PDF com as letras - Liesa
PDF com as letras - Liesa PDF com as letras - Liesa
Um registro do que aconteceu nos 20 anos de Sambas de Enredo na Passarela do Samba
- Page 4 and 5: 01UMA DELIRANTE CONFUSÃO FABULÍST
- Page 6 and 7: 03GOYTACAZES... TUPY OR NOT TUPY, I
- Page 8 and 9: 05QUEM DESCOBRIU O BRASIL, FOI SEU
- Page 10 and 11: 07QUASE NO ANO 2000 • 1998 Preto
- Page 12 and 13: 09IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE HONROSAM
- Page 14 and 15: 11CATARINA DE MÉDICIS NA CORTE DOS
- Page 16 and 17: 13NÃO EXISTE PECADO ABAIXO DO EQUA
Um registro do que aconteceu<br />
nos 20 anos de Samb<strong>as</strong> de Enredo<br />
na P<strong>as</strong>sarela do Samba
01UMA<br />
DELIRANTE CONFUSÃO FABULÍSTICA • 2005<br />
Josimar • Evaldo Ruy • Jorge Artur • P.C. • Jorginho<br />
Era uma vez...<br />
E um sorriso de criança faz a gente acreditar...<br />
Era uma vez...<br />
Em um mundo encantado, se prepare pra sonhar...<br />
Contos de fad<strong>as</strong>, rainh<strong>as</strong> e reis...<br />
Roup<strong>as</strong> que o povo não pode enxergar<br />
Os sapatinhos dançando sozinhos<br />
Um rouxinol a cantar<br />
Sereia menina, a bailarina...<br />
Universo criado por um sonhador<br />
E o menino venceu a pobreza<br />
E fez da arte a linda princesa<br />
Com quem viveu grande amor<br />
Pega a viola, o repentista<br />
Conta em versos que o grande artista<br />
Da Dinamarca voou, foi além<br />
Como um cisne altaneiro<br />
Hans Christian Andersen<br />
Foi Monteiro Lobato<br />
Um mestre de fato da literatura infantil<br />
Históri<strong>as</strong> escrit<strong>as</strong> <strong>com</strong> arte<br />
E de tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> partes contou no Br<strong>as</strong>il<br />
O Sítio não tem fronteir<strong>as</strong><br />
Abrindo <strong>as</strong> porteir<strong>as</strong> pra imaginação<br />
Dona Benta recebe encantada<br />
O povo dos contos de fad<strong>as</strong><br />
Numa delirante confusão<br />
A turma do Sítio apronta<br />
A Imperatriz faz de conta<br />
Emília cantando <strong>as</strong>sim<br />
Vem viajar nessa história<br />
É só dizer pirlimpimpim
02NEM<br />
TODO PIRATA TEM A PERNA-DE-PAU, O OLHO DE VIDRO<br />
E A CARA DE MAU • 2003<br />
Darcy N<strong>as</strong>cimento • Brandãozinho da Imperatriz • Rubens Napoleão • Jorge Rita<br />
(Cobiça...)<br />
Cobiça de ouro<br />
Madeira, pedra e animais (animais)<br />
São faces do primórdio da História<br />
Que a Imperatriz refaz (no tempo)<br />
Foi-se o tempo, longe está<br />
Pirataria de além-mar (de além-mar)<br />
Vejam só a covardia<br />
Parte dessa tirania<br />
Era destinada aos reis (aos reis, aos reis)<br />
Os corsários portugueses<br />
Franceses, ingleses, holandeses<br />
Tudo que era saqueado<br />
Protegido era levado<br />
Ao domínio da Nação<br />
Nem todo pirata tem a perna-de-pau<br />
Olho de vidro e a cara de mau!<br />
(E hoje)<br />
Hoje, a coisa ficou preta<br />
Muito preta e <strong>com</strong> razão<br />
Pirata se queixando de pirata<br />
De terno e gravata na televisão<br />
Pirateando CD, até a fé<br />
O <strong>com</strong>ércio e a nação<br />
M<strong>as</strong> hoje eu quero ser<br />
Pirata do prazer<br />
Dançando um baile <strong>com</strong> você<br />
Vem, meu amor, vem me beijar<br />
Hoje eu tô que tô, e você tá que tá<br />
Vem, meu amor, vem me beijar<br />
Beijo escondido pra ninguém clonar
03GOYTACAZES...<br />
TUPY OR NOT TUPY, IN A SOUTH AMERICAN WAY! • 2002<br />
Marquinho Lessa • Guga • Tuninho Professor<br />
(Em Campos...)<br />
Campos... Terra dos índios Goytacazes<br />
São ferozes, são vorazes<br />
Vida de antropofagia<br />
Na Europa, a notícia rolava<br />
Homem branco se <strong>as</strong>sustava<br />
Índio <strong>com</strong>e gente... Quem diria!<br />
Um dia, <strong>com</strong> fome de amor... Ô, ô, ô, ô<br />
Nosso herói se apaixonou<br />
Um momento de magia<br />
Peri beijou Ceci... Ao som do Guarani<br />
Um gesto de br<strong>as</strong>ilidade<br />
Com o tempo, um novo índio se vestiu de ousadia<br />
Num ritual de liberdade<br />
(E deu...)<br />
E deu tupy, or not tupy<br />
Eis a visão do artista<br />
Nessa nação tupiniquim<br />
Índio virou um anarquista<br />
(Qual é?)<br />
Macunaíma <strong>com</strong> Zé Pereira<br />
É índio, é negro, é imperador<br />
Mais tarde, essa mistura br<strong>as</strong>ileira<br />
A Tropicália originou<br />
Tem Iracema em Ipanema, alegria geral<br />
Eu sou também Carmen Miranda no meu Carnaval<br />
(Hoje o couro vai <strong>com</strong>er...)<br />
Hoje o couro vai <strong>com</strong>er<br />
Auê, Imperatriz... Auê, auê<br />
Nossa tribo canta meu país<br />
Pra valer
04CANA-CAIANA,<br />
CANA-ROXA, CANA FITA, CANA PRETA, AMARELA, PERNAMBUCO...<br />
QUERO VER DESCER O SUCO, NA PANCADA DO GANZÁ! • 2001<br />
Marquinho Lessa • Guga • Tuninho Professor<br />
Cana-caiana<br />
A cultura que o árabe propagou<br />
Apesar dos cruzados plantarem<br />
A cana na Europa não vingou<br />
M<strong>as</strong> conta a História que em Veneza<br />
O açúcar foi pra mesa da nobreza<br />
Virou negócio no Br<strong>as</strong>il, trazida de além-mar<br />
E, nesta terra, o que se planta dá<br />
Gira o engenho pra sinhô, Bahia faz girar<br />
E, em Pernambuco, o escravo vai cantar<br />
(Quero vê)<br />
Quero vê descê o suco até melá<br />
Na pancada doce do ganzá<br />
Pinga...<br />
Olha a cana virando aguardente<br />
No mercado do ouro atraente<br />
Paraty espalhou a bebida<br />
Pra garimpar, birita tem<br />
Na Inconfidência foi preferida<br />
Pra festejar, o que é que tem?<br />
Tem Carlos Cachaça, não leve a mal<br />
Taí verde-e-rosa em meu Carnaval...<br />
(Vem provar minha cachaça)<br />
Vem provar minha cachaça, amor, ô, ô, ô, ô<br />
O sabor é verde-e-branco<br />
P<strong>as</strong>sa a régua e dá pro santo<br />
Que a Imperatriz chegou
05QUEM<br />
DESCOBRIU O BRASIL, FOI SEU CABRAL, NO DIA 22 DE<br />
ABRIL, DOIS MESES DEPOIS DO CARNAVAL • 2000<br />
Marquinho Lessa • Amaurizão • Guga • Chopinho • Tuninho Professor<br />
Terra à vista!<br />
O grito de conquista do descobridor<br />
A ordem do rei é navegar<br />
E monopolizar riquez<strong>as</strong> de além-mar<br />
Partiram caravel<strong>as</strong> de Lisboa<br />
Com o desejo de <strong>com</strong>ercializar<br />
As especiari<strong>as</strong> da Índia<br />
E o ouro da África (e aí)<br />
M<strong>as</strong>, depois, o rumo se modificou<br />
Olhos no horizonte, um sinal surgiu<br />
Em 22 de abril, quando ele avistou<br />
Se encantou<br />
(Tão linda)<br />
Tão linda, tão bela!<br />
Paraíso tropical<br />
Foi seu Cabral quem descobriu o Br<strong>as</strong>il<br />
Dois meses depois do Carnaval<br />
(Que terra)<br />
Terra... Abençoada de encantos mil<br />
De Vera Cruz, de Santa Cruz... Br<strong>as</strong>il<br />
Iluminada é a nossa terra<br />
O branco, o negro e o índio<br />
No encontro, a origem da Nação<br />
E hoje, a minha escola é toda raça<br />
Convida a "m<strong>as</strong>sa" e canta a nossa história<br />
São 500 anos vivos na memória<br />
De luta, esperança, amor e paz<br />
Eu quero é mais<br />
Viver feliz, oi<br />
Sambando <strong>com</strong> a Imperatriz
06B<br />
R A S I L , M O S T R A A S U A C A R A E M . . . “ T H E AT R U M R E R U M<br />
N AT U R A L I U M B R A S I L I A E ” • 1 9 9 9<br />
César Som Livre • Waltinho Honorato • João Estevam • Eduardo Medrado<br />
Ela, a Imperatriz na p<strong>as</strong>sarela<br />
É samba, é arte, é linda tela<br />
Vem colorindo o Carnaval<br />
Sonhava N<strong>as</strong>sau<br />
Com uma Holanda tropical<br />
E nesse sonho ele então pediu<br />
Quero te ver, Br<strong>as</strong>il (quero te ver, Br<strong>as</strong>il)<br />
Br<strong>as</strong>il, mostra a sua cara<br />
Sua beleza em forma rara<br />
Esse seu jeito de viver (quero te ver, Br<strong>as</strong>il)<br />
Artist<strong>as</strong> pintando flores, florest<strong>as</strong><br />
Retratam paisagens em festa... E animais<br />
Homens felizes vivendo n<strong>as</strong> mat<strong>as</strong><br />
Imagens do meu país<br />
As obr<strong>as</strong> são imortais<br />
O tempo não apagou<br />
E a mão do destino traz<br />
Envolvid<strong>as</strong> em jói<strong>as</strong> musicais<br />
Nobreza, beleza<br />
Tem arte nesse teu cantar<br />
Quem ouve, logo diz<br />
Meu sonho é ser feliz<br />
Pra sempre e sempre mais<br />
O samba é raiz<br />
Se raiz é História<br />
Bate forte, bateria<br />
No balanço e na alegria<br />
Da Imperatriz
07QUASE<br />
NO ANO 2000 • 1998<br />
Preto Jóia • Flavinho • Darcy do N<strong>as</strong>cimento • Guga<br />
Vou viajar n<strong>as</strong> previsões<br />
Do homem sonhador<br />
Que pensou voar, cruzar o mar<br />
N<strong>as</strong> <strong>as</strong><strong>as</strong> da imaginação<br />
Fez o tempo avançar no tempo<br />
Através da criação<br />
De máquin<strong>as</strong> sem sentimento<br />
Que funcionam quando ele põe a mão<br />
M<strong>as</strong> o homem que previa, ô, ô, ô...<br />
Esqueceu a ecologia, ô, ô, ô...<br />
A natureza, o ar<br />
A terra azul e o mar<br />
Fez o universo acordar<br />
Robô, roubou a festa<br />
O cinema deu visão<br />
Imaginando o que seria<br />
A nova civilização (foi ilusão)<br />
Lá se vai mais um milênio, amor<br />
A dev<strong>as</strong>tação dói demais<br />
Proteção para os mananciais<br />
Pr<strong>as</strong> mat<strong>as</strong> e os animais<br />
E o futuro, então<br />
Virá <strong>com</strong> mais vigor<br />
Se a nossa terra<br />
For tratada <strong>com</strong> amor<br />
É novo tempo, é bom pensar<br />
É tempo, amor, de libertar<br />
O sentimento e a terra preservar
08EU<br />
SOU DA LIRA, NÃO POSSO NEGAR... • 1997<br />
Zé Katimba • Chopinho • Amaurizão • Tuninho Professor<br />
Eu sou da lira, não posso negar<br />
Preparei o ano inteiro<br />
Versos para ofertar<br />
Ah! Esse enredo delirante<br />
Um momento emocionante<br />
Lindamente popular<br />
Eu quero cantar!<br />
O Rio de tempos atrás<br />
Chiquinha escreveu<br />
Em not<strong>as</strong> musicais<br />
Vem liberar, vem amar<br />
Fazer a festa<br />
É a magia do teatro e dos salões<br />
Piano me diz quem é<br />
A pioneira?<br />
Piano me diz quem é<br />
A maxixeira?<br />
"Rosa de Ouro"<br />
Nunca foi de brincadeira<br />
(Ah, mulher)<br />
Ah, mulher guerreira<br />
Solta os grilhões!<br />
"Corta Jaca", que eu quero ver<br />
Repenica pra remexer<br />
Tem cavaco e violão<br />
E a minha Escola<br />
Vai cantando esse refrão<br />
Lalaiá, lalauê!<br />
Imperatriz fazendo um baile<br />
Pra você
09IMPERATRIZ<br />
LEOPOLDINENSE HONROSAMENTE APRESENTA:<br />
“LEOPOLDINA, A IMPERATRIZ DO BRASIL” • 1996<br />
Jurandir • Dominguinhos do Estácio • Demarco • Carlinhos China<br />
Atravessou o mar<br />
Temendo a inv<strong>as</strong>ão a Portugal<br />
Desembarcando aqui, toda a família real<br />
O tempo p<strong>as</strong>sou<br />
D. Pedro precisava se c<strong>as</strong>ar<br />
E foi da Áustria, a escolhida<br />
Carolina Josefa Leopoldina<br />
Clareia, Viena<br />
Num raro espetáculo de cor<br />
Pela vontade do rei<br />
Marialva, o marquês<br />
A Europa deslumbrou<br />
Viena clareia<br />
O noivado se realizou<br />
Diamantes são presentes<br />
Junto a um rico medalhão<br />
Que f<strong>as</strong>cina Leopoldina<br />
Que c<strong>as</strong>a por procuração (de lá pra cá)<br />
E de lá pra cá<br />
Só céu e mar... E esperança<br />
Do Eldorado encontrar<br />
O paraíso... E bonança<br />
(E ao chegar)<br />
E ao chegar, o seu olhar se encantou<br />
Linda aurora, fauna e flora<br />
Revela o amor por esse chão<br />
E a Pedro, impele em carta<br />
Independência da nossa nação (lá vem raiz)<br />
Ô, ô, ô, lá vem raiz<br />
A Leopoldina é Imperatriz<br />
É Carnaval, é samba verdadeiro<br />
Eu me orgulho de ser br<strong>as</strong>ileiro
10MAIS<br />
VALE UM JEGUE QUE ME CARREGUE, QUE UM CAMELO QUE<br />
ME DERRUBE LÁ NO CEARÁ • 1995<br />
Eduardo Medrado • João Estevam • Waltinho Honorato • César Som Livre<br />
Ecoam pelo ar<br />
Estóri<strong>as</strong> de tesouros escondidos<br />
Sou poeta da canção<br />
E embarco nesse sonho encantado<br />
Vou <strong>com</strong> destino ao Ceará<br />
Em busca de um novo Eldorado<br />
(Eu levo)<br />
Levo <strong>com</strong>igo a ciência<br />
Do país, a sapiência<br />
Tudo eu quero relatar<br />
Nessa expedição bem br<strong>as</strong>ileira<br />
Chegam mouros e camelos<br />
Não precisa se <strong>as</strong>sustar<br />
Balançou, não deu certo, não<br />
Pois não p<strong>as</strong>sou de ilusão<br />
Eles trouxeram o balanço do deserto<br />
M<strong>as</strong> não é o gingado certo<br />
Pra cruzar o nosso chão<br />
O jegue escondido na História<br />
Ajuda o sertanejo a tocar seu dia-a-dia<br />
Trabalha, ara a terra sob o sol<br />
E leva o fardo pesado<br />
De um povo sofredor<br />
Mais vale a simplicidade<br />
A buscar mil novidades<br />
E criar <strong>com</strong>plicação<br />
Esquecendo o bom e o útil<br />
Renegar o que é nosso<br />
Gera insatisfação<br />
O sertão não é só lamento<br />
Meu momento é aqui<br />
Faço a festa e lavo a alma<br />
Hoje na Sapucaí
11CATARINA<br />
DE MÉDICIS NA CORTE DOS TUPINAMBÔS E TABAJERES • 1994<br />
Márcio André • Alvinho • Aranha • Alexandre da Imperatriz<br />
Hoje, vou colorir toda a cidade<br />
De alma pintada eu vou<br />
Sou da corte a fant<strong>as</strong>ia<br />
Trago o "novo mundo" de esplendor<br />
A magia da floresta levei<br />
Enfeitando esta festa cheguei<br />
Puro na emoção, simples na paixão<br />
Sonho e poesia em ruão<br />
Mon amour c'est si beau!<br />
Esse jogo, essa dança<br />
Tabajer, tupinambôs<br />
E lá n<strong>as</strong> margens do Sena<br />
O Br<strong>as</strong>il, a imagem<br />
De nudez e coragem<br />
Índios, marujos, enfim<br />
Misturavam-se <strong>as</strong>sim<br />
Na mais linda paisagem<br />
E a platéia no bis<br />
Com a Imperatriz a delirar<br />
Na França, o bom selvagem<br />
Deu o tom de igualdade<br />
Fraternité, liberté<br />
Sou índio, sou forte<br />
Sou filho da sorte, sou natural<br />
Sou guerreiro<br />
Sou a luz da liberdade, Carnaval
12MARQUÊS<br />
QUE É MARQUÊS, DO SASSARICO É FREGUÊS • 1993<br />
Márcio André • Alvinho • Aranha • Alexandre da Imperatriz<br />
Vou p<strong>as</strong>sar mais uma vez<br />
Na Avenida da ilusão<br />
Carnaval, alegria geral no meu coração<br />
Vem de lá, da corte imperial (lá vem marquês)<br />
O marquês iluminado<br />
Bicentenário<br />
Palco do meu Carnaval (e <strong>as</strong>sim)<br />
Assim, na serração da velha<br />
N<strong>as</strong>ceu a semente que embalou a multidão<br />
Baila, baila <strong>com</strong>igo, meu amor m<strong>as</strong>carado<br />
No jogo da sedução<br />
Oh, joga água, amor, limão de cera<br />
Oh, vale tudo nesta brincadeira<br />
O luxo d<strong>as</strong> grandes sociedades<br />
Coloriu felicidade nos olhos do imperador<br />
E hoje essa folia<br />
Tem na Apoteose seu esplendor<br />
E <strong>com</strong>o será, além do infinito<br />
O sonho desse povo tão bonito<br />
De verde-e-branco sambando vem o marquês (ê, ê)<br />
S<strong>as</strong>saricando, mostrando que é freguês<br />
O samba é raça, é paixão, viver feliz<br />
Desfilando na Imperatriz (eu vou)<br />
Eu vou no s<strong>as</strong>sarico, eu vou<br />
Nessa que eu quero ir<br />
Balança, Sapucaí
13NÃO<br />
EXISTE PECADO ABAIXO DO EQUADOR • 1992<br />
Tuninho Professor • Jurandir • Edinho • Nilson Melodia<br />
Vai (vai, vai, vai)<br />
Singrando os mares<br />
Fazer o teu rei feliz<br />
Em busca de novos ares<br />
Navega a Imperatriz<br />
E, dessa viagem bela<br />
Uma aquarela<br />
Vai desfilar<br />
Éden, visão do paraíso<br />
Emoção, sorriso<br />
É o fruto da paixão<br />
O clima tempera a água, os rios<br />
O verde, a fauna<br />
F<strong>as</strong>cínio de um imenso amor<br />
Beleza divina, fonte que irradia<br />
Abaixo do Equador<br />
O canto do índio ecoou (ê, ô, ê, ô)<br />
Vem do ar, vem do ar<br />
E livre a floresta se encantou<br />
Eh! Mirá!<br />
Para proteger a vida<br />
Vêm os seres te abraçar<br />
Sereia, mãe-d'água, saci, boitatá<br />
Guerreir<strong>as</strong> a cavalgar<br />
Papagaio vira anjo<br />
Para o mundo perceber<br />
E eis a chama<br />
Que vai fazer<br />
Toda a paz na Terra ren<strong>as</strong>cer<br />
(E um dia hei de ver...)
14LIBERDADE!<br />
LIBERDADE! ABRA AS ASAS SOBRE NÓS • 1989<br />
Niltinho Tristeza • Preto Jóia • Vicentinho • Jurandir<br />
Vem, vem reviver <strong>com</strong>igo amor<br />
O centenário em poesia<br />
Nesta pátria-mãe querida<br />
O império decadente, muito rico, incoerente<br />
Era fidalguia e por isso que surgem<br />
Surgem os tamborins, vem emoção<br />
A bateria vem, no pique da canção<br />
E a nobreza enfeita o luxo do salão<br />
Vem viver o sonho que sonhei<br />
Ao longe faz-se ouvir<br />
Tem verde-e-branco por aí<br />
Brilhando na Sapucaí<br />
Da guerra nunca mais<br />
Esqueceremos do patrono, o duque imortal<br />
A imigração floriu, de cultura o Br<strong>as</strong>il<br />
A música encanta, e o povo canta <strong>as</strong>sim<br />
Pra Isabel, a heroína, que <strong>as</strong>sinou a lei divina<br />
Negro dançou, <strong>com</strong>emorou, o fim da sina<br />
Na noite quinze e reluzente<br />
Com a bravura, finalmente<br />
O marechal que proclamou foi presidente<br />
Liberdade!, liberdade!<br />
Abra <strong>as</strong> <strong>as</strong><strong>as</strong> sobre nós<br />
E que a voz da igualdade<br />
Seja sempre a nossa voz