16.04.2013 Views

PESQUISA-AÇÃO, ANÁLISE CONTINUADA DE ... - CCE

PESQUISA-AÇÃO, ANÁLISE CONTINUADA DE ... - CCE

PESQUISA-AÇÃO, ANÁLISE CONTINUADA DE ... - CCE

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Direitos a um processo de Análise Continuada de Necessidades dos participantes do curso<br />

instrumental de inglês.<br />

A pesquisa desenvolvida por Weyersbach (2002), ao propor um curso instrumental<br />

de inglês negociado no contexto da Internet, apóia-se, dentre outros suportes teóricos, na<br />

Análise Continuada de Necessidades (Dudley Evans e St. John, 1998) e no conceito de<br />

negociação no âmbito do processo ensino-aprendizagem, conceito esse “entendido como<br />

compartilhamento da tomada de decisões entre alunos e professores e para o gerenciamento<br />

da aprendizagem pelo próprio aluno” (Weyersbach, 2002: 35). O conceito utilizado pela<br />

autora fundamenta-se em Breen e Littlejohn (2000), que propõem seis princípios<br />

subjacentes à negociação no processo de ensino-aprendizagem de línguas e que podem<br />

auxiliar a tomada de decisões para o desencadeamento do planejamento do curso. São eles:<br />

A negociação é um meio para o engajamento responsável na comunidade<br />

representada pela sala de aula. 2<br />

A negociação estabelecida dentro da sala de aulas num curso de línguas, sendo esta<br />

sala entendida como um microcosmo da sociedade na qual ela está inserida (Breen e<br />

Littlejohn, 2000: 20), passa a ter uma função educativa, auxiliando o estudante para que<br />

assuma responsabilidades. Conforme apontam os autores: (...) a classroom culture can be<br />

more or less democratic in the original meaning of this term. The more explicitly ways of<br />

working are agreed, the more likely a collaborative approach to achieving shared goals<br />

can be fostered (Breen e Littlejohn, 2000: 20).<br />

Isso significa que, com a negociação dentro da sala de aula, o aluno passa a se sentir<br />

também agente responsável pelo processo educativo, deixando de lado a passividade que é<br />

comum nesse contexto e assumindo um papel colaborativo.<br />

A negociação pode construir e refletir a aprendizagem como um processo<br />

emancipatório.<br />

Diferentemente de formas tradicionais de ensino, que assumem que o aluno é um<br />

receptáculo vazio no qual o conhecimento deve ser inserido (Freire, 1970), ou do método<br />

behaviourista, calcado em estímulos e respostas (Skinner, 1970), a negociação na sala de<br />

aula pode auxiliar no processo formativo do aluno, permitindo que a aprendizagem seja um<br />

processo emancipatório, que reconhece o aluno como indivíduo social e historicamente<br />

constituído. Conforme apontam Breen e Littlejohn (2000:22), o exercício da aprendizagem<br />

emancipatória em sala de aula pode ser identificado como a tarefa compartilhada do<br />

desenvolvimento e da adaptação do currículo de acordo com as necessidades emergentes,<br />

as dificuldades e as conquistas alcançadas. Ou seja, a negociação encontra ressonância nas<br />

teorias de ensino-aprendizagem progressistas (Moraes, 1997; Giusta, 2003b).<br />

A negociação pode ativar os recursos sociais e culturais de uma turma.<br />

Breen e Littlejohn (2000) partem do princípio de que, devido ao fato do<br />

conhecimento construído e compartilhado em sala de aula evoluir num processo coletivo<br />

através das interações em aula, de textos, e das práticas sociais estabelecidas entre alunos e<br />

professor, ele é maior do que se fosse um processo criado individualmente, mesmo que pelo<br />

professor. Isso leva a entender que, quando os alunos se sentem engajados no processo de<br />

tomada de decisões, eles se tornam mais responsáveis e se apropriam das responsabilidades,<br />

2 Os seis princípios propostos por Breen e Littlejohn foram traduzidos livremente por mim.<br />

696

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!