16.04.2013 Views

Fisiologia do Exercicio_2005.pdf - Jean Peres

Fisiologia do Exercicio_2005.pdf - Jean Peres

Fisiologia do Exercicio_2005.pdf - Jean Peres

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Revista Brasileira de <strong>Fisiologia</strong> <strong>do</strong> Exercício - Volume 4 Número 1 - janeiro/dezembro 2005<br />

tipo de equipamento pode ter causa<strong>do</strong> redução acentuada na<br />

velocidade de execução <strong>do</strong> movimento, aspecto fundamental<br />

para que ocorra a sobrecarga apropriada ao treinamento de<br />

força na água.<br />

Da<strong>do</strong>s contrários aos apresenta<strong>do</strong>s acima foram constata<strong>do</strong>s<br />

por Müller et al. [12]. Esses autores constataram que<br />

i<strong>do</strong>sas praticantes de hidroginástica tendem a demonstrar<br />

maiores valores de força máxima dinâmica desenvolvida<br />

pela musculatura fl exora horizontal de ombros <strong>do</strong> que i<strong>do</strong>sas<br />

praticantes de caminhada ou ginástica. Neste senti<strong>do</strong>, outro<br />

estu<strong>do</strong> de Muller [13] comparou os valores da força máxima<br />

dinâmica <strong>do</strong>s fl exores horizontais <strong>do</strong> ombro para diferentes<br />

grupos, nos perío<strong>do</strong>s pré e pós-treinamento de força na hidroginástica,<br />

relatan<strong>do</strong> incrementos na força. Um grupo foi<br />

composto por i<strong>do</strong>sas participantes de programas tradicionais<br />

de hidroginástica e o outro foi composto por i<strong>do</strong>sas praticantes<br />

de hidroginástica com treinamento específi co de força.<br />

Quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s os valores da FMDpré com os valores<br />

da FMDpós <strong>do</strong> grupo praticante de hidroginástica tradicional,<br />

os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s demonstraram não haver diferença<br />

estatisticamente signifi cativa. No entanto, para o grupo que<br />

praticou hidroginástica com treinamento específi co de força,<br />

os da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s demonstraram uma diferença estatisticamente<br />

signifi cativa entre a FMDpré e a FMDpós, com aumento<br />

médio de 10,89% ou 1,800 kg no teste de 1RM.<br />

Comparan<strong>do</strong> com os aumentos absolutos e percentuais<br />

obti<strong>do</strong>s no presente estu<strong>do</strong> para os grupos musculares adutores<br />

de quadril e fl exores de cotovelo, os resulta<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s<br />

pelo estu<strong>do</strong> de Muller [13] podem ser considera<strong>do</strong>s relativamente<br />

semelhantes. Os incrementos na força encontra<strong>do</strong>s<br />

por Muller [13] podem ter si<strong>do</strong> discretamente inferiores devi<strong>do</strong><br />

à faixa etária da amostra, que abrangeu exclusivamente<br />

indivíduos i<strong>do</strong>sos.<br />

No presente estu<strong>do</strong>, os da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s para to<strong>do</strong>s os grupos<br />

que realizaram treinamento específi co de força, independentemente<br />

da utilização <strong>do</strong> equipamento resistivo, indicaram<br />

aumentos signifi cativos para to<strong>do</strong>s os grupos musculares<br />

testa<strong>do</strong>s. Em relação aos grupos experimentais 1 e 2, é possível<br />

perceber que o grupo que não utilizou equipamento<br />

resistivo na realização <strong>do</strong> treinamento de força em membros<br />

inferiores (GE 2 ) aumentou mais os níveis de força <strong>do</strong> que o<br />

grupo que utilizou o equipamento (GE 1 ), apesar de ambos os<br />

grupos terem aumenta<strong>do</strong> signifi cativamente os níveis de força.<br />

Uma explicação para o menor aumento da força no grupo<br />

que utilizou equipamento pode ser o fato de que o aumento<br />

da resistência ao movimento provoca<strong>do</strong> pelo equipamento,<br />

ao reduzir a velocidade de execução <strong>do</strong> exercício, diminui a<br />

sobrecarga muscular gerada e torna o estímulo menos apropria<strong>do</strong><br />

ao desenvolvimento da força.<br />

Em relação aos grupos experimentais 3 e 4, também<br />

pode-se perceber que o grupo que não utilizou equipamento<br />

resistivo em membros superiores (GE 4 ) aumentou mais os<br />

níveis de força para os extensores de cotovelo <strong>do</strong> que o grupo<br />

que utilizou o equipamento (GE 3 ), apesar de ambos os grupos<br />

37<br />

terem aumenta<strong>do</strong> signifi cativamente os níveis de força. Como<br />

o aumento da força foi signifi cativo para ambos os grupos,<br />

acredita-se que o diferencial que levou a este aumento tenha<br />

si<strong>do</strong> realmente o tipo de treinamento utiliza<strong>do</strong>, e não a utilização<br />

<strong>do</strong> equipamento resistivo. Logo, não se pode afi rmar<br />

que o equipamento resistivo foi o principal responsável pelo<br />

aumento da intensidade da atividade na água, já que os níveis<br />

de força aumentaram para ambos os grupos de forma signifi -<br />

cativa, independentemente da utilização <strong>do</strong> equipamento.<br />

Uma possibilidade a se considerar é de que a intensidade<br />

tenha si<strong>do</strong> aumentada de forma mais acentuada pelo aumento<br />

da velocidade de execução <strong>do</strong>s movimentos, quan<strong>do</strong><br />

compara<strong>do</strong> com o aumento da área de superfície oferecida<br />

pelo equipamento. Sen<strong>do</strong> assim, a realização <strong>do</strong>s movimentos<br />

com grande velocidade seria o fator responsável primário pelo<br />

aumento <strong>do</strong>s níveis de força. Contu<strong>do</strong>, não se pode garantir<br />

que esse tenha si<strong>do</strong> o fator preponderante no aumento mais<br />

expressivo encontra<strong>do</strong> nos grupos que não utilizaram equipamento.<br />

Conclusão<br />

Os resulta<strong>do</strong>s deste estu<strong>do</strong> demonstraram que mulheres<br />

adultas aumentaram signifi cativamente a força máxima dinâmica<br />

de fl exores de cotovelo, extensores de cotovelo e adutores<br />

de quadril, depois de submetidas a um treinamento específi co<br />

de força muscular em sessões de hidroginástica.<br />

Embora somente um pequeno grupo de pesquisa<strong>do</strong>res<br />

considere a prática de hidroginástica uma atividade apropriada<br />

para promover incrementos na força muscular, através <strong>do</strong><br />

presente estu<strong>do</strong> pode-se concluir que a hidroginástica, com<br />

ênfase no treinamento de força, é efi ciente para alcançar tal<br />

objetivo. Isto se deve ao treinamento adequa<strong>do</strong>, ou seja, a<br />

aplicação <strong>do</strong>s princípios <strong>do</strong> treinamento de força e a utilização<br />

da resistência da água como sobrecarga. Nesse senti<strong>do</strong>,<br />

exercícios com alta velocidade de execução, compreenden<strong>do</strong><br />

de 10 a 15 repetições, podem constituir um recurso váli<strong>do</strong><br />

para desenvolver a força muscular.<br />

Devi<strong>do</strong> à importância da força muscular na promoção da<br />

saúde, independentemente <strong>do</strong> sexo ou faixa etária, os programas<br />

de treinamento compostos por sessões de hidroginástica<br />

deveriam incluir uma parte específi ca para o aprimoramento<br />

desta qualidade física. Por extensão, a hidroginástica deveria<br />

ser considerada como um meio efetivo para desenvolver a<br />

força muscular e não somente para desenvolver aptidão cardiorrespiratória<br />

e aumentar o gasto calórico, como geralmente<br />

é preconiza<strong>do</strong>.<br />

Referências<br />

1. American College of Sports Medicine. Th e recommended<br />

quantity and quality of exercise for developing and maintaining<br />

cardiorespiratory and muscular fi tness, and fl exibility in healthy<br />

adults. Med Sci Sports Exerc 1998;6:975-91.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!