PESQUISA-AÇÃO, ANÁLISE CONTINUADA DE ... - CCE
PESQUISA-AÇÃO, ANÁLISE CONTINUADA DE ... - CCE
PESQUISA-AÇÃO, ANÁLISE CONTINUADA DE ... - CCE
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Dewey também dizia que a verdadeira educação só se desenvolve a partir da<br />
experiência. Além disso, ele enfatizava que o objetivo da educação é permitir que as<br />
pessoas continuem sua própria formação num processo de crescimento contínuo:<br />
(...) the aim of education is to enable individuals to continue their education – or that the object<br />
of reward of learning is continued capacity of growth. Now this idea cannot be applied to all the<br />
members of a society except where intercourse of man with man is mutual, and except where<br />
there is adequate provision for the reconstruction of social habits and institutions by means of<br />
wide stimulation arising from equitably distributed interests. (Dewey, 1916:100)<br />
Dessa maneira, ao vislumbrar que o crescimento educacional do indivíduo ocorre<br />
por meio da interação com o(s) outro(s) e com o meio, Dewey (1916) estava abrindo espaço<br />
para o que, posteriormente, foram consideradas características centrais da pesquisa-ação, ou<br />
seja: a inclusão da prática educacional como fonte de dados para a pesquisa, o<br />
aprimoramento da prática por meio da pesquisa e as conseqüentes modificações sociais<br />
inerentes a esse processo.<br />
Thiollent (2002), que discute a pesquisa-ação como uma metodologia de pesquisa<br />
que pode ser associada a diferentes formas de ação coletiva orientadas em função da<br />
resolução de problemas ou com vistas à transformação, entende a pesquisa-ação da seguinte<br />
forma:<br />
um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita<br />
associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os<br />
pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de<br />
modo cooperativo ou participativo (Thiollent, 2002:14).<br />
Há autores como Masters (1995), Hughes (1997) e Burns (2005), dentre outros, que<br />
descrevem as mudanças nas formas de se conceituar a pesquisa-ação ao longo dos anos.<br />
Tais descrições são embasadas no trabalho de McKernan (1991), e foram essenciais para<br />
situar esta pesquisa e entender as diferentes formas de se praticar a pesquisa-ação. Segundo<br />
os autores pesquisados, McKerman (1991) descreve três grandes movimentos percorridos<br />
por trabalhos embasados na pesquisa-ação ao longo dos últimos cinqüenta ou sessenta anos.<br />
São eles:<br />
Tipo 1: técnico-científica;<br />
Tipo 2: prático-deliberativa;<br />
Tipo 3: crítico-emancipatória.<br />
A pesquisa-ação do tipo 1, técnico-científica, é definida como uma atividade<br />
essencialmente técnica, por meio da qual professores podem melhorar suas práticas<br />
pedagógicas. De acordo com Masters (1995), nesse tipo de abordagem, o pesquisador tem<br />
por objetivo testar um determinado tipo de intervenção a partir de um suporte teórico<br />
preestabelecido. É, por sua natureza, um tipo de pesquisa isenta de influências (Crookes,<br />
1993).<br />
A pesquisa-ação do tipo 2 (prático-deliberativa), por sua vez, encontra-se<br />
fundamentada, segundo Burns (2005), no surgimento das pesquisas sobre currículo nos<br />
692