Ainda em São Paulo houve retração no número <strong>de</strong> vagas em quatorze dos <strong>de</strong>zoito setores investigados,<br />

em junho ante junho do ano passado. Os <strong>de</strong>staques negativos ficaram por conta das reduções<br />

no total do pessoal ocupado nas indústrias <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> metal (-14,7%), máquinas e aparelhos<br />

eletroeletrônicos e <strong>de</strong> comunicações (-<strong>10</strong>,2%), metalurgia básica (-16,9%), meios <strong>de</strong> transporte (-4,2%),<br />

vestuário (-8,7%) e têxtil (-8,2%).<br />

São Paulo também mostrou recuo <strong>de</strong> 4,4% no número <strong>de</strong> horas pagas em junho ante junho do ano<br />

passado. Foi a principal influência para a formação da queda <strong>de</strong> 2,6% no total <strong>de</strong> horas pagas na<br />

indústria no país, em junho ante igual mês no ano passado.<br />

No Estado, houve retração no número <strong>de</strong> horas pagas nas indústrias <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> metal (-13,8%),<br />

máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e <strong>de</strong> comunicações (-<strong>10</strong>,5%), meios <strong>de</strong> transporte (-6,6%),<br />

metalurgia básica (-19,5%), vestuário (-<strong>10</strong>,2%), têxtil (-4,9%), borracha e plástico (-3,6%) e papel e<br />

gráfica (-4%).<br />

Por regiões<br />

Outros locais que também mostraram queda no emprego industrial, e ajudaram a manter em baixa<br />

o emprego industrial no país, foram a Região Nor<strong>de</strong>ste (-2,7%), o Rio Gran<strong>de</strong> do Sul (-2,6%), Santa<br />

Catarina (-1,4%), Bahia (-4,0%) e Ceará (-3,2%), em junho ante junho do ano passado.<br />

Alta da folha <strong>de</strong> pagamento<br />

Em relação a junho <strong>de</strong> 2011, a folha <strong>de</strong> pagamento real subiu 3,7%, enquanto no acumulado do ano o<br />

indicador avançou 3,8%. No acumulado em 12 meses, o índice subiu 3,5%.


As maiores influências sobre o total nacional foram verificadas em São Paulo (2,7%), Minas Gerais<br />

(7,3%) e Paraná (7,9%). O órgão também citou avanços no Rio <strong>de</strong> Janeiro (5,4%), Região Nor<strong>de</strong>ste<br />

(3,5%), Região Norte e Centro-Oeste (3,0%) e Rio Gran<strong>de</strong> do Sul (2,7%).<br />

Ainda segundo o instituto, na análise por setores, a folha <strong>de</strong> pagamento na indústria cresceu em<br />

onze dos <strong>de</strong>zoito setores investigados em junho, ante igual mês em 2011. Os <strong>de</strong>staques positivos no<br />

número <strong>de</strong> horas pagas da indústria foram registrados em meios <strong>de</strong> transporte (<strong>10</strong>,1%), máquinas<br />

e equipamentos (6,7%), alimentos e bebidas (3,3%), indústrias extrativas (9,2%), produtos químicos<br />

(5,4%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e <strong>de</strong> comunicações (5,0%), minerais não metálicos<br />

(3,6%) e borracha e plástico (1,8%).<br />

Valor, <strong>10</strong>/08/2012


Populações Indígenas - População indígena brasileira cresceu 11,4% em <strong>10</strong> anos<br />

RIO - A população indígena brasileira cresceu 11,41% entre 2000 e 20<strong>10</strong>, totalizando 817.963 pessoas<br />

em todo o país. Esse contingente é formado por pessoas que se <strong>de</strong>clararam indígenas no quesito cor ou<br />

raça do Censo 20<strong>10</strong>: Características Gerais dos Indígenas – Resultados do Universo, publicado nesta<br />

sexta-feira pelo Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística (IBGE). Dez anos antes esse grupo era<br />

composto por 734.127 índios; e, em 1991, por 294.131.<br />

O estudo <strong>de</strong>tectou que, ao longo da última década, os índios migraram das áreas urbanas para as<br />

regiões rurais, em termos proporcionais e em números absolutos. O fenômeno fez com que a população<br />

indígena resi<strong>de</strong>nte em áreas rurais passasse a ser maior que o contingente total <strong>de</strong> índios vivendo em<br />

regiões urbanas.<br />

Em 2000, dos 734.127 índios no país, 52% (383.298 mil) viviam em áreas urbanas, enquanto os outros<br />

48% (350.829 mil) estavam em áreas rurais. Uma década <strong>de</strong>pois, a população indígena, com 817.963<br />

mil pessoas, tinha 39% (315.180 mil) das pessoas que se <strong>de</strong>clararam indígenas vivendo em áreas<br />

urbanas, enquanto na área rural havia 61% (502.783 mil).<br />

Na época da pesquisa, meta<strong>de</strong> da população indígena tinha até 22,1 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Nas terras<br />

indígenas o índice foi <strong>de</strong> 17,4 anos, e fora <strong>de</strong>las, <strong>de</strong> 29,2 anos.<br />

O IBGE i<strong>de</strong>ntificou em 20<strong>10</strong> a existência <strong>de</strong> 505 áreas <strong>de</strong> terras indígenas. Juntas, essas terras<br />

representam 12,5% do território brasileiro, ou <strong>10</strong>6,7 milhões <strong>de</strong> hectares, on<strong>de</strong> vivem 517,4 mil<br />

indígenas.<br />

(Diogo Martins | Valor)<br />

Valor, <strong>10</strong>/08/2012


Populações Indígenas - IBGE: 42,3% dos índios vivem fora <strong>de</strong> terras reconhecidas<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro - O Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística (IBGE) revelou que 57,7% dos 896 mil<br />

índios no país vivem em 505 terras indígenas reconhecidas pelo governo até 20<strong>10</strong>, o equivalente a 516,9<br />

mil índios. Porém, 379 mil estão fora <strong>de</strong>ssas terras, o que indica a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ampliação e criação<br />

<strong>de</strong> novas terras, mas também aponta para a migração em busca <strong>de</strong> educação e <strong>de</strong> renda, segundo<br />

especialistas.<br />

Dos 42,3% índios que não estão nas terras originais, 78,7% habitam áreas urbanas. Dentre as regiões<br />

do país, a situação é mais comum no Su<strong>de</strong>ste, on<strong>de</strong> 84% dos 99,1 mil índios na região estão fora <strong>de</strong><br />

suas terras, principalmente em São Paulo (93%) e no Rio <strong>de</strong> Janeiro (97%). Outros estados como Goiás<br />

(96%), Sergipe (94%) e Ceará (86%) também têm percentuais elevados.<br />

No Rio, a busca por uma vida na cida<strong>de</strong> trouxe índios migrantes para o antigo <strong>Museu</strong> do Índio, na zona<br />

norte da capital. Lá, um grupo <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 20 pessoas - <strong>de</strong> etnias como Guajajara (MA), Apurinã (AM)<br />

e Fulni-Ô (PE) - acabou se fixando. Enquanto as reivindicações por habitação e educação não são<br />

atendidas, sobrevivem do artesanato e <strong>de</strong> apresentações culturais.<br />

No Su<strong>de</strong>ste, no entanto, também há casos <strong>de</strong> índios que <strong>de</strong>ixam suas terras por falta <strong>de</strong> espaço. Se<br />

sentindo apertados <strong>de</strong>vido ao pequeno território, os guaranis, do sul fluminense, se <strong>de</strong>smembraram em<br />

al<strong>de</strong>ias menores. Parte foi para um antigo sítio indígena em Niterói e os <strong>de</strong>mais permanecem próximos<br />

às terras Guarani Araponga, Guarani <strong>de</strong> Bracuí e Parati Mirim, somando 2,8% dos índios no estado.<br />

Para o professor <strong>de</strong> antropologia da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campinas (Unicamp), José Maurício Arruti, a<br />

migração econômica é uma das explicações para a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> índios fora das al<strong>de</strong>ias reconhecidas,<br />

mas não o único fator. “Tem a ver também com o estabelecimento <strong>de</strong> núcleos antigos <strong>de</strong> migração [nas<br />

cida<strong>de</strong>s] e com problemas territoriais na origem, que expulsam, principalmente novas gerações”, afirmou.<br />

Outra razão que po<strong>de</strong> explicar o aumento <strong>de</strong> índios fora da área original é um fenômeno chamado<br />

etnogênese, quando há "reconstrução das comunida<strong>de</strong>s indígenas" que supostamente teriam<br />

<strong>de</strong>saparecido. Há indícios <strong>de</strong> que seja o caso da Região Nor<strong>de</strong>ste, on<strong>de</strong> 54% dos índios vivem fora <strong>de</strong><br />

suas terras, segundo o professor <strong>de</strong> antropologia da Unicamp.<br />

“Observando o aumento <strong>de</strong> grupos indígenas no Ceará, por exemplo, nos últimos 20 anos, é <strong>de</strong> se<br />

imaginar que o aumento da autoatribuição tem a ver com a ampliação <strong>de</strong> grupo indígenas no estado,<br />

estejam eles em terras indígenas ou não”, avaliou Arruti, mas sem <strong>de</strong>scartar que mais pesquisas e<br />

dados são necessários para apontar as razões para o número <strong>de</strong> índios fora das terras.<br />

Em três unida<strong>de</strong>s da fe<strong>de</strong>ração, os índios encontrados vivem fora <strong>de</strong> al<strong>de</strong>ias - Distrito Fe<strong>de</strong>ral (6 mil),<br />

Piauí (2,9 mil) e Rio Gran<strong>de</strong> do Norte (2,5 mil). Nesses locais, não há território indígena reconhecido.<br />

Agência Brasil, <strong>10</strong>/08/2012<br />

Mais <strong>de</strong> 324 mil índios brasileiros vivem em área urbana, diz IBGE<br />

No total, segundo o instituto, existem 896.917 indígenas no país.<br />

Dados foram coletados pelo instituto para o Censo 20<strong>10</strong>.<br />

Dados do Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta-feira (<strong>10</strong>) apontam<br />

que, no Brasil, 324.834 índios vivem na zona urbana. O número equivale a 36,2% do número <strong>de</strong><br />

indígenas no país, que totalizam 896.917 pessoas. Segundo o IBGE, outros 572.083 indígenas vivem na<br />

zona rural.<br />

Apesar do número total <strong>de</strong> indígenas consi<strong>de</strong>rado pelo IBGE ser 896.917 pessoas, apenas 817.963 se<br />

auto<strong>de</strong>claram índios. Essas 78.954 pessoas vivem em terras indígenas do país e <strong>de</strong>clararam pertencer


a outra cor ou raça, mas também se consi<strong>de</strong>raram indígenas. Os entrevistados, <strong>de</strong> acordo com o IBGE,<br />

levaram em consi<strong>de</strong>ração as tradições, costumes, cultura e os antepassados<br />

Uma comparação dos dados dos três últimos Censos divulgada pelo instituto indica que a população<br />

indígena auto<strong>de</strong>clarada voltou a ter sua maioria na zona rural em 20<strong>10</strong>. Em 2000, a maior parte dos<br />

índios se concentrava nas áreas urbanas das cida<strong>de</strong>s.<br />

De acordo com o instituto, comparando a população que se <strong>de</strong>nominou indígena em 1991 e 2000, houve<br />

um aumento <strong>de</strong> 439.996 pessoas nesse período. O aumento foi menor entre 2000 e 20<strong>10</strong>, somente<br />

83.836 pessoas.<br />

De acordo com dados da Fundação Nacional do Índio (Funai), o IBGE indica que existem atualmente<br />

505 terras indígenas (áreas <strong>de</strong>marcadas pela União on<strong>de</strong> existem al<strong>de</strong>ias) distribuídas pelo país.<br />

Por região<br />

A região Norte permanece abrigando a maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> indígenas, no total 342.836 entre <strong>de</strong>clarados<br />

e não <strong>de</strong>clarados, seguido do Nor<strong>de</strong>ste, com 232.739, e do Centro-Oeste, com 143.432. As regiões<br />

Su<strong>de</strong>ste e Sul possuem, respectivamente, 99.137 e 78.773 índios no total.<br />

O levantamento do IBGE aponta ainda que a etnia tikúna tem o maior número <strong>de</strong> indígenas no Brasil,<br />

com 46.045 pessoas, seguidos pela etnia guarani kaiowa, com 43.401, e kaingang, com 37.470.<br />

G1 Pará, <strong>10</strong>/08/2012


Populações Indígenas - Quase 80 mil não se <strong>de</strong>claram, mas se consi<strong>de</strong>ram indígenas<br />

Censo 20<strong>10</strong> somou à população total aqueles que se <strong>de</strong>claram brancos, pardous ou negros, mas se<br />

consi<strong>de</strong>ram índios<br />

O Censo encontrou 78,9 mil indígenas não <strong>de</strong>clarados, mas que se somam aos 817,9 mil encontrados<br />

na pesquisa <strong>de</strong> raça, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, <strong>10</strong>. Em metodologia diferente dos<br />

<strong>de</strong>mais Censos, o IBGE levou em conta não apenas a população que se <strong>de</strong>clarou indígena ao respon<strong>de</strong>r<br />

o quesito sobre cor ou raça, mas contou também aqueles que se consi<strong>de</strong>ram indígenas, mesmo que<br />

tenham se <strong>de</strong>clarado brancos, negros, pardos ou amarelos.<br />

A soma dos indígenas <strong>de</strong>clarados e não <strong>de</strong>clarados inicia uma nova série histórica dos Censo. Em<br />

2000, foram contabilizados apenas os que <strong>de</strong>clararam raça indígena. Eram 734,1 mil. A população <strong>de</strong><br />

raça indígena cresceu na década 11,4%, proporção menor do que o total da população brasileira, que<br />

aumentou 12,2% entre 2000 e 20<strong>10</strong>.<br />

"Para muitos indígenas, cor ou raça é uma classificação dos brancos. Eles po<strong>de</strong>m respon<strong>de</strong>r que<br />

são pardos, por exemplo, mas se consi<strong>de</strong>rarem indígenas. Você po<strong>de</strong> perguntar qual é raça e ele<br />

respon<strong>de</strong>r ‘xavante’ e não indígena ou amarelo ou branco", diz a pesquisadora do IBGE Nilza Pereira.<br />

Esses quase 80 mil que se consi<strong>de</strong>ram mas não se <strong>de</strong>claram índios respon<strong>de</strong>ram ser pardos, na maioria<br />

(67,5%). Pouco mais <strong>de</strong> 22% se disseram brancos.<br />

Não-índios. As terras indígenas somam 567,5 mil habitantes, mas 30,6 mil (5,4%) <strong>de</strong>les não se<br />

<strong>de</strong>claram nem se consi<strong>de</strong>ram índios. Segundo técnicos do IBGE, essa ocupação nem sempre é<br />

conflituosa. Em muitos casos, os habitantes não-indígenas são pessoas que se casaram com índios e<br />

passaram a morar nas áreas <strong>de</strong>marcadas ou pesquisadores, agentes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> assistência social,<br />

das Forças Armadas e outros profissionais que vivem nas terras indígenas sozinhos ou com suas<br />

famílias. Há casos que chamam atenção, como da terra indígena Fulni-Ô, em Pernambuco (município<br />

<strong>de</strong> Águas Belas, no sertão), em que 18,6 mil dos 23,8 mil habitantes são não-indígenas. A localida<strong>de</strong>, no<br />

entanto, luta pela preservação <strong>de</strong> sua cultura e é uma das raríssimas etnias nor<strong>de</strong>stinas que manteve a<br />

língua original.<br />

Estadão, <strong>10</strong>/08/2012


Populações indigenas - Analfabetismo entre indígenas é quase três vezes maior que índice nacional<br />

No Brasil, 9,6% das pessoas <strong>de</strong> 15 anos ou mais não sabem ler e escrever, contra 23,3% entre índios;<br />

proporção po<strong>de</strong> chegar a 32,3%<br />

Embora a vida <strong>de</strong>ntro das terras próprias garanta mais i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural aos indígenas, alguns<br />

indicadores sociais são piores nessas áreas do que fora <strong>de</strong>las. O índice <strong>de</strong> analfabetismo na população<br />

<strong>de</strong> 15 anos ou mais, <strong>de</strong> 9,6% no País, sobe para 23,3% na população indígena em geral e chega a<br />

32,3% entre os que indígenas que vivem em terras próprias.<br />

Entre os índios que vivem fora das terras indígenas, a proporção cai para 14,5% <strong>de</strong> analfabetos. A<br />

explicação é a carência <strong>de</strong> escolas nas terras indígenas, segundo o IBGE.<br />

Enquanto entre os não-indígenas 98,4% das crianças <strong>de</strong> até <strong>10</strong> anos têm registro em cartório, a<br />

proporção cai para 87,5% para as crianças índias que vivem fora das terras próprias e para apenas<br />

63% entre as que vivem em terras indígenas. Nas reservas e outros territórios indígenas, 27,8% das<br />

crianaças têm apenas o Registro Administrativo <strong>de</strong> Nascimento Indígena (RANI) e 7,4% não têm<br />

qualquer registro <strong>de</strong> nascimento.<br />

Estadão, <strong>10</strong>/08/2012


Populações Indígenas - Ministério libera verba para a saú<strong>de</strong> indígena<br />

Um total <strong>de</strong> R$ 332.437,06 foram disponibilizados, em caráter excepcional, pelo Ministério da Saú<strong>de</strong><br />

para serem injetados na Atenção Básica aos Povos Indígenas (IAB-PI) <strong>de</strong> seis municípios habilitados no<br />

Estado, por meio da Portaria 1.664, publicada no Diário Oficial da União, no último dia 7. Segundo Tamar<br />

Monteiro, coor<strong>de</strong>nadora estadual dos Indígenas e Populações Tradicionais da Secretaria Estadual<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (Sespa), o dinheiro já está na conta e foi repassado em parcela única. A transferência foi<br />

fundo a fundo, isto é, diretamente do Ministério da Saú<strong>de</strong> para as contas das gestões municipais e será<br />

compensada a partir do próximo dia <strong>10</strong>.<br />

Os municípios que vão receber os recursos são Itaituba (R$ 160.562,55l), Jacareacanga (R$ 12.750,00),<br />

Novo Progresso (R$ 13.050,00), Ourilândia do Norte (R$ 82.457,80), Tucumã (R$ 32.069,92) e Xinguara<br />

(R$ 21.546,79).<br />

Unida<strong>de</strong> - O secretário Especial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Indígena, Antônio Alves <strong>de</strong> Souza, entrega às 16h <strong>de</strong> hoje<br />

duas Unida<strong>de</strong>s Odontológicas Móveis (UOMs) para atendimento à saú<strong>de</strong> bucal <strong>de</strong> indígenas do Estado.<br />

Cada unida<strong>de</strong> tem capacida<strong>de</strong> para aten<strong>de</strong>r 350 pacientes por mês. A entrega acontece no prédio da<br />

Fundação Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (Funasa), on<strong>de</strong> funciona o Distrito Especial da Saú<strong>de</strong> Indígena Guamá-<br />

Tocantins, no Reduto.<br />

Jornal Amazônia, <strong>10</strong>/08/2012


Polpulações Indígenas - População indígena no País cresceu 205% em duas décadas<br />

No contexto do dia 9 <strong>de</strong> agosto, Dia Internacional dos Povos Indígenas, li<strong>de</strong>ranças realizaram um<br />

protesto na se<strong>de</strong> da Advocacia Geral da União (AGU) para apelar pela suspensão da portaria 303, que<br />

autoriza a intervenção em terras indígenas sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> consultar os índios.<br />

Hoje (<strong>10</strong>), Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados do Censo 20<strong>10</strong> que<br />

mostram que os índios no Brasil somam 896,9 mil pessoas, <strong>de</strong> 305 etnias, que falam 274 línguas<br />

indígenas. É a primeira vez que o órgão coleta informações sobre a etnia dos povos. O levantamento<br />

marca também a retomada da investigação sobre as línguas indígenas, parada por 60 anos.<br />

Com base nos dados do Censo 20<strong>10</strong>, o IBGE revela que a população indígena no País cresceu 205%<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1991, quando foi feito o primeiro levantamento no mo<strong>de</strong>lo atual. À época, os índios somavam 294<br />

mil. O número chegou a 734 mil no Censo <strong>de</strong> 2000, 150% <strong>de</strong> aumento na comparação com 1991.<br />

A pesquisa mostra que, dos 896,9 mil índios do País, mais da meta<strong>de</strong> (63,8%) vivem em área rural. A<br />

situação é o inverso da <strong>de</strong> 2000, quando mais da meta<strong>de</strong> estavam em área urbana (52%).<br />

Na avaliação do IBGE, a explicação para o crescimento da população indígena po<strong>de</strong> estar na queda da<br />

taxa <strong>de</strong> fecundida<strong>de</strong> das mulheres em áreas rurais, apesar <strong>de</strong> o índice <strong>de</strong> 20<strong>10</strong> não estar fechado ainda.<br />

Entre 1991 e 2000, essa taxa passou <strong>de</strong> 6,4 filhos por mulher para 5,8.<br />

Outro fator que po<strong>de</strong> explicar o aumento do número <strong>de</strong> índios é o processo <strong>de</strong> etnogênese, quando<br />

há "reconstrução das comunida<strong>de</strong>s indígenas", que supostamente não existiam mais, explica o professor<br />

<strong>de</strong> antropologia da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campinas (Unicamp), José Maurício Arruti.<br />

Os dados do IBGE indicam que a maioria dos índios (57,7%) vive em 505 terras indígenas reconhecidas<br />

pelo governo até o dia 31 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 20<strong>10</strong>, período <strong>de</strong> avaliação da pesquisa. Essas áreas<br />

equivalem a 12,5% do território nacional, sendo que maior parte fica na Região Norte - a mais populosa<br />

em indígenas (342 mil). Já na Região Su<strong>de</strong>ste, 84% dos 99,1 mil índios estão fora das terras originárias.<br />

Em seguida vem o Nor<strong>de</strong>ste (54%).<br />

Para chegar ao número total <strong>de</strong> índios, o IBGE somou aqueles que se auto<strong>de</strong>clararam indígenas (817,9<br />

mil) com 78,9 mil que vivem em terras indígenas, mas não tinham optado por essa classificação ao<br />

respon<strong>de</strong>r à pergunta sobre cor ou raça. Para esse grupo, foi feita uma segunda pergunta, indagando se<br />

o entrevistado se consi<strong>de</strong>rava índio. O objetivo foi evitar distorções.<br />

A responsável pela pesquisa, Nilza Pereira, explicou que a categoria índios foi inventada pela população<br />

não índia e, por isso, alguns se confundiram na auto<strong>de</strong>claração e não se disseram indígenas em um<br />

primeiro momento. "Para o índio, ele é um xavante, um kaiapó, da cor parda, ver<strong>de</strong> e até marrom",<br />

justificou.<br />

A terra indígena mais populosa no País é a Yanomami, com 25,7 mil habitantes (5% do total) distribuídos<br />

entre o Amazonas e Roraima. Já a etnia Tikúna (AM) é mais numerosa, com 46 mil indivíduos, sendo<br />

39,3 mil na terra indígena e os <strong>de</strong>mais fora. Em seguida, vem a etnia Guarani Kaiowá (MS), com 43 mil<br />

índios, dos quais 35 mil estão na terra indígena e 8,1 mil vivem fora.<br />

O Censo 20<strong>10</strong> também revelou que 37,4% índios com mais <strong>de</strong> 5 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> falam línguas<br />

indígenas, apesar <strong>de</strong> anos <strong>de</strong> contato com não índios. Cerca <strong>de</strong> 120 mil não falam português. Os povos<br />

consi<strong>de</strong>rados índios isolados, pelas limitações da própria política <strong>de</strong> contato, com objetivo <strong>de</strong> preserválos,<br />

não foram entrevistados e não estão contabilizados no Censo 20<strong>10</strong>.<br />

Ambiente Brasil, <strong>10</strong>/08/2012


Populações Indígenas - Indígenas realizam ato simbólico contra a AGU, em Manaus/AM<br />

Um grupo <strong>de</strong> aproximadamente 50 indígenas promoveu um ato simbólico nesta quinta-feira (9), em<br />

frente à se<strong>de</strong> da Advocacia Geral da União (AGU-AM), localizada no Centro <strong>de</strong> Manaus, contra a<br />

portaria nº 303/12, editada pelo órgão no último mês <strong>de</strong> julho e que <strong>de</strong>fine regras sobre a <strong>de</strong>marcação e<br />

direito <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> Terras Indígenas (TIs)<br />

O protesto – que ocorreu em outras partes do País -, também marcou o Dia Internacional dos Povos<br />

Indígenas.<br />

Munidos <strong>de</strong> arcos e flechas, além <strong>de</strong> faixas exigindo a revogação da portaria, o grupo chamou a atenção<br />

<strong>de</strong> moradores do entorno da AGU, bem como <strong>de</strong> quem passava pelo local.<br />

Polêmica – Publicada no Diário da União (DOU), no dia 17 <strong>de</strong> julho, a portaria nº 303/12 põe em prática<br />

as 19 condicionantes <strong>de</strong>finidas pelo Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral (STF), quando da <strong>de</strong>marcação da Terra<br />

Indígena (TI) Raposa Serra do Sol (RR), em março <strong>de</strong> 2009. A <strong>de</strong>cisão adotada pelo STF à época incluía<br />

inúmeras medidas restritivas aos índios.<br />

À época em que foi publica, a portaria foi criticada por inúmeras entida<strong>de</strong>s ligadas aos direitos indígenas.<br />

A mobilização por parte da Fundação Nacional do Índio (Funai), fez com que o advogado-geral da União,<br />

Luís Inácio Adams, suspen<strong>de</strong>sse até 24 <strong>de</strong> setembro os efeitos da portaria.<br />

Entretanto, a mobilização dos grupos indígenas e <strong>de</strong>mais entida<strong>de</strong>s ligadas à causa, tentam a revogação<br />

da mesma.<br />

Ambiente Brasil, <strong>10</strong>/08/2012


Saú<strong>de</strong> - Hospital divulga laudo sobre <strong>de</strong>ngue<br />

Das duas pacientes internadas, apenas uma foi acometida pelo vírus<br />

O Hospital Regional <strong>de</strong> Marabá (HRM) divulgou ontem o resultado dos exames <strong>de</strong> duas senhoras <strong>de</strong><br />

municípios vizinhos hospitalizadas em Marabá no início <strong>de</strong>sta semana. Uma <strong>de</strong>las, com mais <strong>de</strong> 50 anos<br />

<strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, oriunda <strong>de</strong> Palestina do Pará, <strong>de</strong> fato, estava com <strong>de</strong>ngue com complicações. Na outra, uma<br />

jovem <strong>de</strong> menos <strong>de</strong> 30 anos, que ocupa um leito <strong>de</strong> UTI do Hospital Regional do Su<strong>de</strong>ste do Pará, o<br />

exame não constatou <strong>de</strong>ngue. Seu agravamento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>u-se em consequência <strong>de</strong> um feto retido<br />

que lhe causou forte infecção.<br />

Segundo a Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> municipal, a paciente <strong>de</strong> Palestina do Pará, que foi internada no Hospital<br />

Municipal <strong>de</strong> Marabá (HMM), saiu da casa <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> sem dar explicações. Ela apresentava toda a<br />

sintomatologia da <strong>de</strong>ngue, como sangramento pelo nariz e manchas pelo corpo, mas não continha todos<br />

os sintomas da forma mais grave da doença.<br />

A segunda paciente, cujo estado ainda é muito grave, apesar <strong>de</strong> leve melhora, também tinha sinais<br />

semelhantes à <strong>de</strong>ngue hemorrágica, como pali<strong>de</strong>z e distúrbios <strong>de</strong> sangramento. Ela recebeu os<br />

cuidados necessários, mas ainda faz hemodiálise.<br />

Por outro lado, um jovem <strong>de</strong> 17 anos, morador do bairro Liberda<strong>de</strong>, que passou pelo HMM e <strong>de</strong>pois<br />

foi para a UTI do HRM, veio a óbito com suspeitas <strong>de</strong> Leucemia, sendo <strong>de</strong>scartada a tese <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue<br />

hemorrágica. De acordo com os médicos que assistiram o jovem, embora os parentes do mesmo<br />

imaginassem que se tratava <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue, ele apresentava uma característica incomum: febre com mais <strong>de</strong><br />

<strong>10</strong> dias, o que segundo conhecedores do assunto, indicava outro direcionamento do quadro clínico.<br />

O Liberal, <strong>10</strong>/08/2012


Saú<strong>de</strong> - Pará receberá R$ 85 mi para saú<strong>de</strong> bucal<br />

Projeto terá unida<strong>de</strong>s odontológicas em vans para regiões <strong>de</strong> difícil acesso<br />

O governo Fe<strong>de</strong>ral investirá R$ 85 milhões na saú<strong>de</strong> paraense. O dinheiro servirá para melhorias no<br />

Programa Brasil Sorri<strong>de</strong>nte, do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS), custeando o trabalho das Equipes <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> Bucal (ESB), vinculadas às Unida<strong>de</strong>s Básicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, os serviços oferecidos pelos Centros <strong>de</strong><br />

Especialida<strong>de</strong>s Odontológicas (CEOs) e os Laboratórios Regionais <strong>de</strong> Prótese Dentária (LRPDs).<br />

Também serão implementadas, por meio <strong>de</strong> doação, novas Unida<strong>de</strong>s Odontológicas Móveis (UOM), que<br />

são vans adaptadas para circular por regiões <strong>de</strong> difícil acesso, que levarão <strong>de</strong>ntistas às cida<strong>de</strong>s mais<br />

pobres e farão até 350 atendimentos por mês. A doação das unida<strong>de</strong>s móveis faz parte <strong>de</strong> um conjunto<br />

<strong>de</strong> ações para expandir e aumentar a saú<strong>de</strong> bucal nos municípios do Estado, reduzindo o tempo <strong>de</strong><br />

espera no acesso à prótese <strong>de</strong>ntária.<br />

Essa ação integra o Programa Brasil Sem Miséria, cujos objetivos são facilitar o acesso aos serviços<br />

públicos e elevar a renda e as condições <strong>de</strong> bem-estar <strong>de</strong> famílias que estão em extrema pobreza. "Sem<br />

a parceria com os estados e municípios não seria possível dar um salto <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> levando saú<strong>de</strong><br />

bucal para as regiões rurais e áreas mais vulneráveis do País", <strong>de</strong>staca o ministro da Saú<strong>de</strong>, Alexandre<br />

Padilha, durante a apresentação do balanço do Brasil Sorri<strong>de</strong>nte em todo o país, na manhã <strong>de</strong> ontem,<br />

por vi<strong>de</strong>oconferência para o Estado do Pará.<br />

PRÓTESES<br />

Hoje, segundo o Ministério da Saú<strong>de</strong>, são 558 equipes distribuídas em todas as regiões do Pará. As<br />

equipes já cobrem 25,03% do Estado, que dispõe <strong>de</strong> 53 laboratórios responsáveis pela produção <strong>de</strong><br />

cerca <strong>de</strong> 1.200 próteses por mês. Só nos primeiros cinco meses <strong>de</strong>ste ano foram produzidas 5.098<br />

<strong>de</strong>ntaduras, <strong>10</strong>,6% a mais do que no mesmo período, em 2011 (4.609). Além disso, há 27 CEOs<br />

oferecendo serviços nas áreas <strong>de</strong> endodontia (canal), cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial,<br />

periodontia, odontopediatria e odontologia para pacientes com necessida<strong>de</strong>s especiais. Alexandre<br />

Padilha explicou que o Programa está presente em quase 90% das cida<strong>de</strong>s nas cinco regiões<br />

brasileiras.<br />

O Liberal, <strong>10</strong>/08/201


Meio Ambiente - Formas <strong>de</strong> reutilizar o lixo e a importância <strong>de</strong> uma mudança <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s<br />

Todos os dias o ser humano produz lixo. São as garrafas plásticas dos refrigerantes, o resto da comida<br />

do almoço, os vidros, milhões <strong>de</strong> embalagens e por aí vai. Em uma escala maior, há também os resíduos<br />

produzidos pela agricultura, mineração, indústria, produção energética, entre tantos outros processos.<br />

Ao fim <strong>de</strong> cada ano, estima-se que o mundo produza quase um bilhão <strong>de</strong> toneladas <strong>de</strong> lixo, <strong>de</strong> acordo<br />

com a Organização das Nações Unidas (ONU). Mas, disso tudo, o que, <strong>de</strong> fato, é resíduo e tão somente<br />

<strong>de</strong>sperdício?<br />

Gran<strong>de</strong> parte do que é tratado enquanto lixo po<strong>de</strong> se tornar verda<strong>de</strong>iro tesouro se bem aproveitado,<br />

segundo a edição <strong>de</strong> hoje da revista Science. A publicação científica, uma das mais renomadas do<br />

mundo, <strong>de</strong>dicou várias páginas a uma série especial sobre o lixo produzido nos mais diversos países.<br />

Além <strong>de</strong> pontuar os problemas, <strong>de</strong>stacou formas inteligentes encontradas por cientistas e engenheiros<br />

para trabalhar com os resíduos para minimizar o impacto ambiental e transformá-los em produtos<br />

rentáveis. No ditado brasileiro, aquela história <strong>de</strong> transformar o lixo em luxo.<br />

Confira, na íntegra, a entrevista feita com Rodrigo Sabatini,presi<strong>de</strong>nte do Instituto Lixo Zero Brasil, sobre<br />

a questão da produção e <strong>de</strong>stino final do lixo no país.<br />

- A Science é uma das mais renomadas revistas científicas do mundo. Como o senhor encara uma<br />

edição inteira <strong>de</strong>dicada ao tema do lixo? Qual é a importância <strong>de</strong>ssa discussão?<br />

Fundamental. Esperamos que este tema cresça cada vez mais em todos os veículos <strong>de</strong> comunicação,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> os programas, documentários, até as propagandas <strong>de</strong> uma forma geral, materiais institucionais,<br />

discussões nos meios educacionais, indústria, domicílios, bairros, etc.<br />

O tema tem se <strong>de</strong>stacado mais freqüentemente em gran<strong>de</strong>s mídias nos últimos dois anos. Na televisão<br />

também, algumas emissoras <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> repercussão têm dado <strong>de</strong>staque ao tema no Brasil e mundo.<br />

Mas é preciso que ele seja incorporado no dia-a-dia das pessoas, global e localmente, para que as<br />

atitu<strong>de</strong>s mu<strong>de</strong>m automaticamente. O problema é <strong>de</strong> todos. O que é gerado no outro lado do mundo<br />

está tendo conseqüências aqui e vice-versa. É um assunto complexo, especialmente porque envolve<br />

mudanças <strong>de</strong> comportamento, valores, atitu<strong>de</strong> e sérias questões políticas e econômicas.<br />

O Instituto Lixo Zero Brasil busca trabalhar a co-responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos neste assunto, reunir<br />

empresários, organizações, órgãos públicos e os cidadãos comuns para discutir o assunto e quanto mais<br />

a mídia trata o assunto, mas as pessoas <strong>de</strong>spertam o interesse para gerar mudanças.<br />

- Como é o panorama do lixo no Brasil? Produção e <strong>de</strong>stinação final?<br />

Nossos relatórios e dados geralmente se baseiam em organizações importantes como: ABRELP, IPEA e<br />

IBGE e SNIS, CEMPRE.<br />

De acordo com o Diagnóstico do Manejo <strong>de</strong> Resíduos Sólidos Urbanos, realizado pelo SNIS (Sistema<br />

Nacional <strong>de</strong> Informações sobre Saneamento), referente ao ano <strong>de</strong> 2007, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lixo coletado<br />

diariamente por um brasileiro gira em torno <strong>de</strong> 0,71Kg por cada habitante nas cida<strong>de</strong>s menores (com<br />

até 30 mil habitantes) e 1,17 Kg nas cida<strong>de</strong>s com mais <strong>de</strong> três milhões <strong>de</strong> moradores. Deste montante<br />

aproximadamente 50% é orgânico, 30% reutilizável ou reciclável e <strong>10</strong>% é o rejeito ou o que realmente<br />

consi<strong>de</strong>ramos lixo. Mas po<strong>de</strong>ríamos reduzir este percentual <strong>de</strong> lixo/rejeito a 5%.<br />

No Brasil, segundo a ABRELP - Associação Brasileira <strong>de</strong> Limpeza Pública e Resíduos Especiais (<strong>de</strong><br />

2009), das 150 mil toneladas <strong>de</strong> lixo coletadas por dia no Brasil, 43% não têm <strong>de</strong>stinação final a<strong>de</strong>quada,<br />

e apesar <strong>de</strong> ter sido constatada uma evolução na a<strong>de</strong>quação da <strong>de</strong>stinação do RSU(resíduos sólidos<br />

urbanos) <strong>de</strong> 2008 para 2009, este montante, que representa quase 22 milhões <strong>de</strong> toneladas por ano,<br />

ainda é disposto <strong>de</strong> forma ina<strong>de</strong>quada em aterros não controlados ou lixões, que não garantem a <strong>de</strong>vida<br />

proteção ambiental.


A produção <strong>de</strong> resíduos per capta aumentou em 6,6% <strong>de</strong> 2008 para 2009. Um estudo sobre a relação<br />

do brasileiro com o lixo, consta que 6,7 milhões <strong>de</strong> toneladas <strong>de</strong>stes resíduos <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> ser coletados<br />

no ano <strong>de</strong> 20<strong>10</strong>, e, por conseqüência, tiveram <strong>de</strong>stino impróprio. O país per<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> R$ 8 bilhões<br />

por ano por <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> reciclar os resíduos que po<strong>de</strong>riam ter outro fim, mas que são encaminhados aos<br />

aterros e lixões das cida<strong>de</strong>s (IPEA);<br />

O potencial <strong>de</strong> reciclagem ainda é muito inferior ao potencial apontado pelo IPEA que é <strong>de</strong> 30,4% <strong>de</strong><br />

materiais recicláveis. O Brasil ainda possui 2.906 lixões distribuídos por 2.8<strong>10</strong> municípios que precisam<br />

ser erradicados até 2014, segundo informação do Instituto <strong>de</strong> Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),<br />

sobre o Plano Nacional <strong>de</strong> Resíduos Sólidos (PNRS);<br />

Os aterros sanitários são consi<strong>de</strong>rados locais a<strong>de</strong>quados por serem <strong>de</strong>vidamente impermeabilizados<br />

e equipados com sistemas <strong>de</strong> proteção ambiental e à saú<strong>de</strong>. Já os lixões a céu aberto e aterros<br />

controlados são consi<strong>de</strong>rados inapropriados por serem terrenos sem condições técnicas para o <strong>de</strong>pósito<br />

<strong>de</strong> resíduos sólidos.<br />

- No Brasil, a maioria <strong>de</strong> nossos resíduos vai parar nos aterros. Essa é a melhor solução?<br />

Métodos como a incineração seria melhor do ponto <strong>de</strong> vista ecológico e econômico?Não é a melhor<br />

solução, contudo, para o Brasil, po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado a solução mais viável economicamente. Já<br />

ecologicamente falando, somente po<strong>de</strong>rá ser uma solução viável se estivermos falando <strong>de</strong> Aterros<br />

Sanitários, que são espaços planejados e preparados para a <strong>de</strong>posição final <strong>de</strong> resíduos sólidos, para<br />

captar e tratar dos gases/líquidos resultantes e <strong>de</strong>vem seguir uma série <strong>de</strong> normas e regulamentos,<br />

diferentes do que vemos hoje (aterros controlados e lixões).<br />

Não é tão fácil se chegar a um consenso pois ambos apresentam razões mais ou menos válidas, com<br />

valores muito relativos que dificultam um acordo. Também <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da realida<strong>de</strong> da localida<strong>de</strong>, país,<br />

etc. No Brasil, nossa dimensão territorial ainda nos permite ter aterros (com limites e prazos <strong>de</strong> uso), o<br />

que não acontece em outros continentes, países menores. Na Europa gran<strong>de</strong> maioria dos resíduos é<br />

direcionada para os incineradores, principalmente por questões <strong>de</strong> espaço físico e geração <strong>de</strong> energia.<br />

Mas há outros fatores envolvidos nesta <strong>de</strong>cisão. O i<strong>de</strong>al seria que atingíssemos a Meta Lixo Zero, ou<br />

metas <strong>de</strong> redução constantes. Quanto menos lixo, menor a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aterros ou incineradores.<br />

Mas o caminho é longo.<br />

- Como po<strong>de</strong>mos aproveitar o nosso lixo <strong>de</strong> forma inteligente e sustentável?Tudo começa pelo ato <strong>de</strong><br />

consumo e nas escolhas que fazemos a todo instante. O Instituto adota e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> os Conceitos Lixo<br />

Zero para cidadãos e organizações, são ações práticas que consistem em:<br />

Comprar produtos mais duráveis e dizer não aos <strong>de</strong>scartáveis.<br />

Não utilizar copos plásticos (ter uma caneca próxima), usar menos papel, reutilizar produtos (garrafas <strong>de</strong><br />

água, utensílios em geral), isso significa pensar em todas as formas <strong>de</strong> utilização do objeto antes <strong>de</strong> se<br />

<strong>de</strong>sfazer <strong>de</strong>ste no que a maioria chama <strong>de</strong> lixo, mas que está cheio <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong>scartados <strong>de</strong> forma<br />

impensada.<br />

Buscar pontos <strong>de</strong> coleta seletivas ou quem colete utensílios que não serão mais reaproveitados em<br />

casa/escritório, mas po<strong>de</strong>rão ser aproveitados nas mãos <strong>de</strong> outras pessoas, etc.<br />

A internet já disponibiliza formas diferentes <strong>de</strong> reuso e reciclagem com os mais diferentes objetos. Vale<br />

a pena uma reportagem só sobre reutilização <strong>de</strong> materiais com tudo o que po<strong>de</strong> ser feito. Utensílios<br />

domésticos, <strong>de</strong>coração <strong>de</strong> casa, construções sustentáveis e criativas com reaproveitamento <strong>de</strong> resíduos,<br />

etc...<br />

Móveis, com ma<strong>de</strong>iras recicladas e pneus, carteiras e bolsas feitas <strong>de</strong> tetra pack, sacolas feitas <strong>de</strong><br />

restos <strong>de</strong> banners, tapetes (restos <strong>de</strong> tecido)..


Separar o orgânico. Parece simples, mas tão difícil das pessoas fazerem ainda. Já há diversas formas<br />

<strong>de</strong> separar o orgânico do resíduos seco. É preciso dar uma <strong>de</strong>stinação, mas não faltam alternativas: Há<br />

composteiras práticas, minhocários para apartamentos e outras. Com isso já se reduz 50% do nosso lixo<br />

doméstico.<br />

As pessoas precisam agir mais, buscar criativida<strong>de</strong> e principalmente mudar hábitos.<br />

Correio Braziliense, <strong>10</strong>/08/2012


Meio Ambiente - Pará continua campeão em <strong>de</strong>smatamento pelo 4° mês<br />

Pelo quarto mês consecutivo, o Pará é responsável pela maior parte da <strong>de</strong>vastação da Amazônia.<br />

Somente nos quatro primeiros dias <strong>de</strong>ste mês, teve 57,44 km² <strong>de</strong> seu território florestal <strong>de</strong>smatado,<br />

conforme revelou o Instituto Nacional <strong>de</strong> Pesquisas Espaciais (Inpe). A área <strong>de</strong>vastada equivale a 5.800<br />

campos <strong>de</strong> futebol.<br />

Os números revelam também que, <strong>de</strong> abril a julho <strong>de</strong> 2012, do total <strong>de</strong> 650,3 km² <strong>de</strong> cobertura vegetal<br />

<strong>de</strong>vastada na Amazônia, 187,8 km² aconteceu em território paraense, ou seja, um terço do total <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>smatamento da floresta se <strong>de</strong>u no Estado.<br />

Este aumento nos índices <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento se <strong>de</strong>ve, também, à falta <strong>de</strong> fiscalização, uma vez que os<br />

agentes do Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) estão em<br />

greve há quase dois meses e, por causa disso, <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> ir a campo impedir a <strong>de</strong>vastação da floresta<br />

no Estado. Para se ter i<strong>de</strong>ia, no mês <strong>de</strong> junho, quando os ficais estavam trabalhando, o <strong>de</strong>smatamento<br />

foi <strong>de</strong> 37,95 km² <strong>de</strong> área florestal. No mês passado, o índice atingiu o recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> 92,98 km².<br />

O alerta sobre o <strong>de</strong>smatamento foi i<strong>de</strong>ntificado por meio <strong>de</strong> um sistema que se utiliza imagens <strong>de</strong><br />

satélites para i<strong>de</strong>ntificar – em tempo real - a perda da cobertura vegetal no bioma Amazônia. O Inpe<br />

constatou que, em menos <strong>de</strong> um mês, a <strong>de</strong>vastação da floresta cresceu 245%, dados que confrontam<br />

com as quedas sucessivas que vinham sendo registradas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2008.<br />

Para a presi<strong>de</strong>nte da Associação dos Servidores do Ibama no Pará, Cecília Cor<strong>de</strong>iro, a oscilação entre<br />

os números revelam que o <strong>de</strong>smatamento funciona como uma bola <strong>de</strong> neve. “Se um vizinho <strong>de</strong>smata,<br />

ganha dinheiro, compra carro, coloca gado no pasto e nada acontece contra ele, outros vão <strong>de</strong>ixar a<br />

floresta em pé para quê? Eles vão <strong>de</strong>smatar também”, disse, ao <strong>de</strong>stacar a importância da presença do<br />

agente <strong>de</strong> fiscalização que atua no combate ao <strong>de</strong>smatamento.<br />

A greve dos servidores do Ibama começou no dia 21 <strong>de</strong> junho e entre as principais reinvindicações<br />

estão a valorização da carreira <strong>de</strong>oespecialista <strong>de</strong> Meio Ambiente, melhores condições <strong>de</strong> trabalho,<br />

reestruturação da instituição, aumento dos investimentos em capacitação, logística e equipamentos.<br />

DOL, <strong>10</strong>/08/2012<br />

Falta <strong>de</strong> fiscalização facilita <strong>de</strong>smatamento no Pará, diz Ibama<br />

Uma área <strong>de</strong> quase 6 mil campos <strong>de</strong> futebol foi <strong>de</strong>smatada em agosto.<br />

Segundo Ibama, greve dos fiscais facilita ação <strong>de</strong> criminosos.<br />

O Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) divulgou nesta quintafeira<br />

(9) dados do <strong>de</strong>smatamento no Pará com base no monitoramento diário feito pelo Instituto Nacional<br />

<strong>de</strong> Pesquisas Espaciais (Inpe). De acordo com o Ibama, o Pará <strong>de</strong>smatou, somente nos quatro primeiros<br />

dias <strong>de</strong> agosto, 57,44 km² <strong>de</strong> florestas.<br />

A informação foi registrada no banco <strong>de</strong> dados do Deter, sistema <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento em<br />

tempo real que utiliza imagens <strong>de</strong> satélite para monitorar a floresta Amazônica.<br />

Segundo o Ibama, a área <strong>de</strong>smatada equivale a 5.800 campos <strong>de</strong> futebol. De acordo com a Associação<br />

dos Servidores do Ibama no Pará (Asibama), o índice se <strong>de</strong>ve a falta <strong>de</strong> fiscalização, já que os<br />

funcionários do órgão estão em estado <strong>de</strong> greve <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> junho.<br />

Greve dos servidores incentiva <strong>de</strong>smatamento no Pará<br />

Com a greve do Ibama, quatro operações <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> ser realizadas no mês <strong>de</strong> julho. Sem funcionários<br />

em campo, todas as áreas <strong>de</strong>smatadas indicadas pelo Deter <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> ser embargadas, e os<br />

responsáveis não foram autuados nem multados.


O Inpe informou que os dados do Deter não po<strong>de</strong>m ser utilizados para comparações, visto que a<br />

<strong>de</strong>tecção do <strong>de</strong>smatamento está sujeita a fatores ambientais, como a cobertura <strong>de</strong> nuvens. Porém, a<br />

Associação dos Servidores do Ibama informou que, em junho <strong>de</strong>ste ano, a <strong>de</strong>vastação na amazônia foi<br />

<strong>de</strong> aproximadamente 38 km². Em julho, com o início da greve, 92 km² foram <strong>de</strong>smatados.<br />

"O <strong>de</strong>smatamento tem o efeito bola <strong>de</strong> neve. Se um vizinho <strong>de</strong>smata, ganha dinheiro, compra carro,<br />

coloca gado no pasto e nada acontece contra ele, outros vão <strong>de</strong>ixar a floresta em pé para quê? Ele vai<br />

<strong>de</strong>smatar também. Sem o prejuízo a outras políticas necessárias para preservar as florestas, não se<br />

po<strong>de</strong> abrir mão dos fiscais em campo, apreen<strong>de</strong>ndo tratores, motosserras, multando e embargando as<br />

proprieda<strong>de</strong>s dos <strong>de</strong>smatadores", afirma a presi<strong>de</strong>nte da Asibama no Pará, Cecília Cor<strong>de</strong>iro.<br />

Para o pesquisador sênior do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Adalberto<br />

Veríssimo, se a paralisação do Ibama for duradoura, ela po<strong>de</strong> contribuir para o aumento do<br />

<strong>de</strong>smatamento no estado. "Sem as fiscalizações, os infratores se sentem mais à vonta<strong>de</strong> para praticar o<br />

crime. Os impactos po<strong>de</strong>rão ser gran<strong>de</strong>s e irrevesíveis", aponta Veríssimo.<br />

Entenda o caso<br />

Os servidores do Ibama estão em greve <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> junho. Para retornar ao trabalho, eles reivindicam<br />

a valorização da carreira <strong>de</strong> Especialista em Meio Ambiente, a reestruturação da instituição e mais<br />

investimentos em capacitação, logística e equipamentos.<br />

G1 Pará, <strong>10</strong>/08/2012<br />

Greve do Ibama contribui para <strong>de</strong>smatamento<br />

O Estado do Pará bateu recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento nos quatro primeiros dias <strong>de</strong> agosto, quando 57,44<br />

km² <strong>de</strong> florestas foram <strong>de</strong>smatados, <strong>de</strong> acordo com Instituto Nacional <strong>de</strong> Pesquisas Espaciais (Inpe).<br />

O resultado vai <strong>de</strong> encontro à tendência dos últimos anos <strong>de</strong> redução da <strong>de</strong>vastação no Estado. O<br />

aumento no <strong>de</strong>smate po<strong>de</strong> ter sido causado pela falta <strong>de</strong> fiscalização do último mês, já que os servidores<br />

do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) estão em estado<br />

<strong>de</strong> greve <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o dia 21 <strong>de</strong> junho, o que paralisou as ações <strong>de</strong> campo. Para reverter o quadro, na<br />

próxima semana, o órgão realiza uma operação emergencial, a partir <strong>de</strong> um acordo firmado junto<br />

ao comando <strong>de</strong> greve local. Os servidores se comprometeram a compor as fiscalizações a partir <strong>de</strong><br />

segunda-feira (13).<br />

Os funcionários da "operação emergência" <strong>de</strong>vem se dirigir para os municípios <strong>de</strong> Dom Eliseu e<br />

Ulianópolis, no nor<strong>de</strong>ste do Estado, e São Félix do Xingu e Novo Progresso, no su<strong>de</strong>ste do Pará, on<strong>de</strong><br />

estão os maiores focos <strong>de</strong> <strong>de</strong>smate, segundo o chefe do <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> fiscalização do Ibama no<br />

Pará, Paulo Maués. "A gente enten<strong>de</strong> que a falta da fiscalização é um dos vetores do aumento no<br />

<strong>de</strong>smatamento no Pará. A <strong>de</strong>vastação vem diminuindo ao longo dos anos e o único fator diferente, <strong>de</strong>sta<br />

vez, foi a greve do Ibama", reconheceu o chefe <strong>de</strong> fiscalização.<br />

Por causa do estado <strong>de</strong> greve, os funcionários do órgão executam apenas expediente interno e<br />

operações-padrão em portos e aeroportos, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> atuar em operações <strong>de</strong> campo. Das quatro<br />

operações planejadas para o mês <strong>de</strong> julho, por exemplo, nenhuma saiu do papel. "Essa paralisação<br />

parcial po<strong>de</strong>, sim, ser um dos fatores do aumento no <strong>de</strong>smate", referendou o vice-presi<strong>de</strong>nte da<br />

Associação dos Servidores do Ibama no Pará (Asibama), Antônio Melo.<br />

A rodada <strong>de</strong> negociações entre o governo fe<strong>de</strong>ral e os movimentos grevistas <strong>de</strong> diversos órgãos<br />

<strong>de</strong>verá durar toda a próxima semana, <strong>de</strong> segunda (13) a sexta-feira (17). Segundo o vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

da Asibama, a pauta do Ibama será discutida provavelmente na sexta, junto à Secretaria <strong>de</strong> Relações<br />

Trabalhistas, do Ministério do Planejamento. "Se não tivermos resultados positivos, o Ibama entra em<br />

greve <strong>de</strong> fato em todo o Brasil", adiantou Antônio Melo. Assim como os <strong>de</strong>mais órgãos fe<strong>de</strong>rais, os<br />

servidores do Ibama reivindicam valorização da carreira no instituto, melhores condições <strong>de</strong> trabalho e<br />

investimentos na estrutura estatal.


Jornal Amazônia, <strong>10</strong>/08/2012


Meio Ambiente - Reunião sobre o Código Florestal é adiada para o dia 28<br />

Brasília - Com o aval do governo, o presi<strong>de</strong>nte da comissão mista que analisa a Medida Provisória (MP)<br />

do Código Florestal, <strong>de</strong>putado Bohn Gass (PT-RS), adiou para o próximo dia 28 a reunião do colegiado<br />

que estava marcada para esta quinta-feira (9). A intenção é usar esse espaço <strong>de</strong> tempo para negociar<br />

com a bancada ruralista um entendimento sobre a MP.<br />

O clima ficou tenso na quarta-feira (8) na comissão <strong>de</strong>pois que parlamentares da bancada ruralista<br />

aprovaram quatro emendas que modificam o relatório apresentado pelo relator, senador Luiz Henrique<br />

da Silveira (PMDB-SC). Depois <strong>de</strong> aprovar o texto-base do relatório, a comissão está votando as<br />

emenda em separado, que são sugestões para modificar o parecer do relator.<br />

As emendas aprovadas ontem acabam com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recomposição <strong>de</strong> área <strong>de</strong> preservação<br />

permanente nos rios não perenes, suprimem o conceito <strong>de</strong> área abandonada, retiram a limitação para<br />

aplicação <strong>de</strong> pousio nas proprieda<strong>de</strong>s rurais e a acrescentam a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong> carbono ao novo<br />

Código Florestal.<br />

“Alguns radicais estão querendo <strong>de</strong>struir a legislação ambiental do país”, disse à Agência Brasil o<br />

senador Jorge Viana (PT-AC), que foi relator do Código Florestal no Senado. Segundo ele, o adiamento<br />

da reunião <strong>de</strong> hoje servirá como “um freio <strong>de</strong> arrumação” para a busca do bom senso.<br />

“Em vez do bom senso estão tendo [os ruralistas] uma atitu<strong>de</strong> inaceitável <strong>de</strong> <strong>de</strong>struir a legislação<br />

ambiental. Estão querendo radicalizar, mas o governo tem instrumentos para endurecer a negociação”,<br />

disse Viana.<br />

De acordo com o petista, se permanecer o impasse, será muito difícil votar a Medida Provisória do<br />

Código Florestal antes <strong>de</strong>la per<strong>de</strong>r a valida<strong>de</strong>, o que ocorre em outubro. “Não votar a MP vai <strong>de</strong>ixar todo<br />

mundo na insegurança jurídica”.<br />

Agência Brasil, <strong>10</strong>/08/2012


Meio Ambiente - Áreas como Pantanal precisam <strong>de</strong> lei própria, diz coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> INCT<br />

Na noite <strong>de</strong>sta quarta-feira (8), foi aberto no Centro <strong>de</strong> Eventos do Pantanal, em Cuiabá, o 1º Congresso<br />

Brasileiro <strong>de</strong> Áreas Úmidas (Conbrau). Pesquisadores, estudantes, empresários e socieda<strong>de</strong> em geral<br />

se reuniram para assistir à primeira palestra do evento, com o tema “Código Florestal e o Pantanal”,<br />

ministrada pelo coor<strong>de</strong>nador do Instituto Nacional <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (Inau),<br />

Wolfgang Junk.<br />

O coor<strong>de</strong>nador do evento, Paulo Teixeira <strong>de</strong> Sousa Junior, relembrou a criação do Centro <strong>de</strong> Pesquisa<br />

do Pantanal (CPP), que neste ano completa uma década <strong>de</strong> existência, sendo que as discussões<br />

sobre sua importância se <strong>de</strong>ram a partir <strong>de</strong> 2000, quando o Pantanal foi <strong>de</strong>clarado pela Unesco como<br />

Patrimônio da Humanida<strong>de</strong>. “Isso foi uma janela para o <strong>de</strong>senvolvimento dos trabalhos para uso<br />

sustentável das áreas úmidas, que têm um inestimável valor”, disse.<br />

Wolfgang Junk apresentou os conceitos das AUs e sua diversida<strong>de</strong>, que, a seu ver, não é protegida pelo<br />

Código Florestal. “No código é consi<strong>de</strong>rado apenas o nível mínimo <strong>de</strong> água das regiões, o que prejudica<br />

a proteção em épocas <strong>de</strong> cheia, que são muito comuns no Pantanal”, <strong>de</strong>stacou. Para o pesquisador,<br />

as principais ameaças para essas áreas incluem os usos invasivos para agropecuária, a poluição por<br />

esgotos e a construção <strong>de</strong> hidrelétricas. “Apesar <strong>de</strong> tudo isso, a maior ameaça é a falta <strong>de</strong> uma lei<br />

específica. O processo político em andamento indica que temos poucas chances <strong>de</strong> incorporar nossa<br />

proposta no novo código, porém isso não po<strong>de</strong> frear os esforços dos cientistas”, disse Junk.<br />

Participaram também da abertura: o reitor da Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Mato Grosso do Sul (UEMS),<br />

Fábio Costa; representante do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Reinaldo Lourival;<br />

a presi<strong>de</strong>nta da comissão científica do evento, Cátia Nunes; o presi<strong>de</strong>nte da comissão executiva<br />

do Conbrau, Pierre Girard; o supervisor adjunto do Sesc Pantanal, José Alberto Guimarães; e o<br />

coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> Conservação <strong>de</strong> Águas Doces da The Nature Conservancy (TNC), Albano Araujo.<br />

Encerramento<br />

O evento segue até esta sexta-feira (<strong>10</strong>) com ciclo <strong>de</strong> palestras que será encerrado pelo ex-secretário <strong>de</strong><br />

Meio Ambiente do estado Luiz Henrique Dal<strong>de</strong>gan, que discorrerá sobre “Projeto <strong>de</strong> Lei 750/2011 – Uma<br />

lei para o Pantanal”, às 18h. A entrada é franca, e o evento, aberto à socieda<strong>de</strong> em geral.<br />

O congresso é uma realização do Centro <strong>de</strong> Pesquisa do Pantanal (CPP), da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />

Mato Grosso (UFMT) e do Inau, com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI),<br />

do Sesc Pantanal, da Fundação <strong>de</strong> Amparo à Pesquisa do Estado <strong>de</strong> Mato Grosso (Fapemat), do<br />

Conselho Nacional <strong>de</strong> Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), da Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong><br />

Aperfeiçoamento <strong>de</strong> Pessoal <strong>de</strong> Nível Superior (Capes/MEC) e da TNC.<br />

MCTI, <strong>10</strong>/08/2012


Meio Ambiente - Sacolas serão substituídas<br />

Município <strong>de</strong>termina que sacos plásticos <strong>de</strong>vem ser trocados por outros feitos com material<br />

bio<strong>de</strong>gradável<br />

Em Belém, a Lei Municipal nº 8.862/2011, que entrou em vigor ontem, proíbe o uso das sacolas<br />

plásticas tradicionais. Na prática, a iniciativa não retira as sacolas das ruas, apenas substitui por<br />

outra que contém, em sua composição química, um aditivo que acelera a <strong>de</strong>composição. Ou seja, as<br />

sacolas tradicionais <strong>de</strong>verão ser substituídas por sacolas fabricadas com material oxi-bio<strong>de</strong>gradável ou<br />

bio<strong>de</strong>gradável.<br />

Segundo o vice-presi<strong>de</strong>nte da Associação <strong>Paraense</strong> <strong>de</strong> Supermercados (Aspas), Jorge Portugal, a<br />

medida já é adotada pelos 44 supermercados associados a Aspas no Pará. "Há dois anos, utilizamos<br />

nestes estabelecimentos comercias, as sacolas oxi-bio<strong>de</strong>gradáveis. Sabemos que o i<strong>de</strong>al são mesmo as<br />

sacolas retornáveis, mas o ‘oxiobio’ também é um avanço", afirma.<br />

A coor<strong>de</strong>nadora da Organização Não Governamental (ONG) Noolhar, Patrícia Gonçalves, ainda vê com<br />

pessimismo a utilização <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> sacola. "A sacola oxi-bio<strong>de</strong>gradável continua sendo plástico, mas<br />

que contem um componente químico que granula se estiver sob a luz. No entanto, as sacolas vão parar<br />

em lixões e acabam enterradas. Sem acesso a luz, como irão se <strong>de</strong>compor?", questiona.<br />

Para o aposentado Domiciano Bezerra, 52 anos, as sacolas facilitam a vida do consumidor. "Eu sei<br />

que há campanhas para a utilização da sacola retornável, aquela <strong>de</strong> tecido. Mas como eu posso fazer<br />

minhas compras, por exemplo, misturando os produtos? Penso que, talvez, se existisse um local<br />

on<strong>de</strong> eu pu<strong>de</strong>sse <strong>de</strong>volver minhas sacolas, assim como há para baterias e pilhas, seria interessante",<br />

argumenta.<br />

Educação ambiental é o aspecto mais <strong>de</strong>fendido por Patrícia Gonçalves. Segundo ela, sem<br />

conscientização, não há lei que resolva o problema. "Um exemplo foi o que aconteceu em São Paulo,<br />

que impôs uma lei mais rígida, e retirou as sacolas <strong>de</strong> circulação. Sete meses <strong>de</strong>pois, a lei foi <strong>de</strong>rrubada<br />

porque parte da população se mostrou contra. Isso aconteceu porque não há educação ambiental".<br />

Além disso, Gonçalves lembra que muitas pessoas <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m o uso das sacolas <strong>de</strong> plástico por ter a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilizá-la em casa, geralmente como sacolas <strong>de</strong> lixo. "Isso é um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdício,<br />

principalmente, se você pensar que essas sacolas são oriundas do petróleo que é matéria prima nobre.<br />

Uma alternativa seria fazer sacos <strong>de</strong> jornal ou a compra <strong>de</strong> sacos já reciclados."<br />

Estado - No âmbito Estadual, há uma lei que também <strong>de</strong>termina a substituição <strong>de</strong> sacolas plásticas<br />

tradicionais pelas oxi-bio<strong>de</strong>gradáveis. Segundo a norma, o prazo para a a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> comércios<br />

paraenses é gradativa, <strong>de</strong>vendo ser completa em cinco anos após sua publicação, em 2011.<br />

A Associação Brasileira <strong>de</strong> Supermercados (Abras) aponta que, no Brasil, apenas em 20<strong>10</strong>, foram<br />

distribuídas 14,9 bilhões <strong>de</strong> sacolas plásticas pelos supermercados. Em um ano, estima-se que 1 trilhão<br />

<strong>de</strong> sacolas plásticas sejam produzidas e consumidas no mundo. Em março <strong>de</strong> 2011, a Abras assinou<br />

um acordo com o Ministério do Meio Ambiente com a meta <strong>de</strong> reduzir em 40% a distribuição <strong>de</strong> sacolas<br />

plásticas, entre 2011 e 2015.<br />

Durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que aconteceu<br />

em junho, a Abras apresentou dados com queda <strong>de</strong> 6,4% no consumo <strong>de</strong> sacolas plásticas, no 1º<br />

Relatório <strong>de</strong> Redução do Consumo <strong>de</strong> Sacolas Plásticas. No total, esse percentual correspon<strong>de</strong> a 953<br />

milhões <strong>de</strong> sacolas plásticas a menos, no período <strong>de</strong> 20<strong>10</strong> a 2011.<br />

Jornal Amazônia, <strong>10</strong>/08/2012


Meio Ambiente - Cientista da Nasa: mudança climática é pior do que se pensava<br />

O diretor do Instituto Goddard <strong>de</strong> Estudos Espaciais da Nasa, James Hansen, consi<strong>de</strong>rado um dos<br />

cientistas que mais tem alertado ao longo dos anos sobre os impactos das mudanças climática, disse<br />

nesta semana que o problema é maior do que se pensava.<br />

“Minhas projeções sobre o aumento da temperatura global <strong>de</strong>monstraram ser verda<strong>de</strong>iras. Mas falhei<br />

em prever a rapi<strong>de</strong>z (das mudanças)”, disse Hansen em um artigo publicado no jornal americano The<br />

Washington Post.<br />

No texto “A mudança climática está aqui e é pior do que pensávamos”, o cientista diz que, quando<br />

testemunhou diante do Senado americano, no verão <strong>de</strong> 1988, traçou “um panorama obscuro sobre as<br />

consequências do aumento contínuo da temperatura impulsionado pelo uso <strong>de</strong> combustíveis fósseis”.<br />

“Tenho uma confissão a fazer”, disse, no artigo. “Fui muito otimista.” O novo estudo teve sua publicação<br />

pela revista da Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Ciências dos EUA (Proceedings of the National Aca<strong>de</strong>my of Sciences)<br />

antecipada após o artigo <strong>de</strong> Hansen no jornal.<br />

“Verões extremos” – Segundo Hansen, os verões <strong>de</strong> calor extremo registrados recentemente em<br />

diversos pontos do planeta provavelmente são resultado do aquecimento global.<br />

Entre os episódios atribuídos à mudança climática, ele cita a seca do ano passado nos Estados<br />

americanos do Texas e <strong>de</strong> Oklahoma, as temperaturas extremas registradas em Moscou em 20<strong>10</strong> e a<br />

onda <strong>de</strong> calor que atingiu a França em 2003.<br />

As variações climáticas naturais po<strong>de</strong>m ser muito amplas e a relação entre fenômenos extremos e<br />

aquecimento global é tema <strong>de</strong> intensa controvérsia.<br />

No entanto, Hansen afirma que as recentes ondas <strong>de</strong> calor estão vinculadas à mudança climática e que<br />

a nova análise estatística realizada por ele e outros cientistas da Nasa mostra claramente esse vínculo.<br />

Os cientistas da Nasa analisaram a temperatura média no verão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1951 e mostraram que em<br />

décadas recentes aumentou a probabilida<strong>de</strong> do que <strong>de</strong>finem como verões “quentes”, “muito quentes”,<br />

e “extremamente quentes”.<br />

Os verões “extremamente quentes”, dizem, se tornaram mais frequentes. Des<strong>de</strong> 2006, cerca <strong>de</strong> <strong>10</strong>% da<br />

superfície em terra (não sobre o mar) no hemisfério norte tem registrado essas temperaturas extremas a<br />

cada verão.<br />

Hansen disse que é necessário que o público entenda o significado do aquecimento global <strong>de</strong>vido à ação<br />

humana.<br />

“É pouco provável que as ações para reduzir as emissões <strong>de</strong> gases alcancem os resultados necessários<br />

enquanto o público não reconhecer que a mudança climática causada pela ação humana está<br />

ocorrendo”, disse.<br />

“E perceber que haverá consequências inaceitáveis se não forem tomadas ações eficazes para<br />

<strong>de</strong>sacelerar este processo.”<br />

Reações – De acordo com o analista <strong>de</strong> meio ambiente da BBC, Richard Black, o estudo <strong>de</strong> Hansen foi<br />

recebido com reações diversas pela comunida<strong>de</strong> científica. Andrew Weaver, da Universida<strong>de</strong> Victoria, no<br />

Canadá, disse que o estudo é um trabalho “excelente”, que requer uma pergunta diferente da feita por<br />

Hansen e seus colegas.<br />

“Perguntar se isso se <strong>de</strong>ve à mudança climática é equivocado”, disse Weaver. “O que po<strong>de</strong>mos<br />

perguntar é o quão provável é que isso pu<strong>de</strong>sse ocorrer na ausência do aquecimento global. É tão<br />

extraordinariamente improvável que a causa tem que ser o aquecimento global.”


Mules Allen, professor da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Oxford, disse que o estudo concorda em linhas gerais com<br />

análises prévias, mas observa que a interpretação vai “além do que muitos cientistas aceitariam sem<br />

problemas”.<br />

Ambiente Brasil, 09/08/2012


Meio Ambiente - Brasil se une a programa internacional <strong>de</strong> pesquisa marinha por meio da Capes<br />

Foi lançado na manhã <strong>de</strong>sta quarta-feira (8) o programa IODP - Capes/Brazil que promove a a<strong>de</strong>são do<br />

Brasil ao Integrated Ocean Drilling Program (IODP). O IODP é um programa internacional <strong>de</strong> pesquisa<br />

marinha que utiliza equipamentos <strong>de</strong> perfuração pesado montado a bordo <strong>de</strong> navios para monitorar e<br />

retirar amostras do ambiente submarinho.<br />

Para possibilitar que os bolsistas do Programa Ciência sem Fronteiras <strong>de</strong>sfrutem das facilida<strong>de</strong>s<br />

científicas do IODP, o Brasil se junta ao programa como membro pleno e terá efetiva participação para<br />

treinar pessoas. A Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Aperfeiçoamento <strong>de</strong> Pessoal <strong>de</strong> Nível Superior (Capes) sediará<br />

o escritório brasileiro do programa. Em seis semanas <strong>de</strong>verá acontecer a primeira expedição com<br />

pesquisadores brasileiros no mar da Costa Rica.<br />

Ro<strong>de</strong>y Batiza, membro do National Science Foundation, agência do governo norte-americano. Para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da ciência ressaltou a importância da entrada no Brasil no programa. "Damos boas<br />

vindas à comunida<strong>de</strong> científica brasileira ao mesmo tempo em que precisamos dos conhecimentos<br />

dos pesquisadores e engenheiros brasileiros, que preten<strong>de</strong>m levar o país ao topo da pesquisa em<br />

perfuração", afirmou. Segundo Batiza, há muitas oportunida<strong>de</strong>s para o Brasil e para a comunida<strong>de</strong> global<br />

com essa participação.<br />

O IODP é o programa internacional científico mais antigo <strong>de</strong>dicado a explorar a história e a estrutura<br />

da Terra, tendo início em 1958. O Brasil se junta a outros 28 países que já fazem parte do consórcio<br />

internacional. "É uma experiência fantástica trabalhar internacionalmente", afirma Bradford Clement,<br />

representante do programa e professor <strong>de</strong> geologia da Florida International University.<br />

As pesquisas do IODP documentam mudanças climáticas, fronteiras da bioesfera e movimentos<br />

da Terra, que po<strong>de</strong>m ajudar a enten<strong>de</strong>r fenômenos como terremotos e tsunamis. "Nossos barcos<br />

<strong>de</strong> expedição são laboratórios flutuantes, mas também universida<strong>de</strong>s flutuantes", explica Clement,<br />

que participou <strong>de</strong> uma missão do IODP quando era estudante <strong>de</strong> graduação. "Foi o momento mais<br />

importante da minha formação. Você está ao lado dos maiores especialistas do mundo e com todos<br />

pensando sobre o mesmo problema ao mesmo tempo", contou.<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Capes, Jorge Almeida Guimarães, <strong>de</strong>stacou a relevância da iniciativa. "A parceria com o<br />

IODP surge como continuação do nosso trabalho <strong>de</strong> indução <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> pesquisadores para áreas<br />

estratégicas do país. Essa é oportunida<strong>de</strong> única <strong>de</strong> treinamento dos estudantes brasileiros com a 'mão<br />

na massa', principal característica da pós-graduação, uma educação formativa", concluiu.<br />

Estiveram presentes no evento representantes do Ministério da Defesa; Ministério da Ciência,<br />

Tecnologia e Inovação; Marinha do Brasil; Itamaraty; Comissão Interministerial para os Recursos do<br />

Mar (CIRM); pró-reitores e coor<strong>de</strong>nadores <strong>de</strong> Programas <strong>de</strong> Pós-graduação da área <strong>de</strong> ciências do mar.<br />

Todos os representantes elogiaram e consi<strong>de</strong>raram oportuna a iniciativa da Capes.<br />

Jornal da Ciência, <strong>10</strong>/08/2012


Meio Ambiente - Falta <strong>de</strong> fiscalização facilita <strong>de</strong>smatamento no Pará, diz Ibama<br />

O Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) divulgou nesta quintafeira<br />

(9) dados do <strong>de</strong>smatamento no Pará com base no monitoramento diário feito pelo Instituto Nacional<br />

<strong>de</strong> Pesquisas Espaciais (Inpe). De acordo com o Ibama, o Pará <strong>de</strong>smatou, somente nos quatro primeiros<br />

dias <strong>de</strong> agosto, 57,44 km² <strong>de</strong> florestas.<br />

A informação foi registrada no banco <strong>de</strong> dados do Deter, sistema <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento em<br />

tempo real que utiliza imagens <strong>de</strong> satélite para monitorar a floresta Amazônica.<br />

Segundo o Ibama, a área <strong>de</strong>smatada equivale a 5.800 campos <strong>de</strong> futebol. De acordo com a Associação<br />

dos Servidores do Ibama no Pará (Asibama), o índice se <strong>de</strong>ve a falta <strong>de</strong> fiscalização, já que os<br />

funcionários do órgão estão em estado <strong>de</strong> greve <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> junho.<br />

Com a greve do Ibama, quatro operações <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> ser realizadas no mês <strong>de</strong> julho. Sem funcionários<br />

em campo, todas as áreas <strong>de</strong>smatadas indicadas pelo Deter <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> ser embargadas, e os<br />

responsáveis não foram autuados nem multados.<br />

O Inpe informou que os dados do Deter não po<strong>de</strong>m ser utilizados para comparações, visto que a<br />

<strong>de</strong>tecção do <strong>de</strong>smatamento está sujeita a fatores ambientais, como a cobertura <strong>de</strong> nuvens. Porém, a<br />

Associação dos Servidores do Ibama informou que, em junho <strong>de</strong>ste ano, a <strong>de</strong>vastação na amazônia foi<br />

<strong>de</strong> aproximadamente 38 km². Em julho, com o início da greve, 92 km² foram <strong>de</strong>smatados.<br />

“O <strong>de</strong>smatamento tem o efeito bola <strong>de</strong> neve. Se um vizinho <strong>de</strong>smata, ganha dinheiro, compra carro,<br />

coloca gado no pasto e nada acontece contra ele, outros vão <strong>de</strong>ixar a floresta em pé para quê? Ele vai<br />

<strong>de</strong>smatar também. Sem o prejuízo a outras políticas necessárias para preservar as florestas, não se<br />

po<strong>de</strong> abrir mão dos fiscais em campo, apreen<strong>de</strong>ndo tratores, motosserras, multando e embargando as<br />

proprieda<strong>de</strong>s dos <strong>de</strong>smatadores”, afirma a presi<strong>de</strong>nte da Asibama no Pará, Cecília Cor<strong>de</strong>iro.<br />

Para o pesquisador sênior do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Adalberto<br />

Veríssimo, se a paralisação do Ibama for duradoura, ela po<strong>de</strong> contribuir para o aumento do<br />

<strong>de</strong>smatamento no estado. “Sem as fiscalizações, os infratores se sentem mais à vonta<strong>de</strong> para praticar o<br />

crime. Os impactos po<strong>de</strong>rão ser gran<strong>de</strong>s e irrevesíveis”, aponta Veríssimo.<br />

Entenda o caso – Os servidores do Ibama estão em greve <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> junho. Para retornar ao<br />

trabalho, eles reivindicam a valorização da carreira <strong>de</strong> Especialista em Meio Ambiente, a reestruturação<br />

da instituição e mais investimentos em capacitação, logística e equipamentos.<br />

Ambiente Brasil, <strong>10</strong>/08/2012<br />

Educação - Aprovado pelo Senado projeto que regulamenta sistema <strong>de</strong> cotas raciais e sociais nas<br />

universida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>rais<br />

Brasília – Os senadores aprovaram, na o último dia 7, projeto que regulamenta o sistema <strong>de</strong> cotas<br />

raciais e sociais nas universida<strong>de</strong>s públicas fe<strong>de</strong>rais em todo o país. Pela matéria, relatada pela<br />

senadora Ana Rita (PT-ES), meta<strong>de</strong> das vagas nas universida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ve ser separada para cotas.<br />

A reserva será dividida meio a meio. Meta<strong>de</strong> das cotas, ou 25% do total <strong>de</strong> vagas, será <strong>de</strong>stinada aos<br />

estudantes negros, pardos ou indígenas <strong>de</strong> acordo com a proporção <strong>de</strong>ssas populações em cada<br />

estado, segundo o Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística (IBGE).<br />

A outra meta<strong>de</strong> das cotas será <strong>de</strong>stinada aos estudantes que tenham feito todo o segundo grau em<br />

escolas públicas e cujas famílias tenham renda per capita até um salário mínimo e meio. Para os<br />

<strong>de</strong>fensores da proposta, esse mo<strong>de</strong>lo que combina cotas raciais e sociais é o mais amplo e uniformiza


as políticas <strong>de</strong> reserva <strong>de</strong> vagas que existem nas diversas universida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>rais.<br />

O projeto <strong>de</strong> regulamentação da política <strong>de</strong> cotas é aprovado <strong>de</strong>pois que o Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral<br />

<strong>de</strong>clarou ser constitucional esse tipo <strong>de</strong> ação afirmativa nas universida<strong>de</strong>s. A aprovação da matéria foi<br />

em votação simbólica, pela maioria dos senadores presentes. O projeto já passou pela Câmara dos<br />

Deputados e segue agora para sanção presi<strong>de</strong>ncial.<br />

Envolver<strong>de</strong>, <strong>10</strong>/08/2012


Educação - PNE <strong>de</strong>verá ir a plenário na Câmara para novo <strong>de</strong>bate<br />

O tema é a meta <strong>de</strong> investimento em educação<br />

Brasília – O Plano Nacional <strong>de</strong> Educação (PNE), aprovado por unanimida<strong>de</strong> em junho pela comissão<br />

especial que analisou a matéria, <strong>de</strong>verá ir ao plenário da Câmara. Um recurso <strong>de</strong> autoria do lí<strong>de</strong>r do<br />

governo Arlindo Chinaglia (PT-SP) para que o projeto seja votado no plenário da Casa antes <strong>de</strong> seguir<br />

para o Senado já conta com a assinatura <strong>de</strong> 122 parlamentares – o mínimo para que o requerimento<br />

seja apreciado são 51 <strong>de</strong>putados.<br />

O PNE estabelece 20 metas educacionais que o país <strong>de</strong>verá atingir no prazo <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos. A principal<br />

<strong>de</strong>las, alvo <strong>de</strong> muita polêmica durante a longa tramitação do projeto, é a que estabelece um patamar<br />

mínimo <strong>de</strong> investimento em educação – atualmente o Brasil aplica 5,1% do Produto Interno Bruto<br />

(PIB) na área. O governo <strong>de</strong>fendia um índice <strong>de</strong> 7,5% do PIB, mas os <strong>de</strong>putados da comissão especial<br />

aprovaram a meta <strong>de</strong> <strong>10</strong>% do PIB.<br />

As 122 assinaturas estão sendo conferidas pela Mesa da Câmara porque po<strong>de</strong> haver divergências ou<br />

duplicatas. Há ainda a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> parlamentares retirarem o apoio ao recurso. Se for atingido o<br />

mínimo <strong>de</strong> 51 <strong>de</strong>putados, o requerimento precisa ser aprovado no plenário. Caso seja aprovado, todos<br />

os 513 <strong>de</strong>putados <strong>de</strong>verão analisar e votar o projeto antes que ele possa seguir para o Senado.<br />

De acordo com a Secretaria <strong>de</strong> Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República, que articulou<br />

a aprovação do recurso, o objetivo <strong>de</strong> levar o PNE a plenário é fazer com que o <strong>de</strong>bate seja ampliado<br />

já que o tema é importante “e envolve muitos recursos” para ser discutido apenas por uma comissão<br />

especial com 16 <strong>de</strong>putados. A SRI questiona o fato <strong>de</strong> que o PNE não aponta <strong>de</strong> on<strong>de</strong> virão os novos<br />

recursos que vão bancar a ampliação do investimento e esse tópico precisa ser mais discutido.<br />

O último PNE esteve em vigência entre 2001 e 20<strong>10</strong>. Atualmente o país não tem um plano em<br />

vigor, já que o texto do novo PNE foi enviado para a Câmara em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 20<strong>10</strong> e só aprovado<br />

em junho <strong>de</strong> 2012. Para a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, uma das entida<strong>de</strong>s da<br />

socieda<strong>de</strong> civil que participou <strong>de</strong> forma mais ativa da tramitação do plano, a ida do projeto ao plenário<br />

é uma “irresponsabilida<strong>de</strong>” dos <strong>de</strong>putados porque atrasa ainda mais a implantação das estratégias e o<br />

cumprimento das metas.<br />

“A maior parte dos <strong>de</strong>putados assinaram sem conhecer a matéria, isso é uma irresponsabilida<strong>de</strong><br />

comum no Congresso Nacional, o parlamentar assinar um requerimento a pedido do governo sem nem<br />

ler. Aqueles que mantiverem o apoio ao recurso terão seus nomes divulgados como parlamentares<br />

que protelaram a aprovação <strong>de</strong> um projeto que foi discutido por todos os partidos e aprovado por<br />

unanimida<strong>de</strong>”, criticou o coor<strong>de</strong>nador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel<br />

Cara.<br />

Para Cara, caso o projeto vá a plenário não apenas a questão do financiamento po<strong>de</strong> ser mudada, mas<br />

também outros pontos do plano que foram negociados e <strong>de</strong>batidos com a socieda<strong>de</strong> civil na comissão<br />

especial. A entida<strong>de</strong> irá tentar dissuadir os <strong>de</strong>putados para que o requerimento não seja aprovado."Levar<br />

o PNE ao plenário é atrasar os rumos da educação para milhões <strong>de</strong> brasileiros".<br />

Agência Brasil, <strong>10</strong>/08/2012


Educação - Baixo número <strong>de</strong> leitores justifica projetos do MinC na área <strong>de</strong> incentivo à leitura<br />

São Paulo – A notícia <strong>de</strong> que quase a meta<strong>de</strong> dos brasileiros nunca teve acesso à leitura é vista com<br />

preocupação pela ministra da Cultura, Ana <strong>de</strong> Hollanda, e segundo ela, é o que motiva o governo a<br />

intensificar os trabalhos e campanhas <strong>de</strong> incentivo à leitura. Ana explicou nesta quinta-feira (9), <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> participar da abertura da 22ª Bienal do Livro em São Paulo, que esta é a realida<strong>de</strong> em locais mais<br />

distantes das gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong> ou nas periferias, por isso estão sendo levados a essas áreas projetos que<br />

visam a estimular a leitura.<br />

“No Plano Nacional do Livro e Leitura investimos este ano R$ 373 milhões na criação <strong>de</strong> bibliotecas,<br />

no circuito <strong>de</strong> feiras <strong>de</strong> livros, campanhas, na compra <strong>de</strong> acervo para doar para bibliotecas, procurando<br />

dar um atrativo a mais com bibliotecas mo<strong>de</strong>rnas e interativas. Queremos que a garotada não se sinta<br />

inibida <strong>de</strong> entrar [nas bibliotecas]. Estará entrando em um espaço mo<strong>de</strong>rno, gostoso”, disse a ministra.<br />

Ana explicou que a i<strong>de</strong>ia é estimular a leitura não só do livro didático e da matéria da escola, mas criar o<br />

hábito <strong>de</strong> ler todos os tipos <strong>de</strong> literatura e apren<strong>de</strong>r a viajar com as letras. “Essa leitura é uma extensão<br />

do trabalho da educação”. Ela citou um dos programas do governo que visa a levar a leitura a áreas<br />

on<strong>de</strong> a ler não é um hábito familiar e explicou que agentes <strong>de</strong> leitura atuam em localida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todo o<br />

Brasil para mudar essa realida<strong>de</strong>.<br />

“Eles [os agentes <strong>de</strong> leitura] ganham um kit com bicicleta, livros e mochila e vão às comunida<strong>de</strong>s no<br />

Brasil afora visitando as casas, emprestam livros e voltam <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 20 dias. Aí juntam a vizinhança para<br />

discutir o que foi lido. Estamos levando isso para as escolas rurais também, para trabalhar o livro pelo<br />

prazer do livro, para sair do leitor funcional que lê e não absorve o que leu”, disse.<br />

A presi<strong>de</strong>nte da Câmara Brasileira do Livro, Karine Pansa, disse que o fato <strong>de</strong> só meta<strong>de</strong> da população<br />

ter acesso a livros transforma o mercado editorial brasileiro em algo com extremo potencial <strong>de</strong><br />

crescimento. Em 2011, o mercado cresceu 9,8% na produção e venda <strong>de</strong> livros, registrando quedas<br />

consecutivas no preço dos exemplares <strong>de</strong> 2004 a 2011, chegando a 45%. “De acordo com uma pesquisa<br />

que temos, quanto maior a renda, maior o consumo <strong>de</strong> bens culturais, incluindo o livro”.<br />

Para Karine, quanto mais letrado e institucionalizado o conhecimento, maior vai ser o consumo <strong>de</strong> livros<br />

e, assim, o preço será a<strong>de</strong>quado à classe social do cidadão. Karine diz que o povo brasileiro ainda<br />

tem possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar o hábito <strong>de</strong> leitura. “Ainda há 98 milhões <strong>de</strong> habitantes no país que não<br />

leem. Os programas do governo são muito bem-vindos, mas não são suficientes para estimular a leitura.<br />

Precisamos nos unir com a iniciativa privada e com a socieda<strong>de</strong> civil para que seja um conjunto <strong>de</strong> ações<br />

que fará o hábito da leitura ser melhorado”.<br />

Karine reforçou a importância do papel do professor no estímulo à leitura para crianças e adolescentes<br />

que não estão acostumados a ver os pais lendo. “Se o aluno tem um professor leitor, ele vai estimular os<br />

estudantes até que eles <strong>de</strong>scubram um gênero que gostam <strong>de</strong> ler e possam se tornar leitores. Os pais e<br />

o professor têm papel fundamental nisso”, disse.<br />

Agência Brasil, <strong>10</strong>/08/2012


Educação - Governo encerra negociações com professores mas greves continuam<br />

BRASÍLIA, 9 Ago (Reuters) - O governo encerrou as negociações com professores universitários em<br />

greve <strong>de</strong>s<strong>de</strong> maio, enquanto estuda propostas para os <strong>de</strong>mais servidores que ainda fazem paralisações<br />

em mais <strong>de</strong> 20 setores em todo o país.<br />

Segundo sindicalistas, as paralisações tiveram a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 350 mil servidores. O governo, que<br />

contesta este número, <strong>de</strong>verá oferecer proposta aos grevistas na próxima semana, numa tentativa <strong>de</strong><br />

conter o movimento que ganhou força nos últimos dias, disse a assessoria <strong>de</strong> imprensa do Ministério do<br />

Planejamento, Orçamento e Gestão, que li<strong>de</strong>ra as negociações.<br />

O Ministério da Educação reiterou em nota aos professores que as negociações foram encerradas com a<br />

proposta <strong>de</strong> reajuste <strong>de</strong> 25 a 40 por cento até 2015, o que representa um impacto <strong>de</strong> 4,2 bilhões <strong>de</strong> reais<br />

no Orçamento da União.<br />

A proposta foi aceita pela Fe<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> Sindicatos <strong>de</strong> Professores <strong>de</strong> Instituições Fe<strong>de</strong>rais <strong>de</strong> Ensino<br />

Superior (Proifes), mas foi rejeitada pelos sindicatos que representam a maioria das instituições.<br />

A nota do ministério, publicada no site da pasta na Internet, diz que o acordo "possui cláusulas que<br />

permitem a a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> outras entida<strong>de</strong>s sindicais".<br />

Os representantes dos servidores técnicos administrativos das universida<strong>de</strong>s e dos institutos fe<strong>de</strong>rais<br />

<strong>de</strong>verão ter reunião na sexta-feira com o governo, segundo a pasta da Educação. Na segunda-feira, foi<br />

apresentada uma proposta <strong>de</strong> reajuste <strong>de</strong> 15,8 por cento.<br />

A paralisação também inclui servidores <strong>de</strong> universida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>rais, agências reguladoras, Instituto<br />

Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística (IBGE), além dos ministérios da Agricultura, Planejamento,<br />

Integração Nacional, Saú<strong>de</strong>, Instituto Nacional <strong>de</strong> Colonização e Reforma Agrária (Incra), Instituto<br />

Brasileiro <strong>de</strong> Meio Ambiente (Ibama), entre outros.<br />

Outras categorias, como funcionários do Banco Central, Tesouro Nacional e Controladoria Geral da<br />

União, fizeram paralisação <strong>de</strong> um dia nesta semana como advertência.<br />

OPERAÇÃO-PADRÃO<br />

A greve dos servidores públicos ganhou novas a<strong>de</strong>sões nos últimos dias, como <strong>de</strong> funcionários da<br />

Polícia Fe<strong>de</strong>ral, o que causou reflexos em rodovias e na emissão <strong>de</strong> passaportes, por exemplo.<br />

No aeroporto internacional <strong>de</strong> São Paulo, em Guarulhos, on<strong>de</strong> havia uma operação-padrão nesta quintafeira<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> as 16h30, um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> passageiros esperava para entrar no saguão <strong>de</strong> embarque<br />

internacional.<br />

No Terminal 2, o tempo médio <strong>de</strong> espera para passar pela primeira parte do controle <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong><br />

raio-x era <strong>de</strong> 1h20. Só <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>ssa etapa é que os passageiros são encaminhados para o controle <strong>de</strong><br />

passaportes, feito pelos agentes da polícia fe<strong>de</strong>ral.<br />

A operação-padrão significa que todos os procedimentos são seguidos à risca, o que, na prática, torna<br />

mais lento o trânsito <strong>de</strong> passageiros pelos postos <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> entrada e saída do país.<br />

Os sindicatos planejam uma greve geral a partir do dia 20 caso o governo não apresente proposta<br />

satisfatória <strong>de</strong> recomposição salarial.<br />

Reuters, <strong>10</strong>/08/2012


Educação - Plataforma reúne <strong>de</strong>z lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s empresas para discutir educação <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança para<br />

a sustentabilida<strong>de</strong><br />

Na noite <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> agosto, a Plataforma Li<strong>de</strong>rança Sustentável inicia a sua segunda etapa com um novo<br />

encontro anual, que reunirá <strong>de</strong>z dos mais importantes lí<strong>de</strong>res empresariais brasileiros. Apresentando<br />

experiências sobre como suas organizações estão envolvendo e educando li<strong>de</strong>ranças para a<br />

sustentabilida<strong>de</strong>, participam <strong>de</strong>sta segunda fase Britaldo Soares (AES Brasil), Andrea Alvares (Pepsico),<br />

Ricardo Pelegrini (IBM), Oscar Clarke (HP), Marcelo Lyra (Braskem), Eduardo Leduc (Basf), Marise<br />

Barroso (Masisa), Luiz Barreto (Sebrae) e Alessandro Carlucci (Natura). O evento ocorrerá no teatro do<br />

Sesi, na se<strong>de</strong> da Fiesp, em São Paulo.<br />

Lançada em junho <strong>de</strong> 2011, a Plataforma Li<strong>de</strong>rança Sustentável tem como missão inspirar, conectar e<br />

educar jovens lí<strong>de</strong>res para a sustentabilida<strong>de</strong>. Nasceu junto com o lançamento do livro Conversas com<br />

Lí<strong>de</strong>res Sustentáveis, <strong>de</strong> Ricardo Voltolini, baseada na i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> disseminar as histórias inspiradoras<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>z lí<strong>de</strong>res consagrados que fizeram importantes transformações para a sustentabilida<strong>de</strong> em suas<br />

empresas – Fábio Barbosa (Abril S.A. e ex-Santan<strong>de</strong>r), Guilherme Leal (Natura), Franklin Fe<strong>de</strong>r (Alcoa),<br />

José Luciano Penido (Fibria), Luiz Ernesto Gemignani (Promon), Paulo Nigro (Tetra Pak), Héctor<br />

Núñez (ex-Walmart, hoje Ri Happy), José Luiz Alquéres (ex-Light), Kees Kruythoff (Unilever) e Miguel<br />

Krigsner (Grupo Boticário). Sua realização está sob a responsabilida<strong>de</strong> da I<strong>de</strong>ia Sustentável: Estratégia e<br />

Inteligência em Sustentabilida<strong>de</strong>, empresa com 14 anos <strong>de</strong> atuação no tema.<br />

No seu primeiro ano <strong>de</strong> existência, a Plataforma já levou a sua mensagem para mais <strong>de</strong> três milhões <strong>de</strong><br />

pessoas no Brasil e em países como Canadá, Portugal e França. Com mais <strong>de</strong> 80 encontros realizados<br />

nas principais cida<strong>de</strong>s brasileiras, impactou cerca <strong>de</strong> 24 mil lí<strong>de</strong>res empresariais. As palestras dos<br />

presi<strong>de</strong>ntes gravadas em ví<strong>de</strong>o já foram vistas por cem mil pessoas. E o seu portal – que contém<br />

estudos, pesquisas, artigos <strong>de</strong> opinião e ví<strong>de</strong>os – tem recebido, em média, 25 mil visitas mensais.<br />

O gran<strong>de</strong> encontro <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res do dia 14 <strong>de</strong> agosto, também <strong>de</strong>nominado Conversas com Lí<strong>de</strong>res<br />

Sustentáveis, obe<strong>de</strong>cerá à mesma dinâmica do primeiro, realizado em junho <strong>de</strong> 2011. Será estruturado<br />

numa série <strong>de</strong> palestras curtas (12 minutos) e inspiradoras, nas quais os presi<strong>de</strong>ntes e vice-presi<strong>de</strong>ntes<br />

convidados compartilharão suas crenças e o que estão apren<strong>de</strong>ndo no esforço para inserir a<br />

sustentabilida<strong>de</strong> na gestão do negócio, nas estratégias e na cultura organizacional. Gravadas em<br />

linguagem <strong>de</strong> cinema, com quatro câmeras, essas palestras serão posteriormente disseminadas por<br />

meio do portal www.i<strong>de</strong>iasustentavel.com.br/li<strong>de</strong>res e também nas re<strong>de</strong>s sociais interconectadas<br />

<strong>de</strong> apoiadores e parceiros. As experiências empresariais relatadas no evento integrarão ainda um<br />

segundo livro da série Conversas com Lí<strong>de</strong>res Sustentáveis, a ser lançado em 2013. E os conteúdos<br />

práticos, relacionados às diferentes formas <strong>de</strong> envolver e educar lí<strong>de</strong>res, serão convertidos em<br />

material educacional, na forma <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, para apoiar lí<strong>de</strong>res ou empresas <strong>de</strong> qualquer lugar do Brasil,<br />

interessados em inserir sustentabilida<strong>de</strong> na cultura e na gestão do negócio.<br />

“Mais do que um projeto, a Plataforma Li<strong>de</strong>rança Sustentável transformou-se num amplo movimento<br />

nacional <strong>de</strong> promoção da li<strong>de</strong>rança para a sustentabilida<strong>de</strong>. De lí<strong>de</strong>res para lí<strong>de</strong>res. Em sua concepção,<br />

é essencialmente uma iniciativa <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> conhecimento que parte da tese, <strong>de</strong>fendida pelo professor<br />

Howard Gardner, da Harvard Business School, <strong>de</strong> que um dos principais atributos <strong>de</strong> um bom lí<strong>de</strong>r é<br />

saber contar uma história. Ao disseminar as experiências <strong>de</strong> mudança contadas por lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> empresas<br />

vencedoras, que tratam o conceito <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> como elemento <strong>de</strong> orientação em suas tomadas<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> negócio, a Plataforma tem inspirado jovens lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> todo o Brasil a inserir valores <strong>de</strong><br />

sustentabilida<strong>de</strong> na gestão. E isto é bom para as empresas, a socieda<strong>de</strong> e o planeta”, afirma o consultor<br />

Ricardo Voltolini, i<strong>de</strong>alizador da Plataforma Li<strong>de</strong>rança Sustentável e um dos primeiros especialistas em<br />

sustentabilida<strong>de</strong> empresarial do Brasil.<br />

Os casos foram selecionados a partir <strong>de</strong> entrevistas feitas com 35 importantes especialistas brasileiros<br />

em sustentabilida<strong>de</strong> – acadêmicos, jornalistas especializados e consultores. Definida uma primeira lista,<br />

a I<strong>de</strong>ia Sustentável investigou cada um <strong>de</strong>les para avaliar se – e o quanto – atendiam aos quatro critérios<br />

centrais estabelecidos, a saber: (1) Pertencer a empresas ou organizações que possuem uma política<br />

<strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> claramente <strong>de</strong>finida e do conhecimento da maioria dos funcionários e colaboradores;


(2) Representar uma abordagem criativa, consistente e coerente <strong>de</strong> envolvimento e educação <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res<br />

para sustentabilida<strong>de</strong>; (3) Integrar um esforço permanente <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, e não pontual ou<br />

episódico, revelando uma preocupação estratégica; (4) Ter a participação direta dos principais lí<strong>de</strong>res da<br />

organização, incluindo o presi<strong>de</strong>nte e vice-presi<strong>de</strong>ntes. “A sustentabilida<strong>de</strong> é um tema novo na gestão<br />

das empresas. E nenhuma organização está tirando nota <strong>de</strong>z, nem po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada integralmente<br />

sustentável.<br />

Selecionamos companhias lí<strong>de</strong>res que não apenas reconhecem a importância do conceito como o estão<br />

inserindo no planejamento estratégico, enfrentando os seus dilemas com coragem e, principalmente,<br />

envolvendo os seus lí<strong>de</strong>res na construção <strong>de</strong> soluções e metas mais sustentáveis”, pon<strong>de</strong>ra Voltolini.<br />

De acordo com o i<strong>de</strong>alizador do projeto, a Plataforma não se propõe a apenas valorizar histórias <strong>de</strong><br />

sucesso, mas a partilhar os aprendizados das empresas no enfrentamento <strong>de</strong> obstáculos, dificulda<strong>de</strong>s e<br />

<strong>de</strong>safios cotidianos. “O <strong>de</strong>poimento feito pelo presi<strong>de</strong>nte fortalece a nossa tese <strong>de</strong> que sustentabilida<strong>de</strong><br />

é um tema para a alta li<strong>de</strong>rança. Sem o envolvimento dos principais lí<strong>de</strong>res, a implantação do conceito<br />

ten<strong>de</strong> a ficar muito mais <strong>de</strong>morada”, completa.<br />

I<strong>de</strong>alizada e realizada pela I<strong>de</strong>ia Sustentável: Estratégia e Inteligência em Sustentabilida<strong>de</strong>, a Plataforma<br />

Li<strong>de</strong>rança Sustentável tem o apoio, no Brasil, <strong>de</strong> Santan<strong>de</strong>r, Tetra Pak, Votorantim, AES Brasil, Alcoa,<br />

Fibria, Pepsico, Anglo American, Sesi e TAM. E o apoio institucional da Associação Brasileira para o<br />

Desenvolvimento <strong>de</strong> Li<strong>de</strong>ranças (ABDL), Associação Brasileira dos Profissionais <strong>de</strong> Sustentabilida<strong>de</strong><br />

(Abraps), Enterprise for a Sustainable World (ESW), Fundação Dom Cabral, FEA-USP, Atopos/ECA-<br />

USP, Laboratório <strong>de</strong> Inovação, Empreen<strong>de</strong>dorismo e Sustentabilida<strong>de</strong> (Labies) da Fundação Getulio<br />

Vargas, Aberje e Virada Sustentável.<br />

Serviço:<br />

O quê: Lançamento da segunda etapa da Plataforma Li<strong>de</strong>rança Sustentável (PLS 2012)<br />

Quando: 14/8/2012, às 19h30<br />

On<strong>de</strong>: Teatro do Sesi – Av. Paulista, 1.313 (se<strong>de</strong> da Fiesp)<br />

Envolver<strong>de</strong>, <strong>10</strong>/08/2012


Educação - Opnião - Argumentos contra o aumento <strong>de</strong> recursos para a educação manipulam e<br />

<strong>de</strong>sinformam<br />

O Plano Nacional <strong>de</strong> Educação (PNE), recentemente aprovado pela Câmara dos Deputados, prevê<br />

investimentos crescentes em educação pública, os quais <strong>de</strong>vem atingir 7% do PIB até o quinto ano<br />

<strong>de</strong> sua vigência e <strong>10</strong>% até o décimo ano. Esses investimentos são absolutamente necessários se<br />

queremos, realmente, atingir as metas educacionais previstas no PNE. Sem os necessários recursos,<br />

o país repetirá o que ocorreu com o PNE que se encerrou no início <strong>de</strong> 2011: as metas não foram<br />

cumpridas, e até nos afastamos ainda mais <strong>de</strong> muitas das mais importantes, simplesmente porque não<br />

havia recursos para executá-las.<br />

Como o projeto <strong>de</strong> PNE ora em discussão <strong>de</strong>verá ainda ser apreciado pelo Senado e promulgado pela<br />

presidência da República, que tem o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> veto, as elites nacionais têm feito uma gran<strong>de</strong> campanha<br />

contra o aumento <strong>de</strong> recursos para a educação pública usando, inclusive, argumentos falsos. Vamos<br />

examinar alguns <strong>de</strong>les.<br />

1) Com a intenção <strong>de</strong> <strong>de</strong>squalificar a proposta, o velho e <strong>de</strong>sgastado argumento “dinheiro tem, o<br />

problema é que ele é mal administrado” foi ressuscitado. Com investimentos da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> R$ 200,00 a<br />

R$ 250,00 por mês, por estudante, na educação básica, como ocorre atualmente na enorme maioria das<br />

re<strong>de</strong>s estaduais e municipais, por melhor que seja a administração, tudo o que se consegue é oferecer<br />

essa educação que temos.<br />

A elite, que usa esse argumento, jamais colocaria suas crianças e seus jovens em escolas tão mal<br />

financiadas. Apenas as mensalida<strong>de</strong>s escolares pagas por ela são da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> cinco a <strong>de</strong>z vezes<br />

superiores àqueles valores. Além disso, é muito comum nos segmentos mais abastados – e cujos<br />

representantes repetem o refrão “dinheiro tem” – complementos educacionais <strong>de</strong> vários tipos (ativida<strong>de</strong>s<br />

esportivas, cursos <strong>de</strong> línguas e músicas, acompanhamento psicológico, aulas particulares, viagens<br />

culturais, etc.), o que faz com que os investimentos em educação por criança ou jovem se distanciem<br />

ainda mais dos investimentos em favor dos mais <strong>de</strong>sfavorecidos.<br />

Além disso, o número <strong>de</strong> anos <strong>de</strong> permanência no sistema escolar também é muito maior entre os<br />

jovens e crianças dos segmentos mais favorecidos: a terça parte das nossas crianças, basicamente<br />

concentrada entre os mais pobres, sequer completa o ensino fundamental. Assim, quando calculamos<br />

os investimentos acumulados ao longo <strong>de</strong> toda a vida, a diferença entre os investimentos educacionais<br />

feitos em favor dos mais pobres e dos mais ricos torna-se gritante.<br />

O argumento “dinheiro tem” é falso e cínico.<br />

2) Argumenta-se, também, que há exemplos <strong>de</strong> boas escolas públicas com recursos limitados e que<br />

esses exemplos po<strong>de</strong>riam ser seguidos por todas elas. Será?<br />

O Brasil tem perto <strong>de</strong> duzentas mil escolas públicas, com <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> estudantes, e elas<br />

apresentam um <strong>de</strong>sempenho médio que é esse que vemos. Mas entre um número tão gran<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

escolas, encontraremos o padrão médio e, também, suas variações: como qualquer média, em especial<br />

<strong>de</strong> indicadores sociais, encontraremos um gran<strong>de</strong> número daquelas que estão muito abaixo da média<br />

como daquelas que estão muito acima <strong>de</strong>la. Não é surpreen<strong>de</strong>nte, portanto, que encontremos algumas<br />

escolas que tenham, casualmente e em um <strong>de</strong>terminado período, condições particularmente favoráveis<br />

(por causa daqueles que nelas trabalham naquele período, <strong>de</strong> seus alunos e pais <strong>de</strong> alunos e do seu<br />

entorno), que lhes permitam ter um bom <strong>de</strong>sempenho.<br />

Entretanto, essas são as exceções, não as regras, e assim como existem exceções para um lado,<br />

existem, também, exceções para o outro lado. Po<strong>de</strong>mos apren<strong>de</strong>r com ambas, <strong>de</strong>scobrindo formas <strong>de</strong><br />

aproveitar melhor as exceções positivas e reduzir as negativas. Mas não se fazem políticas públicas com<br />

as exceções, sim com as regras. É absolutamente impossível, com os atuais recursos, termos, como<br />

regra, um bom sistema educacional.


3) Outro argumento usado contra os recursos públicos para a educação é que seu aumento po<strong>de</strong>rá<br />

ter consequências econômicas negativas. Ora, primeiro, investimentos em educação têm impactos<br />

econômicos positivos, não negativos. Diversos trabalhos acadêmicos têm calculado o retorno econômico<br />

(positivo) dos investimentos em educação, mostrando que eles são, frequentemente, até mesmo maiores<br />

do que investimentos diretos no setor produtivo.<br />

É a ausência <strong>de</strong> investimentos em educação que tem consequências econômicas negativas, como<br />

ilustram bem as atuais dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aumento da produção do Brasil pela falta <strong>de</strong> trabalhadores<br />

altamente qualificados.<br />

Nunca se ouviu falar <strong>de</strong> um país que tenha tido problemas econômicos por ter investido em educação;<br />

o contrário disso, sim, já ocorreu. Jamais se ouviu falar <strong>de</strong> algum país que tenha tido dificulda<strong>de</strong>s<br />

econômicas por ter uma população bem escolarizada; o contrário, já. Investir em educação jamais<br />

provocaria ou intensificaria uma crise econômica.<br />

Crises econômicas são provocadas ou intensificadas por catástrofes, naturais ou não, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> escala,<br />

guerras, epi<strong>de</strong>mias graves e, como o mundo está vivendo hoje, por um sistema liberal <strong>de</strong>sregrado;<br />

jamais por investimentos em educação.<br />

4) Muitas vezes, as argumentações contra o aumento dos recursos para a educação pública até atingir<br />

os <strong>10</strong>% do PIB parecem usar uma i<strong>de</strong>ia implícita <strong>de</strong> que os investimentos sairão do PIB, no sentido <strong>de</strong><br />

reduzi-lo. Ou seja, se aumentarmos em 5% do PIB os investimentos em educação, o PIB será reduzido<br />

em 5%. Evi<strong>de</strong>ntemente, não é isso. Se aumentarmos os investimentos em educação, a construção<br />

civil será aquecida, como o seria por qualquer outro investimento que <strong>de</strong>la <strong>de</strong>mandasse, mas mais<br />

intensamente na forma <strong>de</strong> prédios e equipamentos escolares; mais empregos serão gerados, mas mais<br />

concentradamente para professores e <strong>de</strong>mais trabalhadores do setor educacional. Haverá, também,<br />

maior <strong>de</strong>manda por veículos e eletricida<strong>de</strong>, maior consumo <strong>de</strong> equipamentos elétricos e eletrônicos,<br />

<strong>de</strong> papel, <strong>de</strong> produtos gráficos, etc., enfim, <strong>de</strong> tudo aquilo do qual o PIB é feito, mas beneficiando mais<br />

concentradamente a área educacional.<br />

Portanto, no curto prazo, o PIB não diminuirá por causa <strong>de</strong> um aumento dos investimentos em educação,<br />

e crescerá ou não in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong>les; mas as condições sociais do país melhorarão. No médio e<br />

longo prazos, um melhor padrão educacional da população certamente terá um impacto positivo no PIB.<br />

5) O previsto no PNE é que os investimentos cresceriam ao longo <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos, atingindo os <strong>10</strong>%<br />

apenas no décimo ano. Isto significa aumentar a <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> recursos para a educação em cerca <strong>de</strong><br />

0,5% do PIB ao ano, uma pequena parte do crescimento econômico médio anual <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2004. Como<br />

investimentos em educação têm impacto positivo no crescimento do PIB, no fim do período <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos,<br />

o PIB já estaria crescendo por causa dos investimentos feitos nos primeiros anos e o aumento dos<br />

recursos para a educação já estaria sendo financiado pela própria melhoria na educação.<br />

6) Hoje, o Brasil investe cerca ou menos <strong>de</strong> 15% da renda per capita anual por estudante e por ano no<br />

ensino básico. Investimentos, por estudante e por ano, em diversos países, pobres ou ricos, mas que<br />

cuidam da educação <strong>de</strong> suas crianças e <strong>de</strong> seus jovens, são da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 25% da renda per capita. Se<br />

reduzirmos a evasão escolar, aumentarmos o número <strong>de</strong> estudantes no ensino médio e ampliarmos a<br />

educação infantil, como previsto no PNE, teremos um aumento do contingente <strong>de</strong> estudantes que, com<br />

os mesmos recursos totais, faria com que o recurso por aluno fosse ainda mais reduzido.<br />

Portanto, precisamos aumentar os recursos, tanto para aumentar os investimentos por estudante como<br />

para incorporar novos alunos.<br />

O que as elites querem ao fazer discursos, editoriais e artigos contra mais recursos para a educação<br />

pública? Que o Brasil continue a excluir do sistema educacional muitas crianças e jovens e a aten<strong>de</strong>r os<br />

que insistem em permanecer <strong>de</strong> forma tão precária?


7) O atual piso salarial (salário bruto) dos professores, por 40 horas semanais <strong>de</strong> trabalho, é inferior a R$<br />

1,5 mil por mês. Será que as elites poriam seus jovens e suas crianças em escolas cujo piso fosse igual<br />

a esse? Aqueles que atacam o aumento dos recursos para a educação pública estão querendo que essa<br />

situação perdure.<br />

8) Nenhum país superou atrasos escolares tão gran<strong>de</strong>s como os nossos sem investir percentuais do<br />

PIB próximos ou mesmo superiores a <strong>10</strong>%. Nós precisamos fazer o mesmo e apenas quando os atrasos<br />

educacionais tiverem sido superados e o sistema estiver consolidado po<strong>de</strong>mos reduzir os investimentos.<br />

Evi<strong>de</strong>ntemente, articulistas e editorialistas dos gran<strong>de</strong>s jornais e outros que multiplicam a campanha<br />

contra o aumento <strong>de</strong> recursos para a educação sabem disso. Assim, ao fazerem tal campanha, estão,<br />

<strong>de</strong> fato, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo que o país permaneça atrasado no que diz respeito à educação. Se nenhum país<br />

conseguiu construir um sistema educacional aceitável e superar os atrasos acumulados sem investir os<br />

recursos necessários, alguém acredita que o Brasil conseguiria?<br />

9) A proposta <strong>de</strong> aumentar os investimentos públicos em educação foi acusada <strong>de</strong> populista pelo<br />

editorialista <strong>de</strong> um jornal. Certamente o editorialista sabe muito bem o significado da palavra populismo<br />

e, portanto, sabe que a proposta, <strong>de</strong> fato popular, nada tem <strong>de</strong> populista. Ao fazer tal acusação, o<br />

editorialista se aproveita do fato <strong>de</strong> que, provavelmente, seus leitores não sabem o que significa aquela<br />

palavra, mas repetirão seu “argumento”. Até mesmo para evitar que aquele tipo <strong>de</strong> acusação vazia tenha<br />

alguma consequência, precisamos <strong>de</strong> mais e melhor educação pública.<br />

<strong>10</strong>) Em um artigo <strong>de</strong> jornal, usou-se o fato <strong>de</strong> que o aumento <strong>de</strong> recursos para a educação é <strong>de</strong>z vezes<br />

maior do que para o Bolsa Família. Que sentido tem essa comparação? O Bolsa Família é um referencial<br />

econômico padrão, a ser usado como referência para outras políticas públicas?<br />

Provavelmente, o autor do argumento pressupõe que seus leitores são preconceituosos em relação a<br />

programas do tipo Bolsa Família e a comparação, ao mesmo tempo em que reforça esse preconceito,<br />

provoca uma aversão do leitor ao aumento dos recursos públicos para a educação.<br />

11) O editorial <strong>de</strong> um jornal <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> circulação acusou aqueles que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m o aumento dos recursos<br />

para a educação pública <strong>de</strong> corporativista. Na falta <strong>de</strong> argumentos, a estratégia po<strong>de</strong> funcionar, pois não<br />

analisa a proposta, mas <strong>de</strong>squalifica aqueles que a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m. Tal acusação não tem nenhum sentido.<br />

A <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> mais recursos para a educação pública está na pauta <strong>de</strong> muitas entida<strong>de</strong>s científicas,<br />

profissionais, acadêmicas, religiosas, sindicais, etc.<br />

Obviamente, entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> professores e estudantes – às quais, presume-se, caberiam a acusação<br />

<strong>de</strong> corporativismo – também têm se manifestado na <strong>de</strong>fesa da educação pública, não por questões<br />

corporativas, mas por compromissos com o <strong>de</strong>senvolvimento social do país. Seria um total absurdo<br />

achar que exatamente essas entida<strong>de</strong>s, que melhor conhecem os nossos problemas educacionais, se<br />

omitissem.<br />

Será que aquele editorialista acusaria <strong>de</strong> corporativos médicos, secretários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ou dirigentes <strong>de</strong><br />

hospitais que participassem <strong>de</strong> discussões sobre saú<strong>de</strong> pública no Brasil, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo, por exemplo,<br />

o aumento dos recursos para o SUS? Ou sindicalistas, industriais e entida<strong>de</strong>s que congregam<br />

engenheiros, por exemplo, que discutissem a política industrial do país? Ou editores e jornalistas que<br />

manifestassem opiniões sobre nossa política para o setor <strong>de</strong> comunicações?<br />

12) Há, ainda, o argumento <strong>de</strong> que um aumento dos recursos para a educação pública pressionaria,<br />

<strong>de</strong> forma muito intensa, as contas da União, dos Estados e dos municípios. Esse argumento também<br />

não está correto. Para respon<strong>de</strong>r a ele é necessário comparar os investimentos públicos brasileiros<br />

com os <strong>de</strong> outros países. (A comparação mostra que os investimentos sociais públicos no Brasil são<br />

bem menores do que se observa nos países organizados, não necessariamente apenas naqueles mais<br />

industrializados.)<br />

Há, inclusive, um documento do Instituto <strong>de</strong> Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão vinculado<br />

à Secretaria <strong>de</strong> Assuntos Estratégicos da Presidência da República, que mostra que o aumento


dos recursos para a educação po<strong>de</strong>ria ser conseguido apenas reduzindo-se o encargo da dívida e<br />

aproximando muitos dos nossos impostos daquilo que é praticado nos <strong>de</strong>mais países capitalistas.<br />

Envolver<strong>de</strong>, <strong>10</strong>/08/2012


Cultura - Meio Ambiente e territorialida<strong>de</strong> são <strong>de</strong>staques na exposição 'Mosaico Inflamável'<br />

A mostra estará aberta ao público a partir <strong>de</strong>sta sexta-feira (<strong>10</strong>)<br />

Embalagens <strong>de</strong> maços <strong>de</strong> fósforo, rótulos, caixinhas e palitos usados são elementos que compõem as<br />

obras da exposição 'Mosaico Inflamável', do artista plástico Egon Pacheco. A partir <strong>de</strong>sta sexta-feira (<strong>10</strong>)<br />

o público da capital po<strong>de</strong>rá conferir a mostra que segue aberta para visitação até o dia 14 <strong>de</strong> setembro,<br />

<strong>de</strong> segunda a sexta, <strong>de</strong> <strong>10</strong> às 17h, no Espaço Cultural do Banco da Amazônia.<br />

Todos os materiais foram coletados no município <strong>de</strong> Santarém, no oeste paraense, entre os anos <strong>de</strong><br />

2005 e 2012, com o apoio <strong>de</strong> diversos colaboradores. As peças formam mosaicos que adquirem mol<strong>de</strong>s<br />

dos seguintes mapas: Brasil, Região Norte, Estado do Pará, Panamazônia. Os visitantes também<br />

po<strong>de</strong>rão conferir uma instalação baseada na trajetória cartográfica do rio Amazonas, entre outras<br />

criações que tratam a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> como suporte da criação artística.<br />

Com curadoria assinada pelo artista plástico, arquiteto e professor Emanuel Franco, os trabalhos<br />

são uma forma <strong>de</strong> estímulo à reflexão sobre o complexo contexto geopolítico do Brasil mosaico, da<br />

Amazônia que queima, dos muitos Nortes em processo <strong>de</strong> transformação e do Estado do Pará com o<br />

seu território indivisível. Outro objetivo é estimular a prática <strong>de</strong> reciclagem como forma <strong>de</strong> contribuição<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.<br />

Serviço: A exposição 'Mosaico Inflamável' po<strong>de</strong> ser visitada <strong>de</strong> <strong>10</strong> <strong>de</strong> agosto a 14 <strong>de</strong> setembro, <strong>de</strong><br />

segunda à sexta, das <strong>10</strong>h às 17h, no Espaço Cultural Banco da Amazônia (Térreo do edifício se<strong>de</strong> da<br />

Instituição na Avenida Presi<strong>de</strong>nte Vargas, 800).<br />

Portal ORM, <strong>10</strong>/08/2012


Cultura - Exposição no <strong>Museu</strong> Nacional traz obras equatoriano Oswaldo Guayasamí<br />

Se a América Latina tem uma cara, ela foi pintada por Oswaldo Guayasamín. O equatoriano<br />

<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> índios quechua mergulhou na história, na estética e na experiência do povo latinoamericano<br />

para construir uma obra expressionista, consi<strong>de</strong>rada por muitos críticos como uma das mais<br />

relevantes do continente. Explicitar a abrangência da obra foi uma das premissas <strong>de</strong> Pablo Guayasamín,<br />

filho do artista, quando selecionou, em parceria com Wagner Barja, as obras expostas a partir <strong>de</strong><br />

hoje no <strong>Museu</strong> Nacional Honestino Guimarães. Guayasamín — Continente mestiço reúne 350 obras<br />

pertencentes à Fundação Guayasamín, sediada em Quito, Equador.<br />

Pablo buscou na infância do pai o início do percurso proposto pela mostra, que vem ao Brasil como parte<br />

do Festival Latino-Americano e Africano <strong>de</strong> Arte e Cultura (Flaac), com apoio da Embaixada do Equador.<br />

Um <strong>de</strong>senho feito quando o artista tinha <strong>10</strong> anos e pintava para ajudar na renda da família dá um indício<br />

das preocupações que mais tar<strong>de</strong> pautariam a obra, mas é uma série iniciada aos 20 anos a responsável<br />

por posicionar Guayasamín na cena artística do continente. Huacayñán, ou O caminho do pranto, é um<br />

conjunto <strong>de</strong> <strong>10</strong>3 pinturas sobre a saga dos povos <strong>de</strong>samparados da América Latina. Índios, mestiços e<br />

negros ganham uma história narrada a partir da perspectiva <strong>de</strong> um igual na série pintada entre 1946 e<br />

1951.<br />

Correio Braziliense, <strong>10</strong>/08/2012


Patrimônio - Pará abre segundo semestre do Conexões Ibram<br />

A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Belém (PA) recebeu esta semana, nos dias 7 e 8, a primeira parada do projeto Conexões<br />

Ibram no segundo semestre.<br />

Um público representativo do setor <strong>de</strong> museus paraense compareceu ao Teatro Estação Gasômetro nos<br />

dois dias do evento, marcado pelo estabelecimento <strong>de</strong> parceria entre o Ibram e a Secretaria <strong>de</strong> Estado<br />

da Cultura do Pará e pela apresentação <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> gestão oferecidos ao setor <strong>de</strong> museus.<br />

Primeiro estado da região Norte a receber o projeto, o Pará firmou Acordo <strong>de</strong> Cooperação com o Instituto<br />

Brasileiro <strong>de</strong> <strong>Museu</strong>s para ampliar a integração entre os museus do estado e a Política Nacional <strong>de</strong><br />

<strong>Museu</strong>s.<br />

“O Pará <strong>de</strong>monstra interesse e tem contribuído com a ampliação das políticas públicas para museus”,<br />

elogiou a presi<strong>de</strong>nte substituta do Ibram, Eneida Braga. A diretora do Sistema Integrado <strong>de</strong> <strong>Museu</strong>s<br />

(SIM) do Pará, Carmen Cal, <strong>de</strong>stacou a importância da parceria com o Ibram para a divulgação do<br />

acervo do Pará em âmbito nacional e a ampliação dos recursos.<br />

Durante os dois dias <strong>de</strong> evento, alguns dos principais programas e ferramentas oferecidos pelo<br />

Ibram ao setor <strong>de</strong> museus foram temas <strong>de</strong> palestras e <strong>de</strong>bates: Programa i<strong>Museu</strong>s, Plano Nacional<br />

Setorial <strong>de</strong> <strong>Museu</strong>s, Estatuto <strong>de</strong> <strong>Museu</strong>s, Patrimônio Museológico em Risco, Estratégias <strong>de</strong> Fomento e<br />

Financiamento aos <strong>Museu</strong>s e Programa Pontos <strong>de</strong> Memória.<br />

Além das palestras, grupos <strong>de</strong> trabalho construíram propostas para a segurança, a mo<strong>de</strong>rnização e o<br />

financiamento <strong>de</strong> museus.<br />

O projeto Conexões Ibram prossegue na próxima semana com parada em Santa Catarina nos dias 14 e<br />

15. O evento acontece no cinema do Centro Integrado <strong>de</strong> Cultura (CIC), em Florianópolis.<br />

Informativo Ibram, <strong>10</strong>/8/2012.


Patrimônio - Investimento em museus cresce 980% em uma década<br />

O Instituto Brasileiro <strong>de</strong> <strong>Museu</strong>s divulgou esta semana o resultado <strong>de</strong> estudo sobre os investimentos<br />

realizados no campo museal entre os anos <strong>de</strong> 2001 e 2011. O levantamento revela que, no período<br />

pesquisado, os recursos <strong>de</strong>stinados anualmente ao setor passaram <strong>de</strong> R$ 20 milhões para R$ 216<br />

milhões, o que representa um aumento <strong>de</strong> 980%.<br />

Os dados do levantamento foram consolidados a partir <strong>de</strong> pesquisa realizada no Sistema Integrado <strong>de</strong><br />

Administração Financeira do Governo Fe<strong>de</strong>ral (SIAFI), contendo empenhos feitos pelo Tesouro Nacional<br />

na área cultural e pelo programa Monumenta, que utiliza recursos do Banco Interamericano (BID) e fica<br />

sob a responsabilida<strong>de</strong> do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Também fazem<br />

parte do resultado as captações realizadas pela Lei <strong>de</strong> Incentivo Fiscal (mecenato) relativas a projetos<br />

do campo museal.<br />

Histórico <strong>de</strong> valorização – A valorização dos museus e o crescimento dos investimentos na área<br />

têm, em sua trajetória, alguns fatos marcantes que <strong>de</strong>lineiam a formação do campo museal brasileiro.<br />

Em maio <strong>de</strong> 2003, início do primeiro mandato do governo Lula, foi lançada a Política Nacional <strong>de</strong><br />

<strong>Museu</strong>s, documento que serviu <strong>de</strong> base para <strong>de</strong>finir os rumos da preservação e do <strong>de</strong>senvolvimento do<br />

patrimônio museológico brasileiro. Já naquele ano, os investimentos no campo museal subiram <strong>de</strong> R$ 24<br />

para R$ 44 milhões.<br />

Em 2004, foi criado o Departamento <strong>de</strong> <strong>Museu</strong>s (Demu), <strong>de</strong>ntro da estrutura do Iphan. Des<strong>de</strong> então, uma<br />

nova forma <strong>de</strong> enxergar a importância dos museus brasileiros começou a ser <strong>de</strong>senhada.<br />

Com a criação do Ibram, instituído como uma autarquia vinculada ao MinC em 2009, o setor<br />

museológico passou a dispor <strong>de</strong> instrumento dotado <strong>de</strong> autonomia e maior orçamento para lidar com<br />

suas <strong>de</strong>mandas. Os museus brasileiros também ganharam um canal direto e personalizado com o<br />

governo, o que tem contribuído <strong>de</strong> forma significativa para o <strong>de</strong>senvolvimento do campo.<br />

Além disso, o programa <strong>de</strong> capacitação empreendido pelo Ibram junto aos agentes da área auxiliou no<br />

aumento do número <strong>de</strong> projetos relativos a museus, amparados sob o regime <strong>de</strong> incentivo fiscal.<br />

Saiba mais sobre o levantamento aqui.<br />

Informativo Ibram, <strong>10</strong>/8/2012.

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