2 – APRESENTAÇÃO O Projeto foi aplicado no Centro Educacional ...

TEMA : ―A GRAVURA E EU NO CONTEXTO POLÍTICO ATUAL‖ 

2 – APRESENTAÇÃO 

O Projeto foi aplicado no Centro Educacional Luiz de Camões. 

OFICINA: GRAVURA — ARTES VISUAIS 

EIXO TEMÁTICO: LITERATURA E LINGUAGEM VISUAL 

Este Projeto faz parte do processo avaliativo da disciplina de Prática de 

Ensino de Arte no Ensino Médio, onde o desenvolvimento do mesmo se deu 

em torno do tema: ―A GRAVURA E EU NO CONTEXTO POLÍTICO ATUAL‖, 

onde houve a votação para a escolha do tema com os alunos e por maioria 

esta abordagem foi aprovada. 

2.1 Quanto a localização 

O Colégio Luiz de Camões, está localizado na Rua Japeri, 268, Cobilândia, 

Vila Velha

1 – TEMA DO PROJETO 

―A GRAVURA E EU” NO CONTEXTO POLÍTICO ATUAL” 

AUTORA: 

ROSANGELA MATOS COSTA 

DATA: MAIO A JUNHO 2009

TEMA: “A GRAVURA E EU NO CONTEXTO POLÍTICO ATUAL” 

3 – JUSTIFICATIVA 

Percebi que havia possibilidade de trabalhar a gravura com esta turma a partir 

do relato da professora regente (logo em minha primeira visita para 

acompanhar esta turma do 1º ano do Ensino Médio), onde a mesma cogitava a 

idéia de que seria de grande relevância trazer estes alunos a pensarem na Arte 

como um meio de externar as suas inquietudes, com um trabalho que 

envolvesse o fazer artístico tão solicitado pelos mesmos, porém, a professora 

apontou a quase inviabilidade disso ocorrer devido a falta de um espaço 

próprio, o curto espaço de 50 minutos de aula e as carteiras de um braço só, 

isto limitava a professora, ao mesmo tempo que ela buscava, sem solução, 

fazer com que eles passassem a ter o hábito de ler pelo menos a bibliografia 

que ela havia indicado, sem contudo ter uma resposta. Na segunda vez de 

minha visita, passei a observar melhor o comportamento da turma, verifiquei 

que eram assíduos, barulhentos, mas ao mesmo tempo harmônicos, não eram

TEMA: ―A GRAVURA E EU NO CONTEXTO‖ NO CONTEXTO POLÍTICO ATUAL. 

estressados, e quando o assunto era do interesse deles, eles eram 

participativos, principalmente quando alguém falava sobre política, saúde ou 

violência, ou seja, assuntos do cotidiano deles. 

Amadureci a idéia de envolvê-los em uma atividade com a produção artística 

que demandasse também o interesse pela pesquisa. Assim sugeri a professora 

regente esta possibilidade de trabalhar a gravura, onde só chegaríamos a 

produção das mesmas depois de trazer até eles o interesse sobre o assunto 

através da leitura. Sugeri como fonte de pesquisa a Literatura de Cordel 

bastante popular com uma forte expressão regional incontestável e o trabalho 

de Lívio Abramo já em um outro contexto social e político. Após eles terem feito 

a pesquisa busquei extrair através de conversas informais o que tinham 

conseguido observar na literatura de Cordel, um meio de expressão de pessoas


simples, que muitas vezes nem sabendo escrever podiam exprimir suas 

inquietações através da linguagem e poética visual, que falam de dor, alegria, 

esperança, política, protestam e fala muito também do cangaço. E do artista Lívio 

Abramo que produziu suas obras em outro contexto social e político onde suas 

obras mais importantes foram do período expressionista, onde ele reproduziu o 

cotidiano, figuras humanas, a Guerra Civil Espanhola, operários e fábricas. Pude 

mostrar que também hoje é possível usar o mesmo processo de gravação para 

criticar, opinar, sugerir, modificar idéias conceitos a respeito de algo que nos 

incomoda e também de conhecer o que o outro pensa a respeito de um 

determinado assunto, até mesmo para identificação das nossas limitações diante 

de uma problemática, para assim termos interesse em pesquisar um assunto 

antes de emitir uma opinião, ou seja, ampliar o nosso repertório no que se refere 

ao processo histórico de um determinado tema para podermos nos posicionar 

diante dele.


4 – PÚBLICO ALVO 

O 1º ano do Ensino Médio compõe-se de alunos pertencentes a classe 

média a média baixa, que não possuem o hábito de freqüentar 

programações culturais, como o Teatro, Cinema, Museus, Feiras ou 

Exposições Artísticas; um dos motivos é a dependência dos pais para 

saírem sozinhos e são muitas vezes tolhidos e ao mesmo tempo seus 

pais não possuem o hábito de freqüentar estes espaços. Nunca visitaram 

o Museu Ferroviário, o MAES, a FAFI, Galeria Homero Massena, nem 

conhecem por dentro o Teatro Carlos Gomes, nunca viram o Planetário 

da UFES e o seu Teatro e nem conhecem a Sala de Cinema da mesma.


Esta turma compõe-se de 36 alunos, sendo 17 alunas e 19 alunos; são 

barulhentos, mas, ao mesmo tempo sabem ouvir quando solicitados, 

interessam-se pelo fazer e apresentam pouca empolgação pela leitura. 

Gostam de atividades lúdicas, as quais são aproveitadas pela professora 

regente para inserir assuntos pertinentes a teoria e/ou à História da Arte.

TEMA: ―A GRAVURA E EU‖ NO CONTEXTO PÓLÍTICO ATUAL 

5 – OBJETIVO GERAL 

• Construir a partir da gravura uma narrativa de sua própria história através de 

imagens seqüenciadas. 

5.1 OBJETIVO ESPECÍFICO: ―A GRAVURA E EU― NO CONTEXTO POLÍTICO 

ATUAL. 

Reconhecer a gravura como linguagem e poética visual; 

Identificar a elaboração da gravura como processo de produção em 

série; 

Construir imagens através dos elementos ponto, linha e forma; 

Contextualizar a realização da gravura em sala, com a Literatura de 

Cordel;


Ampliar o repertório destes adolescentes no que se refere ao seu 

processo histórico; 

Construir uma narrativa a partir de sua própria história através de 

imagens seqüenciadas; 

Realizar leitura de imagens por meio da produção da gravura. 

CONTEÚDOS (Conceitos Chave) 

Literatura de Cordel; 

Produção de Gravura; 

Leitura de Imagens (apreciando a produção dos alunos).


6 - METODOLOGIA (Estratégias Pedagógicas) 

• Discussão com os alunos sobre o processo histórico da construção e 

produção da gravura; 

• Contação de histórias: Literatura de Cordel e sua função social; 

• Início da produção técnica da gravura 

• Forma de elaboração da matriz / xilogravura; 

• Materiais clássicos da gravura sendo substituídos por materiais 

alternativos, tais como: 

Tinta própria para xilogravura por guache e retardador de 

secagem médium acrílico;


Rolo de borracha por rolo de espuma; 

Colher de pau por colher de alumínio; 

Vidro de proteção da mesa de impressão por acetato de 

radiografias; 

Madeira por polietileno de embalagens diversas; 

• Produção em série (tiragens). 

Realização de desenhos para serem usados na produção das 

matrizes;


Gravação da matriz em ponta seca sobre isopor; 

Entintar e fazer tiragens das gravações; 

Tiragens em série (numeração seriada); 

Secagem das gravuras em varal de cordão presos por pregadores 

de madeira (sugestão). 

• Leitura da imagem produzida por contrastes: 

Preto X Branco 

Luz X Sombra 

Linha X Forma 

Cheio X Vazio


SUGESTÃO: 

Figuração e Abstração 

Figura X Fundo 

• Exposição coletiva dos trabalhos produzidos; 

• Realização de produção de texto sobre o trabalho realizado, cada 

aluno fará sua própria estória baseada no projeto pedagógico 

desenvolvido: ―A GRAVURA E EU‖ NO CONTEXTO POLÍTICO 

ATUAL.


7 - RECURSOS (Materiais Utilizados): 

• Histórias orais; 

• Colher de alumínio; 

• Acetato (radiografias); 

• Fita crepe; 

• Rolo de espuma; 

• Guache; 

• Médium acrílico; 

• Cartolina colorida;


• Papel Sulfite A4; 

• Lápis ponta seca; 

• Polietileno (isopor); 

• Cordão; 

• Pregadores de madeira.


8 - CULMINÂNCIA 

Apesar de todas as dificuldades que enfrentamos para a produção das 

gravuras, fiquei impressionada com a capacidade de compreensão que 

tiveram a respeito do processo inverso da matriz no isopor e das idéias 

que surgiam além da parte mais metódicas das tiragens e eles não 

reclamaram; os que desistiram foram logo no início. Os que ficaram foram 

uma grata surpresa, cumpriram todas as etapas com bastante 

empolgação, até vieram no horário Vespertino onde podemos fazer as 

tiragens nas mesas próxima a quadra de futsal.

9 - FOTOS 

TEMA: A GRAVURA E EU NO CONTEXTO POLÍTICO ATUAL











10 - AVALIAÇÃO 

• Observação do desenvolvimento dos alunos; socialização; 

• Freqüência e pontualidade; 

• Interesse e participação; 

• Relato verbal e escrito; 

• Produção de trabalhos; 

• Exposição incluindo texto escrito (sugestão).


11 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 

O interesse neste Projeto não foi a pretensão de passar na íntegra a técnica 

e o apuro da gravura, mas através dela permitir ao aluno uma das muitas 

possibilidades de criação, aliando ao fazer artístico o conhecimento que veio 

através da leitura, permitindo a esse, a busca pela informação, para então 

ele poder emitir uma opinião sobre as coisas, até para poder discordar da 

atividade proposta pelo professor e poder sugerir outras. Ser um parceiro do 

seu mediador e também crítico, para que este tenha mais comprometimento 

com o planejamento das aulas. Ampliar a visão deste aluno insatisfeito e 

crítico com o meio onde vive, e levá-lo a entender que só o conhecimento 

pode transformar as coisas.


Pontuar também que apesar da maioria ter feito seus trabalhos emitindo 

opinião negativa sobre o tema proposto, fazê-los entender que política não é 

isso que vivenciamos, esta é a política distorcida, fazendo até uma alusão 

sobre a matriz da gravura e o seu resultado. Para se obter na gravação um 

resultado, temos que fazê-lo invertido na matriz. Já na política a matriz é 

realizada de forma legível, legítima e organizada para efetivamente dar 

resultados positivos, porém, a realidade, é que o resultado quase sempre sai 

invertido.


12 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

ABRAMO, Lívio. Gravura, desenho, guache: gravador – 1926 – 1957. Rio de Janeiro: MAM, 

1957. 

ABRAMO, Lívio. Xilogravura. Texto Fayga Ostrower. São Paulo: Museu Lasar Segal, 1990, [16] 

p. 

GALVÃO, Ana Maria de Oliveira. Cordel: Leitores e Ouvintes. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. 

LEITE, José Roberto Teixeira. A gravura brasileira contemporânea. Rio de Janeiro: Rio, 1965, 

70 p.

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