A semana - Oficina de Psicologia

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16.04.2013 Views

Módulo 1 Oficina de Psicologia Oficina de Psicologia www.oficinadepsicologia.com contacto@oficinadepsicologia.com 926 68 41 62 Programa Durma Bem! As insónias penalizam a qualidade de vida de forma muito significativa e, por vezes mesmo, invisível, ao enfraquecerem o sistema imunitário e endócrino, por exemplo. Muito frequentes, são companhia habitual de perturbações ansiosas e depressivas e devem ser resolvidas tão rapidamente quanto possível. O Programa Durma Bem!, desenvolvido de acordo com as melhores directrizes e práticas científicas internacionais, decorre ao longo de 7 semanas, não requerendo a presença em consultório, porque tudo foi pensado para poder obter uma intervenção eficaz sem sair do conforto da sua casa. Na Oficina de Psicologia, todos os nossos esforços de soluções práticas e inovadoras têm por finalidade última o seu bemestar, pelo que lhe desejamos uma recuperação rápida de noites bem dormidas!

Módulo 1<br />

<strong>Oficina</strong> <strong>de</strong> <strong>Psicologia</strong><br />

<strong>Oficina</strong> <strong>de</strong> <strong>Psicologia</strong><br />

www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com<br />

contacto@oficina<strong>de</strong>psicologia.com<br />

926 68 41 62<br />

Programa Durma Bem!<br />

As insónias penalizam a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong><br />

forma muito significativa e, por vezes mesmo,<br />

invisível, ao enfraquecerem o sistema imunitário e<br />

endócrino, por exemplo. Muito frequentes, são<br />

companhia habitual <strong>de</strong> perturbações ansiosas e<br />

<strong>de</strong>pressivas e <strong>de</strong>vem ser resolvidas tão<br />

rapidamente quanto possível. O Programa Durma<br />

Bem!, <strong>de</strong>senvolvido <strong>de</strong> acordo com as melhores<br />

directrizes e práticas científicas internacionais,<br />

<strong>de</strong>corre ao longo <strong>de</strong> 7 <strong>semana</strong>s, não requerendo a<br />

presença em consultório, porque tudo foi pensado<br />

para po<strong>de</strong>r obter uma intervenção eficaz sem sair<br />

do conforto da sua casa. Na <strong>Oficina</strong> <strong>de</strong> <strong>Psicologia</strong>,<br />

todos os nossos esforços <strong>de</strong> soluções práticas e<br />

inovadoras têm por finalida<strong>de</strong> última o seu bemestar,<br />

pelo que lhe <strong>de</strong>sejamos uma recuperação<br />

rápida <strong>de</strong> noites bem dormidas!


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Conteúdo<br />

Módulo 1 .................................................................................... 5<br />

O programa Durma Bem! .......................................................... 6<br />

Insónias ................................................................................. 10<br />

Objectivos <strong>de</strong>ste programa ....................................................... 13<br />

Avaliação ................................................................................ 14<br />

Factos e Mitos ......................................................................... 21<br />

Semana <strong>de</strong> Mudança ................................................................ 30<br />

Módulo 2 ................................................................................... 32<br />

A <strong>semana</strong> ............................................................................... 33<br />

Carneirinhos irrequietos ........................................................... 38<br />

Relaxamento para os tensos ..................................................... 43<br />

As mal-amadas… ..................................................................... 50<br />

Hora do embalo ....................................................................... 52<br />

Dias <strong>de</strong> boa noite..................................................................... 53<br />

Semana <strong>de</strong> mudança ............................................................... 58<br />

Módulo 3 ................................................................................... 60<br />

A <strong>semana</strong> ............................................................................... 61<br />

Carneirinhos irrequietos ........................................................... 64<br />

Relaxamento para os acelerados ............................................... 67<br />

As mal-amadas… ..................................................................... 69<br />

Hora do embalo ....................................................................... 73<br />

Dias <strong>de</strong> boa noite..................................................................... 77<br />

Semana <strong>de</strong> mudança ............................................................... 79<br />

Módulo 4 ................................................................................... 81<br />

A <strong>semana</strong> ............................................................................... 82<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

2


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Carneirinhos irrequietos ........................................................... 86<br />

Relaxamento para os preocupados ............................................. 89<br />

As mal-amadas… ..................................................................... 92<br />

Hora do embalo ....................................................................... 96<br />

Dias <strong>de</strong> boa noite..................................................................... 99<br />

Semana <strong>de</strong> mudança ............................................................. 102<br />

Módulo 5 ................................................................................. 104<br />

A <strong>semana</strong> ............................................................................. 105<br />

Carneirinhos irrequietos ......................................................... 108<br />

Relaxamento para os negativistas ............................................ 112<br />

As mal-amadas… ................................................................... 116<br />

Hora do embalo ..................................................................... 117<br />

Dias <strong>de</strong> boa noite................................................................... 118<br />

Semana <strong>de</strong> mudança ............................................................. 125<br />

Módulo 6 ................................................................................. 127<br />

A <strong>semana</strong> ............................................................................. 128<br />

Carneirinhos irrequietos ......................................................... 132<br />

Relaxamento para os ―acordanhocos‖ ....................................... 134<br />

As mal-amadas… ................................................................... 142<br />

Hora do embalo ..................................................................... 144<br />

Dias <strong>de</strong> boa noite................................................................... 145<br />

Semana <strong>de</strong> mudança ............................................................. 148<br />

Módulo 7 ................................................................................. 150<br />

A <strong>semana</strong> ............................................................................. 151<br />

Carneirinhos irrequietos ......................................................... 154<br />

Truques Relaxantes ............................................................... 160<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

3


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

As mal-amadas ..................................................................... 165<br />

Hora do Embalo ..................................................................... 167<br />

Dias <strong>de</strong> boa noite................................................................... 168<br />

Semanas <strong>de</strong> mudanças ........................................................... 169<br />

Hora do a<strong>de</strong>us ....................................................................... 172<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

4


MMÓÓDDUULLOO 11<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

5


Vista geral<br />

O programa Durma Bem!<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Este programa <strong>de</strong>senvolve-se ao longo <strong>de</strong> 7 <strong>semana</strong>s, que é o tempo<br />

mínimo para se repor níveis <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e duração sustentada do<br />

sono, em casos <strong>de</strong> insónias crónicas. No entanto, os ganhos mantêmse<br />

após estas 7 <strong>semana</strong>s, com a manutenção dos exercícios e regras a<br />

aplicar e que são explicadas ao longo dos módulos que compõem o<br />

Programa Durma Bem!. O que po<strong>de</strong> esperar, seguindo<br />

escrupulosamente as indicações que vão sendo dadas é uma melhoria<br />

progressiva na qualida<strong>de</strong> do seu sono até à eventual eliminação das<br />

insónias que o têm afligido. O tempo que isso levará <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das<br />

características, historial e ritmo <strong>de</strong> cada um, bem como (não é <strong>de</strong>mais<br />

sublinhar) do cumprimento dos objectivos e exercícios que compõem o<br />

programa. Este aspecto é muito importante: o Programa Durma Bem!<br />

apenas funciona com o seu empenho, cumprindo os exercícios<br />

propostos, ou seja, não se baseia numa mera compreensão do que<br />

possa estar a contribuir para as suas insónias – há que fazer<br />

modificações reais na sua vida do dia-a-dia e na sua abordagem ao<br />

sono para po<strong>de</strong>r recolher os benefícios <strong>de</strong> noites bem dormidas.<br />

O Programa Durma Bem! é composto por um módulo por <strong>semana</strong>.<br />

Cada nova <strong>semana</strong> <strong>de</strong>verá ler atentamente o módulo e implementar as<br />

mudanças que aí vêm <strong>de</strong>scritas, resistindo à tentação <strong>de</strong> fazer tudo <strong>de</strong><br />

uma vez. São apenas 7 <strong>semana</strong>s, menos <strong>de</strong> 2 meses, e vão passar<br />

num instante. É importante que siga as sugestões <strong>semana</strong> a <strong>semana</strong>.<br />

Cada módulo encontra-se dividido sempre nas mesmas categorias,<br />

explicadas abaixo.<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

6


AA sseemmaannaa<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

No início <strong>de</strong> cada módulo <strong>semana</strong>l, po<strong>de</strong>rá verificar, <strong>de</strong> uma forma<br />

rápida aquilo a que nos propomos para essa <strong>semana</strong>, bem como o<br />

enquadramento <strong>de</strong>sses objectivos.<br />

Além disso, terá uma componente <strong>de</strong> análise da <strong>semana</strong> <strong>de</strong> sono que<br />

passou, com os indicadores mais relevantes do sono, para que consiga<br />

saber como está a sua evolução. No final <strong>de</strong> cada módulo, encontrará<br />

a folha para registar, todas as noites, a informação necessária a obter<br />

esses mesmos indicadores.<br />

CCaarrnneeiirriinnhhooss iirrrreeqquuiieettooss<br />

Esta secção permite-lhe ter uma visão crítica sobre aquilo que pensa<br />

sobre o sono, a sua qualida<strong>de</strong>, as insónias e o seu impacto. Aquilo que<br />

pensamos condiciona, em larga medida, a forma como nos<br />

comportamos e sentimos. E, no entanto, raramente conseguimos os<br />

momentos <strong>de</strong> distanciamento necessário para reparar no que<br />

pensamos a propósito <strong>de</strong> assuntos do dia-a-dia, assumindo<br />

pressupostos naturais, quase automáticos. Nesta secção, vamos falarlhe<br />

<strong>de</strong> alguns <strong>de</strong>stes pressupostos, que po<strong>de</strong>m estar a dificultar-lhe a<br />

sua relação com as suas noites <strong>de</strong> sono, e ajudá-lo a substituí-los por<br />

formas <strong>de</strong> pensar mais adaptadas à realida<strong>de</strong> e que lhe possam<br />

resultar mais úteis.<br />

RReellaaxxaammeennttoo<br />

Dormir exige que o corpo e a cabeça saibam entrar no modo <strong>de</strong><br />

repouso. Muitas vezes, adormecer ou permanecer a dormir é<br />

prejudicado porque se tem dificulda<strong>de</strong> em relaxar o suficiente para<br />

iniciar o estado <strong>de</strong> sono.<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

7


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Por isso, nesta secção, em cada <strong>semana</strong>, existe um exercício <strong>de</strong><br />

relaxamento diferente, que po<strong>de</strong>rá praticar antes <strong>de</strong> adormecer. Cada<br />

um <strong>de</strong>sses exercícios difere um pouco quanto aos objectivos<br />

específicos pretendidos – <strong>de</strong>s<strong>de</strong> ensinar os músculos do corpo a<br />

relaxarem, passando por formas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar as preocupações do dia <strong>de</strong><br />

lado, condicionamento hipnótico para manter o sono até à hora que<br />

estipulou acordar, até um relaxamento mais orientado para os<br />

processos cerebrais – qualquer que seja o processo <strong>de</strong> tensão que o<br />

impeça <strong>de</strong> dormir, está contemplado num exercício.<br />

AAss mmaall--aammaaddaass<br />

Existem várias regras estudadas para repor uma boa higiene <strong>de</strong> sono,<br />

algumas das quais com um impacto rápido na qualida<strong>de</strong> e quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> sono. No entanto, o ser humano gosta pouco <strong>de</strong> regras e <strong>de</strong> autodisciplina,<br />

por isso, e como forma <strong>de</strong> o preparar mentalmente,<br />

agregámos nesta secção os aspectos que sabemos serem sempre<br />

aqueles <strong>de</strong> que os nossos clientes menos gostam. Assumimos que<br />

serão as questões que menos gostará <strong>de</strong> implementar, mas insistimos<br />

em que o faça, dada a sua eficácia para o bom dormir…<br />

HHoorraa ddoo eemmbbaalloo<br />

Os 60 minutos que antece<strong>de</strong>m o sono são críticos para programar o<br />

organismo para a noite e, no entanto, culturalmente, não estamos<br />

habituados a cuidar <strong>de</strong>les como uma preparação <strong>de</strong> repouso. Nesta<br />

secção, po<strong>de</strong>rá encontrar várias sugestões para que o seu organismo<br />

vá ficando condicionado e possa ir gradualmente mudando o modo <strong>de</strong><br />

vigília para o modo <strong>de</strong> sono.<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

8


DDiiaass d<strong>de</strong>e bbooaa nnooiittee<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Teve um dia caótico, preenchido <strong>de</strong> stress e <strong>de</strong> preocupações que<br />

ficaram em aberto para o dia seguinte? Um pouco difícil prever uma<br />

noite repousada, que exige que os temas do dia sejam <strong>de</strong>vidamente<br />

fechados e as emoções acalmadas… Por isso, nesta secção, damos-lhe<br />

algumas sugestões que se <strong>de</strong>stinam ao período diurno, no que diz<br />

respeito a aspectos a ter em conta para que o seu corpo possa<br />

repousar tranquilamente quando a noite chegar.<br />

SSeemmaannaa d<strong>de</strong>e mmuuddaannççaa<br />

Finalmente, <strong>de</strong>ixamos-lhe o resumo dos objectivos a cumprir na<br />

<strong>semana</strong> seguinte, para que o sono melhore um pouco mais, bem como<br />

a folha para registar como lhe correram as noites.<br />

Registar<br />

Irá verificar que lhe é pedido para registar diariamente algumas<br />

questões. O registo diário do que se passa com o seu sono é<br />

fundamental por vários motivos.<br />

Permite-nos uma visão objectiva sobre o que se passa<br />

actualmente e sobre a sua evolução ao longo do tempo e das<br />

intervenções que formos fazendo;<br />

Permite <strong>de</strong>tectar padrões que, sem esse registo, não se<br />

tornavam aparentes e, portanto, não po<strong>de</strong>riam ser<br />

trabalhados;<br />

Leva-o a pensar sobre os seus comportamentos relativos ao<br />

sono, com base em aspectos concretos, em vez <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar que<br />

as suas conclusões sejam baseadas em emoções negativas<br />

(as quais, por sua vez, iriam interferir negativamente com o<br />

seu sono)<br />

Coloca-o no controlo dos seus padrões <strong>de</strong> sono<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

9


O que são insónias?<br />

Insónias<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> insónia que lhe vamos apresentar agrega critérios do<br />

DSM-IV-TR (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disor<strong>de</strong>rs,<br />

American Psychiatric Association, 2000), do ICSD (International<br />

Classification of Sleep Disor<strong>de</strong>rs, Diagnostic Classification Steering<br />

Committee, 1990) e da American Aca<strong>de</strong>my of Sleep Medicine Work<br />

Group (Edinger e tal., 2004). Impressionado? Bem, foi mesmo para<br />

isso que citei as fontes; já que vamos falar <strong>de</strong> critérios <strong>de</strong> diagnóstico,<br />

convém atirar com os galões todos para cima da mesa, não lhe<br />

parece?<br />

Então, <strong>de</strong>fine-se como insónia quando:<br />

Existem dificulda<strong>de</strong>s em adormecer (insónia inicial), ou um<br />

acordar nocturno com dificulda<strong>de</strong>s em voltar a adormecer<br />

(insónia <strong>de</strong> manutenção do sono), ou um acordar muito cedo<br />

(insónia final), ou um sono que não é reparador, ou qualquer<br />

combinação entre os aspectos anteriores;<br />

As dificulda<strong>de</strong>s ocorrem, pelo menos, 3 vezes por <strong>semana</strong><br />

durante, pelo menos, um mês;<br />

A insónia causa perturbação clínica significativa ou dificulda<strong>de</strong>s<br />

nas activida<strong>de</strong>s sociais, ocupacionais ou outras áreas<br />

importantes do funcionamento diurno e, pelo menos, um dos<br />

seguintes aspectos po<strong>de</strong> ser atribuído às dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sono:<br />

Fadiga, cansaço<br />

Dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> atenção, concentração ou memória<br />

Disfuncionalida<strong>de</strong> social ou vocacional ou fraco<br />

<strong>de</strong>sempenho escolar<br />

Alterações <strong>de</strong> humor, irritabilida<strong>de</strong><br />

Capítulo: Módulo 1<br />

1<br />

0


Sonolência diurna<br />

Redução na motivação/energia/iniciativa<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Tendência a erros/aci<strong>de</strong>ntes no trabalho e/ou na condução<br />

Dores <strong>de</strong> cabeça <strong>de</strong> tensão ou sintomas gastrointestinais<br />

como consequência da perda <strong>de</strong> sono<br />

Preocupação relativamente ao sono<br />

As insónias <strong>de</strong>finem-se, muitas vezes, como sendo insónias <strong>de</strong><br />

adaptação ou agudas: ou seja, o sono dificulta-se pontualmente, como<br />

reacção a um acontecimento <strong>de</strong> stress ou preocupante; geralmente,<br />

resolvem-se no espaço máximo <strong>de</strong> um mês – caso contrário, po<strong>de</strong>m<br />

evoluir para insónias crónicas, consi<strong>de</strong>rando-se como crónicas as<br />

insónias que durem mais do que 3 meses. De acordo com alguns<br />

estudos, 40% das pessoas que têm insónias graves sofrem do<br />

problema há mais <strong>de</strong> 5 anos e 80% há mais <strong>de</strong> um ano. Quando<br />

sabemos que as taxas <strong>de</strong> sucesso no tratamento e melhoria<br />

significativa das insónias são muito elevadas, é caso para dizer que<br />

não há necessida<strong>de</strong>…<br />

As insónias po<strong>de</strong>m estar associadas a outras perturbações do sono e<br />

<strong>de</strong>correrem <strong>de</strong>las directamente – por exemplo, se sofrer <strong>de</strong> apneia do<br />

sono (uma constrição das vias respiratórias que bloqueia a entrada <strong>de</strong><br />

ar) é natural que sofra <strong>de</strong> insónias – como po<strong>de</strong>m fazer parte do<br />

quadro sintomatológico <strong>de</strong> várias perturbações do foro médico. É,<br />

igualmente, frequente, encontrarem-se associadas e fazerem parte<br />

dos sintomas <strong>de</strong> outras perturbações da área psicológica/psiquiátrica,<br />

sendo muito comuns em situações <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão e <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>.<br />

Pelo que acabei <strong>de</strong> dizer, é claro que a presença <strong>de</strong> insónias exige um<br />

check-up médico e uma avaliação psicológica para <strong>de</strong>terminar se<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

1<br />

1


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

existe algo mais que possa constituir um foco <strong>de</strong> intervenção. Com<br />

total in<strong>de</strong>pendência disso, as insónias po<strong>de</strong>m (e <strong>de</strong>vem) ser tratadas<br />

por si só, em primeiro lugar, pela simples razão que é possível<br />

obterem-se melhorias significativas com relativa rapi<strong>de</strong>z e, em<br />

segundo lugar, porque as consequências da falta <strong>de</strong> sono dificultam o<br />

tratamento <strong>de</strong> qualquer outra situação que possa coexistir.<br />

Bem acompanhado…<br />

As noites são solitárias para quem se mantém <strong>de</strong> olho aberto… E, no<br />

entanto, milhões <strong>de</strong>ambulam pela casa como parte da sua rotina<br />

nocturna, na esperança <strong>de</strong> que o João Pestana resolva chegar.<br />

As insónias são uma queixa comum um pouco por todo o mundo, uma<br />

das queixas mais frequentes <strong>de</strong> todos nós e das mais ouvidas pelos<br />

médicos e profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental. A prevalência a um ano<br />

(pessoas que num dado ano apresentam critérios clínicos <strong>de</strong> insónias)<br />

é <strong>de</strong> 30% a 40% para a população em geral nas socieda<strong>de</strong>s oci<strong>de</strong>ntais<br />

(5% a 10% com insónia primária, ou seja, insónia que não <strong>de</strong>corre <strong>de</strong><br />

nenhuma outra perturbação médico-psiquiátrica), e <strong>de</strong> 66% das que<br />

recorrem a médico, psicólogo ou psiquiatra. Quem mais se queixa <strong>de</strong><br />

insónias são as pessoas <strong>de</strong> mais ida<strong>de</strong>, os divorciados ou separados,<br />

viúvos, <strong>de</strong>sempregados e pessoas com problemas médicos ou<br />

psicológicos. A maioria dos insones não procura ajuda – apenas cerca<br />

<strong>de</strong> 5% o faz -, o que é uma pena, dado existirem formas <strong>de</strong><br />

tratamento, como a que lhe propomos neste programa,<br />

reconhecidamente muito eficazes. Além disso, com o correr do tempo,<br />

as insónias, ainda que tenham começado como uma reacção a algo <strong>de</strong><br />

exterior, parecem ter a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ganharem vida própria e <strong>de</strong> se<br />

transformarem num problema por si só, provavelmente, porque as<br />

pessoas ten<strong>de</strong>m a lidar com as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sono com hábitos<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

1<br />

2


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

contra-produtivos. Por isso, se está a ler estas linhas, <strong>de</strong>ixe-me darlhe<br />

os meus parabéns: sabe que tem um problema e está a resolvê-lo!<br />

Objectivos <strong>de</strong>ste programa<br />

Bem, claro… O gran<strong>de</strong> objectivo é conseguir que durma bem, ou seja,<br />

atenuar significativamente ou eliminar as insónias <strong>de</strong> que se queixa.<br />

Mas convém sermos um pouco mais específicos, por isso, abaixo,<br />

encontra os objectivos explícitos a que nos propomos. Provavelmente,<br />

alguns dos conceitos não lhe serão imediatamente claros, mas não se<br />

preocupe: no final da primeira <strong>semana</strong> <strong>de</strong> intervenção – módulo 2 - já<br />

estará i<strong>de</strong>ntificado com todos os termos e conceitos que lhe apresento<br />

<strong>de</strong> seguida.<br />

Melhoria na qualida<strong>de</strong> e/ou tempo <strong>de</strong> sono<br />

Melhoria nos impactos negativos diurnos relacionados com as insónias<br />

como: melhoria nos níveis <strong>de</strong> energia, na atenção e memória, no<br />

<strong>de</strong>sempenho cognitivo e nos sintomas somáticos<br />

Melhoria num sintoma da insónia como:<br />

Tempo para adormecer 85%<br />

Formação <strong>de</strong> uma associação clara e positiva entre a cama e o<br />

acto <strong>de</strong> dormir<br />

Melhoria significativa na perturbação emocional relacionada com o<br />

sono<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

1<br />

3


Avaliação<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Avaliar é um acto fundamental para percebermos os contornos do<br />

problema, garantirmos todos os aspectos referentes às suas<br />

dificulda<strong>de</strong>s e assegurarmos a sua evolução e melhoria objectivas ao<br />

longo <strong>de</strong>ste programa.<br />

Por isso, um pouco <strong>de</strong> paciência… Ainda que respon<strong>de</strong>r a perguntas<br />

possa não ser o seu passatempo favorito, os resultados que vamos<br />

obter justificam estes minutos <strong>de</strong>dicados à avaliação e, além disso, ao<br />

criarem-lhe um espaço <strong>de</strong> reflexão pessoal sobre a nuvem indistinta<br />

do ―durmo mal‖, permitem-lhe conhecer melhor as suas dificulda<strong>de</strong>s e<br />

contê-las <strong>de</strong>ntro da objectivida<strong>de</strong> necessária à sua regulação.<br />

Este programa é para si?<br />

As insónias referem-se a dificulda<strong>de</strong>s em adormecer, em se manter a<br />

dormir ou ter um sono não reparador. Estas situações po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>correr<br />

<strong>de</strong> um problema médico, <strong>de</strong> uma perturbação do foro psicológico ou<br />

psiquiátrico (como, por exemplo, perturbações do humor ou da<br />

ansieda<strong>de</strong>), <strong>de</strong> uma outra perturbação do sono ou ser um problema<br />

isolado. Esta última possibilida<strong>de</strong> é menos frequente, sozinha, do que<br />

o somatório das possibilida<strong>de</strong>s que implicam uma origem específica e<br />

que <strong>de</strong>ve ser tratada.<br />

De acordo com as melhores práticas clínicas, sempre que existe uma<br />

queixa <strong>de</strong> insónias, <strong>de</strong>ve existir um levantamento médico, que permita<br />

excluir patologias orgânicas, um diagnóstico por um especialista <strong>de</strong><br />

sono, para excluir outras perturbações do sono e uma avaliação<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

1<br />

4


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

psicológica para verificar se existe simultaneamente um problema<br />

<strong>de</strong>ste foro, nomeadamente ansieda<strong>de</strong> ou <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m <strong>de</strong>pressiva.<br />

Se já o fez, ou o vai fazer – o que recomendamos vivamente – e sofre<br />

<strong>de</strong> insónias, comece este programa rapidamente para eliminar ou<br />

reduzir significativamente o problema, porque ele foi <strong>de</strong>senhado para<br />

si.<br />

Entretanto, preencha o questionário abaixo para avaliar o nível <strong>de</strong><br />

severida<strong>de</strong> das suas insónias, com base nas últimas duas <strong>semana</strong>s:<br />

Queixa Nada Pouco Mo<strong>de</strong>rado Grave Muito Grave<br />

Dificulda<strong>de</strong> em<br />

adormecer<br />

0 1 2 3 4<br />

Dificulda<strong>de</strong> em manter-se<br />

a dormir<br />

0 1 2 3 4<br />

Acordar muito cedo 0 1 2 3 4<br />

Até que ponto está<br />

Muito Satisfeito Mo<strong>de</strong>radamente Insatisfeito Muito<br />

satisfeito/insatisfeito com satisfeito 1<br />

satisfeito<br />

3 insatisfeito<br />

o seu padrão <strong>de</strong> sono<br />

actual?<br />

0<br />

2<br />

4<br />

Até que ponto acha que Não notam Notam<br />

Notam<br />

Notam Notam<br />

os outros notam as suas nada pouco razoavelmente muito muitíssimo<br />

dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sono na<br />

forma como afecta<br />

negativamente a sua<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida?<br />

0<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

Qual o seu nível <strong>de</strong><br />

Nada Um pouco Razoavelmente Muito Extremamente<br />

preocupação/<br />

preocupado preocupado preocupado preocupado preocupado<br />

perturbação com os seus<br />

problemas <strong>de</strong> sono<br />

actuais?<br />

0<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

Até que ponto consi<strong>de</strong>ra Não Interfere Interfere Interfere Extrema<br />

que o seu problema <strong>de</strong> interfere um pouco mo<strong>de</strong>radamente muito interferência<br />

sono interfere com o seu nada<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

funcionamento diurno<br />

(por exemplo, fadiga,<br />

humor, capacida<strong>de</strong> para<br />

trabalhar ou para as suas<br />

tarefas quotidianas,<br />

concentração, memória,<br />

energia, etc)<br />

Total (some os valores<br />

das 7 perguntas)<br />

0<br />

Insomnia Severity In<strong>de</strong>x<br />

Interpretação do valor obtido:<br />

0-7:Sem insónia clinicamente significativa<br />

8-14:Insónia sub-clínica<br />

15-21:Insónia clínica (severida<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rada)<br />

22-28:Insónia clínica (severida<strong>de</strong> elevada)<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

1<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Guar<strong>de</strong> o valor obtido, porque iremos compará-lo no final do<br />

programa, como forma <strong>de</strong> sabermos, <strong>de</strong> um modo objectivo, o seu<br />

progresso ao longo das <strong>semana</strong>s.<br />

Avaliação dos seus indicadores <strong>de</strong> sono<br />

O registo <strong>de</strong>ve ser efectuado diariamente, tão próximo da hora <strong>de</strong><br />

acordar quanto possível. Recomendo que tenha as folhas <strong>de</strong> registo<br />

perto da cama ou da mesa <strong>de</strong> pequeno-almoço e que inclua o acto <strong>de</strong><br />

registar na sua rotina <strong>de</strong> acordar. Sem registar o que se passa,<br />

dificilmente conseguiremos alterar seja o que for no seu sono e,<br />

mesmo que o consigamos fazer, não teremos uma i<strong>de</strong>ia concreta do<br />

que foi modificado e em que grau.<br />

Todas as <strong>semana</strong>s terá uma folha para preencher e instruções para<br />

calcular os dados importantes, e que representam os indicadores <strong>de</strong><br />

evolução. Esta <strong>semana</strong>, vai recolher os dados das primeiras 7 noites,<br />

que vão constituir o seu ponto <strong>de</strong> partida – ou seja, que permitem dar<br />

resposta à pergunta: ―Antes <strong>de</strong> qualquer intervenção, como é que<br />

dorme?‖.<br />

Uma nota importante: os períodos <strong>de</strong> tempo e as horas que vai anotar<br />

são estimados em blocos <strong>de</strong> 15 minutos; assim, se se <strong>de</strong>itou às 11:10,<br />

anota 11:15; se permaneceu 25 minutos acordado na cama antes <strong>de</strong><br />

se levantar, anota 30 minutos. A avaliação <strong>de</strong>ve ser, tanto quanto<br />

possível, subjectiva, para não estar a olhar para o relógio, o que seria<br />

absolutamente contraproducente. Para sua comodida<strong>de</strong>, apresentamos<br />

abaixo uma folha ficticiamente preenchida, com a respectiva<br />

explicação.<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

1<br />

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Exemplo da <strong>semana</strong> 1 Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4 Dia 5 Dia 6 Dia 7<br />

Horas a que foi para a cama 12.00 2.00 11.30 3.15 10.30 1.00 12.30<br />

Tempo que levou a 30M 15M 1H 30M 3H 2H 45M<br />

adormecer<br />

Horas a que acordou a meio 2.30 4.30 2.00<br />

1.00 3.30 3.00<br />

da noite<br />

5.00<br />

4.00<br />

4.30<br />

Tempo total que esteve 1H30M 30M 2H 1H 2H 15M<br />

acordado a meio da noite<br />

Horas a que acordou pela<br />

última vez<br />

6.30 7.00 8.00 8.00 8.30 9.00 7.00<br />

Horas a que se levantou 7.30 7.30 8.00 10.00 9.30 9.00 7.30<br />

Tempo total que planeou 7H30M 5H30M 8H30M 6H45M 11H 8H 7H<br />

para dormir<br />

Tempo total que esteve a<br />

dormir<br />

4H 30M 4H 30M 5H30 4H15M 6H 4H 5H30M<br />

Sentiu que dormiu bem? N N N N S N S<br />

Nº <strong>de</strong> comprimidos para 0,5 1 1 0,5 0 1,5 0,5<br />

dormir<br />

Ansieda<strong>de</strong><br />

dormir<br />

relativamente a 8 7 8 6 6 7 5<br />

Fadiga ou sonolência 7 7 6 6 5 4 6<br />

Atenção,<br />

memória<br />

concentração e 4 3 5 4 6 5 6<br />

Motivação, energia, iniciativa 3 4 4 5 7 6 6<br />

Tensão, dores <strong>de</strong> cabeça, 3 3 2 1 0 2 1<br />

perturbações<br />

gastrointestinais<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

1<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Algumas explicações para preencher este registo, que é fundamental.<br />

Horas a que foi para a cama: refere-se às horas a que foi para<br />

a cama com intenção <strong>de</strong> dormir. Se, por acaso, foi para a cama<br />

para ler ou ver TV, apenas marca as horas em que apagou a luz<br />

e <strong>de</strong>cidiu que ia dormir.<br />

Tempo que levou a adormecer: por favor, mantenha o seu<br />

relógio <strong>de</strong> cabeceira virado para a pare<strong>de</strong>… Este é apenas um<br />

tempo estimado, e com aproximações <strong>de</strong> 15 minutos.<br />

Horas a que acordou a meio da noite: apenas preenche no caso<br />

<strong>de</strong> ter acordado a meio da noite; marque todas as vezes que<br />

tiver acordado.<br />

Tempo total que esteve acordado a meio da noite: soma o<br />

tempo que esteve acordado a meio da noite – por exemplo:<br />

acordou à 1:15 e adormeceu às 2:00; voltou a acordar às 4:30<br />

e adormeceu às 5:30. Acordou duas vezes nessa noite, num<br />

total <strong>de</strong> 1 hora e 45 minutos.<br />

Horas a que acordou pela última vez: se apenas acordou com o<br />

<strong>de</strong>spertador, será esse o valor que irá marcar aqui; se, por<br />

exemplo, tinha programado levantar-se às 7:30, mas <strong>de</strong>spertou<br />

às 6:00 e não voltou a adormecer, marca 6:00. Ou seja, marca<br />

as horas a que abriu os olhos e já não os voltou a fechar.<br />

Horas a que se levantou: Se acordou às 7:30 e se levantou<br />

logo, marca 7:30; se, no entanto, optou por um bocadinho<br />

adicional <strong>de</strong> preguiça e apenas se levantou às 8:00, marca<br />

8:00.<br />

Tempo total que planeou para dormir: correspon<strong>de</strong> ao período<br />

entre ter ido para a cama e se ter levantado.<br />

Tempo total que esteve a dormir: Ao tempo total planeado para<br />

dormir (ou seja, o tempo em que esteve na cama) subtrai<br />

todos os tempos em que esteve acordado.<br />

Sentiu que dormiu bem? Refere-se à sensação <strong>de</strong> um repouso<br />

bem cumprido, e não à quantida<strong>de</strong> objectiva <strong>de</strong> horas que<br />

dormiu. Marca ―sim‖ ou ―não‖.<br />

Nº <strong>de</strong> comprimidos que tomou para dormir: marca o nº e a<br />

dosagem, para o caso <strong>de</strong> tomar 1 <strong>de</strong> 10 miligramas num dia e<br />

um <strong>de</strong> 20 mg noutro. Quando fizer as contas da <strong>semana</strong> (no<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

1<br />

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próximo módulo), neste exemplo, po<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar que o <strong>de</strong> 10<br />

mg vale meta<strong>de</strong> <strong>de</strong> um comprimido.<br />

Ansieda<strong>de</strong> relativamente a dormir: marca um nº <strong>de</strong> 0 a 10 em<br />

que zero significa zero ansieda<strong>de</strong> e 10 significa o máximo <strong>de</strong><br />

ansieda<strong>de</strong> já sentida. Por ansieda<strong>de</strong> relativamente a dormir,<br />

enten<strong>de</strong>mos a angústia que muitas pessoas com insónias vão<br />

<strong>de</strong>senvolvendo à medida que se aproxima a hora <strong>de</strong> dormir, por<br />

medo <strong>de</strong> não o conseguirem fazer.<br />

Fadiga ou sonolência: Avalia a forma como se sentiu durante o<br />

dia. Marca um nº <strong>de</strong> 0 a 10 em que zero significa zero fadiga ou<br />

sonolência e 10 significa o máximo <strong>de</strong> fadiga ou sonolência já<br />

sentida<br />

Atenção, concentração e memória: Avalia a forma como se<br />

sentiu durante o dia. Marca um nº <strong>de</strong> 0 a 10 em que zero<br />

significa zero <strong>de</strong> problemas com atenção, concentração e<br />

memória e 10 significa o máximo <strong>de</strong> problemas a este nível.<br />

Motivação, energia e iniciativa: Avalia a forma como se sentiu<br />

durante o dia, por comparação com um período que consi<strong>de</strong>ra<br />

bom. Marca um nº <strong>de</strong> 0 a 10 em que zero significa zero <strong>de</strong><br />

problemas com motivação, energia e iniciativa e 10 significa o<br />

máximo <strong>de</strong> problemas a este nível.<br />

Tensão, dores <strong>de</strong> cabeça, perturbações gastrointestinais: Avalia<br />

a forma como se sentiu durante o dia, por comparação com um<br />

período que consi<strong>de</strong>ra bom. Marca um nº <strong>de</strong> 0 a 10 em que<br />

zero significa zero <strong>de</strong> tensão, dores <strong>de</strong> cabeça ou perturbações<br />

gastrointestinais e 10 significa o máximo <strong>de</strong> problemas a este<br />

nível.<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

1<br />

9


Avaliação da sua atitu<strong>de</strong> face ao sono<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Apesar <strong>de</strong> não nos darmos conta, estamos permanentemente a gerar<br />

pensamentos sobre a nossa vivência e o que nos ro<strong>de</strong>ia. Como<br />

algumas das coisas que pensa sobre a sua competência para o sono<br />

(chamemos-lhe assim) po<strong>de</strong>rão estar a influenciar negativamente a<br />

forma como aborda o acto <strong>de</strong> dormir e o consegue fazer<br />

satisfatoriamente, pedimos-lhe que registe, igualmente, as coisas que<br />

vai pensando a propósito das suas noites, do seu sono, e <strong>de</strong> tudo o<br />

que possa estar relacionado com este tema.<br />

Data O que eu pensei (sobre a minha capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dormir,<br />

sobre o impacto do sono nas minhas capacida<strong>de</strong>s, etc)<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

2<br />

0


Factos e Mitos<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Dormir tem que se lhe diga! É um pouco como a electricida<strong>de</strong>, nos<br />

tempos mo<strong>de</strong>rnos: todos a damos por garantida e baseamos o nosso<br />

dia-a-dia na sua existência continuada, até ao dia em que falha e<br />

<strong>de</strong>scobrimos que o nosso mundo colapsa.<br />

O sono correspon<strong>de</strong> a cerca <strong>de</strong> 1/3 das nossas vidas – é tão<br />

importante quanto isto! No entanto, este período <strong>de</strong> doce<br />

esquecimento <strong>de</strong> nós, em que nos revigoramos e reestruturamos<br />

permanece, ainda, em muitos aspectos, um mistério intrigante.<br />

Nesta socieda<strong>de</strong> apressada, muitos consi<strong>de</strong>ram o sono uma perda <strong>de</strong><br />

tempo, quase exigindo <strong>de</strong>sculpas por ter <strong>de</strong> ser cumprido, um acto <strong>de</strong><br />

falha da vonta<strong>de</strong> humana. E, no entanto, fruto da investigação<br />

científica que nas últimas décadas tem aprofundado o tema do sono,<br />

cada vez mais nos vamos apercebendo <strong>de</strong> que se trata <strong>de</strong> momentos<br />

<strong>de</strong> uma activida<strong>de</strong> intensa, durante a qual vão sendo repostos os<br />

níveis fisiológicos, são efectuadas actualizações orgânicas críticas, se<br />

processam emoções, se suportam processos criativos, se integram e<br />

consolidam aprendizagens e memórias – neste último aspecto, é um<br />

pouco como se, durante o dia, nos limitássemos a carregar com as<br />

compras do mês para casa e apenas à noite, durante o sono,<br />

tivéssemos oportunida<strong>de</strong> para as arrumar <strong>de</strong>vidamente. Não ter o<br />

tempo a<strong>de</strong>quado para dormir implica vivermos na confusão,<br />

ineficiência <strong>de</strong> tempo e <strong>de</strong>sgaste continuado.<br />

Tal como o dia nos po<strong>de</strong> correr mal, também as noites po<strong>de</strong>m ser<br />

sujeitas a várias perturbações do sono, com todas as consequências<br />

negativas no usufruto do dia seguinte.<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

2<br />

1


Concepções comuns<br />

OO ssoonnoo nnããoo éé……<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Alguns dos mitos sobre o sono, mo<strong>de</strong>rnos ou nem por isso, acabam<br />

por nos criar condições que prejudicam uma atitu<strong>de</strong> saudável e<br />

funcional relativamente ao acto <strong>de</strong> dormir, maximizando a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dormirmos mal. Vamos olhar para algumas <strong>de</strong>ssas<br />

situações e <strong>de</strong>smistificá-las.<br />

Descansar é dormir e dormir é <strong>de</strong>scansar<br />

Descansar é o que nós fazemos quando nos permitimos usufruir <strong>de</strong><br />

activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> que gostamos, livres <strong>de</strong> obrigações e diferentes do que<br />

habitualmente temos <strong>de</strong> fazer. Descansar é fundamental para o nosso<br />

bom funcionamento, claro. Mas dormir é diferente – também<br />

<strong>de</strong>scansamos porque, se não tivermos insónias, acordamos<br />

repousados. No entanto, durante o sono ocorrem processos únicos no<br />

organismo, obrigatórios (pelo menos, se nos quisermos manter<br />

vivos), representando uma fase extremamente activa, que vai muito<br />

além do mero <strong>de</strong>scanso.<br />

É possível adormecer quando se quer, pela força da vonta<strong>de</strong><br />

―Vá, agora tenho <strong>de</strong> dormir‖, pensamos, na convicção <strong>de</strong> que, com<br />

um esforço da nossa parte, lá conseguiremos que o organismo nos<br />

escute e reaja à instrução. Adormecer é um acto natural que surge<br />

porque assim tem <strong>de</strong> ser – nunca ninguém teve <strong>de</strong> explicar a um<br />

bebé como é que isso se fazia, certo? No entanto, quer por maus<br />

hábitos adquiridos, quer por problemas vários, este processo po<strong>de</strong><br />

corromper-se e ter <strong>de</strong> ser reposto – que é o que este programa<br />

preten<strong>de</strong>. O que, <strong>de</strong> todo, não adianta é esforçarmo-nos para dormir,<br />

da mesma forma que não adianta falar mais alto com um estrangeiro<br />

que não perceba português. O acto <strong>de</strong> adormecer não é controlado<br />

pelo centro da vonta<strong>de</strong> consciente.<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

2<br />

2


Dias <strong>de</strong> stress, noites <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

O dia é o dia e a noite é a noite! Pois bem: não é! Vive-se a noite<br />

como se viveu o dia… Mais coisa, menos coisa… E acho sempre<br />

curioso como as pessoas se apercebem <strong>de</strong>sta verda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>la<br />

ser formulada, mas até aí terem estado sob a maior convicção <strong>de</strong> que<br />

seria possível ter dias <strong>de</strong> elevado stress, assuntos inacabados,<br />

emoções mal resolvidas, intoxicações várias, literais e metafóricas e,<br />

caindo a noite, conseguirem dormir pacatamente! Dia e noite são<br />

partes integrantes da mesma moeda, assim como a vigília e o sono –<br />

por isso, convém garantir que a forma como se vive a vida facilite as<br />

boas noites <strong>de</strong> sono.<br />

Dormir bem é adormecer rapidamente e acordar fresco todos os dias<br />

Os adultos nem sempre dormem bem. Entre as várias preocupações,<br />

estados <strong>de</strong> agitação emocional, doença, cansaço elevado, são vários<br />

os factores que perturbam um sono linear e repousante. E isto é<br />

absolutamente normal, no sentido em que a vida não é um conto <strong>de</strong><br />

fadas (sim, eu também tenho pena!), todos nós passamos por<br />

experiências que interferem com o nosso bem-estar e todos nós,<br />

como consequência ou não, também temos algumas noites que não<br />

correm nada bem. Não faz mal – é parte da vida! Quando nos<br />

<strong>de</strong>vemos preocupar é quando dormimos mal (veja a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong><br />

insónias) <strong>de</strong> uma forma prolongada no tempo ou frequente.<br />

Os dias têm 24 horas, além da noite<br />

Surpreendo-me sempre um pouco com o ar envergonhado que se<br />

espera <strong>de</strong> alguém que diga que dorme muito – é quase como se a<br />

admissão <strong>de</strong> dormir livremente fosse uma <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> preguiça,<br />

havendo quem faça gala <strong>de</strong> não ter ―tempo para dormir‖.<br />

Inclusivamente, têm vindo a surgir estudos com as mais variadas<br />

populações e um pouco por todo o mundo dito <strong>de</strong>senvolvido com<br />

resultados preocupantes, apontando para um fenómeno geral <strong>de</strong> sono<br />

insuficiente. O que parece que a nossa actual cultura ignora é que o<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

2<br />

3


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Autora: Madalena Lobo<br />

sono é crítico para todo e qualquer sistema <strong>de</strong> funcionamento<br />

humano (mais especificamente) e animal (<strong>de</strong> uma forma mais geral).<br />

Não se per<strong>de</strong> tempo a dormir; investe-se, para se ganhar em eficácia<br />

e eficiência na fase seguinte, em que temos tarefas para cumprir.<br />

Dormir é homogéneo e constante?<br />

CCiiccllooss ee ffaasseess ddoo ssoonnoo<br />

Normalmente, costumamos encarar o sono como se se tratasse <strong>de</strong><br />

um bloco por inteiro; quanto muito, distinguimos os sonhos, como<br />

uma parte reconhecível que se distingue da restante activida<strong>de</strong><br />

enquanto dormimos. No entanto, o sono é uma activida<strong>de</strong> complexa<br />

e variada, sabendo-se, actualmente, que, durante o tempo que<br />

estamos a dormir, vamos passando por várias fases, organizadas em<br />

ciclos <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 90 minutos, fases essas que se distinguem pela<br />

predominância <strong>de</strong> diferentes ondas cerebrais e que parecem ter<br />

funções diferentes no nosso organismo. Estas fases também se<br />

alteram ao longo da vida, fazendo com que algumas pessoas se<br />

queixem <strong>de</strong> insónias, porque já não dormem ―como antigamente‖,<br />

enquanto que apenas estão a sentir as alterações naturais que vão<br />

ocorrendo com o processo <strong>de</strong> maturação (maturação soa tão melhor<br />

do que envelhecimento, não acha?)<br />

Consi<strong>de</strong>ram-se duas fases: REM (rapid eye movements) e NREM<br />

(não REM), que, por sua vez se sub-divi<strong>de</strong> em 4 fases ou estádios.<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

2<br />

4


Hipnograma <strong>de</strong> um adulto<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

A duração média do primeiro ciclo <strong>de</strong> sono é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 90 minutos,<br />

e os restantes são <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 100-120 minutos. As fases 3 e 4<br />

(consi<strong>de</strong>radas o sono profundo) são gran<strong>de</strong>s nos primeiros 2 ciclos e<br />

raros ou inexistentes nos restantes. Por contraste, o sono REM é <strong>de</strong><br />

maior duração nos ciclos finais <strong>de</strong> sono.<br />

Fase 4<br />

Fase 3<br />

Fase 2<br />

Fase 1<br />

REM<br />

Fases do sono num jovem adulto<br />

Distribuição do sono num adulto jovem<br />

Num adulto jovem, o sono REM ocupa cerca <strong>de</strong> 15-25% e o sono NREM <strong>de</strong> 75 a 85%. A fase 1 ocupa<br />

cerca <strong>de</strong> 5% do sono total, a fase 2 ocupa 50% e as fases 3 e 4 correspon<strong>de</strong>m a 20-25%.<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

2<br />

5


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Autora: Madalena Lobo<br />

REM Ondas beta, atonia<br />

muscular, movimentos<br />

rápidos oculares,<br />

estado dos sonhos<br />

NREM Fase 1 Sono ligeiro,<br />

sonolência, ondas teta<br />

Fase 2 Fusos complexos K <strong>de</strong><br />

sono<br />

Fase 3 Ondas <strong>de</strong>lta (20-50%)<br />

Fase 4 > 50% <strong>de</strong> ondas <strong>de</strong>lta<br />

Ao longo das nossas 7/8 horas a dormir, os ciclos (cerca <strong>de</strong> 5 para<br />

este volume <strong>de</strong> horas) alteram-se, tornando-se mais ―superficiais‖ e<br />

com uma maior prepon<strong>de</strong>rância da fase REM, que tudo leva a crer<br />

que seja a fase por excelência dos sonhos.<br />

Além <strong>de</strong> diferentes registos <strong>de</strong> activida<strong>de</strong> cerebral, estas fases têm,<br />

igualmente, diferenças <strong>de</strong> temperatura corporal, <strong>de</strong> ritmos <strong>de</strong><br />

respiração, <strong>de</strong> activida<strong>de</strong> cardiovascular e fisiológica, <strong>de</strong> uma forma<br />

geral.<br />

DDoorrmmiirr aaoo lloonnggoo ddaa vviiddaa<br />

Ao longo das etapas <strong>de</strong> crescimento, o número <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> sono e a<br />

própria arquitectura do sono sofrem modificações importantes,<br />

provavelmente numa adaptação do organismo às necessida<strong>de</strong>s<br />

específicas <strong>de</strong> cada etapa <strong>de</strong> vida. Estão estudadas as horas médias<br />

<strong>de</strong> sono por cada uma das fases do <strong>de</strong>senvolvimento humano, mas as<br />

médias comportam variações referentes à fisiologia <strong>de</strong> cada um – ser<br />

dorminhoco ou pouco dado a dormir não é bom nem é mau; apenas<br />

faz parte do nosso carácter único, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que contido em intervalos<br />

saudáveis.<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

2<br />

6


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Autora: Madalena Lobo<br />

De acordo com estudos recentes um adulto dorme cerca <strong>de</strong> 7/7,5<br />

horas (com uma compensação superior nos dias <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso), sendo<br />

que o intervalo saudável se situa entre as 5 horas e meia e as 8<br />

horas e meia <strong>de</strong> sono diárias. Abaixo ou acima <strong>de</strong>ste intervalo,<br />

existem motivos para uma intervenção qualificada, porque há<br />

correlações importantes com níveis <strong>de</strong> bem-estar físico e emocional<br />

e, mesmo, com a expectativa <strong>de</strong> vida.<br />

Um recém-nascido dorme cerca <strong>de</strong> 18 horas, em várias vezes ao dia<br />

sendo meta<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste tempo na fase REM.<br />

Dos 6 aos 12 anos, dormem-se 10- 11 horas O sono ocorre em dois<br />

momentos (já <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os 3 anos): à noite e no momento da sesta. Um<br />

adolescente <strong>de</strong> 16 anos, em média, dorme um pouco mais <strong>de</strong> 8 horas<br />

já <strong>de</strong> uma forma consolidada apenas à noite.<br />

Um jovem adulto, dos 20 aos 30 anos, já tem meta<strong>de</strong> do sono<br />

profundo e, aos 40 anos, a fase 4 já <strong>de</strong>sapareceu. Na meia-ida<strong>de</strong>, a<br />

fase 3 do sono começa a <strong>de</strong>saparecer, sendo os acordares nocturnos<br />

mais frequentes e <strong>de</strong> maior duração.<br />

Na 3ª ida<strong>de</strong>, é requerida menos 1,5 horas <strong>de</strong> sono relativamente à<br />

ida<strong>de</strong> adulta, por noite; a arquitectura <strong>de</strong> sono também se altera:<br />

20% em REM, apenas 5% em sono profundo, muitos acordares e<br />

regressa a partição <strong>de</strong> sono durante o dia.<br />

HHoorraass ppaarraa ddoorrmmiirr<br />

O ser humano dorme <strong>de</strong> noite e está alerta durante o dia – sim, eu<br />

sei que isto não é propriamente uma gran<strong>de</strong> novida<strong>de</strong>, mas existe um<br />

mecanismo que regula este facto, e que po<strong>de</strong>remos aproveitar<br />

quando surgem dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sono no âmbito das insónias, como<br />

verá. De uma forma simples, somos regulados pela luz solar que dá a<br />

indicação ao nosso organismo que está na hora <strong>de</strong> acordar ou dormir,<br />

se bem que pareçam existir outros mecanismos que nos permitem<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

2<br />

7


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Autora: Madalena Lobo<br />

manter uma regulação circadiana (ao longo <strong>de</strong> 24 horas) mesmo na<br />

total ausência <strong>de</strong> luz.<br />

Com uma diferença <strong>de</strong> mais ou menos duas horas, po<strong>de</strong>mos inserirnos<br />

na categoria <strong>de</strong> mochos ou na <strong>de</strong> quem prefere acordar com as<br />

galinhas – mais noctívagos ou mais diurnos, cada um <strong>de</strong> nós tem<br />

uma preferência fisiologicamente inscrita e que dificilmente será<br />

possível <strong>de</strong> ser modificada em conforto.<br />

Existe, no entanto, uma patologia do sono que convém ser<br />

diagnosticada e tratada, própria <strong>de</strong> quem só consegue adormecer<br />

muito para lá das duas da manhã e acordar bem <strong>de</strong>pois das 10.<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma situação que é abrangida neste manual, uma vez<br />

que não se trata <strong>de</strong> insónias (apesar <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r parecer) e que <strong>de</strong>ve<br />

ser acompanhada por especialistas em sono.<br />

Sonhar<br />

De sonhos se faz a vida, numa projecção <strong>de</strong> rumos futuros<br />

ambicionados. Enquanto dormimos, sonhamos outros sonhos que nos<br />

<strong>de</strong>ixam, por vezes, bem-dispostos durante largas horas, ainda que,<br />

por vezes, o seu conteúdo se afigure disparatado à nossa<br />

componente mais analítica e racional. Quando sonhamos com<br />

conteúdos <strong>de</strong>sagradáveis e ficamos dominados por uma tónica<br />

emocional negativa, chamamos-lhes pesa<strong>de</strong>los. Por vezes, a<br />

activida<strong>de</strong> onírica po<strong>de</strong> <strong>de</strong>gradar-nos a qualida<strong>de</strong> do sono, por isso,<br />

faz sentido aqui um pequeníssima nota sobre o assunto. Ao que<br />

parece, os momentos reservados a sonhar correspon<strong>de</strong>m a<br />

momentos privilegiados <strong>de</strong> processamento emocional, como se<br />

fossem o momento estipulado pela Natureza para trabalharmos<br />

emoções a um nível profundo, organizando-as e ―arrumando-as‖ em<br />

estilo livre das racionalida<strong>de</strong>s próprias do estado <strong>de</strong> vigília.<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

2<br />

8


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Autora: Madalena Lobo<br />

No entanto, e a exemplo <strong>de</strong> tudo o resto, po<strong>de</strong>m surgir<br />

disfuncionalida<strong>de</strong>s relativas aos sonhos, sendo que as que são mais<br />

conhecidas da ciência dizem respeito a consequências da ansieda<strong>de</strong> e<br />

medo. De uma forma geral, convém obter ajuda <strong>de</strong> um profissional<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental quando:<br />

Tiver pesa<strong>de</strong>los recorrentes sobre situações traumáticas<br />

passadas<br />

Passar por um período <strong>de</strong> tempo significativo em que acorda<br />

assustado, na sequência do que estava a sonhar, ainda que não<br />

consiga perceber porquê face ao conteúdo do sonho<br />

Notar uma alteração importante no seu padrão habitual <strong>de</strong><br />

sonhos, durante um período <strong>de</strong> tempo significativo.<br />

Medicação<br />

Muitos dos fármacos que tomamos, mesmo medicação <strong>de</strong> venda<br />

livre, interfere com o sono: ou <strong>de</strong>ixando-nos sonolentos ou agitandonos<br />

ou mexendo com a arquitectura do sono. Convém verificar a<br />

literatura impressa que acompanha os medicamentos que tome, para<br />

perceber se po<strong>de</strong>rão ser responsáveis por alterações no seu sono – se<br />

for esse o caso, converse com o seu médico e consi<strong>de</strong>re alternativas<br />

que ele(a) lhe possa sugerir.<br />

Além disso, muitas das pessoas que sofrem <strong>de</strong> insónias, habituaramse<br />

a tomar medicação própria para facilitar o sono. Ao longo <strong>de</strong>ste<br />

programa, vai-lhe ser pedido que faça uma <strong>de</strong>sabituação faseada –<br />

habitualmente <strong>de</strong>signado <strong>de</strong>smame – <strong>de</strong> acordo com as directivas do<br />

seu médico assistente. No caso <strong>de</strong> isso não ser possível - e apenas<br />

nessa circunstância -, é-lhe sugerida uma forma <strong>de</strong> o fazer<br />

autonomamente. A retirada <strong>de</strong> medicação específica para induzir ou<br />

manter o sono é crítica: à medida que <strong>de</strong>senvolve as acções que o<br />

vão conduzir a noites bem dormidas, é preciso que o organismo<br />

consiga ter a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerir o seu próprio processo <strong>de</strong> sono. As<br />

primeiras noites <strong>de</strong> <strong>de</strong>sabituação não são fáceis mas, com um esforço<br />

e alguma persistência, passados esses primeiros dias, tudo retorna à<br />

normalida<strong>de</strong>.<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

2<br />

9


Semana <strong>de</strong> Mudança<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

É neste momento, que vai iniciar-se o Programa Durma Bem!.<br />

Por enquanto, apenas preten<strong>de</strong>mos estabelecer a sua base <strong>de</strong><br />

partida, para po<strong>de</strong>rmos ir avaliando os seus progressos ao longo das<br />

próximas 7 <strong>semana</strong>s. Por isso, não tem ainda objectivos para cumprir<br />

– apenas faça, em relação ao sono, aquilo que faz habitualmente e<br />

registe diariamente os seus resultados. Na próxima <strong>semana</strong>, terá um<br />

quadro-resumo para preencher e que irá permitir a comparação<br />

<strong>semana</strong> a <strong>semana</strong> dos indicadores relevantes para o tratamento <strong>de</strong><br />

insónias, bem como ficar com uma i<strong>de</strong>ia objectiva da sua qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> sono e respectiva interferência no seu bem-estar.<br />

A tentação para começar <strong>de</strong> imediato é natural… Mas não o faça! Sem<br />

este ponto <strong>de</strong> partida, dificilmente conseguirá ter uma noção realista<br />

quanto à eficácia das activida<strong>de</strong>s que vai fazendo ao longo das<br />

<strong>semana</strong>s e corre o risco <strong>de</strong>, ao per<strong>de</strong>r essa noção, e sabendo que a<br />

memória é traiçoeira, se <strong>de</strong>smotivar por não se aperceber do<br />

caminho que está a percorrer e das melhorias reais e objectivas que<br />

está a obter na sua qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sono.<br />

Na próxima folha, encontra a grelha on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rá registar o que<br />

aconteceu todas as noites e quais os resultados. Em tudo, mantenha<br />

o que sempre fez, sem qualquer alteração, para po<strong>de</strong>rmos ter uma<br />

boa base <strong>de</strong> comparação. Até para a <strong>semana</strong>!<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

3<br />

0


Horas a que foi para a cama<br />

Tempo que levou a adormecer<br />

Horas a que acordou a meio da noite<br />

Tempo total que esteve acordado a meio da noite<br />

Horas a que acordou pela última vez<br />

Horas a que se levantou<br />

Tempo total que planeou para dormir<br />

Tempo total que esteve a dormir<br />

Sentiu que dormiu bem?<br />

Nº <strong>de</strong> comprimidos para dormir<br />

Ansieda<strong>de</strong> relativamente a dormir<br />

Fadiga ou sonolência<br />

Atenção, concentração e memória<br />

Motivação, energia, iniciativa<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Semana 1 Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4 Dia 5 Dia 6 Dia 7<br />

Tensão, dores <strong>de</strong> cabeça, perturbações gastrointestinais<br />

Capítulo: Módulo 1<br />

3<br />

1


MMÓÓDDUULLOO 22<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Capítulo: Módulo 2<br />

3<br />

2


A <strong>semana</strong><br />

Os objectivos <strong>de</strong>sta <strong>semana</strong><br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Este é o momento em que a mudança começa a ocorrer… Ao longo<br />

das próximas 6 <strong>semana</strong>s, <strong>de</strong> uma forma gradual, po<strong>de</strong>rá apren<strong>de</strong>r<br />

várias técnicas e formas <strong>de</strong> actuar que lhe vão permitir retomar as<br />

boas noites <strong>de</strong> sono. É natural que, no final das 6 <strong>semana</strong>s, <strong>de</strong>scubra<br />

que ainda não dorme tão bem como gostaria, mas o programa está<br />

pensado para continuar, ou seja, será pela manutenção <strong>de</strong> tudo o<br />

que vamos <strong>de</strong>linear ao longo <strong>de</strong>stas <strong>semana</strong>s que vai conseguir<br />

atingir os seus objectivos <strong>de</strong> sono. Dito <strong>de</strong> outra forma: não é uma<br />

pastilha que se toma uma vez e… Já está! Este programa refere-se<br />

mais a uma mudança <strong>de</strong> hábitos que se têm <strong>de</strong> manter para manter<br />

os ganhos. A parte das boas notícias é que os hábitos só custam a<br />

mudar – mantê-los é fácil, porque entram nos nossos automatismos<br />

e <strong>de</strong>ixamos <strong>de</strong> ter que nos esforçar para os implementar.<br />

Esta <strong>semana</strong>, vai:<br />

Perceber que qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sono tem realmente, <strong>de</strong> acordo com<br />

as notas que tomou no seu registo<br />

Aperceber-se <strong>de</strong> algumas i<strong>de</strong>ias sobre o sono e alguns<br />

pensamentos que cruzam o espírito da maior parte das pessoas<br />

com problemas <strong>de</strong> insónias;<br />

Apren<strong>de</strong>r a relaxar o corpo, para o ajudar a adormecer<br />

Marcar uma hora para começar a acordar todos os dias<br />

Começar a preparar o corpo para dormir, antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>itar<br />

Exercitar-se durante o dia, para criar químicos relaxantes no<br />

organismo, que maximizem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um bom<br />

<strong>de</strong>scanso à noite<br />

Capítulo: Módulo 2<br />

3<br />

3


Como foi a <strong>semana</strong>?<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Os registos, sejam eles quais forem, apenas importam quando<br />

reflectimos sobre eles. Servem-nos para obter dados objectivos<br />

quanto à nossa evolução e quanto à eficácia daquilo que estamos a<br />

fazer. Por isso, começamos sempre por olhar para eles, com um olhar<br />

<strong>de</strong> análise crítica e objectiva. Nesta primeira <strong>semana</strong>, interessa-nos<br />

observar o seu padrão habitual <strong>de</strong> sono. E estará a pensar que talvez<br />

não tenha sido um padrão tão habitual como isso, porque po<strong>de</strong> ter<br />

acontecido reparar que dormiu melhor, pior ou apenas diferente do<br />

normal… É perfeitamente possível que a <strong>semana</strong> passada tenha sido<br />

ligeiramente diferente: a Física Quântica postula que, a simples<br />

observação <strong>de</strong> um processo o modifica… Mas vamos assumir que esta<br />

<strong>semana</strong> que registou correspon<strong>de</strong> ao seu ponto <strong>de</strong> partida – e vamos<br />

analisá-la.<br />

AAnnáálliissee ddoo ssoonnoo<br />

Na tabela abaixo, encontra espaços em branco para marcar os seus<br />

indicadores mais importantes relativos ao sono, e que iremos<br />

acompanhar até ao fim. Mais abaixo, encontra o exemplo <strong>de</strong> uma<br />

<strong>semana</strong> toda preenchida e <strong>de</strong> um quadro <strong>de</strong> análise do sono, para o<br />

caso <strong>de</strong> ter dúvidas quanto ao preenchimento.<br />

É importante manter esta tabela consigo – no final do programa, terá<br />

6 tabelas preenchidas que, no seu conjunto, lhe irão mostrar os seus<br />

progressos, permitindo uma comparação fácil.<br />

Capítulo: Módulo 2<br />

3<br />

4


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Semana 1 Explicação Insira o seu<br />

valor<br />

Média <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> sono Soma o tempo total que<br />

esteve a dormir todos os dias<br />

e divi<strong>de</strong> por 7 (A)<br />

Média do tempo planeado<br />

para dormir<br />

Soma o tempo total que<br />

planeou para dormir todos os<br />

dias e divi<strong>de</strong> por 7 (B)<br />

Eficiência <strong>de</strong> sono Divi<strong>de</strong> a média <strong>de</strong> horas <strong>de</strong><br />

sono pela média do tempo<br />

planeado para dormir (A/B);<br />

vai obter uma percentagem<br />

Tempo médio para<br />

adormecer<br />

Tempo médio acordado à<br />

noite<br />

Nº médio <strong>de</strong> vezes que<br />

acordou a meio da noite<br />

Nº <strong>de</strong> noites em que<br />

dormiu bem<br />

Soma o tempo que levou para<br />

adormecer todos os dias e<br />

divi<strong>de</strong> por 7<br />

Soma o tempo total acordado<br />

a meio da noite e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Soma o nº <strong>de</strong> vezes em que<br />

acordou à noite e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Soma o número <strong>de</strong> ―S‖ que<br />

marcou e divi<strong>de</strong> por 7,<br />

obtendo uma percentagem<br />

Total <strong>de</strong> comprimidos que<br />

tomou para dormir<br />

Soma as suas avaliações<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Nº <strong>de</strong> comprimidos para<br />

dormir<br />

Ansieda<strong>de</strong> relativamente a<br />

dormir<br />

Fadiga ou sonolência Soma as suas avaliações<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Atenção, concentração e Soma as suas avaliações<br />

memória<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Motivação, energia, Soma as suas avaliações<br />

iniciativa<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Tensão, dores <strong>de</strong> cabeça, Soma as suas avaliações<br />

perturbações<br />

gastrointestinais<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Claro que dou uma ajudinha no preenchimento! Abaixo encontra um<br />

exemplo <strong>de</strong> folha <strong>de</strong> registo e o respectivo preenchimento da tabela<br />

<strong>de</strong> análise do sono. Des<strong>de</strong> já lhe digo que as explicações, neste caso,<br />

são mais complicadas do que a própria resolução. Além disso, <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> preencher a primeira tabela, vai sentir-se totalmente à-vonta<strong>de</strong><br />

para o preenchimento das tabelas das próximas <strong>semana</strong>s, já que são<br />

sempre iguais.<br />

Capítulo: Módulo 2<br />

3<br />

5


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Exemplo da <strong>semana</strong> 1 Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4 Dia 5 Dia 6 Dia 7<br />

Horas a que foi para a cama 12.00 2.00 11.30 3.15 10.30 1.00 12.30<br />

Tempo que levou a 30M 15M 1H 30M 3H 2H 45M<br />

adormecer<br />

Horas a que acordou a meio 2.30 4.30 2.00<br />

1.00<br />

3.30 3.00<br />

da noite<br />

5.00<br />

4.00<br />

4.30<br />

Tempo total que esteve 1H30M 30M 2H 1H 2H 15M<br />

acordado a meio da noite<br />

Horas a que acordou pela<br />

última vez<br />

6.30 7.00 8.00 8.00 8.30 9.00 7.00<br />

Horas a que se levantou 7.30 7.30 8.00 10.00 9.30 9.00 7.30<br />

Tempo total que planeou 7H30M 5H30M 8H30M 6H45M 11H 8H 7H<br />

para dormir<br />

Tempo total que esteve a<br />

dormir<br />

4H 30M 4H 30M 5H30 4H15M 6H 4H 5H30M<br />

Sentiu que dormiu bem? N N N N S N S<br />

Nº <strong>de</strong> comprimidos para 0,5 1 1 0,5 0 1,5 0,5<br />

dormir<br />

Ansieda<strong>de</strong><br />

dormir<br />

relativamente a 8 7 8 6 6 7 5<br />

Fadiga ou sonolência 7 7 6 6 5 4 6<br />

Atenção,<br />

memória<br />

concentração e 4 3 5 4 6 5 6<br />

Motivação, energia, iniciativa 3 4 4 5 7 6 6<br />

Tensão, dores <strong>de</strong> cabeça, 3 3 2 1 0 2 1<br />

perturbações<br />

gastrointestinais<br />

Capítulo: Módulo 2<br />

3<br />

6


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Semana 1 Explicação<br />

Soma o tempo total que<br />

Insira o seu valor<br />

Média <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> sono<br />

esteve a dormir todos<br />

os dias e divi<strong>de</strong> por 7<br />

(A)<br />

Soma o tempo total que<br />

5H<br />

Média do tempo<br />

planeado para dormir<br />

planeou para dormir<br />

todos os dias e divi<strong>de</strong><br />

por 7 (B)<br />

Divi<strong>de</strong> a média <strong>de</strong> horas<br />

<strong>de</strong> sono pela média do<br />

7H45M<br />

Eficiência <strong>de</strong> sono tempo planeado para<br />

63%<br />

Nº <strong>de</strong> noites em que<br />

dormiu bem<br />

dormir (A/B); vai obter<br />

uma percentagem<br />

Soma o número <strong>de</strong> ―S‖<br />

que marcou e divi<strong>de</strong><br />

por 7, obtendo uma<br />

percentagem<br />

29%<br />

Nº <strong>de</strong> comprimidos<br />

para dormir<br />

Total <strong>de</strong> comprimidos<br />

que tomou para dormir<br />

5<br />

Ansieda<strong>de</strong><br />

relativamente a dormir<br />

Soma os valores<br />

marcados e divi<strong>de</strong> por 7<br />

6.7<br />

Soma os valores<br />

Fadiga ou sonolência marcados e divi<strong>de</strong> por<br />

7;<br />

5.9<br />

Atenção, concentração<br />

e memória<br />

Soma os valores<br />

marcados e divi<strong>de</strong> por 7<br />

4.7<br />

Motivação, energia,<br />

iniciativa<br />

Soma os valores<br />

marcados e divi<strong>de</strong> por 7<br />

5.0<br />

Tensão, dores <strong>de</strong> Soma os valores<br />

cabeça, perturbações<br />

gastrointestinais<br />

marcados e divi<strong>de</strong> por 7 1.7<br />

No final do módulo, encontra a sua folha <strong>de</strong> registo para a próxima<br />

<strong>semana</strong>. No início do próximo, encontra novamente esta tabela, para<br />

po<strong>de</strong>r resumir os seus registos diários.<br />

Capítulo: Módulo 2<br />

3<br />

7


Carneirinhos irrequietos<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

A nossa cabeça é, para usar um termo que vem da meditação, um<br />

macaquinho saltitante… Permanentemente em acção e capaz <strong>de</strong><br />

produzir milhares <strong>de</strong> pensamentos por minuto consegue <strong>de</strong>ixar-nos,<br />

por vezes, num <strong>de</strong>sassossego que nos impe<strong>de</strong> <strong>de</strong> conciliar no sono.<br />

Além <strong>de</strong>sta activida<strong>de</strong> mental, já <strong>de</strong> si pouco interessante quando<br />

queremos <strong>de</strong>scansar, o próprio conteúdo daquilo em que pensamos<br />

po<strong>de</strong> interferir com a nossa facilida<strong>de</strong> em adormecer e permanecer a<br />

dormir.<br />

Ao longo da vida, vamos assumindo pressupostos, apren<strong>de</strong>ndo<br />

conceitos <strong>de</strong> vida, convencendo-nos <strong>de</strong> algumas regras que nos<br />

ajudam a tornar o imprevisível em previsível, formando valores<br />

pessoais, e habituando-nos a um conceito <strong>de</strong> causalida<strong>de</strong> muito<br />

próprio (se acontecer X, então vai acontecer Y), e suportando-nos em<br />

raciocínios nem sempre muito lógicos, para o fazer. Claro que isto<br />

nos <strong>de</strong>screve a cada um <strong>de</strong> nós, em inteira normalida<strong>de</strong>; mas, <strong>de</strong><br />

tempos a tempos, quando algo não funciona bem nas nossas vidas,<br />

convém revermos as noções que fomos criando, sem bem nos<br />

apercebermos disso, avaliando a sua utilida<strong>de</strong> e correcção e<br />

<strong>de</strong>scartando aquelas que não contribuem para o nosso bem-estar.<br />

Algumas <strong>de</strong>stas noções pren<strong>de</strong>m-se com o sono e, aqui, apenas<br />

essas serão o objecto do nosso trabalho. Todas as <strong>semana</strong>s, vamos<br />

falar <strong>de</strong> algumas i<strong>de</strong>ias que lhe po<strong>de</strong>m surgir e vamos <strong>de</strong>smontá-las,<br />

para que possa começar a estar atento(a) e aperceber-se quando<br />

alguma <strong>de</strong>las o(a) impe<strong>de</strong> <strong>de</strong> dormir e a substituir gradualmente essa<br />

sua forma <strong>de</strong> pensar.<br />

Esta <strong>semana</strong>, vamos apenas listar alguns tópicos reconhecidos como<br />

importantes para a forma como encara o sono na sua vida e que, por<br />

sua vez, po<strong>de</strong>m interferir com o seu sono.<br />

Capítulo: Módulo 2<br />

3<br />

8


O que pensa sobre o sono?<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Encontram-se listadas abaixo várias afirmações que reflectem<br />

atitu<strong>de</strong>s e convicções sobre o sono. Por favor, marque, para cada<br />

uma <strong>de</strong>las, o seu nível <strong>de</strong> concordância ou discordância. Não existem<br />

respostas certas ou erradas. Para cada afirmação circule o número<br />

que melhor reflecte a sua própria opinião sobre a afirmação.<br />

Responda a todos os itens ainda que alguns possam não se aplicar ao<br />

seu caso específico, <strong>de</strong> acordo com a escala abaixo.<br />

Discordo fortemente Concordo fortemente<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

1. Preciso <strong>de</strong> 8 horas <strong>de</strong> sono por noite para me sentir bem e funcionar<br />

correctamente<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

2. Quando não consigo dormir o tempo certo durante a noite, preciso <strong>de</strong><br />

compensar com uma sesta nesse dia ou dormindo mais na noite seguinte.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

3. Preocupa-me pensar que a insónia crónica possa ter efeitos graves na<br />

minha saú<strong>de</strong> física.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

4. Preocupo-me com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r o controlo da minha<br />

capacida<strong>de</strong> para dormir.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

Capítulo: Módulo 2<br />

3<br />

9


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

5. Depois <strong>de</strong> dormir mal à noite, sei que isso vai interferir com as minhas<br />

activida<strong>de</strong>s ao longo do dia seguinte<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

6. Para po<strong>de</strong>r estar alerta e funcionar bem durante o dia, acho preferível<br />

tomar um comprimido para dormir a dormir mal à noite.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

7. Quando me sinto irritável, <strong>de</strong>primido ou ansioso durante o dia, é<br />

sobretudo porque não dormi bem à noite.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

8. Quando durmo mal numa noite, já sei que vou ficar com o meu padrão<br />

<strong>de</strong> sono alterado durante o resto da <strong>semana</strong>.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

9. Sem uma boa noite <strong>de</strong> sono, funciono muito mal durante o dia.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

10. Nunca consigo prever se vou ter uma boa noite <strong>de</strong> sono ou não.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

11. Tenho muito pouca capacida<strong>de</strong> para lidar com as consequências <strong>de</strong> uma<br />

má noite <strong>de</strong> sono.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

12. Quando me sinto cansado, não tenho energia, ou apenas sinto que não<br />

estou funcional durante o dia, normalmente é porque não dormi bem na<br />

noite anterior.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

Capítulo: Módulo 2<br />

4<br />

0


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

13. Eu acho que a insónia é, no fundo, o resultado <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sequilíbrio<br />

químico.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

14. Sinto que a insónia está a arruinar a minha capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> usufruir da<br />

vida e me impe<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer o que eu quero.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

15. A medicação é, provavelmente, a única solução para quem não dorme.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

16. Evito ou cancelo obrigações (sociais, familiares) <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma má noite<br />

<strong>de</strong> sono.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

DBAS-16 (Dysfunctional beliefs and attitu<strong>de</strong>s about sleep) - Charles M. Morin, PhD; Annie Vallières, PhD;<br />

Hans Ivers, MPs; tradução Madalena Lobo<br />

Some todos os valores que atribuiu, divida por 16 e anote a sua<br />

pontuação, para nos referirmos a ela, mais tar<strong>de</strong>. Por enquanto,<br />

gostava que apenas reflectisse um pouco sobre as suas respostas.<br />

Nas próximas <strong>semana</strong>s, vamos <strong>de</strong>bater a utilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> algumas <strong>de</strong>stas<br />

convicções para uma noite repousante. No entanto, um valor superior<br />

a 3,8 indicia necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prestar muita atenção à secção<br />

―Carneirinhos irrequietos‖ e fazer um esforço quotidiano para rever a<br />

sua atitu<strong>de</strong> geral e aquilo que pensa face ao sono e às insónias.<br />

Entretanto, à medida que se for apercebendo <strong>de</strong> coisas que pensa e<br />

que faz a propósito do seu dormir e não dormir, vá anotando os seus<br />

pensamentos e comportamentos. Quando escrevemos, sobretudo<br />

quando escrevemos aspectos que se tornaram automáticos em nós,<br />

Capítulo: Módulo 2<br />

4<br />

1


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

conseguimos obter um distanciamento crítico que é fundamental para<br />

conseguirmos produzir mudanças.<br />

Data O que eu pensei (sobre a minha capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dormir,<br />

sobre o impacto do sono nas minhas capacida<strong>de</strong>s, etc)<br />

Capítulo: Módulo 2<br />

4<br />

2


Relaxamento para os tensos<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

O relaxamento muscular progressivo <strong>de</strong> Jacobson é uma técnica <strong>de</strong><br />

gestão do stress concebida nos anos 20 por Edmund Jacobson,<br />

<strong>de</strong>senvolvida com base na noção <strong>de</strong> que a tensão muscular<br />

acompanha o estado ansioso; assim, se apren<strong>de</strong>rmos a relaxar o<br />

corpo (ou seja, a contrariar a acção <strong>de</strong> tensão), conseguimos reduzir<br />

a ansieda<strong>de</strong>. Apesar <strong>de</strong> ser uma técnica somática, ou seja, que<br />

preten<strong>de</strong> intervir no corpo, a sua prática regular permite obter um<br />

estado genericamente calmo. Aliás, houve uma frase sua que ficou<br />

famosa: ―Uma cabeça ansiosa não po<strong>de</strong> existir num corpo relaxado‖.<br />

Entretanto, este exercício foi conhecendo várias adaptações ao longo<br />

dos anos, e foi sendo objecto <strong>de</strong> extensa investigação científica.<br />

Sabe-se, hoje, que é um auxiliar valioso no controlo da hipertensão,<br />

dos problemas gastrointestinais, das dores <strong>de</strong> cabeça <strong>de</strong> tensão, no<br />

controlo <strong>de</strong> insónias, na melhoria das funções cognitivas, no reforço<br />

do sistema imunitário... e as consequências positivas da sua<br />

execução diária continuam a ser apuradas. A maior parte dos<br />

clientes, com insónias ou não, <strong>de</strong>scobre, após alguns dias a fazer este<br />

exercício, que não resiste a adormecer a meio… É preciso explicar<br />

melhor porque é que o utilizamos para insónias?<br />

PPoorrqquuêê??<br />

Das coisas mais importantes que po<strong>de</strong> fazer, para contrariar uma<br />

reacção negativa ao stress, e às insónias, é apren<strong>de</strong>r a relaxar o<br />

corpo. De facto, o relaxamento do corpo não só permite regularizar<br />

as funções fisiológicas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma reacção <strong>de</strong> tensão, como indica<br />

ao cérebro que não há motivos para alarme. O cérebro e o corpo (se<br />

é que nos po<strong>de</strong>mos ―dividir‖ <strong>de</strong>sta forma) interagem <strong>de</strong> uma forma<br />

circular: o cérebro transmite indicações ao corpo para reagir <strong>de</strong> uma<br />

<strong>de</strong>terminada maneira e, por sua vez, lê as reacções do corpo,<br />

revendo as indicações que lhe está a transmitir. Uma forma <strong>de</strong><br />

quebrar um ciclo que se instale é actuar sobre o corpo, para que o<br />

Capítulo: Módulo 2<br />

4<br />

3


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

cérebro possa começar a transmitir tranquilida<strong>de</strong>, uma vez que está a<br />

ler relaxamento muscular.<br />

Durante uma reacção ao stress, um dos fenómenos mais importantes<br />

e frequentes que acontecem é a tensão muscular, porque permite<br />

uma mobilização rápida para fugir ou lutar contra o perigo com que<br />

nos confrontamos. Por vezes, não nos apercebemos da tensão<br />

muscular porque aumenta tão progressivamente que não damos por<br />

isso. Outras vezes, apercebemo-nos, infelizmente <strong>de</strong> uma forma<br />

muito vívida, dos seus efeitos: dores fortes nos ombros ou pescoço,<br />

rigi<strong>de</strong>z muscular, dores <strong>de</strong> cabeça <strong>de</strong> tensão, dores nos maxilares,<br />

etc.<br />

Quando o stress é crónico, sustentado durante um período <strong>de</strong> tempo<br />

significativo, a tensão muscular começa a operar os seus efeitos<br />

verda<strong>de</strong>iramente negativos, tanto mais porque dificulta uma<br />

respiração correcta, porque impe<strong>de</strong> a correcta distensão do abdómen<br />

inviabilizando a respiração abdominal. Além disso, os músculos<br />

contraídos consomem mais oxigénio e este efeito aliado ao anterior<br />

obriga a uma respiração mais rápida, também chamada <strong>de</strong><br />

hiperventilação. Os efeitos da chamada hiperventilação, conjugados<br />

com um estado <strong>de</strong> tensão muscular sustentado vão ser explicados no<br />

próximo módulo. Por enquanto, vamos manter em mente que tensão<br />

muscular é má notícia e tem <strong>de</strong> ser combatida activamente – apesar<br />

<strong>de</strong> isto ser mentira, porque, por vezes, é precisamente a tensão<br />

muscular que nos permite combater algumas reacções ansiosas. Mas<br />

sobre esses casos particulares, falaremos mais adiante.<br />

Este exercício permite-lhe reconhecer o estado <strong>de</strong> tensão muscular.<br />

Um pouco como o sapo daquela experiência, que cozeu sem se<br />

aperceber, porque a temperatura foi aumentando <strong>de</strong>vagar, e ele foi<br />

incapaz <strong>de</strong> reconhecer que a temperatura absoluta já se tinha<br />

tornado perigosa, também nós nos vamos habituando a um estado <strong>de</strong><br />

tensão muscular gradualmente maior, até sermos incapazes <strong>de</strong> o<br />

Capítulo: Módulo 2<br />

4<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

distinguir <strong>de</strong> um estado <strong>de</strong> relaxamento, don<strong>de</strong> a importância <strong>de</strong><br />

voltar a ensinar ao corpo o que é <strong>de</strong>scontracção muscular.<br />

Uma nota importante: bem po<strong>de</strong> ficar aí sentadinho, a pensar em<br />

relaxamento, que nada vai acontecer. Aliás, po<strong>de</strong> mesmo fazer o<br />

exercício uma vez e achar que já tratou do assunto, mas, além <strong>de</strong> ter<br />

passado por uma experiência, provavelmente agradável e<br />

pontualmente benéfica, nada mais vai acontecer, do ponto <strong>de</strong> vista<br />

<strong>de</strong> reforço das <strong>de</strong>fesas do seu organismo face ao stress. Imagine que<br />

este exercício é como comer: é fundamental, sabe bem quando se<br />

faz, mas tem <strong>de</strong> o fazer regularmente se quiser recolher os seus<br />

benefícios (e, no caso da comida, se não quiser morrer à fome...).<br />

O exercício em si é muito simples: contrai e <strong>de</strong>scontrai os grupos<br />

musculares mais importantes do seu corpo, dando atenção às<br />

respectivas sensações corporais. Abaixo, encontra as instruções,<br />

passo a passo; por uma questão <strong>de</strong> ainda maior simplicida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong><br />

utilizar um CD áudio, com as instruções gravadas, e que o conduza,<br />

tranquilamente, ao longo do exercício. Quando tiver memorizado a<br />

sequência, po<strong>de</strong> optar por fazer o exercício sem o acompanhamento<br />

do CD, ainda que a experiência nos diga que a maior parte das<br />

pessoas o prefere continuar a fazer escutando o CD.<br />

Capítulo: Módulo 2<br />

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AAnntteess d<strong>de</strong>e ccoommeeççaarr<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Pratique o exercício <strong>de</strong>itado, confortavelmente instalado, com o<br />

corpo todo bem apoiado, sobretudo a cabeça<br />

Assegure-se <strong>de</strong> que não vai ter interrupções nos 20 minutos<br />

que dura o exercício: <strong>de</strong>sligue telemóveis, garanta que outras<br />

pessoas não o interrompem.<br />

Preferencialmente, pratique o exercício antes <strong>de</strong> dormir: já está<br />

<strong>de</strong>itado, a roupa é confortável, e <strong>de</strong>pois do exercício po<strong>de</strong><br />

aproveitar o estado <strong>de</strong> relaxamento para <strong>de</strong>slizar suavemente<br />

para um sono reparador. Se não for possível, qualquer ocasião<br />

é boa, mas tente encontrar uma rotina, porque o ajuda a<br />

disciplinar-se.<br />

Use roupa confortável e retire qualquer peça ou acessório que<br />

crie aperto. Retire lentes <strong>de</strong> contacto, óculos, sapatos. Utilize<br />

uma manta ou cobertor por cima, porque é frequente baixar a<br />

temperatura corporal.<br />

Não pratique o exercício enquanto faz uma digestão pesada: o<br />

processo <strong>de</strong> relaxamento interfere com a digestão, do mesmo<br />

modo que um banho com uma temperatura diferente da<br />

corporal, ou dormir ―<strong>de</strong> barriga cheia‖.<br />

OO eexxeerrccíícciioo<br />

Esqueça o perfeccionismo. A única forma errada <strong>de</strong> fazer o<br />

exercício é não o fazer.<br />

Não se trata <strong>de</strong> um exercício <strong>de</strong> relaxamento emocional:<br />

algumas pessoas pensam que não funcionou porque se<br />

mantiveram muito conscientes mentalmente; <strong>de</strong> facto, não é<br />

suposto entrar em transe ou algo parecido... Tem mesmo <strong>de</strong><br />

estar a dirigir a sua atenção conscientemente para os grupos<br />

musculares que está a trabalhar e prestar atenção à<br />

sensação <strong>de</strong> contracção e <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontracção.<br />

Durante todo o exercício, concentre-se nos músculos. É<br />

normal dispersar-se; sempre que isso acontecer, volte a<br />

dirigir a sua atenção para o grupo muscular que está a<br />

trabalhar.<br />

Ao trabalhar um grupo muscular, certifique-se que os<br />

músculos que já <strong>de</strong>scontraíu permanecem relaxados.<br />

Capítulo: Módulo 2<br />

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6


IInnssttrruuççõõeess<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Se uma <strong>de</strong>terminada área estiver particularmente tensa,<br />

po<strong>de</strong> repetir o exercício para essa zona 2 ou 3 vezes.<br />

Antes <strong>de</strong> iniciar o exercício, faça 3 respirações profundas,<br />

calmamente, imaginando que a tensão está a abandonar o<br />

corpo quando expira.<br />

Termine com um exercício <strong>de</strong> visualização que lhe seja<br />

tranquilizante, imaginando um cenário, real ou imaginário,<br />

sereno e relaxante; concentre-se em todos os <strong>de</strong>talhes<br />

visuais, auditivos e sensoriais que compõem esse cenário: o<br />

que vê, o que ouve e o que sente no corpo, na pele.<br />

Depois do exercício, permaneça uns momentos <strong>de</strong>itado e,<br />

<strong>de</strong>pois, levante-se em duas etapas: primeiro sente-se, fique<br />

assim uns segundos, e, <strong>de</strong>pois, levante-se lentamente e<br />

evite movimentos bruscos nos momentos seguintes.<br />

O relaxamento muscular progressivo envolve a contracção e<br />

relaxamento, alternados, <strong>de</strong> 17 grupos musculares. A i<strong>de</strong>ia é contraílos<br />

com força (mas não ao ponto <strong>de</strong> se magoar), durante cerca <strong>de</strong> 5<br />

segundos (po<strong>de</strong> contar até 5, <strong>de</strong>vagarinho) e, <strong>de</strong>pois, relaxá-los <strong>de</strong><br />

repente. Mantém o estado <strong>de</strong> relaxamento durante cerca <strong>de</strong> 10<br />

segundos, reparando na forma como sente esse grupo muscular,<br />

agora que está relaxado, reparando nas diferenças relativamente ao<br />

estado <strong>de</strong> tensão. Só <strong>de</strong>pois, passa para o próximo grupo muscular.<br />

Também po<strong>de</strong> dizer a si próprio: ―Estou a relaxar‖, ―Deixar-me ir‖,<br />

―Deixo que a tensão <strong>de</strong>sapareça‖ ou qualquer outra frase que o possa<br />

relaxar, durante os períodos <strong>de</strong> relaxamento. Durante todo o<br />

exercício, concentre-se nos músculos. Quando sentir que se está a<br />

dispersar e a pensar noutras coisas, volte a dirigir a sua atenção para<br />

o grupo muscular que está a trabalhar – não é preciso pensar em<br />

nada, apenas <strong>de</strong>dicar atenção às sensações e… sentir.<br />

Sempre que estiver a relaxar um grupo muscular, verifique que os<br />

outros grupos musculares também estão relaxados. Se uma área em<br />

particular estiver mais tensa, po<strong>de</strong> repetir o exercício <strong>de</strong> tensãorelaxamento<br />

duas ou três vezes para essa área, antes <strong>de</strong> passar para<br />

a seguinte.<br />

Capítulo: Módulo 2<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Antes <strong>de</strong> iniciar o exercício, faça 3 respirações abdominais profundas,<br />

imaginando, enquanto expira, que a tensão está a abandonar,<br />

lentamente, todo o corpo.<br />

1.Feche os punhos. Mantenha... e relaxe.<br />

2.Contraia os bíceps, levantando os braços na direcção dos ombros,<br />

como se estivesse a ―fazer músculo‖. Mantenha... e relaxe.<br />

3.Contraia os tríceps – os músculos <strong>de</strong>baixo da parte superior dos<br />

braços – esten<strong>de</strong>ndo os braços para a frente, sem mexer os ombros.<br />

Mantenha... e relaxe.<br />

4.Contraia os músculos na testa, levantando o sobrolho o máximo<br />

que pu<strong>de</strong>r. Mantenha... e relaxe.. Imagine os músculos da testa a<br />

ficarem suaves e frouxos à medida que relaxam<br />

5.Contraia os músculos à volta dos olhos, fechando os olhos com<br />

muita força. Mantenha... e relaxe.. Imagine a sensação <strong>de</strong><br />

relaxamento profundo a espalhar-se à volta dos olhos.<br />

6.Contraia os maxilares, abrindo tanto a boca que alonga os<br />

músculos à volta da junção dos maxilares. Mantenha... e relaxe..<br />

Deixe que os lábios se entreabram e que os maxilares fiquem soltos.<br />

7.Contraia os músculos atrás do pescoço, puxando a cabeça para a<br />

frente, na direcção do pescoço. Concentre-se apenas na tensão<br />

muscular no pescoço. Mantenha... e relaxe.. Como se trata <strong>de</strong> uma<br />

área que é, habitualmente, muito tensa, é bom repetir.<br />

8.Faça umas inspirações profundas e concentre-se no peso da sua<br />

cabeça, afundando-se e fazendo pressão na superfície em que está<br />

encostada.<br />

9.Contraia os ombros, levantando-os como se fosse tocar as orelhas.<br />

Mantenha... e relaxe.<br />

10.Contraia os músculos à volta das omoplatas, puxando-as na<br />

direcção uma da outra, como se quisesse que se tocassem.<br />

Mantenha... e relaxe.. Como se trata <strong>de</strong> uma zona, habitualmente,<br />

tensa, é bom repetir.<br />

11.Contraia os músculos do peito, inspirando profundamente e<br />

mantendo o peito cheio <strong>de</strong> ar durante 5 segundos. Depois, expire<br />

lentamente, enquanto imagina qualquer tensão que aí pu<strong>de</strong>sse ter<br />

Capítulo: Módulo 2<br />

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residido, a sair do corpo na justa medida em que o ar sai; mantenha<br />

10 segundos.<br />

12.Contraia os músculos da barriga, encolhendo-a. Mantenha... e<br />

relaxe. Imagine uma onda <strong>de</strong> relaxamento a espalhar-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

boca do estômago até chegar bem abaixo do umbigo.<br />

13.Contraia os músculos da parte inferior das costas, arqueando-as<br />

(se tiver problemas <strong>de</strong> coluna, po<strong>de</strong> saltar este exercício).<br />

Mantenha... e relaxe.<br />

14.Contraia as ná<strong>de</strong>gas, juntando-as. Mantenha... e relaxe.. Imagine<br />

os músculos das ancas a ficarem soltos e <strong>de</strong>scontraídos.<br />

15.Aperte os músculos das coxas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> cima até aos joelhos.<br />

Provavelmente, terá <strong>de</strong> contrair, também, os músculos das ancas.<br />

Mantenha... e relaxe. Sinta os músculos das coxas a suavizarem-se e<br />

a relaxar completamente.<br />

16.Contraia os músculos da barriga das pernas, puxando os <strong>de</strong>dos<br />

dos pés na sua direcção (com cuidado, para evitar caîmbras).<br />

Mantenha... e relaxe.<br />

17.Contraia os pés, curvando os <strong>de</strong>dos para baixo. Mantenha... e<br />

relaxe.<br />

18.Son<strong>de</strong> o corpo, percorrendo-o mentalmente, procurando alguma<br />

tensão residual que possa ter permanecido. Se alguma área ainda<br />

estiver tensa, repita o exercício para essa área uma ou duas vezes.<br />

19.Agora imagine uma onda <strong>de</strong> luz <strong>de</strong> relaxamento e tranquilida<strong>de</strong> a<br />

percorrer, lentamente, o corpo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a cabeça até à ponta dos<br />

<strong>de</strong>dos dos pés, invadindo todos os músculos. Inspire tranquilida<strong>de</strong> e<br />

expire qualquer tensão que ainda possa residir no seu corpo,<br />

<strong>de</strong>vagarinho, a um ritmo tranquilo.<br />

20.Deixe-se dormir, logo após o exercício. No entanto, se tiver feito<br />

este exercício durante o dia, para relaxar, fique em repouso um<br />

bocado. Quando se levantar, faça-o <strong>de</strong>vagar e em duas etapas:<br />

primeiro sentado(a), tomando contacto com o que o(a) ro<strong>de</strong>ia,<br />

mexendo as pernas e os braços, <strong>de</strong>vagar, rodando a cabeça e, só<br />

<strong>de</strong>pois, levantando-se evitando movimentos bruscos.<br />

Capítulo: Módulo 2<br />

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9


As mal-amadas…<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Não há regra mal-amada <strong>de</strong> que alguém goste! Agora que já<br />

esclarecemos este ponto, vamos àquela que nos ocupará durante<br />

esta <strong>semana</strong>. Uma nota <strong>de</strong> alerta: neste caso, a impopularida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>stas regras anda <strong>de</strong> mão dada com a sua eficácia, por isso, resista<br />

à tentação <strong>de</strong> as saltar…<br />

Defina uma hora para acordar diariamente, <strong>de</strong> acordo com a hora<br />

<strong>de</strong>finida pelas suas obrigações. E, <strong>de</strong>pois, cumpra-a rigorosamente,<br />

todos os dias, com uma variação nunca superior a 30 minutos.<br />

Vamos exemplificar: imaginemos que tem <strong>de</strong> se levantar às 7 horas,<br />

nos dias úteis, para conseguir chegar ao emprego a tempo, mas que,<br />

aos Sábados, como vai levar os filhos ao ginásio, tem <strong>de</strong> se levantar<br />

às 8:30 e aos Domingos aproveita ser dia santo para se <strong>de</strong>ixar ficar<br />

no conforto da cama até às 10 horas. Neste caso, a sua hora mínima<br />

(isto é: o mais cedo que tem <strong>de</strong> se levantar) é às 7 horas, pelo que<br />

esta é a sua hora <strong>de</strong> acordar 7 dias por <strong>semana</strong> – no entanto, aos<br />

Sábados e aos Domingos, po<strong>de</strong> levantar-se às 7:30, se assim o<br />

<strong>de</strong>sejar.<br />

E, agora, estará o meu caro dorminhoco(a) a perguntar-se: ―Ora<br />

essa! Eu já ando a dormir pouco e pe<strong>de</strong>m-me para dormir ainda<br />

menos, a obrigarem-me a levantar a horas in<strong>de</strong>centes aos fim-<strong>de</strong><strong>semana</strong>!<br />

Mas que lógica é que isso tem?‖.<br />

Nós somos animais <strong>de</strong> hábitos e o nosso relógio interno funciona<br />

muito bem; excepto quando impedimos que ele funcione,<br />

baralhando-o várias vezes por <strong>semana</strong>. Por isso, começamos já por<br />

habituar o corpo a acordar a uma dada hora, para evitarmos<br />

discussões com ele… De facto, um adulto requer, habitualmente,<br />

entre 7 a 8 horas <strong>de</strong> sono por dia e o organismo está preparado<br />

Capítulo: Módulo 2<br />

5<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

naturalmente para isto; se estabelecermos uma hora fixa <strong>de</strong> acordar,<br />

vamos facilitar o processo <strong>de</strong> sono 7 a 8 horas antes <strong>de</strong>ssa hora.<br />

Claro que isso não chega – é o conjunto <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s que lhe<br />

propomos ao longo <strong>de</strong>stas 6 <strong>semana</strong>s que vai fazê-lo dormir bem, e<br />

não apenas uma única isolada. Mas todas elas têm <strong>de</strong> ser cumpridas.<br />

Vá… o que custa é o princípio – vai ver que <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> pouco tempo já<br />

<strong>de</strong>sperta naturalmente à hora que <strong>de</strong>finiu, sem ter que fazer gran<strong>de</strong><br />

esforço nesse sentido. Coragem! Lembre-se que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> já ter<br />

estabilizado o sono e já dormir bem, po<strong>de</strong>rá voltar, <strong>de</strong> vez em<br />

quando, a ficar um Domingo <strong>de</strong> manhã na caminha!<br />

Insira no balão a hora a que se propõe acordar:<br />

Capítulo: Módulo 2<br />

5<br />

1


Hora do embalo<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

A tarefa <strong>de</strong>sta <strong>semana</strong>, aparentemente muito simples, nem sempre é<br />

fácil, tal é o ritmo a que todos andamos e que nos faz per<strong>de</strong>r a noção<br />

da sua velocida<strong>de</strong>. Na hora que antece<strong>de</strong> o <strong>de</strong>itar, vai concentrar-se<br />

em evitar tudo o que seja acção! Tartaruga e não lebre…<br />

Vamos dar alguns exemplos: discussões, conversas acaloradas (em<br />

pessoa, por telefone ou internet), filmes que o(a) <strong>de</strong>ixem agitado<br />

(acção, terror, policiais, etc), tarefas domésticas que exijam<br />

significativo movimento físico (aspirar, arrumar objectos em locais<br />

diversificados), jogos competitivos (a maior parte dos que se<br />

encontram disponíveis na internet ou Play Station…), exercício físico,<br />

trabalho (a maior parte do trabalho exige um foco <strong>de</strong> atenção que<br />

correspon<strong>de</strong> a acção cerebral), música agitada (convém trocar o<br />

heavy metal pelas baladas…), saídas para um ―cafezinho‖ com os<br />

amigos, assuntos enervantes. Bem, esta lista <strong>de</strong> exemplos po<strong>de</strong>ria<br />

continuar por várias páginas, mas penso que já tem uma i<strong>de</strong>ia<br />

abrangente do que consi<strong>de</strong>ro acção, certo?<br />

Se é acção - física, mental ou ―<strong>de</strong> nervos‖ - está proibida na hora<br />

antes <strong>de</strong> dormir!<br />

Capítulo: Módulo 2<br />

5<br />

2


Dias <strong>de</strong> boa noite<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

E já agora que falamos em acção, vamos a uma activida<strong>de</strong> crítica e<br />

que, para alguns, mereceria bem um lugar no pódio das mal-amadas:<br />

exercício físico!<br />

Está <strong>de</strong>monstrado, para além <strong>de</strong> qualquer margem <strong>de</strong> dúvida, que o<br />

exercício físico cardiovascular é crítico para combater sentimentos <strong>de</strong><br />

ansieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong>pressão, bem como as insónias. O se<strong>de</strong>ntarismo a que<br />

nos fomos remetendo por força da vida mo<strong>de</strong>rna não tem ajudado<br />

em nada neste aspecto e, por isso, fomo-nos <strong>de</strong>sabituando a fazer<br />

uma coisa para a qual o nosso organismo está preparado: mexermonos.<br />

E criar o hábito custa, naturalmente, como todos os hábitos<br />

novos durante o período <strong>de</strong> adaptação. E, a propósito do período <strong>de</strong><br />

habituação, após o qual os hábitos entram na rotina e automatismo,<br />

a regra é sempre a mesma: faça um pacto consigo próprio(a) por 3<br />

<strong>semana</strong>s, durante as quais cumpre implacavelmente a tarefa a que se<br />

propõe; provavelmente, vai <strong>de</strong>scobrir, após essas 3 <strong>semana</strong>s, que o<br />

esforço <strong>de</strong>sapareceu…<br />

Para ser eficaz, tem <strong>de</strong> ser cardiovascular (aeróbico), cada sessão <strong>de</strong><br />

exercício <strong>de</strong>ve durar um mínimo <strong>de</strong> 30 minutos (sim, nós sabemos:<br />

os ginásios, habitualmente, têm sessões <strong>de</strong> 50 a 60 minutos; o<br />

importante é que, após 30 minutos está a trabalhar para a forma<br />

física e já não para o sono), e <strong>de</strong>ve ter uma regularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 4 a 5<br />

vezes por <strong>semana</strong>. Para as mentes mais matemáticas, vamos reduzir<br />

esta sua tarefa a uma fórmula: C30R5 – cardiovascular, sessões <strong>de</strong><br />

30 minutos e regularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 5 vezes por <strong>semana</strong>.<br />

Há, ainda, um aspecto importante: não <strong>de</strong>ve ser praticado exercício<br />

físico nas 3 horas que antece<strong>de</strong>m a hora <strong>de</strong> <strong>de</strong>itar, porque se trata <strong>de</strong><br />

uma activida<strong>de</strong> activadora do organismo.<br />

Capítulo: Módulo 2<br />

5<br />

3


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Autora: Madalena Lobo<br />

E, agora, vamos às questões práticas, aquelas que conhecemos <strong>de</strong><br />

todas as pessoas que nos procuram, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o famoso ―Não tenho<br />

tempo‖, passando pelo ―Detesto mexer-me‖, até ao ―Os ginásios são<br />

caros‖. Ao fim <strong>de</strong> uns anos, será difícil surpreen<strong>de</strong>r-me, neste<br />

aspecto.<br />

“Não tenho tempo”<br />

Consi<strong>de</strong>rando que é o recurso mais <strong>de</strong>mocrático <strong>de</strong> todos, porque as<br />

24 horas <strong>de</strong> cada dia são iguais para todos nós, a gestão do tempo é,<br />

basicamente, uma gestão <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s: quando dizemos que não<br />

temos tempo para uma coisa, significa que no nosso esquema interno<br />

<strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s há um sem número <strong>de</strong> outras activida<strong>de</strong>s que têm<br />

uma priorida<strong>de</strong> superior. Este ponto é importante, porque raramente<br />

reflectimos sobre ele, o que diminui a nossa possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir e<br />

agir. Vamos ver: toma banho e veste-se com regularida<strong>de</strong>,<br />

provavelmente, diária, certo? E quanto tempo <strong>de</strong>mora? Disse 30<br />

minutos? Bem, então quando diz que não tem tempo para activida<strong>de</strong><br />

física está a dizer que é mais importante, para si, tomar banho e<br />

arranjar-se do que fazer exercício (e, sim, nós gostamos dos nossos<br />

clientes lavadinhos, cheirosinhos, e preferimos que não venham <strong>de</strong><br />

pijama às consultas…). Só porque lhe parece evi<strong>de</strong>nte esta escolha<br />

entre as duas opções, não quer dizer que não seja uma escolha sua,<br />

por isso, vale a pena reflectir um pouco sobre a utilização do seu<br />

tempo; provavelmente, irá <strong>de</strong>scobrir alguma(s) outra(s) activida<strong>de</strong>(s)<br />

<strong>de</strong> que esteja disposto a abrir mão a favor dos benefícios, elevados e<br />

rápidos, da activida<strong>de</strong> cardiovascular (aeróbica) regular.<br />

Capítulo: Módulo 2<br />

5<br />

4


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Autora: Madalena Lobo<br />

“Estou <strong>de</strong>masiado cansado/em baixo <strong>de</strong> forma para fazer exercício<br />

físico”<br />

Pois. É precisamente por isso que já <strong>de</strong>via ter começado! O exercício<br />

regular aumenta o nível <strong>de</strong> energia, logo, combate o cansaço. Claro<br />

que, para quebrar este ciclo, os primeiros dias custam, mas são só os<br />

primeiros dias. Coragem!<br />

“Detesto exercício físico”<br />

Também eu. Algumas coisas. Detesto correr, mas adoro nadar.<br />

Detesto ginástica <strong>de</strong> manutenção, mas adoro dançar. Há muitas<br />

possibilida<strong>de</strong>s por on<strong>de</strong> escolher – mais à frente encontra algumas<br />

alternativas. Dificilmente não encontrará uma que lhe agra<strong>de</strong>.<br />

“Não tenho nenhum ginásio perto <strong>de</strong> mim”<br />

E um sítio agradável para fazer jogging ou andar <strong>de</strong> bicicleta? E ter<br />

uma bicicleta <strong>de</strong> ginástica em casa? E ir a pé para o trabalho? E um<br />

sítio on<strong>de</strong> dêem aulas <strong>de</strong> uma modalida<strong>de</strong> específica? E um clube<br />

<strong>de</strong>sportivo ou recreativo? E um‖longe‖ que o metro encurte?<br />

“Os ginásios são muito caros”<br />

Concordo plenamente. Aliás, diria mais: a vida está cara! Felizmente,<br />

a diversida<strong>de</strong> é gran<strong>de</strong> e haverá para todas as bolsas. Além disso,<br />

como referido anteriormente, há formas <strong>de</strong> se exercitar que não<br />

exigem qualquer investimento e há, mesmo, associações que<br />

disponibilizam este tipo <strong>de</strong> activida<strong>de</strong> por valores reduzidos, bem<br />

como iniciativas camarárias e das juntas <strong>de</strong> freguesia. Está bem… não<br />

terão gel <strong>de</strong> duche com aromas relaxantes, nem toalhinhas felpudas<br />

à sua espera, mas a vida é feita <strong>de</strong> concessões, não é?<br />

Capítulo: Módulo 2<br />

5<br />

5


“Já não tenho ida<strong>de</strong> para isso”<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

A ida<strong>de</strong> é um estado <strong>de</strong> espírito. Sabe com que ida<strong>de</strong> alguns<br />

corredores <strong>de</strong> maratona começaram? Sabe com que ida<strong>de</strong> iniciam os<br />

treinos, muitas das pessoas que são escolhidas para astronautas? Na<br />

vida somam-se capacida<strong>de</strong>s, não se per<strong>de</strong>m… Provavelmente já não<br />

terá ida<strong>de</strong> para concorrer aos jogos olímpicos, mas também não é<br />

isso que se preten<strong>de</strong>, não é? Há activida<strong>de</strong>s físicas concebidas para<br />

todas as ida<strong>de</strong>s, para a sua ida<strong>de</strong> e para a da sua avó também. Até<br />

para a minha, imagine…<br />

“Já tentei e não funcionou”<br />

E quando tentou escrever o seu nome, pela primeira vez, correu<br />

bem? Não me diga que <strong>de</strong>sistiu... As tentativas falhadas servem para<br />

nos ensinar a tentar <strong>de</strong> outra forma. Talvez tenha tentado, mas não<br />

exactamente assim. Talvez agora encontre o <strong>de</strong>talhe que lhe faltou e<br />

que faz a diferença. Quem sabe? Só mesmo experimentando; uma e<br />

outra vez…<br />

QQuuee ttiippoo d<strong>de</strong>e eexxeerrccíícciioo éé qquuee eessttáá aa ssuuggeerriirr??<br />

Por exercício aeróbico referimo-nos ao exercício físico que requer<br />

uma activida<strong>de</strong> sustentada dos gran<strong>de</strong>s grupos musculares,<br />

proporcionando condicionamento cardiovascular — uma maior<br />

capacida<strong>de</strong> do sistema cardiovascular para levar oxigénio aos tecidos<br />

e células.<br />

As possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> o praticar são diversas, e nem tem que se<br />

inscrever num ginásio e cumprir aulas formais. Aliás, é melhor pensar<br />

em activida<strong>de</strong> física, em vez <strong>de</strong> exercício.<br />

Alguns exemplos, além <strong>de</strong> aulas <strong>de</strong> ginásio <strong>de</strong>dicadas à activida<strong>de</strong><br />

cardiovascular:<br />

Correr ou andar num ritmo mais apressado<br />

Capítulo: Módulo 2<br />

5<br />

6


Dançar<br />

Andar <strong>de</strong> bicicleta<br />

Jogar futebol<br />

Jogar ténis ou ténis <strong>de</strong> mesa<br />

Subir alguns andares a pé<br />

Nadar<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

A maior parte das tarefas domésticas que exigem movimento,<br />

como aspirar ou limpar o pó<br />

Se andar 2,5 quilómetros por dia, a um ritmo <strong>de</strong> 5,5<br />

quilómetros por hora, estará a cumprir o objectivo. Se esta for<br />

a sua opção po<strong>de</strong>rá comprar um pedómetro em qualquer loja<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sporto, que o(a) ajudará a medir a distância percorrida. E,<br />

após um mês, é provável que sinta três benefícios: o <strong>de</strong> dormir<br />

melhor, o <strong>de</strong> se sentir em forma e, convém não esquecer, o<br />

que poupou em gasolina, e o aumento da sua pegada ecológica<br />

no planeta...<br />

AAllgguummaass nnoottaass ppaarraa qquueemm ccoommeeççaa aaggoorraa::<br />

Comece <strong>de</strong>vagar e vá aumentando progressivamente o período<br />

<strong>de</strong> tempo <strong>de</strong>dicado ao exercício físico<br />

Estabeleça um compromisso <strong>de</strong> cumprir, pelo menos, com um<br />

período experimental <strong>de</strong> dois meses. Findo este período já<br />

po<strong>de</strong>rá avaliar o impacto positivo que a activida<strong>de</strong> física regular<br />

tem no seu corpo e na sua disposição<br />

Mentalize-se que o início vai ser <strong>de</strong>sconfortável; vai sentir<br />

músculos que nem sabia que existiam...<br />

Escolha activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> que goste; preferencialmente, opte por<br />

alguma diversida<strong>de</strong>, para se manter motivado<br />

Dê prémios a si mesmo, como recompensa pela persistência<br />

Opte por programas <strong>de</strong> exercício físico supervisionados<br />

Se ajudar, arranje companhia — po<strong>de</strong> ser mais divertido e<br />

dificulta a <strong>de</strong>sistência<br />

Não se esqueça <strong>de</strong> fazer um check-up médico antes <strong>de</strong> iniciar<br />

um programa <strong>de</strong> activida<strong>de</strong> física<br />

Capítulo: Módulo 2<br />

5<br />

7


Objectivos<br />

Semana <strong>de</strong> mudança<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Todos os dias, marque na tabela abaixo, com um ‗X‘, todos os itens<br />

que tiver cumprido e que constituem as suas tarefas durante 7 dias,<br />

antes <strong>de</strong> entrar no próximo capítulo. Quando nada é dito em<br />

contrário, na tabela, assume-se que é uma activida<strong>de</strong> diária; nos<br />

outros casos, apresenta-se entre parênteses, a frequência <strong>semana</strong>l.<br />

Semana 2 Dia<br />

1<br />

Registei os meus pensamentos sobre o<br />

sono<br />

Fiz o relaxamento muscular <strong>de</strong> Jacobson<br />

antes <strong>de</strong> dormir<br />

Cumpri com a hora que estipulei para<br />

acordar<br />

Apenas fiz activida<strong>de</strong>s tranquilas<br />

durante a hora antes <strong>de</strong> dormir<br />

Fiz exercício físico cardiovascular,<br />

durante 30 minutos mínimo (4 a 5<br />

vezes/<strong>semana</strong>)<br />

Registo do sono<br />

Depois <strong>de</strong> ler este capítulo, que <strong>de</strong>fine as regras a implementar na<br />

primeira <strong>semana</strong> da nossa intervenção, preenche o seu<br />

comportamento <strong>de</strong> sono para cada <strong>semana</strong>, utilizando o quadro<br />

abaixo diariamente, tal como já o fez para a <strong>semana</strong> que passou.<br />

Dia<br />

2<br />

Dia<br />

3<br />

Dia<br />

4<br />

Dia<br />

5<br />

Dia<br />

6<br />

Dia<br />

7<br />

Capítulo: Módulo 2<br />

5<br />

8


Horas a que foi para a cama<br />

Tempo que levou a adormecer<br />

Horas a que acordou a meio da noite<br />

Tempo total que esteve acordado a meio da noite<br />

Horas a que acordou pela última vez<br />

Horas a que se levantou<br />

Tempo total que planeou para dormir<br />

Tempo total que esteve a dormir<br />

Sentiu que dormiu bem?<br />

Nº <strong>de</strong> comprimidos para dormir<br />

Ansieda<strong>de</strong> relativamente a dormir<br />

Fadiga ou sonolência<br />

Atenção, concentração e memória<br />

Motivação, energia, iniciativa<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Semana 2 Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4 Dia 5 Dia 6 Dia 7<br />

Tensão, dores <strong>de</strong> cabeça, perturbações gastrointestinais<br />

Capítulo: Módulo 2<br />

5<br />

9


MMÓÓDDUULLOO 33<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Capítulo: Módulo 3<br />

6<br />

0


Objectivos <strong>de</strong>sta <strong>semana</strong><br />

A <strong>semana</strong><br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Já <strong>de</strong>correu uma <strong>semana</strong> <strong>de</strong> mudança efectiva. Deu os primeiros<br />

passos na alteração <strong>de</strong> alguns aspectos que se relacionam com o bom<br />

dormir e, apesar <strong>de</strong> ser ainda um início mo<strong>de</strong>sto e ainda faltar um<br />

percurso <strong>de</strong> algumas <strong>semana</strong>s, é natural que comece a sentir alguns<br />

efeitos. Se isso não tiver acontecido, não se preocupe – como disse, é<br />

um começo mo<strong>de</strong>sto <strong>de</strong> apenas uma <strong>semana</strong> e apenas algumas<br />

alterações. Continue a cumprir os objectivos propostos e verá os<br />

resultados a aparecerem em breve.<br />

Por falar em objectivos… A maioria das pessoas ignora algumas das<br />

propostas, <strong>de</strong> uma forma mais ou menos firme – vão adiando a<br />

implementação <strong>de</strong> algumas sugestões, colocam outras na gaveta do<br />

esquecimento, experimentam um ou dois dias <strong>de</strong> uma acção e <strong>de</strong>pois<br />

―hoje não dá, amanhã retomo‖… Por isso, cá vamos para uma nova<br />

conversa séria: o Programa Durma Bem! é extremamente eficaz, mas<br />

é um programa prático e não <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> conhecimentos sobre a<br />

matéria do sono! Se não for rigoroso na implementação das<br />

sugestões que lhe vamos dando em cada <strong>semana</strong>, dificilmente irá<br />

obter resultados. Estamos conversados? :=)<br />

Esta <strong>semana</strong>, propomos-lhe:<br />

Começar a contestar alguns dos seus pensamentos e atitu<strong>de</strong>s<br />

face ao sono e às insónias que possam estar a interferir com a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter boas noites <strong>de</strong> sono.<br />

Praticar uma activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> relaxamento baseada na respiração<br />

profunda, i<strong>de</strong>al para pessoas que ten<strong>de</strong>m a ser mais aceleradas<br />

Implementar regras que lhe permitam criar uma associação<br />

forte entre dormir e estar na cama<br />

Conhecer alguns aspectos <strong>de</strong> uma alimentação facilitadora do<br />

sono e começar a controlar a luz para induzir repouso.<br />

Capítulo: Módulo 3<br />

6<br />

1


Como foi a <strong>semana</strong>?<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

É tempo para reflectir sobre como correu esta <strong>semana</strong>. Na tabela<br />

abaixo, que já conhece, preencha os resultados, com base nos<br />

registos efectuados.<br />

Semana 2 Explicação Insira o seu<br />

valor<br />

Média <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> sono Soma o tempo total que<br />

esteve a dormir todos os dias<br />

e divi<strong>de</strong> por 7 (A)<br />

Média do tempo planeado<br />

para dormir<br />

Soma o tempo total que<br />

planeou para dormir todos os<br />

dias e divi<strong>de</strong> por 7 (B)<br />

Eficiência <strong>de</strong> sono Divi<strong>de</strong> a média <strong>de</strong> horas <strong>de</strong><br />

sono pela média do tempo<br />

planeado para dormir (A/B);<br />

vai obter uma percentagem<br />

Tempo médio para<br />

adormecer<br />

Tempo médio acordado à<br />

noite<br />

Nº médio <strong>de</strong> vezes que<br />

acordou a meio da noite<br />

Nº <strong>de</strong> noites em que<br />

dormiu bem<br />

Soma o tempo que levou para<br />

adormecer todos os dias e<br />

divi<strong>de</strong> por 7<br />

Soma o tempo total acordado<br />

a meio da noite e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Soma o nº <strong>de</strong> vezes em que<br />

acordou à noite e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Soma o número <strong>de</strong> ―S‖ que<br />

marcou e divi<strong>de</strong> por 7,<br />

obtendo uma percentagem<br />

Total <strong>de</strong> comprimidos que<br />

tomou para dormir<br />

Soma as suas avaliações<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Nº <strong>de</strong> comprimidos para<br />

dormir<br />

Ansieda<strong>de</strong> relativamente a<br />

dormir<br />

Fadiga ou sonolência Soma as suas avaliações<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Atenção, concentração e Soma as suas avaliações<br />

memória<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Motivação, energia, Soma as suas avaliações<br />

iniciativa<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Tensão, dores <strong>de</strong> cabeça, Soma as suas avaliações<br />

perturbações<br />

gastrointestinais<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Capítulo: Módulo 3<br />

6<br />

2


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Como é que evoluíram os seus indicadores? Mantiveram-se estáveis<br />

ou registou uma evolução positiva nos indicadores a sombreado? Em<br />

todos os indicadores ou apenas nalguns? E cumpriu com todos os<br />

objectivos marcados na <strong>semana</strong> anterior, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro dia em<br />

que começou o seu novo registo? Como é que se sente face aos<br />

resultados obtidos (ou ausência <strong>de</strong>les), sobretudo tendo em conta<br />

que ainda vamos no início da intervenção?<br />

Vamos recordar os seus objectivos:<br />

Melhoria na qualida<strong>de</strong> e/ou tempo <strong>de</strong> sono<br />

Melhoria nos impactos negativos diurnos relacionados com as<br />

insónias como: melhoria nos níveis <strong>de</strong> energia, na atenção e<br />

memória, no <strong>de</strong>sempenho cognitivo e nos sintomas somáticos<br />

Melhoria num sintoma da insónia como:<br />

Tempo para adormecer 85%<br />

Formação <strong>de</strong> uma associação clara e positiva entre a cama e o<br />

acto <strong>de</strong> dormir<br />

Melhoria significativa na perturbação emocional relacionada com o<br />

sono<br />

Duas das expectativas mais realistas nesta fase:<br />

A sua eficiência <strong>de</strong> sono melhorou?<br />

Levou menos tempo a adormecer?<br />

Capítulo: Módulo 3<br />

6<br />

3


Carneirinhos irrequietos<br />

“Lá vou eu para mais uma noite sem sono…”<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Até po<strong>de</strong> ser verda<strong>de</strong>… Mas há verda<strong>de</strong>s bem mais <strong>de</strong>primentes do<br />

que essa e não nos relembramos continuamente <strong>de</strong>las, certo? Talvez<br />

porque o futuro é incerto e tudo o que foi verda<strong>de</strong> ontem, po<strong>de</strong> ser<br />

mentira hoje… Além disso, se for para dormir mal, já bem basta<br />

dormir mal – ainda nos atormentarmos com essa possibilida<strong>de</strong>, sabese<br />

lá durante quanto tempo, antes da noite chegar, é que<br />

seguramente não vai contribuir muito para o nosso bem-estar.<br />

Po<strong>de</strong>mos, ainda, reflectir um pouco sobre esta forma <strong>de</strong> criarmos os<br />

nossos próprios acontecimentos futuros, chamada <strong>de</strong> profecia autocumprida.<br />

Imagine por um segundo que, em vez <strong>de</strong> acreditar que vai<br />

dormir mal, acredita que as pessoas <strong>de</strong> um dado país ou bairro são<br />

todas antipáticas; ao pedir um café, esperando ser mal-recebido, vai<br />

estar <strong>de</strong> ―cara fechada‖, a voz transmite secura e o olhar é vigilante e<br />

<strong>de</strong>sconfiado – quem o aten<strong>de</strong>, reage a esses sinais e aten<strong>de</strong>-o<br />

secamente, o que, por sua vez, confirma a i<strong>de</strong>ia que tinha da<br />

antipatia das pessoas <strong>de</strong>sse local. Ao passar pelas lojas, ao cruzar-se<br />

com pessoas na rua, ao pedir uma direcção… a sua expectativa<br />

mantém-se, e reforça-se pelo fraco acolhimento que tem, a sua<br />

certeza <strong>de</strong> ser mal-recebido confirma-se até já não lhe restarem<br />

quaisquer dúvidas: que antipática que aquela gente é! Bem, você<br />

profetizou e a coisa aconteceu… Provavelmente, teria obtido um<br />

resultado bem diferente se tivesse por convicção que as pessoas<br />

eram agradáveis, porque toda a sua comunicação teria sido a <strong>de</strong><br />

quem espera ser bem-recebido o que, por sua vez, faz com os que os<br />

outros o achem uma pessoa potencialmente simpática e lhe reajam<br />

com simpatia.<br />

Está bem, há aqui qualquer coisa <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, pensa o meu caro<br />

dorminhoco… Mas o que é que isto tem a ver com o sono, hem?<br />

Repare: se ocupa parte do seu tempo a programar-se para dormir<br />

mal (sim, a programar-se… ou como é que chamaria a uma repetição<br />

frequente <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ia do tipo ―Vou dormir mal outra vez‖…?), é<br />

Capítulo: Módulo 3<br />

6<br />

4


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

natural que o seu organismo se prepare para uma noite <strong>de</strong> vigília, o<br />

que só reforça a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que vai dormir mal na noite seguinte e fazer<br />

com que, com horas <strong>de</strong> antecipação, já se esteja a programar para<br />

esse acontecimento…<br />

Por tudo isto, é uma boa i<strong>de</strong>ia mudar esta forma <strong>de</strong> pensar – vamos<br />

chamar-lhe diálogo interno, está bem? São só i<strong>de</strong>ias, pensamentos<br />

que o seu cérebro produz por hábito e que po<strong>de</strong> modificar, apenas<br />

precisando <strong>de</strong> alguma persistência.<br />

Algumas hipóteses que po<strong>de</strong> experimentar, para dizer a si quando<br />

este carneirinho irrequieto ataca:<br />

“Pronto, já acor<strong>de</strong>i…”<br />

Acordar não é o problema – o problema é não conseguir voltar a<br />

conciliar no sono e nada nos diz que isso vai acontecer. Se acordou,<br />

talvez queira ir beber um copo <strong>de</strong> água ou leite, passar pela casa <strong>de</strong><br />

banho, verificar se tem frio ou calor e re-ajustar os cobertores. E<br />

voltar para a cama para continuar a dormir.<br />

“E agora, como vai ser o dia <strong>de</strong> amanhã?”<br />

O dia <strong>de</strong> amanhã é uma incógnita… Nenhum <strong>de</strong> nós é capaz <strong>de</strong> o<br />

adivinhar, feliz ou infelizmente. Por vezes, temos noites <strong>de</strong> sono<br />

regalado, e passamos o dia atordoados; outras vezes, após uma noite<br />

mal dormida estamos prontos para ganhar um concurso <strong>de</strong> rapi<strong>de</strong>z<br />

mental. Mesmo que <strong>de</strong>scubra, amanhã, a seu <strong>de</strong>vido tempo, que se<br />

está a ressentir das poucas horas <strong>de</strong> sono, po<strong>de</strong> sempre <strong>de</strong>scansar<br />

um pouco ao longo do dia e recuperar – o ser humano é uma<br />

máquina complexa, mas muito bem <strong>de</strong>senhada e a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

recuperação é maravilhosa.<br />

Capítulo: Módulo 3<br />

6<br />

5


Continue a registar pensamentos<br />

que lhe ocorrem sobre o sono, o<br />

seu impacto no dia-a-dia e o acto<br />

<strong>de</strong> dormir e a reparar nas suas<br />

atitu<strong>de</strong>s face a estes temas.<br />

Preencha tudo aquilo que lhe ocorre<br />

nas linhas abaixo. E, naturalmente,<br />

vá contra-argumentando consigo<br />

próprio!<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Data O que eu pensei (sobre a minha capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dormir,<br />

sobre o impacto do sono nas minhas capacida<strong>de</strong>s, etc)<br />

Capítulo: Módulo 3<br />

6<br />

6


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Relaxamento para os acelerados<br />

A hiperventilação correspon<strong>de</strong> a respirar mais do que aquilo que o<br />

corpo precisa. Os efeitos <strong>de</strong>ste acto são, habitualmente,<br />

<strong>de</strong>sagradáveis – talvez uma forma <strong>de</strong> a Natureza nos dizer para<br />

voltarmos a repor o equilíbrio.<br />

A hiperventilação po<strong>de</strong> ser crónica ou pontual; no primeiro caso é<br />

mais difícil <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar e o padrão <strong>de</strong> respiração exige mais paciência<br />

para ser modificado. Quando é pontual, as consequências, ou seja, os<br />

sintomas, tornam-se subitamente mais visíveis para o próprio e,<br />

portanto, resultam mais assustadores.<br />

Quando estamos em stress, temos tendência a hiperventilar e nem<br />

sempre reconhecemos que o estamos a fazer – apenas damos por<br />

uma sensação <strong>de</strong> entontecimento, ou dor no peito ou sensação <strong>de</strong><br />

dificulda<strong>de</strong> em respirar. Outras vezes, nem nos apercebemos disso,<br />

porque não acelerámos ao ponto <strong>de</strong> se tornar notório. A consequência<br />

para o sono é sempre a mesma: stress = insónia. Para quem se<br />

reconhece como ―acelerado‖, ou apenas como se sentindo muito<br />

<strong>de</strong>sperto quando se <strong>de</strong>ita (coração rápido, sensação <strong>de</strong> nervosismo<br />

ou agitação interior, pensamentos a ―1000 à hora‖) este exercício<br />

po<strong>de</strong> ser valioso. Através <strong>de</strong> uma respiração tranquilizante vamos<br />

acalmar o sistema nervoso central <strong>de</strong> uma forma muito rápida e<br />

muito eficaz.<br />

OO eexxeerrccíícciioo<br />

O exercício que lhe proponho é o melhor que conheço, do ponto <strong>de</strong><br />

vista da eficácia; tanto assim que lhe chamo ‗Valium instantâneo‘...<br />

Capítulo: Módulo 3<br />

6<br />

7


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Coloque as mãos por cima do umbigo e observe-as um momento. O<br />

mais natural, para si que é ansioso(a), é que elas pouco ou nada<br />

mexam. Vamos modificar isso: olhando para as mãos, imagine que<br />

tem um balão <strong>de</strong>ntro da barriga, imediatamente por baixo do<br />

umbigo. Durante todo o exercício, sempre que inspirar, vai imaginar<br />

que está a encher esse balão – não se preocupe com o resto do<br />

corpo: enchendo o balão, a caixa torácica expan<strong>de</strong>, os ombros<br />

relaxam e todo o corpo se acomoda à entrada <strong>de</strong> ar. Sempre que<br />

expirar, imagine que está a <strong>de</strong>ixar que o ar saia suavemente do<br />

balão; muito suavemente, sem fazer qualquer esforço.<br />

Inspire pelo nariz, para filtrar as impurezas do ar e expire pela boca,<br />

entreabrindo levemente os lábios (não se preocupe porque o ar sai<br />

sozinho), já que, assim, aproveita para relaxar as cordas vocais.<br />

Última coisa: inspire à contagem <strong>de</strong> 4 segundos <strong>de</strong> uma forma suave<br />

e continuada, e sem fazer pausa, comece logo a expirar, fazendo-o à<br />

contagem <strong>de</strong> 8 segundos, também <strong>de</strong> uma forma continuada; <strong>de</strong>pois<br />

faça uma pausa com uma duração que lhe seja confortável (po<strong>de</strong><br />

utilizar 2 segundos para começar, e, <strong>de</strong>pois, ir adaptando ao seu<br />

próprio organismo). Se a música não é o seu forte, é provável que<br />

não tenha bem a noção da duração <strong>de</strong> um segundo – no início, po<strong>de</strong><br />

ir ao site www.metronomeonline.com, posicionar o cursor no valor 60<br />

(significa 60 batidas por minuto) e contar 1 segundo por cada batida<br />

que ouvir.<br />

Sendo um ciclo <strong>de</strong> respiração composto por ‗inspiração-expiraçãopausa‘,<br />

faça 5/10 ciclos <strong>de</strong> respirações sempre que se sentir<br />

acelerado durante o dia, e quando se <strong>de</strong>itar e se sentir agitado.<br />

Capítulo: Módulo 3<br />

6<br />

8


As mal-amadas…<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Fatal como o <strong>de</strong>stino! Relaxar é bom, mas não é resposta para tudo,<br />

pelo que lá teremos <strong>de</strong> voltar a mais regras <strong>de</strong> que ninguém gosta.<br />

Mas a sua eficácia é muito elevada, por isso, arme-se <strong>de</strong> coragem e<br />

siga-as implacavelmente.<br />

Regra da meia-hora<br />

Fica já uma nota <strong>de</strong> aviso: nunca conheci ninguém que não refilasse<br />

comigo quando explico esta regra e peço para a implementar!<br />

A partir <strong>de</strong> agora, não po<strong>de</strong> permanecer na cama mais <strong>de</strong> meia-hora<br />

(aproximadamente) acordado. Se isso acontecer, terá <strong>de</strong> se levantar<br />

e não regressar à cama enquanto não se sentir ensonado. Durante<br />

esse tempo, faça qualquer coisa relaxante, que não o(a) <strong>de</strong>sperte<br />

muito: ler, ver um filme tranquilo, um jogo sossegado, contar as<br />

estrelas… Quanto sentir a sonolência a instalar-se, já po<strong>de</strong>rá voltar<br />

para a cama. Enquanto isso não acontecer, permanece levantado até<br />

que se sinta com vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> dormir.<br />

Se, ao voltar para a cama, a espertina atacar <strong>de</strong> novo… bem…<br />

durante mais <strong>de</strong> meia-hora? Está a adivinhar a resposta, não está?<br />

Volta à regra da meia-hora! E se passar a noite a levantar e <strong>de</strong>itar?<br />

Pois, concordo consigo que não será uma noite agradável! E, sim,<br />

quando o <strong>de</strong>spertador tocar e tiver <strong>de</strong> cumprir com o seu dia, não irá<br />

sentir-se muito refrescado. E se o sono não chegar e passar o resto<br />

da noite toda a matar tempo? Pois é…<br />

E agora que o sadismo <strong>de</strong>sta regra já ficou bem claro, compete-me<br />

explicar as razões <strong>de</strong> ser da existência <strong>de</strong> uma regra <strong>de</strong>stas, <strong>de</strong> tão<br />

má catadura. Ao longo dos dias e dos anos, nós vamos formando<br />

Capítulo: Módulo 3<br />

6<br />

9


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

milhares <strong>de</strong> associações, sem nos apercebermos bem. Aquele cheiro<br />

a biscoitos, que ainda hoje lhe traz as sauda<strong>de</strong>s da sua avó, aquele<br />

sítio por on<strong>de</strong> passa e sente um arrepio <strong>de</strong>sagradável porque ficou<br />

sempre ligado a um susto que lá teve há uns anos, aquela música<br />

que lhe provoca um sorrisinho tonto <strong>de</strong> adolescente… Associações é<br />

uma coisa que o nosso cérebro faz muito bem, <strong>de</strong> uma forma<br />

automática, e têm por função simplificar-nos a vida (excepto quando<br />

complicam, está bem <strong>de</strong> ver, mas, essa, é outra história).<br />

Quando permanece na cama mais do que 20/30 minutos<br />

acordado(a), está a treinar o seu corpo a permanecer acordado<br />

quando está na cama. Assim explicado, é <strong>de</strong> uma simplicida<strong>de</strong><br />

evi<strong>de</strong>nte, não é? Imagine que o seu corpo é uma criança que foi<br />

habituada a fazer o que queria em relação a um <strong>de</strong>terminado aspecto<br />

(por exemplo, a comer quando lhe apetece e não às refeições) e que,<br />

sempre que é contrariada nisso, tem uma birra (e não come). Agora,<br />

imagine que quer mudar essa situação: terá <strong>de</strong> habituá-la a fazer o<br />

que é necessário quando é suposto (neste caso, não lhe dá comida<br />

sem ser às refeições e, quando ela enten<strong>de</strong> não comer a uma<br />

refeição, não come; mas terá <strong>de</strong> esperar pelo novo momento<br />

apropriado para o fazer). No início <strong>de</strong>ste treino, é uma guerra <strong>de</strong><br />

nervos, como qualquer pai ou mãe muito bem sabe! Mas, mantendose<br />

firme na sua estratégia, os novos hábitos surgem muito rápido.<br />

Espantosamente rápido, mesmo. O problema, muitas vezes, é a<br />

firmeza… aquelas pequenas cedências que se fazem, correm,<br />

habitualmente, muito mal; funcionam um pouco como uma pequena<br />

brecha que começa a abrir numa pare<strong>de</strong> e ameaça <strong>de</strong>smoroná-la em<br />

pouco tempo. Por isso, cumpra rigorosamente com esta regra – para<br />

que rapidamente <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> precisar <strong>de</strong> o fazer!<br />

Desta questão <strong>de</strong> associação entre duas situações (neste caso, cama<br />

e dormir), nasce a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mais uma regra.<br />

Capítulo: Módulo 3<br />

7<br />

0


A cama foi feita para dormir<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Há 10.000 anos, no Neolítico, os nossos antepassados começaram a<br />

dormir naquilo que po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado como as primeiras camas:<br />

zonas ―acolchoadas‖ com palha, folhas ou erva, cobertas por peles <strong>de</strong><br />

animais. Há 5.400 anos, os faraós egípcios, <strong>de</strong>scobriram as<br />

vantagens <strong>de</strong> ter uma plataforma num plano superior ao chão on<strong>de</strong><br />

pu<strong>de</strong>ssem repousar. No tempo dos romanos, as camas incorporavam<br />

colchões (sim, uma novida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>stes tempos) e tinham fins diversos:<br />

havia camas apenas para dormir (lectus cubicularis), camas para<br />

comer, camas para estudar e camas para… enfim, você sabe… Pela<br />

altura do Renascimento, gran<strong>de</strong>s reis e senhores recebiam os seus<br />

súbditos <strong>de</strong>itados em camas <strong>de</strong> grandiosida<strong>de</strong> luxuosa, como forma<br />

<strong>de</strong> afirmarem o seu po<strong>de</strong>r.<br />

Hoje temos camas racionalizadas: rectangulares, poucos ornamentos,<br />

colchões maravilhosos, adaptados a todas as vértebras, almofadas<br />

para cada posição preferida a dormir, enchimentos para todos os<br />

gostos, <strong>de</strong>sign, ou nem por isso. E a cama voltou à sua função<br />

primordial <strong>de</strong> suportar o nosso corpo enquanto dormimos.<br />

A todos aqueles que usam a cama para ver televisão, ler, comer,<br />

conversar ao telefone, trabalhar, jogar no portátil, etc, tenho a dizer:<br />

―A cama só serve para duas coisas, e uma <strong>de</strong>las é dormir!‖<br />

A partir <strong>de</strong> agora, para que o seu corpo mais facilmente associe cama<br />

a sono, <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> fazer tudo o que não é nenhuma <strong>de</strong>ssas duas coisas<br />

na cama. Leve a televisão para outro sítio (―Mas eu só consigo dormir<br />

com a televisão acesa!!!!‖. Resposta: ―Mentira! Se assim fosse não<br />

estava com um problema <strong>de</strong> insónias….‖), <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> ler na cama (―Mas<br />

eu sempre li na cama! É o meu único momento <strong>de</strong> sossego!‖.<br />

Resposta: ―Já experimentou o sofá?‖), o trabalho <strong>de</strong>ve ter um sítio<br />

reservado fora do quarto (―Mas eu não tenho mais nenhum sítio para<br />

ter o computador‖. Resposta: ―Se não existe mais nenhum cantinho,<br />

minúsculo que seja, esquecido num qualquer sítio da casa, encontre<br />

Capítulo: Módulo 3<br />

7<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

uma forma <strong>de</strong> dividir visualmente uma zona do seu quarto, com um<br />

separador (uma estante, um biombo, um cortinado ou, na total<br />

impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o fazer, apenas pintando a pare<strong>de</strong> e/ou <strong>de</strong>corando<br />

o sítio on<strong>de</strong> trabalha <strong>de</strong> uma maneira diferente), criando uma ilusão<br />

<strong>de</strong> espaço separado, on<strong>de</strong> possa trabalhar. Sentado!‖).<br />

A questão primordial <strong>de</strong>stas duas regras é simples: manter a cama<br />

associada ao sono, ajudando, assim, o seu corpo a perceber que está<br />

mesmo a falar a sério quando se <strong>de</strong>ita!<br />

A lista<br />

Nunca ninguém ficou conhecido pela sua rapi<strong>de</strong>z e brilhantismo <strong>de</strong><br />

raciocínio quando acorda a meio da noite, ainda meio grogue <strong>de</strong><br />

sono, certo? Por isso, é natural que, ao acordar inesperadamente a<br />

meio das profun<strong>de</strong>zas do sono, imerso no silêncio e escuridão, tenha<br />

muito pouca capacida<strong>de</strong> para pensar no que po<strong>de</strong>rá fazer para se<br />

entreter até que o sono se <strong>de</strong>cida a visitá-lo <strong>de</strong> novo. Para que possa<br />

sempre ter uma selecção <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s que lhe pareçam<br />

apropriadas, relaxantes e agradáveis, vá construindo a sua lista <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ias – assim, bastará olhar para o que escreveu, sem ter <strong>de</strong> pensar<br />

no assunto.<br />

Activida<strong>de</strong> Activida<strong>de</strong><br />

Capítulo: Módulo 3<br />

7<br />

2


A luz<br />

Hora do embalo<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Na hora antes <strong>de</strong> dormir, comece a diminuir as luzes nas zonas on<strong>de</strong><br />

está. Os ciclos <strong>de</strong> vigília e sono estão intimamente ligados à luz<br />

disponível, nomeadamente a luz azul, pelo que ajuda não estar<br />

<strong>de</strong>slumbrado por uma luminosida<strong>de</strong> que, provavelmente, não será<br />

necessária para aquilo que está a fazer (e o que está a fazer<br />

correspon<strong>de</strong> a activida<strong>de</strong>s relaxantes, lembra-se?).<br />

Ainda nesta hora, afaste-se <strong>de</strong> aparelhos eléctricos dominados por luz<br />

azul: computador e televisor são os mais importantes. Escolha bem<br />

as lâmpadas que utiliza em casa – tons suaves e amarelados são os<br />

que melhor induzem o sono. As velas, muito particularmente,<br />

transmitem uma luz alaranjada e que ficou organicamente associada<br />

ao período antes <strong>de</strong> dormir, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o tempo em que o ser humano<br />

<strong>de</strong>scobriu que adormecer ao lado da fogueira mantinha os animais<br />

selvagens afastados, além <strong>de</strong> o manter quente durante a noite.<br />

E, como o saber não ocupa lugar, e é importante percebermos as<br />

razões das coisas, <strong>de</strong>ixo-lhe algumas informações sobre o ciclo<br />

circadiano.<br />

CCiicclloo cciirrccaaddiiaannoo<br />

Enten<strong>de</strong>-se por ciclo circadiano o período <strong>de</strong> aproximadamente 24<br />

horas com que o relógio interno <strong>de</strong> todos os seres vivos regula<br />

gran<strong>de</strong> parte dos ciclos bioquímicos, fisiológicos e comportamentais<br />

que sustêm a vida.<br />

Capítulo: Módulo 3<br />

7<br />

3


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Autora: Madalena Lobo<br />

Os estímulos externos que nos ajudam a sincronizar o nosso ciclo<br />

circadiano, chamados zeitgebers (impressionado?), incluem:<br />

temperatura, nutrição, horas da refeição, interacções sociais,<br />

medicamentos e, acima <strong>de</strong> tudo, o ciclo da luz solar.<br />

Curiosamente, o ciclo do dia/noite é tão importante que, mesmo<br />

privado <strong>de</strong> contacto com o exterior, o nosso organismo continua a<br />

assumir, com elevada precisão, o momento nocturno como estando<br />

reservado ao sono e o momento diurno, reservado à vigília. A nossa<br />

tendência para dormir à noite é biológica, antes <strong>de</strong> mais.<br />

A luz do dia regula a produção <strong>de</strong> melatonina, a hormona do sono;<br />

quando expostos à luz solar a produção <strong>de</strong> melatonina é reduzida,<br />

permitindo-nos ficar alertas e activos. Na ausência <strong>de</strong> luz, o corpo<br />

segrega mais melatonina, o que induz a sonolência. A exemplo da luz<br />

solar, a luz azul ou azulada, produz um efeito semelhante, don<strong>de</strong> a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mantermos algum controlo sobre a qualida<strong>de</strong> e<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iluminação nas nossas casas quando preten<strong>de</strong>mos<br />

―explicar‖ ao corpo que está na hora <strong>de</strong> se começar a preparar para<br />

dormir.<br />

MMoocchhooss ee ccoottoovviiaass<br />

Os seres humanos po<strong>de</strong>m ter um relógio interno mais diurno ou mais<br />

noctívago: cotovias ou mochos, cada qual estabelece-se em horas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>itar e acordar que lhe são mais confortáveis, com uma variação <strong>de</strong><br />

cerca <strong>de</strong> duas horas entre cada uma <strong>de</strong>stas duas categorias. Assim,<br />

para uns a hora <strong>de</strong> <strong>de</strong>itar habitual, correspon<strong>de</strong>nte à fase em que<br />

começa a ficar sonolento, po<strong>de</strong> rondar as 23 horas, enquanto para<br />

outros antes da uma da manhã é cedo <strong>de</strong>mais. Sempre que possível,<br />

tente ajustar a sua vida aos seu ritmo fisiológico – discutir com o<br />

corpo, naquilo que é intrinsecamente o seu funcionamento saudável,<br />

costuma dar mau resultado. Este aspecto é especialmente importante<br />

Capítulo: Módulo 3<br />

7<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

para as ―cotovias‖, ou seja as pessoas que ten<strong>de</strong>m a ritmos menos<br />

tardios, <strong>de</strong>itando cedo e acordando cedo, porque, por um qualquer<br />

motivo que <strong>de</strong>sconheço, a socieda<strong>de</strong> portuguesa tem evoluído, ao<br />

longo das últimas duas/três décadas para uma socieda<strong>de</strong> bastante<br />

noctívaga: cada vez saímos mais tar<strong>de</strong> dos empregos, jantamos mais<br />

tar<strong>de</strong>, <strong>de</strong>itamo-nos mais tar<strong>de</strong> e a disponibilida<strong>de</strong> das activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

lazer nocturnas se faz mais tar<strong>de</strong>. Por isso, para as ―cotovias‖, tornase<br />

especialmente complicado respeitar os seus horários fisiológicos <strong>de</strong><br />

natureza mais diurna, sendo preciso fazer concessões e ter alguma<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> afirmação nas relações interpessoais.<br />

Quando os ritmos <strong>de</strong> sono surgem como muito tardios, convém<br />

analisar se po<strong>de</strong>remos estar perante uma perturbação <strong>de</strong> fase adiada,<br />

que <strong>de</strong>verá ser tratada noutro contexto que não este – nesses casos,<br />

as insónias surgem como consequência natural do facto <strong>de</strong> as<br />

pessoas não terem sono antes <strong>de</strong> uma hora tardia, apesar <strong>de</strong> terem<br />

<strong>de</strong> se <strong>de</strong>itar num intervalo <strong>de</strong> horas anterior a essa hora, por<br />

contingências, normalmente, laborais – se não tem sono antes das 4<br />

da manhã, mas tem <strong>de</strong> levantar às 7 para ir trabalhar, é natural que<br />

tente dormir à meia noite ou, mesmo, uma da manhã. No entanto,<br />

com uma perturbação <strong>de</strong> fase adiada, não o conseguirá fazer, o que o<br />

po<strong>de</strong> levar a queixar-se <strong>de</strong> insónias.<br />

Além <strong>de</strong>stes horários favoritos para dormir, distinguimo-nos, ainda,<br />

face à quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sono que requeremos para nos sentirmos bem –<br />

dorminhocos ou nem por isso, numa variação <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> duas horas.<br />

Dormir muito ou pouco, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> intervalos aceitáveis, ou seja,<br />

entre as 6 e as 8 horas é menos importante do que dormir <strong>de</strong> uma<br />

forma consolidada (sem acordares nocturnos) e acordar repousado.<br />

Fora <strong>de</strong>stes intervalos, a situação <strong>de</strong>ve ser corrigida – está<br />

<strong>de</strong>monstrado que dormir consistentemente menos <strong>de</strong> 5 horas ou mais<br />

<strong>de</strong> 8 tem impacto negativo na saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve ser objecto <strong>de</strong> avaliação<br />

e correcção.<br />

Capítulo: Módulo 3<br />

7<br />

5


Os líquidos<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Também nessa hora – aliás nos 90 minutos antes <strong>de</strong> dormir, já que é<br />

o tempo que o organismo necessita para processar líquidos -, evite a<br />

ingestão <strong>de</strong> líquidos. Se o que sobe, <strong>de</strong>sce, também o que entra, sai…<br />

E não é boa i<strong>de</strong>ia ter <strong>de</strong> acordar a meio da noite para se <strong>de</strong>spedir<br />

<strong>de</strong>ssas duas chávenas <strong>de</strong> chá que tomou antes <strong>de</strong> ir para a cama,<br />

pois não?<br />

Capítulo: Módulo 3<br />

7<br />

6


Dias <strong>de</strong> boa noite<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

E, tratada da noite, é tempo <strong>de</strong> voltarmos ao dia, para nos<br />

assegurarmos <strong>de</strong> que não vai ter impactos negativos no sono.<br />

Alimentação<br />

A alimentação é um tema complexo mas fundamental para o bemestar,<br />

saú<strong>de</strong> e longevida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong> nós. Aquilo que ingerimos,<br />

muito em particular à noite, <strong>de</strong>ve ser cuidado tendo em atenção a<br />

sua possível interferência no sono. Alguns cuidados alimentares nas<br />

refeições nocturnas:<br />

Coma pouco e ligeiro: o processo digestivo interfere com o sono<br />

Evite gorduras e alimentos <strong>de</strong> difícil digestão, como ovos<br />

Evite açúcares, pela energia imediata que lhe dão, o que<br />

significa aceleração (ou seja, o oposto da tranquilização<br />

necessária)<br />

Mantenha o final do seu jantar distanciado cerca <strong>de</strong> 4 horas da<br />

hora <strong>de</strong> <strong>de</strong>itar para garantir que não existem interferências do<br />

que ingeriu<br />

Ao jantar, privilegie uma refeição forte em hidratos <strong>de</strong> carbono<br />

e com níveis médio-baixos <strong>de</strong> proteínas – a combinação que<br />

propicia o sono<br />

Coma qualquer coisa ligeira antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>itar; lembre-se que<br />

―quem se <strong>de</strong>ita sem ceia, toda a noite esperneia‖. Prefira algo<br />

com hidratos <strong>de</strong> carbono complexos, um pouco <strong>de</strong> proteína e<br />

cálcio: uma torrada com queijo, iogurte com cereais, duas<br />

bolachas <strong>de</strong> aveia com um copo <strong>de</strong> leite, por exemplo. Os<br />

lacticínios em geral contêm triptófano e cálcio e o cálcio ajuda o<br />

cérebro a usar o triptófano a manufacturar melatonina.<br />

Melatonina alta, temperatura corporal baixa, condições<br />

propícias ao sono. E, ao combinar hidratos <strong>de</strong> carbono com uma<br />

pequena porção <strong>de</strong> proteína o cérebro produz serotonina,<br />

conhecida como a ―hormona calmante‖.<br />

Capítulo: Módulo 3<br />

7<br />

7


Estimulantes<br />

Há 4 coisas absolutamente proibidas antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>itar:<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Álcool – apesar <strong>de</strong> funcionar como um tranquilizante num<br />

primeiro momento, quando o organismo o começa a<br />

metabolizar, funciona como um excitante para efeitos <strong>de</strong> sono,<br />

<strong>de</strong>sorganizando-o. Evite-o, mesmo em pequenas quantida<strong>de</strong>s,<br />

no período <strong>de</strong> 2 horas antes <strong>de</strong> dormir. Efeitos do álcool:<br />

Suprime o sono profundo e fragmenta o sono<br />

Os sintomas <strong>de</strong> abstinência também têm como efeito um<br />

sono mais fragmentado e menos profundo<br />

Demora <strong>de</strong> meia hora a uma hora e meia a metabolizar<br />

30 ml (0,3 dl) <strong>de</strong> álcool; por isso, um pequeno meio copo<br />

ao jantar não interfere com o sono mas mais do que isso<br />

ou mais tar<strong>de</strong> do que as horas habituais <strong>de</strong> jantar vão<br />

provocar-lhe problemas<br />

A conjunção com a maior parte dos medicamentos é<br />

complexa e, em muitos casos, perigosa<br />

Cafeína – nas 6 horas antes <strong>de</strong> dormir, não ingira café, nem<br />

produtos com cafeína ou teína (chás que não sejam infusões,<br />

coca-cola ou outros refrigerantes, chocolate, alguns<br />

medicamentos <strong>de</strong> venda livre, como, por exemplo, alguns que<br />

controlam o apetite). A cafeína:<br />

Acelera as ondas cerebrais, aumenta o ritmo cardíaco e a<br />

pressão arterial, causando um estado <strong>de</strong> alerta e<br />

reduzindo a fadiga. Estes efeitos estimulantes po<strong>de</strong>m<br />

durar 6 ou mais horas e interferir com o sono. Evite-a a<br />

partir da hora do almoço.<br />

A cafeína po<strong>de</strong> causar <strong>de</strong>pendência e sintomas <strong>de</strong><br />

abstinência que, por sua vez, e além do mal-estar geral,<br />

po<strong>de</strong>m provocar insónias. Por isso, se for muito<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> café, vá diminuindo a quantida<strong>de</strong> ingerida<br />

progressivamente, e concentrando-se no período da noite<br />

e tar<strong>de</strong>.<br />

Drogas – legais ou ilegais, <strong>de</strong> função estimulante, interferem<br />

com o sono<br />

Nicotina – Evite na 1 a 2 horas antes <strong>de</strong> dormir.<br />

Capítulo: Módulo 3<br />

7<br />

8


Semana <strong>de</strong> mudança<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Todos os dias, marque na tabela abaixo, com um ‗X‘, todos os itens<br />

que tiver cumprido e que constituem as suas tarefas durante 7 dias,<br />

antes <strong>de</strong> entrar no próximo capítulo. Quando nada é dito em<br />

contrário, na tabela, assume-se que é uma activida<strong>de</strong> diária; nos<br />

outros casos, apresenta-se entre parênteses, a frequência <strong>semana</strong>l.<br />

Semana 3 Dia<br />

1<br />

Registei os meus pensamentos sobre o<br />

sono e contra-argumentei comigo<br />

mesmo<br />

Cumpri com a hora que estipulei para<br />

acordar<br />

Apenas fiz activida<strong>de</strong>s tranquilas<br />

durante a hora antes <strong>de</strong> dormir<br />

Fiz exercício físico cardiovascular (4 a 5<br />

vezes/<strong>semana</strong>)<br />

Pratiquei a respiração tranquilizante<br />

Levantei-me se acordado mais do que<br />

20/30 minutos e só regressei sonolento<br />

Utilizei a cama apenas para dormir<br />

Na hora antes <strong>de</strong> dormir, diminuí luzes<br />

Evitei ingerir líquidos nos 90 minutos<br />

antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>itar<br />

Mantive uma alimentação ligeira à noite<br />

Eliminei os estimulantes no período em<br />

que pu<strong>de</strong>ssem interferir com o sono<br />

Dia<br />

2<br />

Dia<br />

3<br />

Dia<br />

4<br />

Dia<br />

5<br />

Dia<br />

6<br />

Dia<br />

7<br />

Capítulo: Módulo 3<br />

7<br />

9


Horas a que foi para a cama<br />

Tempo que levou a adormecer<br />

Horas a que acordou a meio da noite<br />

Tempo total que esteve acordado a meio da noite<br />

Horas a que acordou pela última vez<br />

Horas a que se levantou<br />

Tempo total que planeou para dormir<br />

Tempo total que esteve a dormir<br />

Sentiu que dormiu bem?<br />

Nº <strong>de</strong> comprimidos para dormir<br />

Ansieda<strong>de</strong> relativamente a dormir<br />

Fadiga ou sonolência<br />

Atenção, concentração e memória<br />

Motivação, energia, iniciativa<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Semana 3 Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4 Dia 5 Dia 6 Dia 7<br />

Tensão, dores <strong>de</strong> cabeça, perturbações gastrointestinais<br />

Capítulo: Módulo 3<br />

8<br />

0


MMÓÓDDUULLOO 44<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Capítulo: Módulo 4<br />

8<br />

1


A <strong>semana</strong><br />

Os objectivos <strong>de</strong>sta <strong>semana</strong><br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Nesta próxima <strong>semana</strong>, teremos novos <strong>de</strong>safios. Tal como temos<br />

vindo a fazer, vamos adicionando aos <strong>de</strong>safios anteriores, excepto no<br />

que diz respeito à activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> relaxamento. Para o relaxamento,<br />

vamos propondo exercícios diferentes a cada <strong>semana</strong>, para po<strong>de</strong>r<br />

experimentar e ir apurando o(s) exercício(s) que melhor se<br />

a<strong>de</strong>qua(m) às suas necessida<strong>de</strong>s. Claro que não vem mal nenhum ao<br />

mundo se resolver utilizar no mesmo dia todos os exercícios que vai<br />

apren<strong>de</strong>ndo – sempre po<strong>de</strong>rá concorrer ao Guinness como a pessoa<br />

mais relaxada <strong>de</strong> sempre .<br />

Esta <strong>semana</strong>, irá:<br />

Continuar a alterar pressupostos e atitu<strong>de</strong>s sobre o sono<br />

Experimentar um exercício <strong>de</strong> contenção <strong>de</strong> preocupações<br />

Limitar o período que está na cama<br />

Começar a <strong>de</strong>sabituar-se <strong>de</strong> medicação para induzir o sono, no<br />

caso <strong>de</strong> a tomar habitualmente<br />

Conhecer algumas tisanas indutoras <strong>de</strong> sono<br />

Estabelecer rituais <strong>de</strong> fecho do dia<br />

Criar zonas <strong>de</strong> <strong>de</strong>saceleração ao longo do dia<br />

Capítulo: Módulo 4<br />

8<br />

2


Como foi a <strong>semana</strong>?<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

É tempo para reflectir sobre como correu esta <strong>semana</strong>. Na tabela<br />

abaixo, preencha os resultados, com base nos registos efectuados.<br />

Semana 3 Explicação Insira o seu<br />

valor<br />

Média <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> sono Soma o tempo total que<br />

esteve a dormir todos os dias<br />

e divi<strong>de</strong> por 7 (A)<br />

Média do tempo planeado<br />

para dormir<br />

Soma o tempo total que<br />

planeou para dormir todos os<br />

dias e divi<strong>de</strong> por 7 (B)<br />

Eficiência <strong>de</strong> sono Divi<strong>de</strong> a média <strong>de</strong> horas <strong>de</strong><br />

sono pela média do tempo<br />

planeado para dormir (A/B);<br />

vai obter uma percentagem<br />

Tempo médio para<br />

adormecer<br />

Tempo médio acordado à<br />

noite<br />

Nº médio <strong>de</strong> vezes que<br />

acordou a meio da noite<br />

Nº <strong>de</strong> noites em que<br />

dormiu bem<br />

Soma o tempo que levou para<br />

adormecer todos os dias e<br />

divi<strong>de</strong> por 7<br />

Soma o tempo total acordado<br />

a meio da noite e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Soma o nº <strong>de</strong> vezes em que<br />

acordou à noite e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Soma o número <strong>de</strong> ―S‖ que<br />

marcou e divi<strong>de</strong> por 7,<br />

obtendo uma percentagem<br />

Total <strong>de</strong> comprimidos que<br />

tomou para dormir<br />

Soma as suas avaliações<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Nº <strong>de</strong> comprimidos para<br />

dormir<br />

Ansieda<strong>de</strong> relativamente a<br />

dormir<br />

Fadiga ou sonolência Soma as suas avaliações<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Atenção, concentração e Soma as suas avaliações<br />

memória<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Motivação, energia, Soma as suas avaliações<br />

iniciativa<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Tensão, dores <strong>de</strong> cabeça, Soma as suas avaliações<br />

perturbações<br />

gastrointestinais<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Capítulo: Módulo 4<br />

8<br />

3


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Autora: Madalena Lobo<br />

Neste momento, terá 3 tabelas preenchidas – a 1ª reflecte o seu<br />

ponto <strong>de</strong> partida e as duas últimas referem-se ao seu progresso até<br />

agora. Como é que estão a evoluir os indicadores?<br />

O número <strong>de</strong> horas total <strong>de</strong> sono está a aumentar? Já se<br />

encontra mais próximo das 7 horas <strong>de</strong> sono?<br />

A eficiência <strong>de</strong> sono já está a ficar mais próxima dos 85%?<br />

O tempo médio para adormecer está a regularizar?<br />

O tempo médio acordado à noite e o número <strong>de</strong> vezes que<br />

acorda a meio da noite têm vindo a diminuir?<br />

O número <strong>de</strong> noites que sentiu que dormiu bem tem<br />

aumentado?<br />

Os cinco indicadores finais começam a <strong>de</strong>monstrar melhorias?<br />

Se a sua resposta a todas as perguntas anteriores for negativa,<br />

consi<strong>de</strong>re o seguinte:<br />

1. Está a seguir o Programa Durma Bem! com rigor, isto é, um<br />

módulo em cada <strong>semana</strong> e cumprindo com todas as sugestões<br />

<strong>de</strong> cada módulo?<br />

Se, <strong>de</strong> facto, estiver a seguir rigorosamente o Programa e ainda<br />

não tiver notado nenhum progresso, não há nada <strong>de</strong> invulgar<br />

na situação, por enquanto. Não é por acaso que o Programa<br />

Durma Bem! se <strong>de</strong>senvolve ao longo <strong>de</strong> 7 <strong>semana</strong>s – é porque<br />

são mesmo precisas, quer porque é necessário ir continuando a<br />

fazer adaptações a uma nova forma <strong>de</strong> lidar com o sono, quer<br />

porque é necessário um intervalo <strong>de</strong> tempo durante o qual o<br />

organismo se possa habituar a novos hábitos. Continue<br />

calmamente o programa – as melhorias não tardarão a fazer-se<br />

sentir.<br />

Se, por outro lado, tem ―saltado‖ <strong>semana</strong>s ou activida<strong>de</strong>s<br />

propostas,… bem… imagina o que lhe vou dizer, não é? Os<br />

milagres andam teimosamente arredios dos nossos tempos, por<br />

isso, é melhor optar por arregaçar as mangas e cumprir<br />

zelosamente aquilo que lhe vou propondo, <strong>semana</strong> a <strong>semana</strong>.<br />

Capítulo: Módulo 4<br />

8<br />

4


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

2. Os indicadores estão a piorar, em vez <strong>de</strong> melhorarem?<br />

No caso improvável disto estar a acontecer (atenção, po<strong>de</strong><br />

acontecer para um ou outro indicador – regri<strong>de</strong> antes <strong>de</strong><br />

progredir, mas não é suposto que todos os indicadores estejam<br />

a piorar), verifique se existe uma causa extraordinária para<br />

isto: surgiu uma fonte adicional <strong>de</strong> stress elevado na sua vida?<br />

Adoeceu? Iniciou uma nova medicação para um problema<br />

médico? Mudou os horários <strong>de</strong> sono no <strong>de</strong>curso <strong>de</strong> alterações<br />

da vida profissional ou familiar? Se não encontrar uma<br />

mudança na sua vida que possa estar a justificar esta situação,<br />

envie-nos um e-mail para contacto@oficina<strong>de</strong>psicologia.com,<br />

com o seguinte texto: ―Estou a iniciar o módulo 4 do Programa<br />

Durma Bem! e todos os meus indicadores <strong>de</strong> sono pioraram‖ –<br />

ou eu ou um dos psicólogos da <strong>Oficina</strong> <strong>de</strong> <strong>Psicologia</strong> irão entrar<br />

em contacto consigo para proce<strong>de</strong>rem a uma avaliação e<br />

encontrar soluções.<br />

Capítulo: Módulo 4<br />

8<br />

5


Carneirinhos irrequietos<br />

“Porque é que eu não durmo?”<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Não há nada <strong>de</strong> errado consigo; são apenas maus hábitos,<br />

provavelmente <strong>de</strong> longa data, e gran<strong>de</strong>mente influenciados por uma<br />

cultura mo<strong>de</strong>rna que valoriza o turbo em <strong>de</strong>trimento da ecologia<br />

fisiológica. E dar voltas à cabeça, na tentativa <strong>de</strong> encontrar uma<br />

outra razão que possa, eventualmente, justificar o facto <strong>de</strong> estar<br />

acordado a pensar nisto não vai, <strong>de</strong> certeza absoluta, contribuir em<br />

nada para adormecer…<br />

“Nunca vou conseguir dormir bem…”<br />

Assumindo que não houve nenhuma bruxa má que tenha<br />

comparecido ao seu baptizado para lhe lançar esta maldição, não há<br />

motivo nenhum para não corrigir este seu problema <strong>de</strong> insónias – 70<br />

a 80% das pessoas passam a dormir significativamente melhor após<br />

este programa; convém ter em atenção que uma componente das<br />

restantes ou têm algumas melhorias ou não cumprem as regras e<br />

técnicas que compõem o programa.<br />

“Isto é <strong>de</strong> família”<br />

Tanto quanto eu saiba, nunca foi <strong>de</strong>monstrada uma base genética<br />

das insónias. Já algumas condições que possam estar a provocar as<br />

suas insónias, como é o caso das perturbações da ansieda<strong>de</strong>, existem<br />

nas famílias, o que aponta para algum grau <strong>de</strong> potencial hereditário<br />

ou <strong>de</strong> facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizagem <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> reactivida<strong>de</strong> do<br />

sistema nervoso central. Po<strong>de</strong> acontecer que, a exemplo <strong>de</strong> pai, mãe,<br />

tios, tenha predisposição para um excesso ansioso e isso, por sua<br />

vez, esteja a provocar dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sono. O tema da ansieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ve ser tratado em contexto próprio (psicoterapia); no entanto, está<br />

<strong>de</strong>monstrado que é possível tratar insónias separadamente – não irá<br />

ficar menos ansioso, mas irá dormir melhor.<br />

Capítulo: Módulo 4<br />

8<br />

6


“Preciso <strong>de</strong> dormir 8 horas”<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Cada um <strong>de</strong> nós apenas precisa <strong>de</strong> dormir aquilo que o organismo<br />

naturalmente precisa. Tal como já falámos, o ser humano difere nas<br />

suas necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sono e, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se mantenha num intervalo<br />

entre aproximadamente 6-8 horas, e se sinta refrescado ao acordar,<br />

não há qualquer necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se forçar a dormir mais horas por<br />

noite.<br />

“Se não dormir bem, vou ter problemas graves <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>”<br />

Dormir a<strong>de</strong>quadamente e na justa medida é fundamental para o<br />

nosso bom funcionamento e não o fazer, <strong>de</strong> uma forma crónica,<br />

comporta consequências directas ou indirectas para o nosso bemestar.<br />

Dito isto, vamos relativizar um pouco, sim?<br />

Aqui vai um dado adquirido: quem rouba, vai preso. Bem… se for<br />

apanhado, se chamarem a polícia, se houver provas, se o Tribunal<br />

assim o <strong>de</strong>cidir, se não for afilhado <strong>de</strong> ninguém… Para cada dado<br />

absoluto, existem sempre várias variáveis que o modulam e o tornam<br />

incerto. O tema da saú<strong>de</strong> e do sono não é excepção.<br />

Se passar anos a dormir consistentemente abaixo do limiar do<br />

necessário pelo seu organismo não irá, certamente, usufruir do<br />

mesmo bem-estar e energia do que alguém que tenha passado os<br />

mesmos anos com noites regaladas a sono solto. Mas também não<br />

me parece que alguma vez se tenha escrito ―motivo: insónias<br />

crónicas‖ numa certidão <strong>de</strong> óbito, certo?<br />

O importante é que está activamente a tentar alterar os seus hábitos<br />

<strong>de</strong> sono e irá sentir os benefícios disso mais cedo ou mais tar<strong>de</strong>. Não<br />

será por mais duas ou três <strong>semana</strong>s <strong>de</strong> noites mal dormidas que<br />

valerá a pena afligir-se.<br />

Capítulo: Módulo 4<br />

8<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

E, claro, continue a anotar aquilo que vai pensando a propósito da<br />

sua capacida<strong>de</strong> em dormir, dos efeitos que as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sono<br />

têm ou po<strong>de</strong>m ter em si, do que pensa a seu propósito no que se<br />

refere ao sono ou falta <strong>de</strong>le, e tudo o que se possa relacionar com o<br />

tema. Como habitual, utilize as linhas abaixo.<br />

Data O que eu pensei (sobre a minha capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dormir,<br />

sobre o impacto do sono nas minhas capacida<strong>de</strong>s, etc)<br />

Capítulo: Módulo 4<br />

8<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Relaxamento para os preocupados<br />

Infelizmente, não viemos ao Mundo equipados com um botão que nos<br />

permita ligar e <strong>de</strong>sligar o dia, para mudarmos instantaneamente <strong>de</strong><br />

estado <strong>de</strong> activação mental e po<strong>de</strong>rmos adormecer rápido, em<br />

sobreposição ao dia que insistimos em transportar connosco para a<br />

cama. Por isso, e para quem tenha tendência a levar para <strong>de</strong>baixo<br />

dos lençóis as suas preocupações sobre o que aconteceu e o que está<br />

para vir no dia seguinte, convém estabelecer uma forma <strong>de</strong> conter o<br />

dia, encerrando-o on<strong>de</strong> ele <strong>de</strong>ve ficar, até ao dia seguinte.<br />

Muitos <strong>de</strong> nós fazemos isto automaticamente – uma espécie <strong>de</strong><br />

arquivador mental, em que vamos praticando abrir e fechar gavetas,<br />

para uma cabeça arrumadinha. Aliás, difícil é que não o faça, <strong>de</strong> uma<br />

forma instintiva, para alguns aspectos da sua vida: por exemplo, é<br />

normal não transportarmos preocupações e aborrecimentos da vida<br />

pessoal para o trabalho (ainda que o contrário não seja tão<br />

habitual…).<br />

No entanto, para quem sente que as preocupações lhe mantêm as<br />

pálpebras abertas, é uma boa i<strong>de</strong>ia não <strong>de</strong>ixar este aspecto ao acaso,<br />

e praticar o exercício <strong>de</strong> contenção que lhe proponho, diariamente, ou<br />

sempre que sente que o dia se irá impor à noite.<br />

Capítulo: Módulo 4<br />

8<br />

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O contentor<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Sente-se confortavelmente e assegure-se <strong>de</strong> que não vai ser interrompido<br />

nos próximos 5-10 minutos. Feche os olhos e foque-se na sua respiração<br />

durante 1 ou 2 minutos. Apenas observando a sensação do ar que entra,<br />

que o percorre, lhe enche os pulmões, expandindo a caixa torácica,<br />

relaxando os músculos da barriga, e que volta a sair, os músculos que<br />

retomam a sua posição <strong>de</strong> repouso, o ar talvez mais quente à saída do que<br />

à entrada, e novamente a fazendo vibrar o corpo, preenchendo-o… Quando<br />

começar a sentir o corpo a relaxar, <strong>de</strong>ixe que lhe surja ao espírito uma<br />

imagem que represente, para si, um receptáculo sólido, capaz <strong>de</strong> conter em<br />

segurança, todas as suas preocupações e aborrecimentos. Não importa que<br />

tipo <strong>de</strong> objecto é – apenas tem <strong>de</strong> sentir que confia na sua capacida<strong>de</strong> para<br />

conter em segurança tudo o que o po<strong>de</strong> preocupar e todos os seus assuntos<br />

mal resolvidos do dia. Há quem visualize um cofre-forte, um edifício <strong>de</strong><br />

betão, uma caixa mágica, um armário <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira sólida e até mesmo um<br />

tupperware e um saco <strong>de</strong> crochet… O espaço <strong>de</strong> arquivo e contenção que<br />

imaginar não é importante: importante mesmo, é que sinta que tem espaço<br />

suficiente para que lá caiba tudo e que seja estanque ao ponto <strong>de</strong>, uma vez<br />

lá metida uma preocupação, seja impossível que saia inadvertidamente.<br />

Assim que tiver uma imagem do seu contentor, usufrua <strong>de</strong> uns segundos<br />

para se certificar <strong>de</strong> que é seguro: veja a sua soli<strong>de</strong>z e verifique que veda<br />

bem, veja a cor e a textura, observe as suas proporções, escute o som que<br />

emite quando lhe dá pancadinhas para se assegurar da sua robustez, sinta<br />

a temperatura da sua superfície.<br />

Agora que já construiu mentalmente o seu contentor, comece a imaginar<br />

tudo o que preten<strong>de</strong> que lá fique <strong>de</strong>ntro, para não o incomodar durante a<br />

noite. Não precisa <strong>de</strong> visualizar exactamente as preocupações ou<br />

aborrecimentos: aliás, até é útil que não o faça, para não ser invadido por<br />

emoções negativas, agora que é suposto começar a sossegar. Basta<br />

imaginar o assunto que é e sentir que voa para <strong>de</strong>ntro do contentor, ficando<br />

lá <strong>de</strong>ntro. Uma a uma, voam os aborrecimentos para <strong>de</strong>ntro do contentor;<br />

um a um, para lá vão os aborrecimentos; bocadinho a bocadinho, vai<br />

aliviando a tensão emocional <strong>de</strong> tudo o que foi negativo e o po<strong>de</strong>rá<br />

incomodar durante a noite, e as antecipações angustiantes do dia <strong>de</strong><br />

amanhã.<br />

Capítulo: Módulo 4<br />

9<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

E vamos continuar, com inspiração dos Xutos & Pontapés (Os contentores)…<br />

A carga pronta metida nos<br />

contentores<br />

A<strong>de</strong>us aos meus amores que me vou<br />

P'ra outro mundo<br />

É uma escolha que se faz<br />

O passado foi lá atrás<br />

A carga pronta metida nos<br />

contentores<br />

A<strong>de</strong>us aos meus amores que me vou<br />

P'ra outro mundo<br />

Num voo nocturno num cargueiro<br />

espacial<br />

Não voa nada mal isto on<strong>de</strong> vou<br />

P'lo espaço fundo<br />

Mudaram todas as cores<br />

Rugem baixinho os motores<br />

E numa força invencível<br />

Deixo a cida<strong>de</strong> natal<br />

Não voa nada mal<br />

Não voa nada mal<br />

Pela certeza dum bocado <strong>de</strong> treva<br />

De novo Adão e Eva a renascer<br />

No outro mundo<br />

Voltar a zero num planeta distante<br />

Memória <strong>de</strong> elefante talvez<br />

O outro mundo<br />

É uma escolha que se faz<br />

O passado foi lá atrás<br />

E nasce <strong>de</strong> novo o dia<br />

Nesta nave <strong>de</strong> Noé<br />

Um pouco <strong>de</strong> fé<br />

A carga pronta, metida no contentor…<br />

Resta fechá-lo, hermeticamente, <strong>de</strong><br />

uma forma inviolável. Imagine-se a<br />

fazê-lo. Agora, e porque não seria<br />

funcional nem adaptativo encerrar<br />

assuntos que po<strong>de</strong>m requerer<br />

resolução <strong>de</strong> uma forma <strong>de</strong>finitiva, da<br />

mesma forma que não costuma<br />

resultar bem varrer a sujida<strong>de</strong> para<br />

<strong>de</strong>baixo do tapete, porque tem um dia<br />

que sai, vai imaginar uma válvula<br />

mágica (seja o que for: torneira,<br />

patilha <strong>de</strong> segurança, janela segura…)<br />

que lhe permita abrir, quando e<br />

apenas quando lhe for conveniente, e<br />

retirar <strong>de</strong> uma forma controlada por<br />

si, exactamente aquilo a que quer<br />

<strong>de</strong>dicar a sua atenção. Já imaginou?<br />

Está confiante na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

contenção <strong>de</strong> assuntos do seu<br />

contentor? Então, faça uma boa<br />

inspiração e conte até 3 para voltar ao<br />

aqui e agora: 1- abra os olhos e olhe<br />

em volta; 2- ro<strong>de</strong> os pés e as mãos;<br />

3- totalmente presente, relaxado(a) e<br />

tranquilo, erga-se <strong>de</strong>vagar, com<br />

movimentos lentos e fluidos.<br />

Se, ao tentar adormecer, ou a meio<br />

da noite, for incomodado(a) por<br />

algum dos assuntos que colocou no<br />

seu contentor ou por alguma outra<br />

questão que se esqueceu <strong>de</strong> lá<br />

colocar, nalguns segundos apenas,<br />

po<strong>de</strong>rá visualizar-se a colocá-lo lá<br />

<strong>de</strong>ntro, em segurança. E, <strong>de</strong>pois, já<br />

po<strong>de</strong>rá estar disponível para dormir.<br />

―A<strong>de</strong>us aos meus amores que me<br />

vou‖!<br />

Capítulo: Módulo 4<br />

9<br />

1


Restrição do sono<br />

As mal-amadas…<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Agora temos mesmo <strong>de</strong> olhar para os seus registos <strong>de</strong> sono e apurar<br />

a média das horas que tem dormido na última <strong>semana</strong>. Para os mais<br />

resistentes às questões matemáticas, aqui vai como se calcula uma<br />

média: soma o nº <strong>de</strong> horas que dormiu todas as noites e, <strong>de</strong>pois,<br />

divi<strong>de</strong> por 7. O número obtido correspon<strong>de</strong> ao número médio <strong>de</strong><br />

horas que dormiu nas últimas 7 noites.<br />

Agora, vamos <strong>de</strong>terminar a hora a que se vai <strong>de</strong>itar, com base nessa<br />

média <strong>de</strong> horas. ―Mas eu durmo pouco, e está a dizer-me que vou<br />

ficar limitado(a) a esse pouco que dormi????‖ Pois, acaba <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scobrir porque é que esta é uma das regras mal-amadas… Esta<br />

regra é conhecida pelo nome técnico <strong>de</strong> restrição <strong>de</strong> sono e os<br />

motivos pelos quais se torna tão eficaz são os seguintes:<br />

1. Permite contrariar o fenómeno inverso, que é observado em<br />

pessoas que sofrem <strong>de</strong> insónias: o <strong>de</strong> passarem <strong>de</strong>masiado<br />

tempo na cama na esperança <strong>de</strong> que o sono surja e os apanhe<br />

<strong>de</strong>itados.<br />

2. Quanto mais tempo se passa na cama, maior a probabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ficar frustrado e irritado, o que só contribui para o fazer<br />

permanecer acordado.<br />

3. Ao restringir ligeiramente o tempo <strong>de</strong> sono, aumenta o impulso<br />

homeostático para dormir, o que facilita o início e a<br />

consolidação do sono.<br />

Convencido? Vencido, apenas? Vá lá, dê-me o benefício da dúvida,<br />

porque eu já pus muita gente a dormir (bem, dito assim, não<br />

contribui lá muito para a minha auto-estima, mas enfim, é por uma<br />

boa causa….).<br />

Capítulo: Módulo 4<br />

9<br />

2


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Autora: Madalena Lobo<br />

Uma nota: por ―tempo médio <strong>de</strong> sono‖, enten<strong>de</strong>mos o tempo<br />

efectivamente passado a dormir (olhos fechados, doce esquecimento<br />

das agruras da vida, talvez sonhos, talvez mesmo um leve<br />

ressonar…), e não o tempo que se passa na cama à espera que o<br />

sono nos encontre.<br />

Então, voltemos à nossa regra. Se a sua média <strong>de</strong> horas efectivas <strong>de</strong><br />

sono da <strong>semana</strong> passada foi <strong>de</strong> 6,5 horas e se tem marcadas as 7<br />

horas como hora do <strong>de</strong>spertador tocar e se levantar, isto significa que<br />

só po<strong>de</strong> ir para a cama a partir das 24:30. Antes disso, não se po<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>itar. A partir das 24:30, só se <strong>de</strong>ita quando tiver sono. Não vale<br />

fazer batota como, por exemplo, aquele truque habitual <strong>de</strong> se<br />

recostar confortavelmente no sofá enquanto vê uma xaropada<br />

qualquer e vai permitindo que as pálpebras <strong>de</strong>scaiam, indolentes,<br />

embalado pelo som da televisão, cada vez mais lá ao fundo…<br />

A única excepção: abaixo das 5 horas <strong>de</strong> sono, marcamos 5 horas<br />

para dormir. Por exemplo, se a sua média <strong>de</strong> sono efectivo na última<br />

<strong>semana</strong> foi <strong>de</strong> 4 horas, vai marcar 5 horas para dormir. Assim, se<br />

<strong>de</strong>terminou que se levanta, todos os dias, às 6 horas da manhã, a<br />

sua hora mínima <strong>de</strong> <strong>de</strong>itar é a uma da manhã.<br />

Combinado?<br />

Então, marque aqui a hora a partir da qual se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>itar:<br />

Capítulo: Módulo 4<br />

9<br />

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Medicação<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Se não tomar medicação para dormir, po<strong>de</strong> saltar esta parte. Se<br />

tomar medicação para dormir, este é o momento para começar a<br />

fazer o <strong>de</strong>smame. Toda e qualquer acção que se prenda com<br />

medicação do foro psiquiátrico, como é o caso da medicação para<br />

dormir, <strong>de</strong>ve ser orientada, conduzida e avaliada pelo seu médico<br />

psiquiatra.<br />

Dito isto, e para aqueles que, mesmo assim, têm por hábito tomar ou<br />

não tomar o comprimido para dormir, sem apoio médico, e apenas<br />

por motivos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m pragmática, aqui ficam as nossas sugestões<br />

para um <strong>de</strong>smame gradual. Saliento que o facto <strong>de</strong> apresentar um<br />

possível plano <strong>de</strong> <strong>de</strong>smame <strong>de</strong> medicação indutora <strong>de</strong> sono não é, <strong>de</strong><br />

forma alguma, um convite a fazê-lo sem supervisão médica, nem<br />

pressupor que essa acção é minimamente correcta. O meu único<br />

objectivo é controlar eventuais estragos que possam <strong>de</strong>rivar <strong>de</strong> um<br />

corte abrupto <strong>de</strong> medicação efectuada por quem, por algum motivo,<br />

o pretenda fazer, incorrectamente, sem apoio médico.<br />

Esta <strong>semana</strong>, corte pela meta<strong>de</strong> a dose que tomou na <strong>semana</strong><br />

passada. Exemplo: se tomou um comprimido todas as noites, tome<br />

meio comprimido todas as noites ou tome um comprimido noite sim,<br />

noite não. Outro exemplo: se, na <strong>semana</strong> passada, tomou 4<br />

comprimidos, esta <strong>semana</strong> não po<strong>de</strong> ultrapassar os 2.<br />

―Mas assim ainda vou dormir menos!‖. Resposta: ―Não<br />

necessariamente‖. Depen<strong>de</strong>ndo da duração do período <strong>de</strong> tempo em<br />

que tem vindo a tomar químicos para dormir e da dosagem que<br />

utiliza, é muito provável que já tenha <strong>de</strong>senvolvido tolerância, e que<br />

aquilo que toma pouco ou nada lhe faça. Nas primeiras noites em que<br />

fizer alterações, vai estar nervoso e <strong>de</strong>sconfiado, alerta e activado,<br />

portanto. O que significa que po<strong>de</strong>rá ter alguma dificulda<strong>de</strong> em<br />

Capítulo: Módulo 4<br />

9<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

conciliar no sono, mas mais <strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>pendência psicológica do que<br />

<strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>pendência fisiológica. A firmeza nesta <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> ir<br />

largando a <strong>de</strong>pendência aos químicos é fundamental para o sucesso<br />

<strong>de</strong>sta iniciativa. Se dormir pior duas ou três noites, o esforço valerá a<br />

pena – a alternativa é passar o resto da vida <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />

químicos, que não são isentos <strong>de</strong> efeitos secundários e interferem<br />

com a química natural do organismo.<br />

Nesta secção, estou apenas a referir-me a medicamentos indutores<br />

<strong>de</strong> sono e não a medicamentos que visam reduzir um estado<br />

<strong>de</strong>pressivo ou ansioso. Se estiver sob medicação psiquiátrica para<br />

regular alguma outra questão que não estritamente as dificulda<strong>de</strong>s<br />

em adormecer ou permanecer a dormir, mantenha o que está a fazer<br />

até que o seu médico acor<strong>de</strong> consigo alguma alteração.<br />

Capítulo: Módulo 4<br />

9<br />

5


Cházinhos<br />

Hora do embalo<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Para o apoiar um pouco na retirada dos químicos, e, para aqueles que<br />

não têm este problema adicional, mas gostariam <strong>de</strong> estar mais<br />

sonolentos na hora <strong>de</strong> cair na cama, sugerimos a toma <strong>de</strong> uma<br />

chávena <strong>de</strong> um chá <strong>de</strong> infusão, imediatamente antes do início da hora<br />

do embalo (para ter tempo <strong>de</strong> ―reciclar‖ o líquido!). Aliás, para<br />

sermos absolutamente correctos, não estamos aqui a falar <strong>de</strong> chás,<br />

mas sim <strong>de</strong> tisanas – infusões feitas com ervas<br />

medicinais/aromáticas.<br />

As tisanas mais comuns que ajudam no sono são: raiz <strong>de</strong> valeriana,<br />

flor <strong>de</strong> camomila, folha <strong>de</strong> cidreira ou flor <strong>de</strong> tília. Vá a uma boa<br />

ervanária e compre o produto propriamente dito, em vez <strong>de</strong> saquetas<br />

já feitas que, normalmente, pouca quantida<strong>de</strong> têm e prepare o chá<br />

<strong>de</strong> acordo com as instruções do fabricante. Uma coisa que tem <strong>de</strong><br />

saber a propósito <strong>de</strong> infusões: nunca lhes junte açúcar, porque altera<br />

as suas proprieda<strong>de</strong>s químicas. Se não gostar do sabor ao natural,<br />

junte uma colher <strong>de</strong> mel.<br />

Se odiar chás, opte pelos mesmos produtos em cápsulas.<br />

Nota <strong>de</strong> alerta: não se entusiasme na ervanária ao ponto <strong>de</strong> obter<br />

vários produtos naturais para dormir… Ou a sua composição inclui as<br />

plantas <strong>de</strong> que lhe falei ou, no <strong>de</strong>sconhecimento quanto às suas<br />

proprieda<strong>de</strong>s, opte pelo conservadorismo. Há uma tendência actual<br />

para se achar que tudo o que é natural é bom e isento <strong>de</strong> riscos –<br />

pessoalmente, gosto <strong>de</strong> lembrar que o arsénico e a estricnina são<br />

naturais. A cicuta também…<br />

Capítulo: Módulo 4<br />

9<br />

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Fechar o dia<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Mais uma vez temos <strong>de</strong> lidar com aquele problema <strong>de</strong> fabrico, que<br />

nos <strong>de</strong>ixou sem botão para <strong>de</strong>sligar o dia…<br />

Muitas vezes a realida<strong>de</strong> impõe-se sobre o sono <strong>de</strong> uma forma<br />

esmagadora. Isto costuma acontecer porque nos apercebemos <strong>de</strong><br />

coisas que <strong>de</strong>veríamos ter feito ao longo do dia e não fizemos e<br />

ficamos angustiados com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nos esquecermos <strong>de</strong> as<br />

fazer no dia seguinte. Por isso, é uma boa i<strong>de</strong>ia começar a hora do<br />

embalo, reflectindo sobre as suas tarefas cumpridas e incumpridas do<br />

dia que se está a esgotar e passando ao papel tudo aquilo <strong>de</strong> que se<br />

quer recordar no dia seguinte.<br />

Repare que não disse para apenas pensar sobre o assunto. O facto <strong>de</strong><br />

se escrever sobre algumas coisas é um acto <strong>de</strong> colocar fora <strong>de</strong> nós<br />

próprios aquilo sobre o qual se escreve e, neste caso em concreto, é<br />

um pouco como se, ao ―<strong>de</strong>spejar‖ num papel os seus temas em<br />

aberto, se esvaziasse a si próprio dos aspectos que po<strong>de</strong>riam<br />

constituir preocupação e um estado <strong>de</strong> alerta em momentos<br />

inoportunos.<br />

Também resulta muito bem, criar pequenos rituais <strong>de</strong> fecho do dia,<br />

sobretudo no que se refere a trabalho ou estudos, que façam com<br />

que as questões fiquem emocionalmente confinadas num<br />

<strong>de</strong>terminado espaço. Por exemplo: antes <strong>de</strong> sair do trabalho, arrume<br />

os seus papéis e guar<strong>de</strong>-os <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um armário ou gaveta,<br />

mantendo-se atento ao que está a fazer e permitindo-se 2 ou 3<br />

segundos para sentir que todos os temas profissionais ficaram lá<br />

fechados. Outro exemplo, para os estudantes: <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> terminar as<br />

suas tarefas académicas, feche os livros e o computador e, com<br />

atenção, olhe antes <strong>de</strong> dar meia-volta, certificando-se <strong>de</strong> que tudo<br />

ficou silenciado no seu espaço <strong>de</strong> trabalho.<br />

Capítulo: Módulo 4<br />

9<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Use a sua criativida<strong>de</strong> para criar pequenos rituais <strong>de</strong> fecho e<br />

circunscrição da activida<strong>de</strong> maioritária do dia. Mantenha-se atento às<br />

pequenas questões que o fazem ficar alerta quando se <strong>de</strong>ita e veja se<br />

as po<strong>de</strong> resolver antes <strong>de</strong> se <strong>de</strong>itar, como parte <strong>de</strong>stes rituais <strong>de</strong><br />

fecho <strong>de</strong> dia. Por exemplo, acontece, por vezes, ao <strong>de</strong>itar<br />

<strong>de</strong>spertarmos com questão tão simples como ―O que vou vestir<br />

amanhã?‖ ou ―O que vou preparar para o pequeno-almoço‖ ou<br />

―Amanhã não me posso esquecer <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar a máquina a lavar‖.<br />

Sempre que <strong>de</strong>tectar recorrência <strong>de</strong> uma questão, passe a incluí-la<br />

nas suas rotinas do <strong>de</strong>itar – assim, sempre será menos uma coisa em<br />

que pensar.<br />

Capítulo: Módulo 4<br />

9<br />

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Dias <strong>de</strong> boa noite<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Faz parte da natureza humana querer tudo, querer sempre mais e<br />

querer os opostos. Por exemplo, muitos <strong>de</strong> nós querem manter dias<br />

<strong>de</strong> fortíssima aceleração, altos níveis <strong>de</strong> stress, zero tempo <strong>de</strong> pausa,<br />

<strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> alta competição e, mesmo assim, chegar à noite e<br />

dormir como um bebé… Vamos situar-nos: isto é difícil… Não é que<br />

não seja possível: muitos conseguem-no, mas esses não se queixam<br />

<strong>de</strong> insónias. Por isso, vamos jogar pelo seguro e assegurar todas as<br />

frentes.<br />

Ao longo do dia, vou pedir-lhe que crie 5 zonas <strong>de</strong> <strong>de</strong>saceleração, ao<br />

acordar, a meio da manhã, à hora <strong>de</strong> almoço, a meio da tar<strong>de</strong> e ao<br />

final do dia,.com uma duração mínima individual <strong>de</strong> 5 minutos, sendo<br />

a máxima <strong>de</strong>ixada ao seu critério, porque <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do seu estilo <strong>de</strong><br />

vida. Po<strong>de</strong>, inclusivamente, aproveitar ―períodos mortos‖ ao longo do<br />

dia, como o momento do duche, o pára-arranca da hora <strong>de</strong> ponta, a<br />

fila para ser atendido no café ou restaurante, aqueles momentos<br />

entediantes das reuniões em que alguém fala apenas para o prazer<br />

<strong>de</strong> se ouvir…<br />

Como tudo na vida, assim que se transforma em hábito, <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ter<br />

<strong>de</strong> pensar nisto e torna-se um mecanismo naturalmente integrado na<br />

sua vida. Po<strong>de</strong>mos não conseguir obter a vida que preten<strong>de</strong>mos mas,<br />

pelo menos, po<strong>de</strong>mos escolher as suas micro-pausas.<br />

Sugiro-lhe, abaixo, uma forma <strong>de</strong> utilizar estes 5 minutos <strong>de</strong> pausa 5<br />

vezes ao dia. Naturalmente que se tiver a experiência <strong>de</strong> pequenos<br />

exercícios <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontracção, prazer e focagem da atenção no aqui e<br />

agora, po<strong>de</strong>rá substituir as minhas sugestões por essas activida<strong>de</strong>s.<br />

O importante é criar espaços ao longo do dia em que a activida<strong>de</strong><br />

interna se sossegue e se re-oriente para o momento presente.<br />

Capítulo: Módulo 4<br />

9<br />

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2 minutos <strong>de</strong> intervalo<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Durante, pelo menos, 2 minutos, faça uma <strong>de</strong> quatro coisas (ou duas,<br />

ou todas…):<br />

Se está em movimento, concentre-se em fazer todos os seus<br />

movimentos muito mais lentamente do que o habitual e<br />

mantendo a atenção totalmente focada nesses movimentos (já<br />

viu alguém a praticar Tai-Chi?). Fale lentamente, an<strong>de</strong><br />

lentamente, gesticule lentamente, com atenção ao que está a<br />

fazer, fazendo o que está a fazer com intenção…<br />

Decida mimar-se nos próximos 2 minutos: com que pequeno<br />

prazer é que se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>leitar, que mimo po<strong>de</strong>rá saborear, que<br />

pequeno acto po<strong>de</strong>rá representar dois minutos <strong>de</strong> bem-estar,<br />

só para si, só porque sim?<br />

Opte por ficar a pairar num vazio interno, fresco, leve, suave,<br />

na total ausência <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong>, flutuando um pouco, à <strong>de</strong>riva<br />

<strong>de</strong> coisa nenhuma. Raramente temos consciência do enorme<br />

barulho interno que temos: milhares <strong>de</strong> pensamentos que nos<br />

cruzam o espírito, <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> pequenas acções com que nos<br />

afadigamos, um reboliço emocional permanente. Por dois<br />

minutos, é possível suspen<strong>de</strong>r tudo (ou quase tudo) e<br />

<strong>de</strong>ixarmo-nos escutar o silêncio, envolvermo-nos numa<br />

brancura vazia <strong>de</strong> tudo. A boa notícia é que se trata <strong>de</strong> algo<br />

extremamente revigorante; a má notícia é que exige treino<br />

para o conseguir fazer ;=)<br />

Se preferir algo mais cerebral, faça uma lista mental das suas<br />

―graças‖: tudo aquilo por que po<strong>de</strong> estar grato. Vá<br />

diversificando, <strong>de</strong> cada vez que o faz, e invista sentimento em<br />

cada item da sua lista, sentindo a gratidão por cada uma das<br />

coisas que vai acrescentando à sua lista.<br />

Capítulo: Módulo 4<br />

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3 minutos <strong>de</strong> espaço para respirar<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Minuto 1: Apenas repare naquilo que está a acontecer consigo, na<br />

sua realida<strong>de</strong> interior, aqui e agora – os pensamentos que lhe bailam<br />

no espírito, as emoções que se agitem <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si, as sensações<br />

físicas, sejam elas quais forem. Se pu<strong>de</strong>r, feche os olhos um pouco,<br />

para po<strong>de</strong>r focar melhor, apenas reparando, sem qualquer avaliação,<br />

seja o que for que esteja a <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si, observe, sinta,<br />

permita.<br />

Minuto 2: Agora, suavemente, dirija a sua atenção para a respiração.<br />

Apenas reparando totalmente em tudo o que existe para sentir em<br />

cada inspiração e em cada expiração, a qualida<strong>de</strong> do ar, o movimento<br />

dos músculos, o percurso que o ar faz. Vá mantendo, com gentileza,<br />

a sua atenção focada na respiração, redirigindo-a para o ciclo<br />

inspiração-expiração, pacientemente, ainda que a atenção tenda a<br />

flutuar e a querer focar-se nos pensamentos ou emoções ou outras<br />

sensações físicas.<br />

Minuto 3: Permita que a sua atenção se expanda agora para o resto<br />

do corpo, sentindo-o como um todo, incluindo a sensação da postura<br />

corporal e expressão facial, e mantendo uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> não avaliação<br />

e <strong>de</strong> gentileza e aceitação da experiência do momento presente.<br />

Capítulo:<br />

1<br />

0<br />

1


Semana <strong>de</strong> mudança<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Todos os dias, marque na tabela abaixo, com um ‗X‘, todos os itens<br />

que tiver cumprido e que constituem as suas tarefas durante 7 dias,<br />

antes <strong>de</strong> entrar no próximo capítulo. Quando nada é dito em<br />

contrário, na tabela, assume-se que é uma activida<strong>de</strong> diária; nos<br />

outros casos, apresenta-se entre parênteses, a frequência <strong>semana</strong>l.<br />

Semana 4<br />

Registei os meus pensamentos sobre<br />

o sono e contra-argumentei comigo<br />

mesmo<br />

Cumpri com a hora que estipulei para<br />

acordar<br />

Dia<br />

1<br />

Apenas fiz activida<strong>de</strong>s tranquilas<br />

durante a hora antes <strong>de</strong> dormir<br />

Fiz exercício físico cardiovascular (4 a<br />

5 vezes/<strong>semana</strong>)<br />

Pratiquei o ―Contentor‖<br />

Levantei-me se acordado mais do que<br />

20/30 minutos e só regressei<br />

sonolento<br />

Utilizei a cama apenas para dormir<br />

Na hora antes <strong>de</strong> dormir, diminuí<br />

luzes<br />

Evitei ingerir líquidos nos 90 minutos<br />

antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>itar<br />

Mantive uma alimentação ligeira à<br />

noite<br />

Eliminei os estimulantes no período<br />

em que pu<strong>de</strong>ssem interferir com o<br />

sono<br />

Ajustei o tempo planeado para dormir<br />

Reduzi a medicação para dormir e<br />

usei tranquilizantes naturais para<br />

ajudar<br />

―Fechei‖ o dia<br />

Usei momentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>saceleração<br />

durante o dia<br />

Dia<br />

2<br />

Dia<br />

3<br />

Dia<br />

4<br />

Dia<br />

5<br />

Dia<br />

6<br />

Dia<br />

7<br />

Capítulo:<br />

1<br />

0<br />

2


Horas a que foi para a cama<br />

Tempo que levou a adormecer<br />

Horas a que acordou a meio da noite<br />

Tempo total que esteve acordado a meio da noite<br />

Horas a que acordou pela última vez<br />

Horas a que se levantou<br />

Tempo total que planeou para dormir<br />

Tempo total que esteve a dormir<br />

Sentiu que dormiu bem?<br />

Nº <strong>de</strong> comprimidos para dormir<br />

Ansieda<strong>de</strong> relativamente a dormir<br />

Fadiga ou sonolência<br />

Atenção, concentração e memória<br />

Motivação, energia, iniciativa<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Semana 4 Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4 Dia 5 Dia 6 Dia 7<br />

Tensão, dores <strong>de</strong> cabeça, perturbações gastrointestinais<br />

Capítulo:<br />

1<br />

0<br />

3


MMÓÓDDUULLOO 55<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Capítulo: Módulo 5<br />

1<br />

0<br />

4


A <strong>semana</strong><br />

Os objectivos <strong>de</strong>sta <strong>semana</strong><br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Nesta próxima <strong>semana</strong>, além da consolidação do que já tem vindo a<br />

fazer, irá:<br />

Continuar a contestar algumas das coisas que pensa a<br />

propósito do sono e insónias e que se po<strong>de</strong>m revelar pouco<br />

úteis ou realistas<br />

Apren<strong>de</strong>r uma activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> relaxamento especialmente<br />

<strong>de</strong>senhada para pessoas que ten<strong>de</strong>m a ter um fluxo <strong>de</strong><br />

pensamentos mais negativistas<br />

Rever a hora a que se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>itar<br />

Continuar a retirar medicação indutora <strong>de</strong> sono<br />

Criar uma estrutura para as suas rotinas antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>itar<br />

Apren<strong>de</strong>r alguns aspectos importantes para a organização do<br />

seu quarto <strong>de</strong> cama, como forma <strong>de</strong> facilitar o acto <strong>de</strong> dormir<br />

Capítulo: Módulo 5<br />

1<br />

0<br />

5


Como foi a <strong>semana</strong>?<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

É tempo para reflectir sobre como correu esta <strong>semana</strong>. Na tabela<br />

abaixo, preencha os resultados, com base nos registos efectuados.<br />

Semana 4 Explicação Insira o seu<br />

valor<br />

Média <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> sono Soma o tempo total que<br />

esteve a dormir todos os dias<br />

e divi<strong>de</strong> por 7 (A)<br />

Média do tempo planeado<br />

para dormir<br />

Soma o tempo total que<br />

planeou para dormir todos os<br />

dias e divi<strong>de</strong> por 7 (B)<br />

Eficiência <strong>de</strong> sono Divi<strong>de</strong> a média <strong>de</strong> horas <strong>de</strong><br />

sono pela média do tempo<br />

planeado para dormir (A/B);<br />

vai obter uma percentagem<br />

Tempo médio para<br />

adormecer<br />

Tempo médio acordado à<br />

noite<br />

Nº médio <strong>de</strong> vezes que<br />

acordou a meio da noite<br />

Nº <strong>de</strong> noites em que<br />

dormiu bem<br />

Soma o tempo que levou para<br />

adormecer todos os dias e<br />

divi<strong>de</strong> por 7<br />

Soma o tempo total acordado<br />

a meio da noite e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Soma o nº <strong>de</strong> vezes em que<br />

acordou à noite e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Soma o número <strong>de</strong> ―S‖ que<br />

marcou e divi<strong>de</strong> por 7,<br />

obtendo uma percentagem<br />

Total <strong>de</strong> comprimidos que<br />

tomou para dormir<br />

Soma as suas avaliações<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Nº <strong>de</strong> comprimidos para<br />

dormir<br />

Ansieda<strong>de</strong> relativamente a<br />

dormir<br />

Fadiga ou sonolência Soma as suas avaliações<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Atenção, concentração e Soma as suas avaliações<br />

memória<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Motivação, energia, Soma as suas avaliações<br />

iniciativa<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Tensão, dores <strong>de</strong> cabeça, Soma as suas avaliações<br />

perturbações<br />

gastrointestinais<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Capítulo: Módulo 5<br />

1<br />

0<br />

6


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Neste momento, já esperamos alguns progressos; po<strong>de</strong>m não ser<br />

dignos <strong>de</strong> fogo-<strong>de</strong>-artifício, mas é suposto existirem modificações nos<br />

seus indicadores <strong>de</strong> sono. Vamos analisar alguns aspectos:<br />

A sua média <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> sono encontra-se nas redon<strong>de</strong>zas das<br />

7 horas e/ou aumentou face àquilo que era o seu ponto <strong>de</strong><br />

partida? Se isso não aconteceu: era um dos seus objectivos<br />

com este programa? Se era, trata-se <strong>de</strong> um objectivo realista,<br />

a<strong>de</strong>quado à sua faixa etária, nível <strong>de</strong> activida<strong>de</strong> física ou<br />

intelectual ao longo do dia e próprio da sua fisiologia?<br />

A sua eficiência <strong>de</strong> sono já se encontra próximo ou acima dos<br />

85%? Se não, não se preocupe, porque é provável que continue<br />

a aumentar ao longo do programa.<br />

O tempo médio para adormecer encontra-se nos 30 minutos ou<br />

menos?<br />

Reduziu ou eliminou o nº <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertares nocturnos?<br />

No caso <strong>de</strong> continuar a acordar a meio da noite, o tempo médio<br />

em que permanece acordado diminuiu?<br />

O número <strong>de</strong> noites em que sentiu que dormiu bem, acordando<br />

refrescado e repousado, aumentou?<br />

O seu nível <strong>de</strong> energia, funcionamento intelectual e bem-estar<br />

físico e emocional ao longo do dia melhoram?<br />

Os indicadores estão a piorar, em vez <strong>de</strong> melhorarem? No caso<br />

improvável disto estar a acontecer (atenção, po<strong>de</strong> acontecer<br />

para um ou outro indicador), verifique se existe uma causa<br />

extraordinária para isto: surgiu uma fonte adicional <strong>de</strong> stress<br />

elevado na sua vida? Adoeceu? Iniciou uma nova medicação<br />

para um problema médico? Mudou os horários <strong>de</strong> sono no<br />

<strong>de</strong>curso <strong>de</strong> alterações da vida profissional ou familiar? Se não<br />

encontrar uma mudança na sua vida que possa estar a justificar<br />

esta situação, envie-nos um e-mail para<br />

contacto@oficina<strong>de</strong>psicologia.com, com o seguinte texto:<br />

―Estou a iniciar o módulo 5 do Programa Durma Bem! e todos<br />

os meus indicadores <strong>de</strong> sono pioraram‖ – ou entraremos em<br />

contacto consigo para proce<strong>de</strong>r a uma avaliação e encontrar<br />

soluções.<br />

Capítulo: Módulo 5<br />

1<br />

0<br />

7


Carneirinhos irrequietos<br />

Quando durmo mal, no dia seguinte não funciono<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Dormir mal é sempre <strong>de</strong>sinteressante e tudo, em nós, se ressente -<br />

umas vezes mais, outras vezes menos. Mas raramente é catastrófico!<br />

Dito <strong>de</strong> outra forma: se pudéssemos optar, escolhíamos dormir bem<br />

e o suficiente todas as noites. Claro que, ainda assim, iríamos ter dias<br />

negros, daqueles em que mais valia termos estado quietinhos,<br />

porque nada nos sai bem, parece que ―emburrecemos‖. E o oposto<br />

também é verda<strong>de</strong>: noites <strong>de</strong> um ―vira-para-cá-e-vira-para-lá‖<br />

incessante, num teste sério às molas do colchão e, no entanto,<br />

contrariamente a todas as expectativas, seguidas <strong>de</strong> dias em que nos<br />

sentimos funcionais e, mesmo, bem-dispostos.<br />

Por isso, e porque ninguém prevê o futuro, nem mesmo quando o<br />

futuro só está a umas horas <strong>de</strong> distância, mais vale não dramatizar. A<br />

noite po<strong>de</strong> ser má, mas o dia, logo se verá!<br />

Eu tenho <strong>de</strong> tomar comprimidos para dormir<br />

Os medicamentos são algo <strong>de</strong> curioso… Ficaria admirado com os<br />

resultados <strong>de</strong> estudos que se referem ao famoso efeito placebo:<br />

simples comprimidos <strong>de</strong> açúcar, que nada fazem (bem, se abusar<br />

<strong>de</strong>les talvez engor<strong>de</strong> umas gramazitas) e, no entanto, melhoram<br />

substancialmente as mais diversas situações médicas (sim, médicas!<br />

Não estou a falar <strong>de</strong> questões subjectivas, como aquelas que,<br />

habitualmente, se associam aos temas da <strong>Psicologia</strong>). Já se estudou,<br />

mesmo, o efeito diferencial da cor dos comprimidos – e assim se<br />

acaba a ingenuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> achar que esses comprimidinhos cor-<strong>de</strong>-rosa<br />

<strong>de</strong>viam a sua cor às preferências pessoais do presi<strong>de</strong>nte da empresa<br />

farmacêutica!<br />

Isto para lhe dizer que, com todo o respeito pelas proprieda<strong>de</strong>s<br />

indutoras <strong>de</strong> sono do medicamento que toma, muito do seu sono<br />

Capítulo: Módulo 5<br />

1<br />

0<br />

8


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

quando engole a pílula mágica será, muito provavelmente, <strong>de</strong>vida ao<br />

facto <strong>de</strong> confiar nela para o <strong>de</strong>ixar cheio <strong>de</strong> sono.<br />

E, <strong>de</strong> facto, ajuda-o a dormir – seja pelos químicos que o compõem,<br />

seja pelo químico da confiança que tem nesse medicamento, o facto é<br />

que acreditar que, na noite em que não o tome, não irá conseguir<br />

conciliar no sono, é suficiente para o <strong>de</strong>ixar alerta, logo não<br />

sonolento. Resumindo, e porque não consigo conter a reclamação:<br />

que pena ter começado a tomar comprimidos para dormir! Mas agora<br />

que o mal está feito, há que encontrar soluções para largar esta<br />

<strong>de</strong>pendência.<br />

Des<strong>de</strong> logo, escolha uma <strong>semana</strong> mais tranquila. Não, não tem <strong>de</strong><br />

ficar à espera das férias… Mas evite aquelas <strong>semana</strong>s em que está<br />

sob um stress elevado, ou que corre o risco <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>spedido se não<br />

chegar exactamente à hora, ou em que tem temas que requerem<br />

<strong>de</strong>cisões complexas e <strong>de</strong> longo prazo. Depois suspire fundo… Fundo,<br />

muito fundo… E predisponha-se a ficar <strong>de</strong> olho aberto durante parte<br />

da noite – e não vale a pena chorar sobre leite <strong>de</strong>rramado. Seja pelo<br />

efeito placebo, ou pela falta <strong>de</strong> químicos, a retirada <strong>de</strong> medicação não<br />

vai correr bem nos primeiros dias – e vai precisar <strong>de</strong> toda a sua<br />

<strong>de</strong>terminação e paciência para os <strong>de</strong>itar fora, isto é, ignorar como um<br />

mal temporário necessário. Quantas noites irão representar o período<br />

agitado <strong>de</strong> adaptação é algo que nenhum <strong>de</strong> nós po<strong>de</strong> saber <strong>de</strong><br />

antemão – 2/3 dias, 1/2 <strong>semana</strong>s, 1 mês? O ritmo <strong>de</strong> adaptação é<br />

muito idiossincrático: cada qual reagirá <strong>de</strong> uma forma diferente, <strong>de</strong><br />

acordo com a sua sensibilida<strong>de</strong> a químicos, o tempo durante o qual<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>u <strong>de</strong> medicamentos para dormir, as doses, o fármaco<br />

específico, etc. No entanto, diria que se estiver mentalizado para uma<br />

<strong>semana</strong> complicada, será o suficiente para passar, pelo menos, o pior<br />

bocado.<br />

Nalgum momento vai ter que ser… Porque não hoje?<br />

Capítulo: Módulo 5<br />

1<br />

0<br />

9


Penso, logo é verda<strong>de</strong><br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Os pensamentos são algo <strong>de</strong> extraordinário. Não existe nenhuma<br />

outra activida<strong>de</strong> interna com a qual nos confundamos tanto – aquela<br />

voz que ora nos sopra insensatezes, ora grita alarmes diversos, ora<br />

reflecte sobre questões profundas, ora nos põe na linha, critica,<br />

castiga, tudo sabe, até o que os astros não conseguem… Somos nós,<br />

certo? Melhor dito, somos mais do que nós, porque raramente<br />

duvidamos do que nos ouvimos dizer aqui <strong>de</strong>ntro da cabeça. Eu<br />

penso e, se o estou a pensar, só po<strong>de</strong> ser uma verda<strong>de</strong> insofismável.<br />

Discussão encerrada! Então eu digo ―Não vou ser capaz‖, e digo<br />

―Nunca dormi bem na vida‖ e mais vou pensando que ―Ninguém<br />

consegue começar a dormir bem, assim do pé para a mão‖. E<br />

acredito, acredito piamente, mas faço um esforço, para que nãos e<br />

pense que não tenho boa-vonta<strong>de</strong>, e experimento, mas sempre meiocá,<br />

meio-lá, porque aquela voz que tem sempre a última palavra vai<br />

tratando <strong>de</strong> me lembrar coisas que eu me apronto a tomar como<br />

factos.<br />

E se, pelo menos em tudo o que se refere a negativismo e <strong>de</strong>rrotismo<br />

face às nossas capacida<strong>de</strong>s para dormir bem e para sobreviver em<br />

condições a noites mal-dormidas, nos habituássemos a acrescentar<br />

um ―Será?‖, algo que nos faça recordar que a dúvida é uma boa<br />

amiga e que a vida é feita <strong>de</strong> experiências imparciais e objectivas? E<br />

se nos habituássemos a dar troco a esta voz <strong>de</strong> velho do Restelo,<br />

relembrando-a do que não sabemos, <strong>de</strong> facto, contextualizando as<br />

experiências passadas no seu contexto correcto (mais novos, outras<br />

condições <strong>de</strong> vida, outros apoios, outras experiências,…), assumindo<br />

a incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prever o futuro, sabendo-nos capazes <strong>de</strong> nos<br />

surpreen<strong>de</strong>r a nós próprios, a cada instante que passa, recordandonos<br />

das fracas bases <strong>de</strong> muito do que tomamos como certo,…?<br />

Todos nós pensamos muitas coisas, que não passam <strong>de</strong> impulsos<br />

electroquímicos entre células situadas maioritariamente na cabeça.<br />

São, portanto, coisas da nossa cabeça… Po<strong>de</strong>mos mudá-las, po<strong>de</strong>mos<br />

não as aceitar, po<strong>de</strong>mos colocá-las na ―caixinha das coisas em que eu<br />

dantes acreditava‖!<br />

Capítulo: Módulo 5<br />

1<br />

1<br />

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[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

E continue a preencher tudo o que lhe assoma ao espírito e que possa<br />

dizer respeito à sua leitura e forma <strong>de</strong> lidar com os temas do sono. E,<br />

assim que o escreve, contra-argumente consigo – ou, melhor ainda,<br />

assim que o pensa!<br />

Data O que eu pensei (sobre a minha capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dormir,<br />

sobre o impacto do sono nas minhas capacida<strong>de</strong>s, etc)<br />

Capítulo: Módulo 5<br />

1<br />

1<br />

1


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Relaxamento para os negativistas<br />

Algumas pessoas são puxadas para o estado <strong>de</strong> alerta à força <strong>de</strong><br />

pensamentos negativistas sobre o amanhã, embrulhando-se em<br />

reflexões negras <strong>de</strong> pessimismo sobre o que aconteceu e o que<br />

acontecerá. A força centrífuga <strong>de</strong> tanto negativismo é elevada, pelo<br />

que não costuma resultar qualquer tentativa <strong>de</strong> o eliminar; além<br />

disso, o nosso cérebro não tem a tecla ―apagar‖. O i<strong>de</strong>al, nestas<br />

situações, é substituir os pensamentos negativos com imagens que<br />

possam competir em força. E, para isso, vamos, primeiro,<br />

enfraquecer estes pensamentos in<strong>de</strong>sejados e, <strong>de</strong>pois, expulsá-los<br />

com cenários agradáveis.<br />

Como tudo, quanto mais praticar, mais facilmente o conseguirá fazer.<br />

Uma boa altura para fazer este exercício é durante a hora do embalo,<br />

mas po<strong>de</strong>rá utilizá-lo sempre que os pensamentos negativos<br />

atacarem e o começarem a <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong>sconfortável, ansioso ou<br />

preocupado. Utilize com qualquer pensamento não relacionado com o<br />

sono – para esses, normalmente, basta dar-lhes troco recordando-se<br />

do que temos vindo a falar nos carneirinhos irrequietos.<br />

O exercício tem três partes: a primeira parte <strong>de</strong>stina-se a activar a<br />

função lógica do cérebro para contrabalançar a emocional, que fica<br />

muito activa quando estamos dominados por… claro, emoções; a<br />

segunda parte, <strong>de</strong>stina-se a ―<strong>de</strong>scolá-lo‖ da sua linha <strong>de</strong><br />

pensamentos, exteriorizando-a, separando-a <strong>de</strong> si, voltando a colocar<br />

os seus pensamentos na sua perspectiva correcta, que é a <strong>de</strong> serem<br />

produtos pensados por si, meros eventos internos, aos quais<br />

po<strong>de</strong>mos ou não aten<strong>de</strong>r, e que po<strong>de</strong>mos ou não valorizar. A terceira<br />

parte, <strong>de</strong>stina-se a levá-lo para outras paragens; se o sítio mental<br />

on<strong>de</strong> estiver for negro e assustador po<strong>de</strong> conduzir a sua cabeça para<br />

locais mais aprazíveis.<br />

Capítulo: Módulo 5<br />

1<br />

1<br />

2


OO EExxeerrccíícciioo<br />

Parte 1<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Durante um ou dois minutos, concentre-se na respiração: repare no<br />

seu respirar, <strong>de</strong>scontraidamente, apenas reparando. E,<br />

progressivamente, vá aprofundando a respiração, fazendo os<br />

abdominais mexerem, em ciclos longos <strong>de</strong> inspiração e expiração,<br />

<strong>de</strong>vagar, que a pressa nunca garantiu bons resultados.<br />

Agora, durante 1 a 2 minutos, brinque com a aritmética. Faça uma<br />

contagem <strong>de</strong>crescente, a partir do número 100, saltando 7 números<br />

a cada contagem: 100 – 93 – 86 - …. Claro que não há nada <strong>de</strong><br />

mágico no número 100, nem no intervalo <strong>de</strong> 7 (pelo menos, que eu<br />

saiba), por isso, esteja à vonta<strong>de</strong> para partir <strong>de</strong> outro algarismo<br />

qualquer e utilizar outro intervalo ao seu gosto (sei lá, alguns <strong>de</strong> nós<br />

têm preferências <strong>de</strong> números).<br />

Ou, em alternativa, parta <strong>de</strong> um número (por exemplo, 100), divida<br />

por 2, multiplique por 30, some 40, divida por 5, multiplique por 450,<br />

subtraia 4,… Apanhou a i<strong>de</strong>ia?<br />

Ou, o meu favorito: imagine a sua casa i<strong>de</strong>al; qual a área? E isso<br />

significa que tem quanto <strong>de</strong> largura por quanto <strong>de</strong> comprimento? E<br />

agora, com essa metragem, como é que faz as divisões internas? E<br />

isso significa que o quarto tem quantos metros quadrados? E se dá<br />

para um corredor, face a esse lado da casa, qual a largura que sobra<br />

para o corredor? E se não for suficiente, quanto é que po<strong>de</strong> diminuir<br />

a esse lado do quarto e quanto terá <strong>de</strong> aumentar no seu<br />

comprimento para ficar com a mesma área?...<br />

E, ainda, o meu segundo favorito: invente o seu próprio exercício<br />

mental…!<br />

Capítulo: Módulo 5<br />

1<br />

1<br />

3


Parte 2<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Agora, agarre naqueles pensamentos negativistas, nessas<br />

preocupações que insistiam que tinham vindo para ficar e, palavra<br />

por palavra, imagine-os escritos (ou <strong>de</strong>senhados, se for daquelas<br />

pessoas que pensa tudo em imagens) na pare<strong>de</strong> que está à sua<br />

frente. Já está? Agora brinque com o tamanho das palavras ou<br />

imagens, diminuindo-os, distorcendo-os, ridicularizando-os. Não<br />

queremos fazer <strong>de</strong>saparecer nada – apenas queremos criar a <strong>de</strong>vida<br />

distância entre um produto da nossa activida<strong>de</strong> electroquímica<br />

cerebral (o que pensamos) e a totalida<strong>de</strong> daquilo que somos,<br />

animados pela vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong>, a cada momento, procurar o nosso maior<br />

conforto e a nossa maior utilida<strong>de</strong>.<br />

Se lhe for difícil imaginar o que pensa escrito, imagine que consegue<br />

ouvir o que está a pensar; aumente o volume; agora, imagine os<br />

pensamentos falados pela voz <strong>de</strong> um personagem cómico ou irritante<br />

(tem alguma coisa contra o burro do Shrek?). Repita-os muito<br />

<strong>de</strong>pressa, várias vezes; diga-os ao contrário; distorça mais a voz com<br />

que os pensa. ―Descole-se‖ <strong>de</strong>sses pensamentos: po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixá-los a<br />

percorrerem-lhe o espírito, mas não lhes faça escritura <strong>de</strong><br />

proprieda<strong>de</strong>!<br />

Parte 3<br />

E, agora vamos para outro sítio – um lugar <strong>de</strong> calma e tranquilida<strong>de</strong>,<br />

on<strong>de</strong> seja possível relaxar em absoluta tranquilida<strong>de</strong>. Provavelmente<br />

conhecerá um local <strong>de</strong>stes, mágicos, um pedaço <strong>de</strong> mundo que se<br />

governa por regras diferentes, on<strong>de</strong> o tempo se suspen<strong>de</strong> e nos<br />

confundimos com o universo, on<strong>de</strong> tudo faz um sentido implícito e<br />

nada nos po<strong>de</strong> atingir.<br />

São locais <strong>de</strong> tranquilida<strong>de</strong> e protecção, únicos à nossa história <strong>de</strong><br />

vida; por vezes, memorizámos um local <strong>de</strong>stes em crianças ou,<br />

então, guardámos em nós a sensação <strong>de</strong> um local que ainda<br />

visitamos. Po<strong>de</strong>m ser tão mundanos como um recanto especial na<br />

sala lá <strong>de</strong> casa, ou exóticos e especiais como aquele pôr-do-sol numa<br />

praia paradisíaca on<strong>de</strong> aterrámos numa qualquer viagem. Talvez o<br />

Capítulo: Módulo 5<br />

1<br />

1<br />

4


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

seu local preferido esteja contido num passeio no campo, numa<br />

primavera explosiva <strong>de</strong> cores, sons e cheiros ou seja absolutamente<br />

imaginário, uma fantasia sobre o espaço inter-planetário, o seu<br />

silêncio, luz contida e ausência <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> flutua sem<br />

preocupações.<br />

De facto, não importa qual o local que vai escolher – apenas <strong>de</strong>ve ser<br />

especial para si e transmitir-lhe uma sensação inequívoca <strong>de</strong><br />

segurança e tranquilida<strong>de</strong>.<br />

Escolhido esse local, feche os olhos por uns momentos, e <strong>de</strong>ixe-se<br />

transportar para lá. Repare nas cores, na luz, nos objectos, nas<br />

texturas, no movimento que possa existir, nas proporções, no longe e<br />

no perto. Repare ainda nos sons que possam estar presentes, ou no<br />

silêncio, que o silêncio também se escuta. E repare, ainda, nos<br />

cheiros (consegue senti-los?) e nas sensações corporais <strong>de</strong> lá estar –<br />

o cabelo que mexe, o calor ou fresco na pele, o toque do chão nos<br />

pés. Deixe-se submergir completamente pelas sensações <strong>de</strong> lá estar.<br />

E fique aí uns minutos, até se sentir invadido pelo relaxamento e<br />

tranquilida<strong>de</strong>.<br />

E, quando assim o enten<strong>de</strong>r, volte para aqui e agora, com uma<br />

energia renovada, para continuar o que estava a fazer e sabendo<br />

que, quanto mais praticar este exercício, mais fácil e rapidamente<br />

conseguirá atingir este repouso e quietu<strong>de</strong> mental. Ou então <strong>de</strong>ixe-se<br />

<strong>de</strong>slizar suavemente para <strong>de</strong>ntro do morno do sono ;=)<br />

Capítulo: Módulo 5<br />

1<br />

1<br />

5


E lá vamos nós outra vez…<br />

Menos restrição do sono<br />

As mal-amadas…<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Vamos voltar a olhar para a sua eficiência <strong>de</strong> sono. Há três hipóteses<br />

que exigem cursos <strong>de</strong> acção diferentes:<br />

Eficiência <strong>de</strong> sono média entre os 80% e os 85%: neste caso,<br />

não modifica nada ao tempo que preten<strong>de</strong> dormir durante a<br />

próxima <strong>semana</strong>, isto é mantém a hora <strong>de</strong> acordar e mantém a<br />

hora mínima <strong>de</strong> se <strong>de</strong>itar que estipulou a <strong>semana</strong> passada.<br />

Eficiência <strong>de</strong> sono superior a 85%: neste caso, po<strong>de</strong> aumentar<br />

15 minutos à hora mínima <strong>de</strong> <strong>de</strong>itar; por exemplo, se a sua<br />

hora estipulada <strong>de</strong> ir para a cama era à 1:00 da manhã, então<br />

po<strong>de</strong> passar a ser 12:45. Por enquanto, vamos apenas permitir<br />

que vá para a cama mais cedo, para continuar a habituar o<br />

organismo à hora <strong>de</strong> levantar.<br />

Eficiência <strong>de</strong> sono inferior a 80%: neste caso, vamos diminuir<br />

15 minutos ao tempo na cama; no nosso exemplo acima, a sua<br />

hora mínima <strong>de</strong> <strong>de</strong>itar passa a ser a 1:15. E agora, <strong>de</strong>sculpe,<br />

sim?. Vou ali num instante fazer uma boa acção, para<br />

compensar esta malda<strong>de</strong>…<br />

Medicação<br />

Após ter cortado a medicação pela meta<strong>de</strong>, durante uma <strong>semana</strong>, vai<br />

voltar a cortar pela meta<strong>de</strong>. Exemplo: se tomou um comprimido<br />

todas as noites, tome meio comprimido todas as noites ou tome um<br />

comprimido noite sim, noite não. Outro exemplo: se, na <strong>semana</strong><br />

passada, tomou 3 comprimidos ao longo da <strong>semana</strong>, esta <strong>semana</strong><br />

não po<strong>de</strong> ultrapassar 1,5 comprimidos.<br />

Capítulo: Módulo 5<br />

1<br />

1<br />

6


Hora do embalo<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Agora começa a ser tempo <strong>de</strong> ter a hora do embalo estruturada.<br />

Primeiros 15 minutos: Feche o dia, da forma que falámos na <strong>semana</strong><br />

anterior e utilizando o ―contentor‖ se for necessário. Assegure-se que<br />

não existem pen<strong>de</strong>ntes que o fiquem a preocupar e possam afugentar<br />

aquele relaxamento muito característico <strong>de</strong> sabermos a missão<br />

cumprida.<br />

15 minutos seguintes: Prepare-se para <strong>de</strong>itar – <strong>de</strong>ntinho, xi-xi,<br />

pijama, ou seja lá o que for que constituam as suas acções <strong>de</strong><br />

preparação para dormir.<br />

Última meia-hora: activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relaxamento, sendo que as que lhe<br />

apresentamos não são exclusivas. De facto, muitas pessoas estão<br />

habituadas a ler duas ou três páginas <strong>de</strong> um livro como parte da<br />

<strong>de</strong>scontracção que as leva ao sono.<br />

As rotinas são linhas estruturantes orientadoras das nossas vidas.<br />

Como em tudo o resto, em <strong>de</strong>masia po<strong>de</strong>m indiciar problemas que<br />

radicam na falta <strong>de</strong> flexibilida<strong>de</strong>, necessária a uma boa saú<strong>de</strong> mental,<br />

e insuficientes <strong>de</strong>ixam-nos como um barco à <strong>de</strong>riva. No caso do sono,<br />

a habituação a horas <strong>de</strong> acordar, <strong>de</strong>itar e a um processo que<br />

progressivamente nos leva ao sono é muito importante, por isso, não<br />

o <strong>de</strong>scure, mesmo quando já estiver a ter noites repousantes e <strong>de</strong><br />

sono fácil.<br />

Capítulo: Módulo 5<br />

1<br />

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Dias <strong>de</strong> boa noite<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Bem, entre tanta serieda<strong>de</strong>, vamos aligeirar um pouco com algumas<br />

noções que ficam algures entre o bom-senso, o feng-shui e o <strong>de</strong>sign<br />

<strong>de</strong> interiores.<br />

Relembro que, assim como a cama se <strong>de</strong>stina a dormir, também o<br />

quarto <strong>de</strong>ve ser reservado para esse efeito. No entanto, existem<br />

muitas circunstâncias em que isso não é possível. Nesta secção vou<br />

apenas concentrar-me em dar-lhe algumas dicas (algumas das quais,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> já lhe digo que carecem <strong>de</strong> comprovação científica, ao invés <strong>de</strong><br />

tudo o restante aqui apresentado) sobre a estrutura do quarto <strong>de</strong><br />

cama, e que po<strong>de</strong>m ajudar a um sono mais tranquilo. Para por em<br />

prática algumas <strong>de</strong>las vai precisar <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong>, por isso, aproveite<br />

e divirta-se.<br />

Or<strong>de</strong>m e limpeza:<br />

É especialmente importante que o quarto <strong>de</strong> cama esteja bem limpo,<br />

especialmente no que diz respeito ao pó e condições <strong>de</strong> arejamento,<br />

e resulte visualmente arrumado. Ainda que possa valorizar, como<br />

estilo <strong>de</strong> <strong>de</strong>coração, um ambiente <strong>de</strong>scontraidamente <strong>de</strong>sorganizado,<br />

no quarto <strong>de</strong> cama o que melhor resulta é um ambiente ―zen‖. Para<br />

isso, por vezes, basta investir num pequeno armário on<strong>de</strong> coloca a<br />

miría<strong>de</strong> <strong>de</strong> coisas que vamos acumulando como objectos <strong>de</strong>corativos<br />

(sobretudo, aquela jarra horrorosa que a tia lhe ofereceu e que, à<br />

falta <strong>de</strong> assertivida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> melhor sítio para colocar, <strong>de</strong>ixou<br />

esquecida pela prateleira no quarto). Olhe em volta e pergunte-se<br />

―Eu preciso mesmo disto, aqui, e à vista?‖; se a resposta for<br />

negativa, guar<strong>de</strong> ou coloque noutro sítio.<br />

Capítulo: Módulo 5<br />

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[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Um tema especial são os livros, para os amantes da leitura e com<br />

casas pequenas – é sempre uma péssima i<strong>de</strong>ia arrumar livros no<br />

quarto por dois motivos: existem poucas coisas que ―agarrem‖ tanto<br />

pó como os livros (e, simultaneamente, sejam tão difíceis <strong>de</strong> limpar)<br />

e que sejam tão difíceis <strong>de</strong> organizar com uma estética visual<br />

<strong>de</strong>purada. Experimente uma estante num corredor, se não tiver outro<br />

sítio on<strong>de</strong> os colocar, no hall <strong>de</strong> entrada ou, em última alternativa (e<br />

apesar <strong>de</strong> ser um local pouco condigno para tão ilustres<br />

companheiros), numa estante <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um roupeiro.<br />

Luz, ruído e temperatura:<br />

O quarto <strong>de</strong> cama <strong>de</strong>ve ser mantido a uma temperatura<br />

confortavelmente fresca, bem isolado da luz exterior e <strong>de</strong> ruídos que<br />

possam perturbar o sono. Vamos por partes:<br />

LLuuzz<br />

Biologicamente falando, estamos preparados para estar acordados<br />

durante o dia e a dormir à noite, o que o organismo reconhece<br />

sobretudo (ainda que não exclusivamente) pela presença ou ausência<br />

<strong>de</strong> luz solar. Assim, é importante resguardarmos as nossas<br />

madrugadas do sol, sobretudo nos meses <strong>de</strong> Verão em que este astro<br />

fica irrequietamente teimoso em acordar bastante antes do<br />

<strong>de</strong>spertador tocar…<br />

Se tiver estores <strong>de</strong> correr ou portadas, assegure-se <strong>de</strong> que<br />

ficam totalmente fechados; se não tiver, consi<strong>de</strong>re a sua<br />

colocação.<br />

Renda-se aos cortinados: <strong>de</strong> preferência <strong>de</strong> tecido <strong>de</strong>nso e<br />

pesado, para não <strong>de</strong>ixarem passar a luz. Po<strong>de</strong> sempre forrar os<br />

cortinados que tem com um tecido ―black-out‖, especial para<br />

não <strong>de</strong>ixar passar a luz.<br />

Capítulo: Módulo 5<br />

1<br />

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9


RRuuííddoo<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Protegermo-nos do ruído (mesmo daquele que, <strong>de</strong> tão habitual,<br />

quase não temos consciência <strong>de</strong> que existe), é importante para um<br />

sono <strong>de</strong>scansado. Além das boas janelas e vidros e da protecção <strong>de</strong><br />

cortinados espessos (eventualmente forrados a dracalon, para um<br />

maior isolamento acústico) e uma eventual intervenção na estrutura<br />

do seu quarto (isolamento acústico <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s, tecto e/ou chão),<br />

existe uma solução prática e barata: os tampões <strong>de</strong> ouvidos. É<br />

possível encontrar uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais suficiente para todas<br />

as sensibilida<strong>de</strong>s – procure-os na sua farmácia e experimente até<br />

encontrar a solução mais confortável. Muito útil quando a maior fonte<br />

<strong>de</strong> ruído é o ressonar do parceiro…<br />

TTeemmppeerraattuurraa<br />

A temperatura ―confortavelmente fresca‖ é um conceito<br />

maioritariamente idiossincrático, isto é, varia <strong>de</strong> indivíduo para<br />

indivíduo, neste caso, <strong>de</strong> acordo com a sensibilida<strong>de</strong> à<br />

temperatura externa que cada um <strong>de</strong> nós tem; um ―friorento‖ e<br />

um ―calorento‖ dificilmente se colocarão <strong>de</strong> acordo a propósito<br />

<strong>de</strong>ste aspecto. O que vale a pena salientar aqui é o facto <strong>de</strong> a<br />

temperatura corporal diminuir, como parte do processo que nos<br />

prepara para o sono. Assim, aquecer o quarto no Inverno <strong>de</strong>ve<br />

ser uma tarefa executada com mo<strong>de</strong>ração e vale a pena mantêlo<br />

tão fresco quanto possível no Verão.<br />

Na hora <strong>de</strong> escolher a orientação solar da divisão que vai ser o<br />

seu quarto opte por divisões voltadas a nascente ou a norte,<br />

porque resultam um pouco mais frescas.<br />

Mantenha o quarto bem ventilado, para combater a humida<strong>de</strong> e<br />

o ar abafado das divisões on<strong>de</strong> se dorme.<br />

Invista em boas janelas, <strong>de</strong> vidro duplo e um bom caixilho<br />

(preferencialmente PVC, uma vez que é um mau condutor<br />

térmico) e/ou<br />

Mantenha portas e janelas bem calafetadas, com o material<br />

esponjoso próprio que se cola no interior das molduras.<br />

Capítulo: Módulo 5<br />

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FFoonntteess d<strong>de</strong>e eelleeccttrriicciiddaad<strong>de</strong>e<br />

(não comprovado cientificamente):<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Dizem alguns autores que as fontes <strong>de</strong> electricida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m interferir<br />

com o correcto funcionamento eléctrico <strong>de</strong> repouso do cérebro e,<br />

portanto, interferir com a qualida<strong>de</strong> do sono. Pelo sim, pelo não<br />

<strong>de</strong>sligue tudo (e <strong>de</strong>sligar não é o mesmo que <strong>de</strong>ixar na função<br />

―stand-by‖): computador (se ainda andar pelo quarto), TV (i<strong>de</strong>m),<br />

aparelhagem <strong>de</strong> som, etc. Se o <strong>de</strong>spertador for eléctrico, <strong>de</strong>ixe-o<br />

mais longe da cama e com a frente virada para a pare<strong>de</strong> (esta última<br />

parte <strong>de</strong>stina-se apenas a protegê-lo do enervamento <strong>de</strong>, em vez <strong>de</strong><br />

contar carneirinhos para dormir, se por a contar minutos sem<br />

dormir). Se tiver fios eléctricos a passar por <strong>de</strong>trás da cama,<br />

consi<strong>de</strong>re outras opções. O máximo da não-ciência? Dizem que a<br />

turmalina preta (um cristal muito bonito), colocado na cabeceira da<br />

cama, nos protege <strong>de</strong>sta electricida<strong>de</strong> excessiva quando dormimos…<br />

Coisas new age, mas se quiser experimentar, pelo menos o cristal é<br />

um belíssimo elemento <strong>de</strong>corativo, ainda que possa não fazer nada!<br />

;=)<br />

EErrggoonnoommiiaa<br />

Existem três aspectos importantes, do ponto <strong>de</strong> vista ergonómico,<br />

que <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar atentamente:<br />

O colchão – há para todos os gostos e para todas as colunas.<br />

Dos ortopédicos aos medicinais (seja lá o que isso for…); dos<br />

moles aos firmes, passando pelos assim-assim, dos <strong>de</strong> molas<br />

aos <strong>de</strong> látex e aos que têm molas e látex, aos <strong>de</strong> lã <strong>de</strong> ovelha e<br />

<strong>de</strong> crina <strong>de</strong> cavalo, e aos que não têm nada disto mas são feitos<br />

<strong>de</strong> materiais com nomes incompreensíveis; e dos articulados<br />

aos que incluem massagem. Há uma ampla escolha <strong>de</strong> colchões<br />

e é fundamental, para uma boa noite <strong>de</strong> sono, que escolha um<br />

Capítulo: Módulo 5<br />

1<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

colchão que se adapte ao que o seu corpo necessita, sob pena<br />

<strong>de</strong> passar a noite incomodado e acordar em pior estado do que<br />

aquele em que se <strong>de</strong>itou.<br />

O estrado – normalmente remetido para a categoria <strong>de</strong> ―aquela<br />

coisa on<strong>de</strong> coloco o colchão‖, é mais importante do que parece.<br />

Mais ou menos rígido, permitindo um colchão mais ou menos<br />

arejado, <strong>de</strong>ve ser tido em conta para maximizar o conforto<br />

nocturno. Um mesmo colchão em cima <strong>de</strong> dois estrados<br />

diferentes tem níveis <strong>de</strong> sustentação e conforto muito distintos.<br />

A almofada – uma ou mais, <strong>de</strong> penas ou material sintético, com<br />

forma que se adapte ao pescoço ou tradicional, com ―memória‖<br />

ou completamente <strong>de</strong>smemoriada, a almofada po<strong>de</strong> criar-lhe<br />

níveis <strong>de</strong> conforto ou <strong>de</strong>sconforto <strong>de</strong>terminantes para uma boa<br />

noite <strong>de</strong> sono. Sendo o elemento mais barato <strong>de</strong>stes três,<br />

felizmente permite algumas experiências que o aju<strong>de</strong>m a<br />

escolher a solução que melhor se adapte a si.<br />

FFlluuxxoo ddaa eenneerrggiiaa<br />

(não comprovado cientificamente):<br />

O Feng Shui, uma antiga prática chinesa, lida, essencialmente, com o<br />

fluxo <strong>de</strong> Chi ou energia vital que governa o universo e os seus<br />

organismos, procurando as condições <strong>de</strong> máxima harmonia.<br />

Se a sua cama se encontrar numa zona <strong>de</strong> Chi acelerado, po<strong>de</strong>rá ter<br />

mais dificulda<strong>de</strong> em repousar. Para saber se é esse o caso, agarre<br />

num papel e lápis e <strong>de</strong>senhe uma planta aproximada do seu quarto<br />

(mesmo aproximada convém respeitar, grosso modo, as dimensões),<br />

posicionando a porta e a janela. Agora posicione a cama e os móveis<br />

principais. Olhando para a planta do seu quarto, verifique os<br />

seguintes pontos em relação ao posicionamento da cama:<br />

O Chi movimenta-se da porta para a janela; se a sua cama se<br />

encontrar no meio do seu fluxo (<strong>de</strong>senhe uma seta grossa que<br />

Capítulo: Módulo 5<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

una a porta e janela, para o po<strong>de</strong>r verificar), é provável que o<br />

sono se ressinta. Se não pu<strong>de</strong>r mudar a cama, consi<strong>de</strong>re<br />

colocar um objecto que permita abrandar o fluxo do chi: um<br />

biombo entre a porta e a cama, uma re<strong>de</strong> mosquiteira que<br />

―isole‖ a cama quando dorme, etc.<br />

Se tiver um quarto en suite (casa <strong>de</strong> banho privada, a dar para<br />

o quarto), mantenha a porta da casa <strong>de</strong> banho sempre fechada,<br />

porque é mais um ponto <strong>de</strong> chi que cria movimentação <strong>de</strong><br />

energia no quarto.<br />

A cabeceira da cama <strong>de</strong>ve ter por <strong>de</strong>trás uma pare<strong>de</strong> sólida<br />

(nalguns projectos <strong>de</strong> <strong>de</strong>coração, em quartos gran<strong>de</strong>s a cama<br />

fica ―apoiada‖ num pequeno murete ou mesmo no meio do<br />

quarto, o que po<strong>de</strong> ser esteticamente muito interessante mas,<br />

à luz dos ensinamentos do Feng Shui é muito pouco<br />

tranquilizante para o sono).<br />

Na pare<strong>de</strong> da cabeceira da cama não <strong>de</strong>vem existir objectos<br />

pendurados e, muito menos, no tecto por cima da cama.<br />

A apontar para a cama não <strong>de</strong>vem existir arestas <strong>de</strong> móveis<br />

(―setas envenenadas‖) porque dirigem um Chi rápido para a<br />

cama<br />

Os seus pés, quando <strong>de</strong>itado po<strong>de</strong>m apontar para a pare<strong>de</strong> que<br />

tem a porta da entrada, mas nunca em linha com esta<br />

(―posição do caixão‖).<br />

Regra geral, não <strong>de</strong>vem existir espelhos no quarto; na<br />

impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cumprir com isso, pelo menos que não o<br />

reflictam enquanto <strong>de</strong>itado; além disso: minimizar o seu<br />

tamanho, cobri-los à noite e tê-los apenas nas pare<strong>de</strong>s laterais<br />

à cama, po<strong>de</strong>m ser formas <strong>de</strong> colmatar a sua presença em<br />

quartos <strong>de</strong> cama. Em termos <strong>de</strong> Feng Shui, um ecrã <strong>de</strong><br />

televisão, sendo uma superfície reflectora, funciona como um<br />

espelho, pelo que as mesmas regras se aplicam (<strong>de</strong><br />

preferência, tire-a do quarto, já que só o usa para dormir…).<br />

Mantenha a parte <strong>de</strong>baixo da cama <strong>de</strong>simpedida (eu sei que é<br />

um óptimo local <strong>de</strong> arrumo, sobretudo em espaços mais<br />

pequenos, mas o Feng Shui <strong>de</strong>saconselha)<br />

Capítulo: Módulo 5<br />

1<br />

2<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

De uma forma geral, e ainda <strong>de</strong> acordo com as práticas do Feng<br />

Shui:<br />

Evite padrões fortes nos têxteis<br />

Escolha tons pastel, em combinações suaves<br />

Escolha quadros ou fotografias que transmitam harmonia,<br />

emoções positivas e que não dominem o quarto<br />

As palavras <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m para a <strong>de</strong>coração são <strong>de</strong>puração,<br />

organização, suavida<strong>de</strong>, harmonia, tranquilida<strong>de</strong> e, vamos ser<br />

mo<strong>de</strong>rnos, ―boa onda‖!<br />

Capítulo: Módulo 5<br />

1<br />

2<br />

4


Semana <strong>de</strong> mudança<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Todos os dias, marque na tabela abaixo, com um ‗X‘, todos os itens<br />

que tiver cumprido e que constituem as suas tarefas durante 7 dias,<br />

antes <strong>de</strong> entrar no próximo capítulo.<br />

Semana 5 Dia<br />

1<br />

Registei os meus pensamentos sobre o<br />

sono e contra-argumentei comigo<br />

mesmo<br />

Cumpri com a hora que estipulei para<br />

acordar<br />

Apenas fiz activida<strong>de</strong>s tranquilas<br />

durante a hora antes <strong>de</strong> dormir<br />

Fiz exercício físico cardiovascular (4 a 5<br />

vezes/<strong>semana</strong>)<br />

Levantei-me se acordado mais do que<br />

20/30 minutos e só regressei sonolento<br />

Utilizei a cama apenas para dormir<br />

Na hora antes <strong>de</strong> dormir, diminuí luzes<br />

Evitei ingerir líquidos nos 90 minutos<br />

antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>itar<br />

Mantive uma alimentação ligeira à noite<br />

Eliminei os estimulantes no período em<br />

que pu<strong>de</strong>ssem interferir com o sono<br />

Pratiquei o relaxamento para os<br />

negativistas<br />

Ajustei o tempo planeado para dormir<br />

Reduzi a medicação para dormir e usei<br />

tranquilizantes naturais para ajudar<br />

Fechei o dia<br />

Usei momentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>saceleração<br />

durante o dia<br />

Estabilizei as rotinas na hora antes <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>itar<br />

Re-organizei o quarto tendo em conta a<br />

simplicida<strong>de</strong>, luz, ruído e temperatura<br />

Dia<br />

2<br />

Dia<br />

3<br />

Dia<br />

4<br />

Dia<br />

5<br />

Dia<br />

6<br />

Dia<br />

7<br />

Capítulo:<br />

1<br />

2<br />

5


Horas a que foi para a cama<br />

Tempo que levou a adormecer<br />

Horas a que acordou a meio da noite<br />

Tempo total que esteve acordado a meio da noite<br />

Horas a que acordou pela última vez<br />

Horas a que se levantou<br />

Tempo total que planeou para dormir<br />

Tempo total que esteve a dormir<br />

Sentiu que dormiu bem?<br />

Nº <strong>de</strong> comprimidos para dormir<br />

Ansieda<strong>de</strong> relativamente a dormir<br />

Fadiga ou sonolência<br />

Atenção, concentração e memória<br />

Motivação, energia, iniciativa<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Semana 5 Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4 Dia 5 Dia 6 Dia 7<br />

Tensão, dores <strong>de</strong> cabeça, perturbações gastrointestinais<br />

Capítulo:<br />

1<br />

2<br />

6


MMÓÓDDUULLOO 66<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Capítulo: Módulo 6<br />

1<br />

2<br />

7


A <strong>semana</strong><br />

Os objectivos <strong>de</strong>sta <strong>semana</strong><br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Vá, coragem! Mais um pequeno esforço, porque vale a pena!<br />

Esta <strong>semana</strong> vamos estar concentrados na continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aspectos<br />

em que já começamos a trabalhar e apenas introduzimos pequenas<br />

questões para não <strong>de</strong>ixarmos nenhuma ponta solta.<br />

Ao longo <strong>de</strong>ste módulo, irá:<br />

Continuar a rever algumas das coisas que pensa a propósito do<br />

sono, das insónias e da sua competência para dormir bem.<br />

Apren<strong>de</strong>r um exercício <strong>de</strong> relaxamento especialmente<br />

<strong>de</strong>senhado para condicionar o seu organismo a manter-se a<br />

dormir toda a noite até à hora planeada para acordar<br />

Eliminar sestas e ―dorminhoquices‖ <strong>de</strong> sofá<br />

Alterar a hora <strong>de</strong> <strong>de</strong>itar<br />

Reduzir ainda mais a medicação indutora <strong>de</strong> sono ou abandonála<br />

totalmente<br />

Apren<strong>de</strong>r a usar a luz do sol para dormir melhor<br />

Capítulo: Módulo 6<br />

1<br />

2<br />

8


Como foi a <strong>semana</strong>?<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

É tempo para reflectir sobre como correu esta <strong>semana</strong>. Na tabela<br />

abaixo, preencha os resultados, com base nos registos efectuados.<br />

Semana 5 Explicação Insira o seu<br />

valor<br />

Média <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> sono Soma o tempo total que<br />

esteve a dormir todos os dias<br />

e divi<strong>de</strong> por 7 (A)<br />

Média do tempo planeado<br />

para dormir<br />

Soma o tempo total que<br />

planeou para dormir todos os<br />

dias e divi<strong>de</strong> por 7 (B)<br />

Eficiência <strong>de</strong> sono Divi<strong>de</strong> a média <strong>de</strong> horas <strong>de</strong><br />

sono pela média do tempo<br />

planeado para dormir (A/B);<br />

vai obter uma percentagem<br />

Tempo médio para<br />

adormecer<br />

Tempo médio acordado à<br />

noite<br />

Nº médio <strong>de</strong> vezes que<br />

acordou a meio da noite<br />

Nº <strong>de</strong> noites em que<br />

dormiu bem<br />

Soma o tempo que levou para<br />

adormecer todos os dias e<br />

divi<strong>de</strong> por 7<br />

Soma o tempo total acordado<br />

a meio da noite e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Soma o nº <strong>de</strong> vezes em que<br />

acordou à noite e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Soma o número <strong>de</strong> ―S‖ que<br />

marcou e divi<strong>de</strong> por 7,<br />

obtendo uma percentagem<br />

Total <strong>de</strong> comprimidos que<br />

tomou para dormir<br />

Soma as suas avaliações<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Nº <strong>de</strong> comprimidos para<br />

dormir<br />

Ansieda<strong>de</strong> relativamente a<br />

dormir<br />

Fadiga ou sonolência Soma as suas avaliações<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Atenção, concentração e Soma as suas avaliações<br />

memória<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Motivação, energia, Soma as suas avaliações<br />

iniciativa<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Tensão, dores <strong>de</strong> cabeça, Soma as suas avaliações<br />

perturbações<br />

gastrointestinais<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Capítulo: Módulo 6<br />

1<br />

2<br />

9


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Neste momento, é provável que alguns dos leitores já tenham<br />

atingido os objectivos propostos, muito particularmente:<br />

Adormecer em menos <strong>de</strong> 30 minutos<br />

Não acordar a meio da noite ou, se isso acontecer, voltar a<br />

adormecer em menos <strong>de</strong> 30 minutos<br />

Dormir entre 6 a 8 horas<br />

Ter uma eficiência <strong>de</strong> sono igual ou superior a 85%<br />

Ainda que seja esse o seu caso, continue. O que se preten<strong>de</strong> não é<br />

apenas que durma bem uma ou duas <strong>semana</strong>s, mas sim que o seu<br />

organismo se habitue a fazê-lo <strong>de</strong> uma forma habitual e, para isso, é<br />

preciso consolidar os ganhos.<br />

Se ainda não atingiu os objectivos por completo, analise os seus<br />

progressos até agora, reflectindo sobre o que po<strong>de</strong>rá fazer para<br />

melhorar os indicadores que ainda requerem melhorias.<br />

Dorme entre 6 a 8 horas por noite? Caso isso não aconteça,<br />

não se preocupe: à medida que for alterando a hora permitida<br />

para ir para a cama, este aspecto ten<strong>de</strong> a regularizar.<br />

A sua eficiência <strong>de</strong> sono já se encontra próximo ou acima dos<br />

85%? Se não, não se preocupe, porque é provável que continue<br />

a aumentar nas próximas <strong>semana</strong>s. Entretanto verifique as<br />

regras da hora do acordar (está mesmo a cumprir com este<br />

ponto ou tem estado a fazer batota?) e as que se referem a<br />

utilizar a cama (quase) só para dormir e a manter o quarto<br />

fresco, sem luz e com o mínimo possível <strong>de</strong> ruídos.<br />

O tempo médio para adormecer encontra-se nos 30 minutos ou<br />

menos? Se não, verifique se está a cumprir com as sugestões<br />

dadas para a ―Hora do Embalo‖ e faça sempre uma activida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> relaxamento imediatamente antes <strong>de</strong> dormir.<br />

Reduziu ou eliminou o nº <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertares nocturnos? Se não, e<br />

na ausência <strong>de</strong> uma explicação óbvia para isso (bebés em casa,<br />

Capítulo: Módulo 6<br />

1<br />

3<br />

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[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

ida<strong>de</strong> acima dos 60/65 anos, problemas médicos, ruídos<br />

impossíveis <strong>de</strong> controlar, etc) verifique as questões <strong>de</strong><br />

alimentação e ingestão <strong>de</strong> líquidos e experimente o exercício<br />

que lhe proponho neste módulo.<br />

No caso <strong>de</strong> continuar a acordar a meio da noite, o tempo médio<br />

em que permanece acordado diminuiu? Se não: tem a certeza<br />

que não tem estado a fazer batota e a ficar na cama a meio da<br />

noite, mesmo acordado, com base em justificações muito<br />

respeitáveis (por exemplo: ―aqui está quentinho‖, ―se me<br />

levantar, acordo o marido‖), mas, mesmo assim, dispensáveis?<br />

O número <strong>de</strong> noites em que sentiu que dormiu bem, acordando<br />

refrescado e repousado, aumentou? Se não: existe alguma<br />

situação médica que possa justificar este resultado? Sente que<br />

sonha muito ou tem pesa<strong>de</strong>los que interferem com o seu<br />

<strong>de</strong>scanso?<br />

O seu nível <strong>de</strong> energia, funcionamento intelectual e bem-estar<br />

físico e emocional ao longo do dia melhoram? Se não, existe<br />

alguma outra explicação, além <strong>de</strong> questões <strong>de</strong> sono, que<br />

possam explicar isso? Exemplos frequentes: ansieda<strong>de</strong>, stress e<br />

<strong>de</strong>pressão. Se for esse o caso, procure acompanhamento<br />

psicológico específico para essas situações.<br />

Capítulo: Módulo 6<br />

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Carneirinhos irrequietos<br />

O que me vale é dormitar no sofá…<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Muitas pessoas convencem-se que conseguem ludibriar a falta <strong>de</strong><br />

sono com um ―faz <strong>de</strong> conta que estou só a ver um bocadinho <strong>de</strong><br />

televisão‖ até que adormecem, até que acordam, até que vão para a<br />

cama, até que… bem, até que <strong>de</strong>spertam nesse preciso instante!<br />

Convencem-se que o fazem por estarem muito cansadas e não<br />

quererem ir logo para a cama porque po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>spertar… Ou, então,<br />

aproveitam os fins-<strong>de</strong>-<strong>semana</strong> para uma soneca na fraqueza do<br />

almoço. E, no entanto, estes são péssimos hábitos para quem quer<br />

ter uma noite <strong>de</strong> bom sono continuado. O corpo fica indisciplinado: a<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> dormir surge progressivamente mais tar<strong>de</strong>, a arquitectura<br />

do sono altera-se, <strong>de</strong>pois do dormitar vem a espertina – ou seja,<br />

acontece tudo aquilo que não queremos!<br />

Da próxima vez que pensar: ―Vou só fechar os olhos um bocadinho‖,<br />

pense melhor: ou tem sono e já são horas <strong>de</strong> ir para a cama e é isso<br />

mesmo que <strong>de</strong>ve fazer, ou vai fazer qualquer coisa em que não<br />

arrisque adormecer… Lavar a louça é sempre uma opção, claro ;=)<br />

Dormi muito mal – vou alterar o que tinha planeado<br />

Porquê? Fazê-lo apenas lhe vai provocar a sensação <strong>de</strong> que algo <strong>de</strong><br />

errado e negativo se passa consigo. Ter uma má noite <strong>de</strong> sono é<br />

bastante <strong>de</strong>sagradável e já bem basta ter o potencial <strong>de</strong> lhe diminuir,<br />

no dia seguinte, as capacida<strong>de</strong>s intelectuais e motoras. Juntar a isto<br />

uma limitação à sua vida habitual ou planeada é quase castigar-se,<br />

impor-se limites antecipados àquilo que enten<strong>de</strong> que po<strong>de</strong>rá ou não<br />

fazer. Enquanto que, se vamos dormir bem ou mal, hoje, é algo que<br />

não conseguimos controlar, aquilo que fazemos <strong>de</strong>pois do facto<br />

registado já está sob o nosso domínio quase absoluto.<br />

Evite fazer alterações à sua vida por ter dormido mal – a não ser,<br />

claro que tenho uma profissão como controlador aéreo ou condutor<br />

Capítulo: Módulo 6<br />

1<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

<strong>de</strong> máquinas perigosas, for um neurocirurgião, piloto <strong>de</strong> fórmula 1,<br />

ou algo <strong>de</strong>ntro da linha <strong>de</strong> ―atenção, porque se não estou no meu<br />

melhor, vão morrer pessoas‖.<br />

Em todas as outras situações, as 99% restantes, levante-se à hora<br />

que planeou fazê-lo, faça a sua rotina matinal <strong>de</strong> sempre, prossiga<br />

como habitualmente e mantenha os planos que tinha <strong>de</strong>terminado.<br />

Mesmo que tenha <strong>de</strong> cerrar os <strong>de</strong>ntes com força e imaginar-se um<br />

super-herói!<br />

Já tentei tudo e nada funciona<br />

Não, não tentou! Já foi à bruxa, por exemplo? (estou a brincar, estou<br />

a brincar!!!!).<br />

Em primeiro lugar, ainda não terminámos; em segundo lugar, há que<br />

dar tempo para que o organismo se adapte às alterações que tem<br />

vindo a fazer; em terceiro lugar, é preciso persistência e coerência,<br />

por oposto a <strong>de</strong>bicar uma sugestão aqui, um exercício acolá. Em<br />

quarto lugar, se os seus indicadores <strong>de</strong> sono não melhorarem no final<br />

(e apenas no final) do programa, é preciso re-avaliar a sua<br />

perturbação <strong>de</strong> sono, eventuais perturbações que possam estar a<br />

interferir com o sono, sejam elas psicológicas, médicas ou mesmo<br />

outras perturbações do sono.<br />

Não dormir é catastrófico<br />

Bem, é <strong>de</strong>sagradável… De uma forma crónica, é razoavelmente<br />

nocivo. Mas catastrófico???<br />

A sério????<br />

Vá…<br />

Mesmo??<br />

Consta que Napoleão só dormia umas 4 horas e conseguiu ter fôlego<br />

para andar a invadir todos os países que lhe parecia que respiravam…<br />

Capítulo: Módulo 6<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Relaxamento para os “acordanhocos”<br />

Talvez não tenha obtido um bom nível <strong>de</strong> relaxamento, com os<br />

exercícios que lhe propus nas <strong>semana</strong>s anteriores. Ou talvez tenha<br />

<strong>de</strong>scoberto que com alguns conseguia adormecer rapidamente, mas<br />

continua a acordar a meio da noite, ou a acordar cedo <strong>de</strong>mais ou a<br />

sentir que o sono não foi reparador. Por isso mesmo, temos este<br />

exercício que permite um relaxamento imediato (facilitando o<br />

processo <strong>de</strong> adormecer) ao mesmo tempo que lhe <strong>de</strong>ixa sugestões <strong>de</strong><br />

―programação mental‖ para que o seu corpo lhe permita manter-se a<br />

dormir até à hora <strong>de</strong> acordar e se recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> que o sono <strong>de</strong>ve ser<br />

uma activida<strong>de</strong> reparadora.<br />

Po<strong>de</strong>rá utilizar o exercício seguinte, para relaxar (um outro método<br />

<strong>de</strong> relaxamento, apenas porque todas as pessoas diferem nas suas<br />

preferências), seguido <strong>de</strong> instruções que dá a si próprio (convém<br />

memorizá-las, para as repetir mentalmente duas ou três vezes, logo<br />

após ter terminado o exercício <strong>de</strong> relaxamento); <strong>de</strong>pois, basta<br />

adormecer, ficar a dormir e acordar bem-disposto!<br />

RReellaaxxaammeennttoo d<strong>de</strong>e SScchhuullttzz<br />

Notas prévias<br />

Pratique num sítio sossegado, sozinho. Se quiser, po<strong>de</strong> usar<br />

música relaxante. Este exercício exige alguma concentração,<br />

para que consiga ir sentindo aquilo que vai repetindo para si<br />

próprio.<br />

Os exemplos estão dados, começando sempre com o lado<br />

direito. Se for canhoto, adapte, <strong>de</strong> forma a começar sempre<br />

com o lado esquerdo.<br />

Tente não adormecer a meio do exercício<br />

Capítulo: Módulo 6<br />

1<br />

3<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Quando terminar uma sessão, fique a relaxar um pouco com os<br />

olhos fechados e, <strong>de</strong>pois, levante-se <strong>de</strong>vagar, ou <strong>de</strong>ixe-se<br />

dormir.<br />

Durante o exercício, vai estar concentrado intensamente na sua<br />

experiência interna, com total exclusão <strong>de</strong> todos os<br />

acontecimentos externos a si. Por isso, é possível que passe por<br />

experiências hipnagógicas (tipo sonho), durante as quais<br />

po<strong>de</strong>m surgir percepções corporais distorcidas. Regra geral,<br />

limite-se a ignorar essas experiências – observe-as com<br />

neutralida<strong>de</strong> e passam.<br />

Sobretudo, tenha em conta que este não é o tipo <strong>de</strong> exercícios<br />

que possa ser apressado. Mais do que cumprir o número <strong>de</strong><br />

vezes em que um exercício é repetido, importa sentir os<br />

resultados do que está a dizer a si próprio. Se isso não<br />

acontecer, insista as vezes que forem necessárias.<br />

Preparação respiratória<br />

A ser usado sempre, antes <strong>de</strong> praticar a sessão, mesmo quando já<br />

tiver muita prática.<br />

Faça respiração abdominal, expirando no dobro do tempo da<br />

inspiração. A cada ciclo <strong>de</strong> respiração (inspiração-expiração) aumente<br />

a duração, até chegar a uma contagem <strong>de</strong> 6 segundos para inspirar e<br />

12 para expirar. Depois, reverta o processo. A contagem é feita<br />

<strong>de</strong>vagar, na cadência <strong>de</strong> passagem dos segundos.<br />

Inspira, enquanto conta: 1<br />

Expira, enquanto conta: 2<br />

Inspira, enquanto conta: 2<br />

Expira, enquanto conta: 4<br />

Inspira, enquanto conta: 3<br />

Expira, enquanto conta: 6<br />

Inspira, enquanto conta: 4<br />

Expira, enquanto conta: 8<br />

Capítulo: Módulo 6<br />

1<br />

3<br />

5


O exercício<br />

Inspira, enquanto conta: 5<br />

Expira, enquanto conta: 10<br />

Inspira, enquanto conta: 6<br />

Expira, enquanto conta: 12<br />

Inspira, enquanto conta: 6<br />

Expira, enquanto conta: 12<br />

Inspira, enquanto conta: 5<br />

Expira, enquanto conta: 10<br />

Inspira, enquanto conta: 4<br />

Expira, enquanto conta: 8<br />

Inspira, enquanto conta: 3<br />

Expira, enquanto conta: 6<br />

Inspira, enquanto conta: 2<br />

Expira, enquanto conta: 4<br />

Inspira, enquanto conta: 1<br />

Expira, enquanto conta: 2<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Respire profundamente, à contagem <strong>de</strong> 1 segundo para inspirar e 1<br />

segundo para expirar e, mentalmente, repita a 1ª parte enquanto<br />

inspira, e a 2ª parte, enquanto expira.<br />

Capítulo: Módulo 6<br />

1<br />

3<br />

6


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Inspira Expira<br />

O braço direito está a ficar Mole e pesado 6 – 8 vezes<br />

O braço direito está a ficar Cada vez mais pesado 6 – 8 vezes<br />

O braço direito está Completamente pesado 6 – 8 vezes<br />

Sinto-me Totalmente calmo 1 vez<br />

Inspira Expira<br />

O braço esquerdo está a<br />

ficar<br />

Mole e pesado 6 – 8 vezes<br />

O braço esquerdo está a<br />

ficar<br />

Cada vez mais pesado 6 – 8 vezes<br />

O braço esquerdo está Completamente pesado 6 – 8 vezes<br />

Sinto-me Totalmente calmo 1 vez<br />

Inspira Expira<br />

Os dois braços estão a ficar Moles e pesados 6 – 8 vezes<br />

Os dois braços estão a ficar Cada vez mais pesados 6 – 8 vezes<br />

Os dois braços estão Completamente pesados 6 – 8 vezes<br />

Sinto-me Totalmente calmo 1 vez<br />

Inspira Expira<br />

A perna direita está a ficar Mole e pesada 6 – 8 vezes<br />

A perna direita está a ficar Cada vez mais pesada 6 – 8 vezes<br />

A perna direita está Completamente pesada 6 – 8 vezes<br />

Sinto-me Totalmente calmo 1 vez<br />

Inspira Expira<br />

A perna esquerda está a ficar Mole e pesada 6 – 8 vezes<br />

A perna esquerda está a ficar Cada vez mais pesada 6 – 8 vezes<br />

A perna esquerda está Completamente pesada 6 – 8 vezes<br />

Sinto-me Totalmente calmo 1 vez<br />

Inspira Expira<br />

As duas pernas estão a ficar Moles e pesadas 6 – 8 vezes<br />

As duas pernas estão a ficar Cada vez mais pesadas 6 – 8 vezes<br />

As duas pernas estão Completamente pesadas 6 – 8 vezes<br />

Sinto-me Totalmente calmo 1 vez<br />

Capítulo: Módulo 6<br />

1<br />

3<br />

7


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Autora: Madalena Lobo<br />

Inspira Expira<br />

Os braços e pernas estão a ficar Moles e pesados 6 – 8 vezes<br />

Os braços e pernas estão a ficar Cada vez mais pesados 6 – 8 vezes<br />

Os braços e pernas estão Completamente pesados 6 – 8 vezes<br />

Sinto-me Totalmente calmo 1 vez<br />

Inspira Expira<br />

O braço direito está a ficar Mole e quente 6 – 8 vezes<br />

O braço direito está a ficar Cada vez mais quente 6 – 8 vezes<br />

O braço direito está Completamente quente 6 – 8 vezes<br />

Sinto-me Totalmente calmo 1 vez<br />

Inspira Expira<br />

O braço esquerdo está a ficar Mole e quente 6 – 8 vezes<br />

O braço esquerdo está a ficar Cada vez mais quente 6 – 8 vezes<br />

O braço esquerdo está Completamente quente 6 – 8 vezes<br />

Sinto-me Totalmente calmo 1 vez<br />

Inspira Expira<br />

Os dois braços estão a ficar Moles e quentes 6 – 8 vezes<br />

Os dois braços estão a ficar Cada vez mais quentes 6 – 8 vezes<br />

Os dois braços estão Completamente quentes 6 – 8 vezes<br />

Sinto-me Totalmente calmo 1 vez<br />

Inspira Expira<br />

A perna direita está a ficar Mole e quente 6 – 8 vezes<br />

A perna direita está a ficar Cada vez mais quente 6 – 8 vezes<br />

A perna direita está Completamente quente 6 – 8 vezes<br />

Sinto-me Totalmente calmo 1 vez<br />

Inspira Expira<br />

A perna esquerda está a ficar Mole e quente 6 – 8 vezes<br />

A perna esquerda está a ficar Cada vez mais quente 6 – 8 vezes<br />

A perna esquerda está Completamente quente 6 – 8 vezes<br />

Sinto-me Totalmente calmo 1 vez<br />

Capítulo: Módulo 6<br />

1<br />

3<br />

8


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Inspira Expira<br />

As duas pernas estão a ficar Moles e quentes 6 – 8 vezes<br />

As duas pernas estão a ficar Cada vez mais quentes 6 – 8 vezes<br />

As duas pernas estão Completamente quentes 6 – 8 vezes<br />

Sinto-me Totalmente calmo 1 vez<br />

Inspira Expira<br />

Os braços e pernas estão a ficar Moles e pesados e quentes 6 – 8 vezes<br />

Os braços e pernas estão a ficar Cada vez mais pesados e<br />

cada vez mais quentes<br />

6 – 8 vezes<br />

Os braços e pernas estão Completamente pesados e<br />

quentes<br />

6 – 8 vezes<br />

Sinto-me Totalmente calmo 1 vez<br />

Inspira Expira<br />

Os braços e pernas estão a<br />

ficar<br />

Moles e pesados e quentes 1 – 2 vezes<br />

Os braços e pernas estão a Cada vez mais pesados e 1 – 2 vezes<br />

ficar<br />

cada vez mais quentes<br />

Os braços e pernas estão Completamente pesados e<br />

quentes<br />

1 – 2 vezes<br />

Sinto-me Totalmente calmo 1 – 2 vezes<br />

Sinto o peito Quente e agradável 6 – 8 vezes<br />

O bater do coração está Calmo e regular 6 – 8 vezes<br />

Sinto-me Totalmente calmo 1 vez<br />

Inspira Expira<br />

Os braços e pernas estão a<br />

ficar<br />

Moles e pesados e quentes 1 – 2 vezes<br />

Os braços e pernas estão a Cada vez mais pesados e 1 – 2 vezes<br />

ficar<br />

cada vez mais quentes<br />

Os braços e pernas estão Completamente pesados e<br />

quentes<br />

1 – 2 vezes<br />

O bater do coração está Calmo e regular 1 – 2 vezes<br />

Sinto-me Totalmente calmo 1 – 2 vezes<br />

A minha respiração está Totalmente calma 6 – 8 vezes<br />

Sinto-me Totalmente calmo 1 vez<br />

Capítulo: Módulo 6<br />

1<br />

3<br />

9


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Inspira Expira<br />

Os braços e pernas estão a<br />

ficar<br />

Moles e pesados e quentes 1 – 2 vezes<br />

Os braços e pernas estão a Cada vez mais pesados e 1 – 2 vezes<br />

ficar<br />

cada vez mais quentes<br />

Os braços e pernas estão Completamente pesados e<br />

quentes<br />

1 – 2 vezes<br />

O bater do coração está Calmo e regular 1 – 2 vezes<br />

Sinto-me Totalmente calmo 1 – 2 vezes<br />

A minha respiração está Totalmente calma 1 – 2 vezes<br />

Sinto-me Totalmente calmo 1 – 2 vezes<br />

O meu estômago e barriga<br />

estão a ficar<br />

Suaves e quentes 6 – 8 vezes<br />

Sinto-me Totalmente calmo 1 vez<br />

Inspira Expira<br />

Os braços e pernas estão a<br />

ficar<br />

Moles e pesados e quentes 1 – 2 vezes<br />

Os braços e pernas estão a Cada vez mais pesados e 1 – 2 vezes<br />

ficar<br />

cada vez mais quentes<br />

Os braços e pernas estão Completamente pesados e<br />

quentes<br />

1 – 2 vezes<br />

O bater do coração está Calmo e regular 1 – 2 vezes<br />

Sinto-me Totalmente calmo 1 – 2 vezes<br />

A minha respiração está Totalmente calma 1 – 2 vezes<br />

Sinto-me Totalmente calmo 1 – 2 vezes<br />

O meu estômago e barriga<br />

estão a ficar<br />

Suaves e quentes 1 – 2 vezes<br />

Sinto-me Totalmente calmo 1 – 2 vezes<br />

A testa está Fresca 6 – 8 vezes<br />

Sinto-me Totalmente calmo 1 vez<br />

Inspira Expira<br />

Os braços e pernas estão Pesados e quentes 1–2 vezes<br />

O bater do coração e a respiração estão Calmos e regulares 1–2 vezes<br />

O meu estômago e barriga estão Suaves e quentes 1–2 vezes<br />

A testa está Fresca 1–2 vezes<br />

Sinto-me Totalmente calmo 1–2 vezes<br />

Capítulo: Módulo 6<br />

1<br />

4<br />

0


As frases <strong>de</strong> sugestão:<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Utilize estas ou outras que lhe parecerem melhores, fazendo ajustes<br />

à sua própria linguagem. É importante que as memorize, para po<strong>de</strong>r<br />

aproveitar estes momentos finais após o relaxamento profundo, já<br />

que se trata <strong>de</strong> uma altura em que a sua consciência está muito<br />

permeável ao que possa afirmar perante si próprio.<br />

O meu corpo sabe o que <strong>de</strong>ve fazer para eu dormir a noite toda<br />

profundamente e só acordar quando o <strong>de</strong>spertador tocar<br />

Quando começar a dormir, nos próximos minutos, vou <strong>de</strong>ixarme<br />

dormir a noite toda <strong>de</strong> seguida<br />

Vou <strong>de</strong>ixar ficar <strong>de</strong> lado tudo o que possa interferir com o meu<br />

<strong>de</strong>scanso; quando acordar <strong>de</strong> manhã saberei o que fazer<br />

Profundamente, vou <strong>de</strong>ixar que o meu corpo adormeça,<br />

profundamente, e fique a dormir até <strong>de</strong> manhã<br />

Capítulo: Módulo 6<br />

1<br />

4<br />

1


Sestas & Cª<br />

As mal-amadas…<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

A partir <strong>de</strong> agora, e até dormir a sono solto, que nem um justo,<br />

consistentemente durante mais <strong>de</strong> um mês, terá <strong>de</strong> eliminar as<br />

sestas, sestazinhas, os passares pela brasa, as meditações <strong>de</strong> olhos<br />

fechados, e as dorminhoquices várias. Para os doutorados em sono,<br />

estes pequenos prazeres sabem bem e revigoram a meio do dia mas,<br />

para quem ainda não se habituou a tudo a que tem direito no que se<br />

refere a sono, po<strong>de</strong>m interferir com o impulso para dormir que vai<br />

crescendo ao longo do dia, na mesma proporção em que se afasta a<br />

hora a que acordámos. Para quem sofre <strong>de</strong> insónias, os especialistas<br />

são unânimes: as sestas são proibidas!<br />

Restrição <strong>de</strong> sono<br />

Voltamos à nossa velha conhecida. Reveja a sua eficiência média <strong>de</strong><br />

sono da última <strong>semana</strong> e aja em conformida<strong>de</strong>:<br />

Eficiência <strong>de</strong> sono média entre os 85% e os 90%: neste caso,<br />

não modifica nada ao tempo que preten<strong>de</strong> dormir durante a<br />

próxima <strong>semana</strong>, isto é mantém a hora <strong>de</strong> acordar e mantém a<br />

hora mínima <strong>de</strong> se <strong>de</strong>itar.<br />

Eficiência <strong>de</strong> sono superior a 90%: neste caso, po<strong>de</strong> aumentar<br />

15 minutos à hora mínima <strong>de</strong> <strong>de</strong>itar; por exemplo, se a sua<br />

hora estipulada <strong>de</strong> ir para a cama era à 1:00 da manhã, então<br />

po<strong>de</strong> passar a ser 12:45. Ou po<strong>de</strong> aumentar os 15 minutos à<br />

sua hora <strong>de</strong> acordar.<br />

Eficiência <strong>de</strong> sono inferior a 85%: neste caso, vamos diminuir<br />

15 minutos ao tempo na cama; no nosso exemplo acima, a sua<br />

hora mínima <strong>de</strong> <strong>de</strong>itar passa a ser a 1:15 ou a hora <strong>de</strong> acordar<br />

passa a ser 15 minutos mais cedo. Renovadas <strong>de</strong>sculpas…<br />

Capítulo: Módulo 6<br />

1<br />

4<br />

2


Medicação<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Se já está a tomar muito poucos comprimidos para dormir (digamos<br />

1 ou 2 vezes por <strong>semana</strong>), está na hora <strong>de</strong> terminar esta<br />

<strong>de</strong>pendência.<br />

Se toma mais do que duas vezes por <strong>semana</strong>, volta a reduzir pela<br />

meta<strong>de</strong>, o que po<strong>de</strong> fazer cortando ao meio a sua habitual dose, <strong>de</strong><br />

cada vez que toma ou alternando os dias em que toma, <strong>de</strong> forma a<br />

reduzir pela meta<strong>de</strong> o número <strong>de</strong> dias <strong>semana</strong>is em que o faz: por<br />

exemplo, se está a tomar um comprimido em dias alternados, faça<br />

um intervalo <strong>de</strong> dois dias sem tomar medicação e tome o seu<br />

comprimido apenas o terceiro dia.<br />

Capítulo: Módulo 6<br />

1<br />

4<br />

3


Hora do embalo<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Faça refinamentos à sua rotina até chegar à forma que lhe é mais<br />

confortável, mais ergonómica, mais em contexto com a sua forma <strong>de</strong><br />

vida. Se tiver <strong>de</strong> encurtar o período da hora do embalo, evite que<br />

seja inferior a 30 minutos.<br />

E, na sua rotina <strong>de</strong> preparação para a caminha, sugiro-lhe um<br />

exercício <strong>de</strong> alongamento muito especial: lembra-se <strong>de</strong> os seus pais<br />

lhe dizerem, com um olhar reprovador, que era feio espreguiçar-se?<br />

Pois po<strong>de</strong> ser feio, que isto <strong>de</strong> questões estéticas não se discutem,<br />

mas lá que é um excelente exercício <strong>de</strong> alongamento <strong>de</strong> preparação<br />

para o sono, lá isso é! :=)<br />

Por isso, agora que já é crescido, e até tem direito à sua privacida<strong>de</strong><br />

se não quiser chocar ninguém, acaba <strong>de</strong> ter autorização para se<br />

espreguiçar como se não houvesse amanhã, bocejando até ao fundo<br />

da alma. E po<strong>de</strong> fazê-lo várias vezes – vai ver que, com treino,<br />

recupera esta capacida<strong>de</strong> que tinha ficado perdida algures lá pela<br />

infância!<br />

Capítulo: Módulo 6<br />

1<br />

4<br />

4


Impulso para dormir<br />

Dias <strong>de</strong> boa noite<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

A luz do sol regula os organismos vivos. Luz solar, temperatura<br />

corporal e sono encontram-se intimamente ligados. Quando a luz<br />

solar é <strong>de</strong>tectada pelo organismo, os níveis <strong>de</strong> melatonina (uma<br />

hormona produzida pelo organismo) diminuem, dando sinal ao corpo<br />

para aumentar a temperatura e ficar alerta. A escuridão dá sinal para<br />

o aumento dos níveis <strong>de</strong> melatonina que, por sua vez, fazem diminuir<br />

a temperatura corporal, induzindo o sono.<br />

37,7<br />

37,6<br />

37,5<br />

37,4<br />

37,3<br />

37,2<br />

37,1<br />

37<br />

36,9<br />

36,8<br />

36,7<br />

36,6<br />

36,5<br />

36,4<br />

36,3<br />

36,2<br />

36,1<br />

36<br />

Ritmo da temperatura corporal<br />

Capítulo: Módulo 6<br />

1<br />

4<br />

5


IInnssóónniiaass pprreeccoocceess<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Se o seu problema for a dificulda<strong>de</strong> em conciliar no sono, quando se<br />

<strong>de</strong>ita, provavelmente terá tendência a ter uma temperatura corporal<br />

que <strong>de</strong>sce mais tar<strong>de</strong> do que o <strong>de</strong>sejável. Para contrariar esse efeito,<br />

experimente aumentar a exposição à luz solar da manhã, porque isso<br />

faz com que a temperatura do corpo aumente mais cedo e, portanto,<br />

<strong>de</strong>sça mais cedo, também.<br />

IInnssóónniiaass ttaarrddiiaass<br />

Se o seu problema for acordar muito cedo, provavelmente tem um<br />

ritmo <strong>de</strong> temperatura corporal que aumenta <strong>de</strong>masiado cedo pela<br />

manhã. Experimente aumentar a exposição à luz solar ao fim <strong>de</strong><br />

tar<strong>de</strong>, porque assim atrasa o ritmo da temperatura, permitindo-lhe<br />

dormir até mais tar<strong>de</strong>.<br />

EExxppoossiiççããoo àà lluuzz ssoollaarr<br />

Por exposição à luz solar não estou a sugerir que vá tomar banhos <strong>de</strong><br />

sol. Aliás, se o fizer, espero que, <strong>de</strong> acordo com as normas <strong>de</strong><br />

segurança e prevenção <strong>de</strong> cancro <strong>de</strong> pele, esteja bem besuntado com<br />

protector solar a<strong>de</strong>quado à sua pele. O que lhe estou a sugerir é que<br />

<strong>de</strong>ixe o sol entrar na sua casa ou trabalho, que prefira tomar o<br />

pequeno-almoço ou lanche numa esplanada ou varanda, que dê uma<br />

volta a pé em vez <strong>de</strong> ficar sentado na sala, etc.<br />

LLuuzzeess eessppeecciiaaiiss<br />

Existem propostas <strong>de</strong> diversos fabricantes internacionais relativas a<br />

luzes especiais para adormecer, permanecer a dormir e acordar.<br />

Capítulo: Módulo 6<br />

1<br />

4<br />

6


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Provavelmente, ainda não teremos ouvido a última palavra a<br />

propósito <strong>de</strong>ste tema, uma vez que se trata <strong>de</strong> um assunto<br />

razoavelmente novo e pouco consensual, ainda, em termos<br />

científicos. Uma simples pesquisa no Google sobre ―special light<br />

sleep‖ retorna 183 milhões <strong>de</strong> resultados, por isso, diria que se quiser<br />

experimentar qualquer uma das alternativas actuais, terá bastante<br />

com que se entreter no seu processo <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. Fique<br />

apenas com a nota <strong>de</strong> que, <strong>de</strong> acordo com alguns estudos, existem<br />

luzes que facilitam o processo <strong>de</strong> dormir, enquanto que, <strong>de</strong> acordo<br />

com outros, estas luzes não têm efeitos significativos – enfim, os<br />

resultados habituais quando um tema ainda é jovem.<br />

Capítulo: Módulo 6<br />

1<br />

4<br />

7


Semana <strong>de</strong> mudança<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Todos os dias, marque na tabela abaixo, com um ‗X‘, todos os itens<br />

que tiver cumprido e que constituem as suas tarefas durante 7 dias,<br />

antes <strong>de</strong> entrar no próximo capítulo. Quando nada é dito em<br />

contrário, na tabela, assume-se que é uma activida<strong>de</strong> diária; nos<br />

outros casos, apresenta-se entre parênteses, a frequência <strong>semana</strong>l.<br />

Semana 6<br />

Registei os meus pensamentos sobre o<br />

Dia<br />

1<br />

sono e contra-argumentei comigo<br />

mesmo<br />

Cumpri com a hora que estipulei para<br />

acordar<br />

Apenas fiz activida<strong>de</strong>s tranquilas<br />

durante a hora antes <strong>de</strong> dormir<br />

Fiz exercício físico cardiovascular (4 a 5<br />

vezes/<strong>semana</strong>)<br />

Fiz relaxamento <strong>de</strong> Schultz<br />

Levantei-me se acordado mais do que<br />

20/30 minutos e só regressei sonolento<br />

Utilizei a cama apenas para dormir<br />

Na hora antes <strong>de</strong> dormir, diminuí luzes<br />

Evitei ingerir líquidos nos 90 minutos<br />

antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>itar<br />

Mantive uma alimentação ligeira à noite<br />

Eliminei os estimulantes no período em<br />

que pu<strong>de</strong>ssem interferir com o sono<br />

Ajustei o tempo planeado para dormir<br />

Reduzi/eliminei a medicação para<br />

dormir e usei tranquilizantes naturais<br />

para ajudar<br />

Usei momentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>saceleração<br />

durante o dia<br />

Estabilizei as rotinas na hora antes <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>itar<br />

Mantive o quarto organizado tendo em<br />

conta a simplicida<strong>de</strong>, luz, ruído e<br />

temperatura<br />

Não fiz sestas<br />

Utilizei a exposição solar para induzir<br />

sono<br />

Dia<br />

2<br />

Dia<br />

3<br />

Dia<br />

4<br />

Dia<br />

5<br />

Dia<br />

6<br />

Dia<br />

7<br />

Capítulo: Módulo 6<br />

1<br />

4<br />

8


Horas a que foi para a cama<br />

Tempo que levou a adormecer<br />

Horas a que acordou a meio da noite<br />

Tempo total que esteve acordado a meio da noite<br />

Horas a que acordou pela última vez<br />

Horas a que se levantou<br />

Tempo total que planeou para dormir<br />

Tempo total que esteve a dormir<br />

Sentiu que dormiu bem?<br />

Nº <strong>de</strong> comprimidos para dormir<br />

Ansieda<strong>de</strong> relativamente a dormir<br />

Fadiga ou sonolência<br />

Atenção, concentração e memória<br />

Motivação, energia, iniciativa<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Semana 6 Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4 Dia 5 Dia 6 Dia 7<br />

Tensão, dores <strong>de</strong> cabeça, perturbações gastrointestinais<br />

Capítulo: Módulo 6<br />

1<br />

4<br />

9


MMÓÓDDUULLOO 77<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Capítulo: Módulo 7<br />

1<br />

5<br />

0


A <strong>semana</strong><br />

Os objectivos das próximas <strong>semana</strong>s<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Bem, tudo tem um fim e este programa não é excepção! No entanto,<br />

este último módulo não representa o fim dos seus esforços para repor<br />

sono <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e quantida<strong>de</strong> confortáveis e capazes <strong>de</strong> lhe<br />

assegurar um substrato <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> física e emocional.<br />

A minha melhor sugestão é <strong>de</strong> que continue a manter o trabalho<br />

efectuado até aqui durante mais umas <strong>semana</strong>s ou, pelo menos, até<br />

adormecer e manter-se a dormir, obtendo um sono repousado, <strong>de</strong><br />

uma forma consistente durante algum tempo.<br />

Depois, po<strong>de</strong>rá apenas manter as alterações que sentir como naturais<br />

para si; quantas mais mantiver, naturalmente, melhor irá assegurar o<br />

futuro da sua qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sono. Encare este programa como um<br />

bom regime alimentar e não como uma dieta <strong>de</strong> alto impacto – vai<br />

fazendo alterações, efectuando ajustes e mantendo no tempo até que<br />

o novo regime lhe assente como uma segunda pele, <strong>de</strong> modo a nem<br />

ter <strong>de</strong> pensar no assunto, <strong>de</strong> tão natural e rotineiro que se tornou.<br />

Lembre-se que gerir tempo é gerir priorida<strong>de</strong>s – nós não temos nem<br />

muito nem pouco tempo; o que temos é várias activida<strong>de</strong>s que<br />

competem pelas 24 horas com que inauguramos cada novo dia e, por<br />

isso, temos <strong>de</strong> ser criteriosos relativamente a quais <strong>de</strong>ssas<br />

activida<strong>de</strong>s vamos atribuir os primeiros lugares. O tempo para dormir<br />

<strong>de</strong>ve ser uma <strong>de</strong>las, na certeza <strong>de</strong> que, ao fazê-lo, estaremos a<br />

contribuir para a nossa saú<strong>de</strong> física, mental e emocional e a ganhar<br />

tempo pela eficiência acrescida que iremos ter ao longo do dia.<br />

Capítulo: Módulo 7<br />

1<br />

5<br />

1


Como foi a <strong>semana</strong>?<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

É tempo para reflectir sobre como correu esta <strong>semana</strong>. Na tabela<br />

abaixo, preencha os resultados, com base nos registos efectuados.<br />

Semana 6 Explicação Insira o seu<br />

valor<br />

Média <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> sono Soma o tempo total que<br />

esteve a dormir todos os dias<br />

e divi<strong>de</strong> por 7 (A)<br />

Média do tempo planeado<br />

para dormir<br />

Soma o tempo total que<br />

planeou para dormir todos os<br />

dias e divi<strong>de</strong> por 7 (B)<br />

Eficiência <strong>de</strong> sono Divi<strong>de</strong> a média <strong>de</strong> horas <strong>de</strong><br />

sono pela média do tempo<br />

planeado para dormir (A/B);<br />

vai obter uma percentagem<br />

Tempo médio para<br />

adormecer<br />

Tempo médio acordado à<br />

noite<br />

Nº médio <strong>de</strong> vezes que<br />

acordou a meio da noite<br />

Nº <strong>de</strong> noites em que<br />

dormiu bem<br />

Soma o tempo que levou para<br />

adormecer todos os dias e<br />

divi<strong>de</strong> por 7<br />

Soma o tempo total acordado<br />

a meio da noite e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Soma o nº <strong>de</strong> vezes em que<br />

acordou à noite e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Soma o número <strong>de</strong> ―S‖ que<br />

marcou e divi<strong>de</strong> por 7,<br />

obtendo uma percentagem<br />

Total <strong>de</strong> comprimidos que<br />

tomou para dormir<br />

Soma as suas avaliações<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Nº <strong>de</strong> comprimidos para<br />

dormir<br />

Ansieda<strong>de</strong> relativamente a<br />

dormir<br />

Fadiga ou sonolência Soma as suas avaliações<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Atenção, concentração e Soma as suas avaliações<br />

memória<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Motivação, energia, Soma as suas avaliações<br />

iniciativa<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Tensão, dores <strong>de</strong> cabeça, Soma as suas avaliações<br />

perturbações<br />

gastrointestinais<br />

<strong>de</strong>ste ponto e divi<strong>de</strong> por 7<br />

Capítulo: Módulo 7<br />

1<br />

5<br />

2


Como andam as insónias?<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

No módulo 1, avaliámos a severida<strong>de</strong> das suas insónias e este é um<br />

bom momento para voltar a avaliar e preencha o questionário abaixo<br />

para avaliar o nível <strong>de</strong> severida<strong>de</strong> das suas insónias, com base nas<br />

últimas duas <strong>semana</strong>s:<br />

Queixa Nada Pouco Mo<strong>de</strong>rado Grave Muito Grave<br />

Dificulda<strong>de</strong><br />

adormecer<br />

em 0 1 2 3 4<br />

Dificulda<strong>de</strong> em manter-se<br />

a dormir<br />

0 1 2 3 4<br />

Acordar muito cedo 0 1 2 3 4<br />

Até que ponto está Muito Satisfeito Mo<strong>de</strong>radamente Insatisfeito Muito<br />

satisfeito/insatisfeito com satisfeito 1<br />

satisfeito<br />

3 insatisfeito<br />

o seu padrão <strong>de</strong> sono<br />

actual?<br />

0<br />

2<br />

4<br />

Até que ponto acha que Não notam Notam<br />

Notam<br />

Notam Notam<br />

os outros notam as suas nada pouco razoavelmente muito muitíssimo<br />

dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sono na 0<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

forma como afecta<br />

negativamente a sua<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida?<br />

Qual o seu nível <strong>de</strong> Nada Um pouco Razoavelmente Muito Extremamente<br />

preocupação/<br />

preocupado preocupado preocupado preocupado preocupado<br />

perturbação com os seus 0<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

problemas<br />

actuais?<br />

<strong>de</strong> sono<br />

Até que ponto consi<strong>de</strong>ra Não Interfere Interfere Interfere Extrema<br />

que o seu problema <strong>de</strong> interfere um pouco mo<strong>de</strong>radamente muito interferência<br />

sono interfere com o seu nada<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

funcionamento diurno 0<br />

(por exemplo, fadiga,<br />

humor, capacida<strong>de</strong> para<br />

trabalhar ou para as suas<br />

tarefas quotidianas,<br />

concentração,<br />

energia, etc)<br />

memória,<br />

Total (some os valores<br />

das 7 perguntas)<br />

Insomnia Severity In<strong>de</strong>x<br />

Interpretação do valor obtido:<br />

0-7:Sem insónia clinicamente significativa<br />

8-14:Insónia sub-clínica<br />

15-21:Insónia clínica (severida<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rada)<br />

22-28:Insónia clínica (severida<strong>de</strong> elevada)<br />

Melhorou? Se sim: parabéns!!! Se não, lembre-se: ainda tem<br />

trabalho pela frente – continue!<br />

Capítulo: Módulo 7<br />

1<br />

5<br />

3


Carneirinhos irrequietos<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Ao longo das <strong>semana</strong>s iniciais, tivemos atenção a algumas das coisas<br />

que as pessoas pensam e acreditam a propósito do sono e da sua<br />

falta, da forma como interfere nas suas vidas e das suas capacida<strong>de</strong>s<br />

para aguentarem noites <strong>de</strong> mau dormir.<br />

A contra-argumentação que fui fazendo teve por único fim estimular<br />

a sua consciência a propósito daquilo que pensa e estimular a sua<br />

capacida<strong>de</strong> para contrapor uma forma que lhe resulte mais útil <strong>de</strong><br />

pensar a propósito do assunto. Sabendo que aquilo que pensamos é<br />

instrumental na construção das nossas emoções, espero que, ao<br />

longo <strong>de</strong>ste tempo que passámos a ―discutir‖ várias convicções a<br />

propósito do dormir, tenha <strong>de</strong>senvolvido uma atitu<strong>de</strong> mais leve e<br />

tranquila relativamente a estes temas, sobretudo naquelas noites em<br />

que o João Pestana se mostra teimoso em aparecer e cumprir as suas<br />

funções.<br />

Sugiro-lhe que mantenha uma atitu<strong>de</strong> aberta e orientada por<br />

princípios <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> em relação a tudo o que pensa e não só no que<br />

diz respeito ao sono. A maior parte dos aspectos que governam a<br />

nossa conduta <strong>de</strong> uma forma mais abrangente e subconsciente foram<br />

aprendidos em ida<strong>de</strong>s nas quais o espírito crítico e raciocínio lógico<br />

ainda não estava <strong>de</strong>senvolvido; mesmo quando aprendidos mais<br />

tar<strong>de</strong>, muita vida aconteceu <strong>de</strong>pois disso – experiências que nos<br />

ensinaram coisas novas, dados novos que vieram complementar os<br />

nossos conhecimentos sobre como funcionamos e sobre os<br />

mecanismos do mundo, informações que acabaram por contrariar as<br />

primeiras aprendizagens… E, no entanto, com muita frequência,<br />

falhamos a actualização das primeiras aprendizagens sobre um tema,<br />

pelo que é importante <strong>de</strong> vez em quando fazer uma gran<strong>de</strong> limpeza<br />

da Primavera e revermos criticamente as questões que possam estar<br />

a interferir na nossa tranquilida<strong>de</strong>.<br />

Por curiosida<strong>de</strong>, voltamos a um questionário que preencheu no<br />

módulo 2, com várias afirmações que reflectem atitu<strong>de</strong>s e convicções<br />

Capítulo: Módulo 7<br />

1<br />

5<br />

4


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

sobre o sono. Por favor, marque, para cada uma <strong>de</strong>las, o seu nível <strong>de</strong><br />

concordância ou discordância. Não existem respostas certas ou<br />

erradas. Para cada afirmação circule o número que melhor reflecte a<br />

sua própria opinião sobre a afirmação. Responda a todos os itens<br />

ainda que alguns possam não se aplicar ao seu caso específico, <strong>de</strong><br />

acordo com a escala abaixo.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

Discordo fortemente Concordo fortemente<br />

1. Preciso <strong>de</strong> 8 horas <strong>de</strong> sono por noite para me sentir bem e funcionar<br />

correctamente<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

2. Quando não consigo dormir o tempo certo durante a noite, preciso <strong>de</strong><br />

compensar com uma sesta nesse dia ou dormindo mais na noite seguinte.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

3. Preocupa-me pensar que a insónia crónica possa ter efeitos graves na<br />

minha saú<strong>de</strong> física.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

4. Preocupo-me com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r o controlo da minha<br />

capacida<strong>de</strong> para dormir.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

5. Depois <strong>de</strong> dormir mal à noite, sei que isso vai interferir com as minhas<br />

activida<strong>de</strong>s ao longo do dia seguinte<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

Capítulo: Módulo 7<br />

1<br />

5<br />

5


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Autora: Madalena Lobo<br />

6. Para po<strong>de</strong>r estar alerta e funcionar bem durante o dia, acho preferível<br />

tomar um comprimido para dormir a dormir mal à noite.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

7. Quando me sinto irritável, <strong>de</strong>primido ou ansioso durante o dia, é<br />

sobretudo porque não dormi bem à noite.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

8. Quando durmo mal numa noite, já sei que vou ficar com o meu padrão<br />

<strong>de</strong> sono alterado durante o resto da <strong>semana</strong>.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

9. Sem uma boa noite <strong>de</strong> sono, funciono muito mal durante o dia.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

10. Nunca consigo prever se vou ter uma boa noite <strong>de</strong> sono ou não.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

11. Tenho muito pouca capacida<strong>de</strong> para lidar com as consequências <strong>de</strong> uma<br />

má noite <strong>de</strong> sono.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

12. Quando me sinto cansado, não tenho energia, ou apenas sinto que não<br />

estou funcional durante o dia, normalmente é porque não dormi bem na<br />

noite anterior.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

13. Eu acho que a insónia é, no fundo, o resultado <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sequilíbrio<br />

químico.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

Capítulo: Módulo 7<br />

1<br />

5<br />

6


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

14. Sinto que a insónia está a arruinar a minha capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> usufruir da<br />

vida e me impe<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer o que eu quero.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

15. A medicação é, provavelmente, a única solução para quem não dorme.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

16. Evito ou cancelo obrigações (sociais, familiares) <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma má noite<br />

<strong>de</strong> sono.<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

DBAS-16 (Dysfunctional beliefs and attitu<strong>de</strong>s about sleep) - Charles M. Morin, PhD; Annie Vallières, PhD;<br />

Hans Ivers, MPs; tradução Madalena Lobo<br />

De novo, some todos os valores atribuídos e divida por 16. Recupere<br />

o valor inicialmente obtido no módulo 2. Baixou? Óptimo! Encontra-se<br />

abaixo <strong>de</strong> 3,8? Melhor ainda!<br />

Se, no entanto, não baixou (e o valor obtido inicialmente era superior<br />

a 3,8) e/ou não se encontra abaixo <strong>de</strong> 3,8, significa que terá <strong>de</strong><br />

continuar a fazer um esforço no sentido <strong>de</strong> ajustar <strong>de</strong> uma forma<br />

mais prática e auto-confiante aquilo que pensa sobre o facto <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />

ter noites mal dormidas. Lembre-se: o programa não termina esta<br />

<strong>semana</strong>… Ainda tem muito tempo para continuar a fazer mudanças<br />

na sua vida e em si!<br />

Um dos aspectos que mais influencia a a<strong>de</strong>são a convicções que<br />

trabalham contra nós no que diz respeito ao sono é a tendência para<br />

magnificar, ―catastrofizar‖, empolar aspectos que cremos negativos.<br />

Como dormir mal ou pouco; levamos muito a sério os riscos e as<br />

contrarieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sse facto, imaginamo-los muito piores do que aquilo<br />

que são, per<strong>de</strong>mos perspectiva, focamo-nos em <strong>de</strong>masia no que não<br />

conseguimos, antecipamos cenários retintos <strong>de</strong> pessimismo,<br />

Capítulo: Módulo 7<br />

1<br />

5<br />

7


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

permitimo-nos estragos no humor geral. Este é um aspecto a que<br />

valeria a pena estar atento, porque se o faz em relação ao sono, as<br />

probabilida<strong>de</strong>s são <strong>de</strong> que esteja a aplicar a mesma distorção <strong>de</strong><br />

raciocínio a vários outros aspectos da sua vida e, com isso, a per<strong>de</strong>r<br />

uma fatia <strong>de</strong> bem-estar que é importante e à qual tem um direito<br />

inegável. Nesta secção, estamos sempre a falar <strong>de</strong> uma mudança<br />

interna e não externa: mudar o pensamento e não mudar as<br />

circunstâncias. Ambos os aspectos são importantes: se as insónias<br />

têm vindo a marcar o compasso da sua vida, há que mudar hábitos<br />

<strong>de</strong> sono, apren<strong>de</strong>r a relaxar, modificar rotinas que possam estar a<br />

interferir com um mecanismo que é natural; e, simultaneamente, há<br />

a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> repor uma análise e interpretação correctas quanto<br />

àquilo que está a acontecer, sob pena <strong>de</strong> estar a criar factores <strong>de</strong><br />

stress internos que lhe criam activação emocional impeditiva do<br />

sossego que o sono requer.<br />

Por isso, não se apegue tanto a aspectos em que acredita – é livre <strong>de</strong><br />

modificar a forma como lê o mundo e a vida, <strong>de</strong> forma a que se<br />

ajuste melhor ao seu bem-estar. Deixo-o com uma pequena história<br />

budista, para sua reflexão:<br />

Era uma vez um viúvo que teve <strong>de</strong> se ausentar em negócios,<br />

enquanto o seu filho pequeno permanecia na al<strong>de</strong>ia. Durante a sua<br />

ausência, no entanto, a al<strong>de</strong>ia foi atacada, incendiada e o seu filho foi<br />

levado pelos atacantes. Quando ele voltou e viu as ruínas entrou em<br />

pânico e encontrando o corpo sem vida <strong>de</strong> um rapazinho, convenceuse<br />

que era o seu filho que ali jazia. Assim, organizou a cerimónia <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>spedida e cremação, e colocou as suas cinzas num saco ricamente<br />

bordado que o acompanhava sempre. Pouco tempo mais tar<strong>de</strong>, o seu<br />

filho verda<strong>de</strong>iro conseguiu escapar aos seus captores e chegar à casa<br />

do pai. Bateu à porta e, quando o pai perguntou quem era<br />

respon<strong>de</strong>u-lhe “Sou eu, paizinho”. O pai, convencido que o seu filho<br />

tinha morrido, pensou que se tratava <strong>de</strong> algum miúdo a pregar-lhe<br />

uma partida, pelo que o mandou embora e continuou lavado em<br />

lágrimas pela perda do filho. Passado algum tempo, o filho foi<br />

Capítulo: Módulo 7<br />

1<br />

5<br />

8


[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

embora, percebendo que o pai não lhe iria abrir a porta e esta foi a<br />

última vez que pai e filho falaram.<br />

Moral da história: Nalgum momento, algures, tomamos algo pela<br />

verda<strong>de</strong>. Se nos agarrarmos a isso, mesmo que a verda<strong>de</strong> nos bata à<br />

porta, não iremos abri-la.<br />

Não se agarre a verda<strong>de</strong>s que o não são e muito menos a verda<strong>de</strong>s<br />

que não lhe sejam úteis por não contribuírem para o seu bem-estar.<br />

Lembre-se que o pensamento é livre como o vento, e exercite esta<br />

sua liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensar o que melhor lhe possa servir os seus<br />

objectivos na vida.<br />

Capítulo: Módulo 7<br />

1<br />

5<br />

9


Truques Relaxantes<br />

[www.oficina<strong>de</strong>psicologia.com]<br />

Autora: Madalena Lobo<br />

Nos módulos anteriores teve oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r alguns dos<br />

exercícios mais comuns, por serem mais universalmente eficazes,<br />

capazes <strong>de</strong> induzir relaxamento. No entanto, e felizmente, somos<br />

todos diferentes, pelo que reagimos <strong>de</strong> forma diversa e po<strong>de</strong><br />

acontecer que não tenha sentido nenhum dos 5 exercícios propostos<br />

como muito útil para o relaxar e mais facilmente entrar no sono ou<br />

manter-se a dormir.<br />

Po<strong>de</strong>, igualmente, acontecer que seja uma pessoa com uma baixa<br />

tolerância ao aborrecimento e necessite <strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> na sua vida<br />

para se motivar a manter um <strong>de</strong>terminado curso <strong>de</strong> acção; por<br />

exemplo, relaxar antes <strong>de</strong> dormir.<br />

Tendo em conta estas duas situações, aproveito neste último módulo,<br />

para lhe dar alguns pequeninos exercícios que também po<strong>de</strong>m ajudálo<br />

a adormecer rápida e profundamente.<br />

Ao longo das próximas <strong>semana</strong>s talvez queira ir intercalando o seu<br />

exercício favorito entre aqueles que foram apresentados, com alguns<br />

<strong>de</strong>stes truques relaxantes e assim, ampliar as estratégias indutoras<br />

<strong>de</strong> sono.<br />

Explorar a hipnagogia<br />

Que gran<strong>de</strong> palavra, não é verda<strong>de</strong>? ‗Hipnagogia‘ é uma palavra que<br />

tem a sua raiz no grego, significando ―aquilo que conduz ao sono‖ e é<br />

utilizada para nos referirmos às imagens que costumam surgir antes<br />

<strong>de</strong> cairmos no sono. Normalmente, começam como flashes abstractos<br />

e vão construindo-se em formas mais <strong>de</strong>finidas e sequências que –<br />

pensa-se – dão origem aos sonhos.<br />

O importante é que, se estivermos atentos, quando nos <strong>de</strong>itarmos, e<br />

formos pacientes, vamos ter consciência <strong>de</strong>stas imagens, por vezes,<br />

Capítulo: Módulo 7<br />

1<br />

6<br />

0


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Autora: Madalena Lobo<br />

com uma qualida<strong>de</strong> vívida quase <strong>de</strong> alucinação visual. Aguardar que<br />

elas surjam, com curiosida<strong>de</strong>, no escuro das pálpebras fechadas, e<br />

apenas reparar nelas, po<strong>de</strong> ajudá-lo a entrar num sono profundo.<br />

Imagine que está num teatro e as luzes se apagaram; foque-se no<br />

escuro, aguardando pelo que vai acontecer e <strong>de</strong>pois vá seguindo o<br />

<strong>de</strong>senrolar das imagens, à media que aparecem, <strong>de</strong>saparecem, se<br />

transformam, até que adormece…<br />

Para cima e para baixo<br />

Este é um truque <strong>de</strong> levitação mental. Não, não vai levitar – isso é<br />

para mágicos <strong>de</strong> palco e, segundo consta, é preciso uma data <strong>de</strong> fios<br />

invisíveis… Vai apenas usar o po<strong>de</strong>r da sua imaginação para relaxar<br />

corpo e espírito enquanto flutua e se <strong>de</strong>ixa cair, <strong>de</strong>pois,<br />

profundamente na cama. Sabe bem, po<strong>de</strong> ser divertido e levá-lo<br />

directinho para uma noite <strong>de</strong> sono reparador.<br />

Trata-se <strong>de</strong> um exercício que ajuda a acalmar o corpo, enquanto<br />

elimina medos e preocupações, permitindo que ocorra o processo<br />

natural <strong>de</strong> adormecer. Já na caminha, <strong>de</strong> luzes apagadas e sem<br />

barulhos, tire uns momentos para <strong>de</strong>ixar que os músculos se<br />

relaxem. Dirija a sua atenção para a respiração, garantindo que é<br />

regular, calma, com um ritmo consistente.<br />

Agora imagine que está num lugar sereno e relaxante (por exemplo,<br />

num entar<strong>de</strong>cer na praia ou <strong>de</strong>itado num campo <strong>de</strong> flores ou a<br />

gravitar pacificamente entre planetas, lá longe no espaço<br />

intergaláctico).<br />

À medida que aprofunda esta imagem, tornando-a tão realística<br />

quanto possível, imagine o seu corpo a ficar mais leve. Veja todo o<br />

corpo a tornar-se cada vez mais leve, sentindo mesmo esta perda <strong>de</strong><br />

peso, como se não houvesse gravida<strong>de</strong>, como se tivesse passado por<br />

Capítulo: Módulo 7<br />

1<br />

6<br />

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uma transformação em pluma, ligeira, que po<strong>de</strong> <strong>de</strong>slocar-se com a<br />

brisa.<br />

E agora, imagine que o seu corpo começa a flutuar, começando a<br />

elevar-se acima do colchão, <strong>de</strong>vagar, calmamente, pairando no ar,<br />

primeiro uns centímetros, elevando-se mais, naturalmente, a flutuar,<br />

mais um pouco, levitando, sem peso, apenas essa sensação<br />

agradável <strong>de</strong> leveza. Dê a si próprio uns momentos para usufruir<br />

<strong>de</strong>sta sensação.<br />

Depois, comece gradualmente a visualizar o peso do corpo, a sua<br />

soli<strong>de</strong>z, <strong>de</strong>ixando que comece a afundar, tomando contacto com o<br />

colchão, sentindo o peso, o contacto <strong>de</strong> cada milímetro <strong>de</strong> colchão<br />

<strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> si <strong>de</strong> encontro ao corpo, afundando-se mais e mais. E,<br />

entretanto, <strong>de</strong>ixe-se dormir sossegado.<br />

O Jogo do Alfabeto<br />

Este exercício é particularmente útil para quem precisa <strong>de</strong> ter a<br />

cabeça entretida com qualquer coisa que não seja uma preocupação<br />

ou ruminação, ansiosa ou <strong>de</strong>pressiva, uma vez que exige que se<br />

pense activamente em itens para uma lista, usando o alfabeto.<br />

Deitado, já pronto para dormir, escolha um tópico para a sua lista<br />

(exemplos: carros, animais, plantas, países). Começando com a letra<br />

―A‖, pense num item para a lista que escolheu. A seguir, começado<br />

com ―B‖, e continuando até chegar ao ―Z‖. De cada vez que fizer este<br />

exercício, escolha uma lista diferente para não memorizar as escolhas<br />

prévias, uma vez que para que este método funcione é preciso estar<br />

entretido a pensar.<br />

Capítulo: Módulo 7<br />

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6<br />

2


Concentrar na distância<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Uma dos mitos do adormecer é que, quando fechamos os olhos,<br />

imediatamente estamos na escuridão. Na realida<strong>de</strong>, estamos a ver a<br />

parte <strong>de</strong>trás das pálpebras – apenas parece ser escuridão total<br />

porque as pálpebras bloqueiam a luz assim que são fechadas e a<br />

estrutura do olho ainda não teve tempo para se ajustar à quebra da<br />

luz. Se for paciente e esperar um pouco, vai reparar que vê mais do<br />

que escuro – consegue, mesmo, ajustar os pontos <strong>de</strong> referência e<br />

olhar ao longe.<br />

Quando se <strong>de</strong>itar, assim que fechar os olhos, tome consciência <strong>de</strong><br />

estar a olhar para o interior das suas pálpebras e comece a mudar o<br />

foco do seu olhar, começando a olhar para cada vez mais longe.<br />

Quando começar a conseguir fazê-lo, vai aperceber-se <strong>de</strong> uma<br />

modificação na sua percepção da escuridão, que assume uma<br />

qualida<strong>de</strong> mais serena e abrangente. Continue a olhar para a<br />

distância, reparando em eventuais imagens que possam surgir – e<br />

<strong>de</strong>ixe-se embalar no sono.<br />

Scrabble mental<br />

Conhece o jogo Scrabble? Um bocado parado, não? Exactamente!<br />

Bom para adormecer :=) E mais interessante do que a activida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

contar carneirinhos…<br />

Para não complicar, escolha palavras com 4 ou 5 letras, às quais vai<br />

retirar letras, juntar-lhes outras letras e criar palavras diferentes.<br />

Quando já estiver preparado para dormir, escolha uma palavra curta:<br />

por exemplo, ―sono‖. Agora, comece a transformar essa palavra<br />

noutras, mudando uma letra <strong>de</strong> cada vez – por exemplo, ―mono‖,<br />

―mano‖, ―mato‖, ―gato‖, ―gaio‖, ―saio‖,… E continue a converter<br />

palavras, até adormecer <strong>de</strong> aborrecimento ;=)<br />

Capítulo: Módulo 7<br />

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6<br />

3


Rebobinar o filme<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Um exercício simples que implica escolher um filme e, mentalmente,<br />

passá-lo ao contrário, do fim para o princípio.<br />

É uma boa opção escolher um filme <strong>de</strong> que goste e, melhor ainda, um<br />

filme que conheça muito bem. Comece pelo fim e vá <strong>de</strong>senrolando,<br />

na sua cabeça, cena a cena, visualizando cada uma até ao seu mais<br />

ínfimo <strong>de</strong>talhe, até chegar ao princípio do filme ou… bem… ou até<br />

adormecer!<br />

Capítulo: Módulo 7<br />

1<br />

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4


As mal-amadas<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Nesta <strong>semana</strong>, como nas seguintes, e com rigor, pelo menos<br />

enquanto durarem os seus problemas <strong>de</strong> sono, mantenha atenção à<br />

sua eficiência média <strong>de</strong> sono e aja em conformida<strong>de</strong>:<br />

Eficiência <strong>de</strong> sono média entre os 85% e os 90%: neste caso,<br />

não modifica nada ao tempo que preten<strong>de</strong> dormir cada noite,<br />

durante uma <strong>semana</strong>, isto é mantém a hora <strong>de</strong> acordar e<br />

mantém a hora mínima <strong>de</strong> se <strong>de</strong>itar.<br />

Eficiência <strong>de</strong> sono superior a 90%: neste caso, po<strong>de</strong> aumentar<br />

15 minutos à hora mínima <strong>de</strong> <strong>de</strong>itar, até atingir um número <strong>de</strong><br />

horas <strong>de</strong> sono que lhe resulte confortável e próximo das 7-8<br />

horas diárias; por exemplo, se a sua hora estipulada <strong>de</strong> ir para<br />

a cama era à 1:00 da manhã, então po<strong>de</strong> passar a ser 12:45.<br />

Ou po<strong>de</strong> aumentar os 15 minutos à sua hora <strong>de</strong> acordar.<br />

Eficiência <strong>de</strong> sono inferior a 85%: neste caso, vamos diminuir<br />

15 minutos ao tempo na cama; no nosso exemplo acima, a sua<br />

hora mínima <strong>de</strong> <strong>de</strong>itar passa a ser a 1:15 ou a hora <strong>de</strong> acordar<br />

passa a ser 15 minutos mais cedo, sempre estabelecendo como<br />

limite mínimo as 5 horas <strong>de</strong> sono. Isto significa que,<br />

voluntariamente, nunca se reduz o tempo <strong>de</strong> permanência na<br />

cama para além das 5 horas mínimas <strong>de</strong> sono – se, nos seus<br />

cálculos, obtiver um valor <strong>de</strong>, por exemplo, 4H45M, então<br />

marcará 5H.<br />

Esta regra é fundamental e das primeiras a implementar no futuro, se<br />

as insónias voltarem a instalar-se.<br />

Também é fundamental estabelecer como regra que, quando toca o<br />

<strong>de</strong>spertador, ou acorda naturalmente como é hábito <strong>de</strong> fins-<strong>de</strong><strong>semana</strong>,<br />

feriados e férias, se levanta <strong>de</strong> imediato, vencendo a inércia<br />

e a preguiça natural que nos faz tardar a pormo-nos <strong>de</strong> pé.<br />

Naturalmente que não estou a referir-me àqueles 5/10 minutos em<br />

que nos re-orientamos no tempo e espaço, damos graças pelo<br />

Capítulo: Módulo 7<br />

1<br />

6<br />

5


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Autora: Madalena Lobo<br />

quentinho e pelo conforto, quase levitamos no bem-estar <strong>de</strong> quem<br />

<strong>de</strong>scansou – ninguém é assim tão sádico… Nem eu… :=)<br />

Estou a referir-me à meia hora que facilmente se transforma numa<br />

hora e, mesmo, àquela malandrice sofisticada, que me contam<br />

frequentemente, <strong>de</strong> programar o sistema <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar para tocar a<br />

uma hora e, <strong>de</strong>pois, meia hora mais tar<strong>de</strong>. De facto, além <strong>de</strong> ser um<br />

péssimo hábito para ensinar ao organismo, e que mais cedo ou mais<br />

tar<strong>de</strong> lhe irá complicar a vida, este meio-sono, suspenso algures<br />

entre o profundo e o ―faz-<strong>de</strong>-conta-que-já-estou-acordado‖ é<br />

<strong>de</strong>sgastante, amolece e retira energia para o dia. Tome <strong>de</strong>cisões: se<br />

planeou levantar-se àquela hora (ou se o seu corpo enten<strong>de</strong>u que já<br />

chegava), então é porque o tem <strong>de</strong> fazer. Upa! Que a vida é curta e<br />

está à sua espera para a viver!<br />

Capítulo: Módulo 7<br />

1<br />

6<br />

6


Hora do Embalo<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Vamos imaginar que se tornou num dorminhoco consumado!<br />

Daqueles que até em pé dorme, se o <strong>de</strong>ixarem. Mesmo assim, por<br />

favor lembre-se que, <strong>de</strong> uma forma geral, não temos botões <strong>de</strong><br />

mudança instantânea <strong>de</strong> estado – mesmo que sejam apenas 15 ou<br />

20 minutos, <strong>de</strong>ve guardar alguns momentos para rotinas agradáveis<br />

e tranquilas antes <strong>de</strong> se ir <strong>de</strong>itar para dormir, como forma <strong>de</strong> ajudar<br />

o corpo a saber que <strong>de</strong>ve começar a fazer aquilo que ele sabe fazer<br />

para mudar <strong>de</strong> ―canal‖ – da vigília para o sono.<br />

As rotinas funcionam como uma coluna vertebral das nossas vidas –<br />

existindo e mantendo-se flexíveis, dão-nos estrutura e liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

movimentos. Assim como todos nós fomos <strong>de</strong>senvolvendo rotinas ao<br />

acordar, bem como ritmos próprios, também o processo <strong>de</strong><br />

adormecer requer naturalmente uma <strong>de</strong>saceleração rotinada.<br />

As palavras <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m? Tranquilida<strong>de</strong> e relaxamento! E<br />

previsibilida<strong>de</strong>! Afinal é disso que se trata quando falamos em rotina.<br />

Capítulo: Módulo 7<br />

1<br />

6<br />

7


Dias <strong>de</strong> boa noite<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Vamos recordar o módulo 1: as insónias surgem, frequentemente,<br />

associadas a outros temas, quer <strong>de</strong> natureza médica, quer <strong>de</strong><br />

natureza psicológica. E, ainda que seja possível reduzi-las<br />

substancialmente ou corrigi-las e restabelecer um padrão <strong>de</strong> sono<br />

dito normal e saudável, o certo é que, na sua origem estão ou<br />

estiveram, em muitos casos, situações que requerem uma atenção<br />

específica e que não <strong>de</strong>sapareceram pela mesma porta por on<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sapareceram as insónias.<br />

Se for esse o seu caso, e se ainda não o fez, procure ajuda<br />

especializada para tratar o que quer que seja que possa ter estado na<br />

origem <strong>de</strong>sta perturbação do sono. Faça um check-up médico, o que<br />

é um acto sensato e <strong>de</strong>ve ser praticado regularmente, e/ou procure<br />

um psicólogo para uma avaliação aprofundada – é surpreen<strong>de</strong>nte a<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vezes que acreditamos ter reacções, comportamentos,<br />

pensamentos ou emoções que são apenas aspectos nossos muito<br />

particulares, quando, na realida<strong>de</strong>, se tratam <strong>de</strong> sintomas claros <strong>de</strong><br />

perturbação emocional, requerendo intervenção específica para se<br />

retomar qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Mesmo que as suas justificações para<br />

―não andar lá muito bem‖ se escondam por <strong>de</strong>trás do omnipresente<br />

(e conveniente) stress <strong>de</strong> vida, lembre-se que a sua reacção a esse<br />

stress po<strong>de</strong> ser regulada <strong>de</strong> uma forma que diminua o seu impacto<br />

negativo.<br />

Agora que – espero – já consegue dormir bem ou melhor (ou ruma<br />

nessa direcção), está na hora <strong>de</strong> prestar atenção a aspectos mais<br />

abrangentes da sua vida.<br />

Capítulo: Módulo 7<br />

1<br />

6<br />

8


Semanas <strong>de</strong> mudanças<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

Todos os dias, ao longo das próximas <strong>semana</strong>s, e enquanto não se<br />

consolidarem os seus resultados <strong>de</strong> sono, marque na tabela abaixo,<br />

com um ‗X‘, todos os itens que tiver cumprido, tal como tem vindo a<br />

fazer.<br />

Semana 7 e seguintes Dia<br />

1<br />

Mantive-me atento a pensamentos<br />

contra-producentes<br />

Fiz uma activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> relaxamento<br />

Cumpri com a hora que estipulei para<br />

acordar<br />

Apenas fiz activida<strong>de</strong>s tranquilas<br />

durante a hora antes <strong>de</strong> dormir<br />

Fiz exercício físico cardiovascular (4 a 5<br />

vezes/<strong>semana</strong>)<br />

Relaxei sempre que ansioso<br />

Levantei-me se acordado mais do que<br />

20/30 minutos e só regressei sonolento<br />

Utilizei a cama apenas para dormir<br />

Na hora antes <strong>de</strong> dormir, diminuí luzes<br />

Evitei ingerir líquidos nos 90 minutos<br />

antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>itar<br />

Mantive uma alimentação ligeira à noite<br />

à noite<br />

Eliminei os estimulantes no período em<br />

que pu<strong>de</strong>ssem interferir com o sono<br />

Ajustei o tempo planeado para dormir<br />

Eliminei a medicação para dormir<br />

Fechei o dia<br />

Esforcei-me para ter dias sem stress<br />

excessivo<br />

Estabilizei as rotinas na hora antes <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>itar<br />

Mantive o quarto organizado e com luz,<br />

ruído e temperatura controlados<br />

Dia<br />

2<br />

Dia<br />

3<br />

Dia<br />

4<br />

Dia<br />

5<br />

Dia<br />

6<br />

Dia<br />

7<br />

Capítulo: Módulo 7<br />

1<br />

6<br />

9


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Autora: Madalena Lobo<br />

Semana 7 e seguintes Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4 Dia 5 Dia 6 Dia 7<br />

Horas a que foi para a<br />

cama<br />

Tempo que levou a<br />

adormecer<br />

Horas a que acordou a<br />

meio da noite<br />

Tempo total que esteve<br />

acordado a meio da<br />

noite<br />

Horas a que acordou<br />

pela última vez<br />

Horas a que se levantou<br />

Tempo total que planeou<br />

para dormir<br />

Tempo total que esteve<br />

a dormir<br />

Sentiu que dormiu bem?<br />

Nº <strong>de</strong> comprimidos para<br />

dormir<br />

Capítulo: Módulo 7<br />

1<br />

7<br />

0


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Autora: Madalena Lobo<br />

Parâmetros Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4 Semana 5 Semana 6<br />

Média <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> sono<br />

Eficiência <strong>de</strong> sono<br />

Nº <strong>de</strong> noites em que dormiu bem<br />

Nº <strong>de</strong> comprimidos para dormir<br />

Parâmetros Semana 7 Semana 8 Semana 9 Semana 10 Semana 11 Semana 12<br />

Média <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> sono<br />

Eficiência <strong>de</strong> sono<br />

Nº <strong>de</strong> noites em que dormiu bem<br />

Nº <strong>de</strong> comprimidos para dormir<br />

Capítulo: Módulo 7<br />

1<br />

7<br />

1


Hora do a<strong>de</strong>us<br />

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Autora: Madalena Lobo<br />

E assim chegamos ao fim <strong>de</strong>ste programa, ainda que o seu <strong>de</strong>safio<br />

seja o <strong>de</strong> o continuar, no mínimo, ao longo da próxima <strong>semana</strong>, mas,<br />

preferencialmente, durante mais algumas <strong>semana</strong>s como forma <strong>de</strong><br />

consolidar os ganhos na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sono.<br />

I<strong>de</strong>almente, ao longo da vida, retornará a este programa sempre que<br />

o seu sono <strong>de</strong>r sinais <strong>de</strong> que requer uma intervenção sua. Nesse<br />

caso, bastar-lhe-á rever o que fez e repor bons hábitos <strong>de</strong> sono para<br />

que, rapidamente, possa voltar a ter noites <strong>de</strong>scansadas.<br />

Esperamos que os seus ganhos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sono, ao longo<br />

<strong>de</strong>stas <strong>semana</strong>s em que ―conversámos‖, tenham sido significativos.<br />

Se, por qualquer motivo, e apesar <strong>de</strong> seguir rigorosamente o<br />

programa, não tiver melhorado das insónias, consulte um médico e<br />

um psicólogo – a or<strong>de</strong>m é irrelevante, porque ambos os profissionais<br />

terão <strong>de</strong> fazer uma avaliação autónoma. Se mantém os problemas<br />

iniciais, e tem consciência que isso se <strong>de</strong>ve ao facto <strong>de</strong> ter tido uma<br />

abordagem mais ligeira a este programa (tradução: não cumpriu<br />

integralmente com o programa) talvez queira reconsi<strong>de</strong>rar, voltar<br />

atrás e tentar <strong>de</strong> novo, enchendo-se <strong>de</strong> paciência e auto-disciplina…<br />

Neste caso, compensa! Ou talvez, para si, resulte melhor se tiver um<br />

acompanhamento presencial e pu<strong>de</strong>r ir interagindo com um<br />

profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que o escuta e adapta o que for necessário e<br />

possível às suas circunstâncias <strong>de</strong> vida muito particulares. Nesse<br />

caso, envie-nos um email solicitando marcação <strong>de</strong> consulta – teremos<br />

todo o gosto em recebê-lo e avaliar a melhor forma <strong>de</strong> o ajudar.<br />

Desejo-lhe uma vida serena e produtiva, que o encha <strong>de</strong> satisfação<br />

pessoal e que ilumine quem o ro<strong>de</strong>ie!<br />

Capítulo: Módulo 7<br />

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