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Fisiologia do Exercicio_2005.pdf - Jean Peres

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10<br />

são classifi ca<strong>do</strong>s como funcionalmente independentes; os<br />

sujeitos que realizam o teste em um perío<strong>do</strong> de tempo superior<br />

a 10 segun<strong>do</strong>s e inferior a 20 segun<strong>do</strong>s são classifi ca<strong>do</strong>s como<br />

parcialmente independentes. Finalmente, os indivíduos que<br />

realizam o teste em tempo superior a 30, ou não o conseguem<br />

realizar, são classifi ca<strong>do</strong>s como funcionalmente dependentes,<br />

tenden<strong>do</strong> a necessitar de assistência de outras pessoas. Dessa<br />

forma, pôde-se observar que, to<strong>do</strong>s os sujeitos <strong>do</strong> sexo masculino<br />

foram classifi ca<strong>do</strong>s como parcialmente independentes.<br />

Entretanto, dentre as mulheres, observou-se a ocorrência das<br />

três classifi cações. Ou seja, uma delas foi considerada funcionalmente<br />

dependente, desde que não conseguiu realizar<br />

o mesmo; três foram consideradas parcialmente independentes,<br />

uma foi considerada funcionalmente independente<br />

e três como dependentes da assistência de outras pessoas para<br />

realizarem esta atividade motora.<br />

Resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> teste: retirar e recolocar uma lâmpada<br />

em um bocal<br />

Neste teste, embora 100% das mulheres fossem capazes<br />

de desempenhar a tarefa, três delas (43%), demonstraram<br />

signifi cativas difi culdades na realização da tarefa. Dentre os<br />

homens, neste mesmo teste, três sujeitos (25%) apresentaram<br />

difi culdade na realização <strong>do</strong> teste, enquanto um deles (8,3%)<br />

foi incapaz de realizar a tarefa.<br />

Resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> teste: retirar e recolocar a chave<br />

em uma fechadura<br />

Nessa tarefa, mais uma vez, 100% das mulheres foram<br />

capazes de terminar a tarefa, entretanto, duas delas (28,5%)<br />

apresentaram difi culdades na realização da mesma. Dentre<br />

os homens, <strong>do</strong>is sujeitos (16,6%) demonstraram difi culdades<br />

para realização da tarefa, enquanto um <strong>do</strong>s indivíduos (8,3%)<br />

não foi capaz de completar o teste.<br />

Discussão<br />

Os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> presente estu<strong>do</strong> corroboram com<br />

afi rmações de publicações anteriores [25] de que o grau <strong>do</strong><br />

declínio na capacidade funcional de i<strong>do</strong>sos asila<strong>do</strong>s é mais<br />

eleva<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> com i<strong>do</strong>sos não asila<strong>do</strong>s, apesar<br />

das limitações existentes no presente estu<strong>do</strong> como o limita<strong>do</strong><br />

tamanho da amostra e outras.<br />

Vários estu<strong>do</strong>s longitudinais [27,9] têm demonstra<strong>do</strong> que<br />

os efeitos deletérios <strong>do</strong> envelhecimento, sobre os diferentes<br />

sistemas corporais, podem levar o indivíduo à invalidez. Melo<br />

et al. [26] lembra que tais constatações demonstram que o<br />

envelhecimento populacional e seus efeitos geram maior<br />

responsabilidade e maiores gastos, com programas médicos<br />

e sociais, para os serviços de saúde, desde que, os i<strong>do</strong>sos<br />

apresentam como características: consumir mais serviços de<br />

saúde, apresentam maior e mais freqüente necessidade de<br />

Revista Brasileira de <strong>Fisiologia</strong> <strong>do</strong> Exercício - Volume 4 Número 1 - janeiro/dezembro 2005<br />

internações hospitalares e, quan<strong>do</strong> interna<strong>do</strong>s, apresentam<br />

um tempo de ocupação <strong>do</strong> leito maior que o de outras faixas<br />

etárias [12].<br />

Indivíduos i<strong>do</strong>sos que vivem em instituições asilares têm<br />

demonstra<strong>do</strong> menores níveis de atividade e aptidão física,<br />

quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s com os i<strong>do</strong>sos que vivem na comunidade.<br />

Sen<strong>do</strong> mais frágeis, esses i<strong>do</strong>sos apresentam maiores<br />

riscos para <strong>do</strong>enças crônico-degenerativas, limitações funcionais<br />

e quedas [25]. No Distrito Federal, Melo et al. [26]<br />

investigan<strong>do</strong> o nível de atividade física em instituições que<br />

cuidam de i<strong>do</strong>sos, observou que nenhuma das instituições<br />

estudadas oferecia qualquer programa de atividade física<br />

orientada. Mais uma vez no Brasil, em um estu<strong>do</strong> feito na<br />

região sul <strong>do</strong> país, Benedetti & Petroski [25] constataram que<br />

as instituições asilares, devi<strong>do</strong> ao declínio <strong>do</strong> organismo e a<br />

uma maior fragilidade <strong>do</strong>s indivíduos, têm da<strong>do</strong> preferência<br />

às atividades que requeiram menor esforço físico. A autora<br />

observou a ocorrência de um fenômeno interessante que, segun<strong>do</strong><br />

a mesma, termina converten<strong>do</strong>-se em um ciclo vicioso:<br />

à medida que há o incremento da idade, o indivíduo tende<br />

a tornar-se menos ativo, por conseguinte suas capacidades<br />

físicas diminuem, começa a aparecer o sentimento de velhice,<br />

que pode por sua vez causar estresse, depressão e levar a uma<br />

redução da atividade física e, conseqüentemente, à aparição<br />

de <strong>do</strong>enças crônico-degenerativas, que por si só, contribuem<br />

para o envelhecimento.<br />

Os resulta<strong>do</strong>s da presente pesquisa demonstram que,<br />

em todas as atividades motoras realizadas, as mulheres apresentaram<br />

desempenho médio inferior (tempo maior para a<br />

realização da tarefa) ao <strong>do</strong>s homens. No teste de caminhada<br />

de 10 metros, as mulheres apresentaram o resulta<strong>do</strong> inferior<br />

(p = 0,000). Esperava-se este resulta<strong>do</strong>, pois segun<strong>do</strong> [28],<br />

quan<strong>do</strong> se comparam i<strong>do</strong>sos de mesma idade e características,<br />

os <strong>do</strong> sexo feminino, tendem a apresentar menor desempenho<br />

funcional em tarefas que exijam esforços físicos modera<strong>do</strong>s<br />

ou vigorosos, quan<strong>do</strong> comparadas com homens.<br />

Quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s com os resulta<strong>do</strong>s de estu<strong>do</strong>s<br />

semelhantes [29,6,30], realiza<strong>do</strong>s com i<strong>do</strong>sos não institucionaliza<strong>do</strong>s,<br />

de mesmas características e faixa etária, as<br />

mulheres e homens que compuseram esta pesquisa apresentaram<br />

uma velocidade de caminhada menor. Entretanto,<br />

quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s com outros estu<strong>do</strong>s [31], as mulheres<br />

continuam apresentan<strong>do</strong> menores resulta<strong>do</strong>s, enquanto os<br />

homens apresentam resulta<strong>do</strong>s semelhantes. Estes resulta<strong>do</strong>s<br />

são compatíveis com os apresenta<strong>do</strong>s por outros estu<strong>do</strong>s,<br />

como, por exemplo, o de [28], no qual os autores, além de<br />

confi rmarem estes acha<strong>do</strong>s, complementam observan<strong>do</strong> que,<br />

dentre os i<strong>do</strong>sos, as mulheres tendem a apresentar maior<br />

fragilidade e necessidade de assistência na realização das atividades<br />

motoras <strong>do</strong> cotidiano. No Teste TUGT é interessante<br />

notar que, quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s com os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> estu<strong>do</strong><br />

de Podsiadlo & Richardson [23], realiza<strong>do</strong>s com sujeitos de<br />

média de idade superior (79,5 anos), a presente amostra,<br />

embora apresentan<strong>do</strong> média de idade inferior, apresentou

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