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Princípios Básicos para Fazer Negócios com o Caju

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<strong>Princípios</strong><br />

<strong>Básicos</strong> <strong>para</strong><br />

<strong>Fazer</strong> <strong>Negócios</strong><br />

<strong>com</strong> o <strong>Caju</strong><br />

Projeto de Melhoria da Cadeia de Valor do<br />

<strong>Caju</strong> na Bacia Hidrográfica da Gâmbia (PMC)<br />

AjudA InternAcIonAl e desenvolvImento


Figura 1: O Calendário do <strong>Caju</strong><br />

AtIvIdAdes <strong>com</strong> o cAju mês (janeiro a dezembro)<br />

PRODUÇÃO DE CAJU J F M A M J J A S O N D<br />

Seleção de Sementes<br />

Pre<strong>para</strong>ção das Sementeiras<br />

Transplante das Mudas / Plantio Direto<br />

Gerenciamento de Ervas Daninhas<br />

Poda<br />

Enxertos<br />

Limpeza do Solo / Limpeza<br />

Floração das Árvores<br />

Identificação de Sementes em Potencial<br />

“Clareiras Corta-Fogo” <strong>para</strong> controle de queimadas<br />

Criação de Abelhas<br />

Pre<strong>para</strong>ção <strong>para</strong> a Comercialização das Castanhas<br />

Coleta de Castanhas<br />

Secagem das Castanhas<br />

Comercialização das Castanhas<br />

PROCESSAMENtO DA FRUtA (PEDúNCUlO) DO CAJU<br />

Processamento do Suco/do Vinho de <strong>Caju</strong><br />

Secagem da Fruta de <strong>Caju</strong><br />

J F M A M J J A S O N D<br />

PROCESSAMENtO DAS CAStANHAS DE CAJU<br />

Pesquisa de Mercado de <strong>Caju</strong>s Processados<br />

Capitalização <strong>para</strong> o Processamento<br />

Identificação de Fornecedores de Castanhas<br />

in natura<br />

Estocagem de Insumos in Natura (Castanhas<br />

in natura)<br />

Descascamento de Castanhas<br />

Torrefação de Castanhas<br />

Despeliculagem e Classificação de Castanhas<br />

Empacotamento de Castanhas<br />

Comercialização de Castanhas Processadas<br />

J F M A M J J A S O N D


<strong>Princípios</strong><br />

<strong>Básicos</strong> <strong>para</strong><br />

<strong>Fazer</strong> <strong>Negócios</strong><br />

<strong>com</strong> o <strong>Caju</strong><br />

Projeto de Melhoria da Cadeia de Valor do <strong>Caju</strong><br />

na Bacia Hidrográfica da Gâmbia (PMC)<br />

AjudA InternAcIonAl e desenvolvImento<br />

SETEMbro DE 2011


Para obter mais informações sobre o caju e as várias oportunidades associadas a esta<br />

cultura agrícola valiosa, entre em contato <strong>com</strong><br />

Ajuda Internacional e Desenvolvimento<br />

No. 2 Dan Fodio Street<br />

Po box 4325<br />

bakau, The Gambia<br />

t 220-449-8184<br />

E jsallah@irdglobal.org<br />

Autores: Jeff Gilleo, Kebba Jassey e Jo Anne Yeager Sallah<br />

Ilustrações: Kris Powers<br />

Fotos: olu roberts, Jo Anne Yeager Sallah, Jeffrey Cornish e arquivo de fotos da ACA


Introdução<br />

O Projeto de Melhoria da Cadeia de Valor do <strong>Caju</strong><br />

na Bacia Hidrográfica da Gâmbia (PMC) é uma<br />

iniciativa sub-regional financiada através de uma<br />

doação do programa Alimentos <strong>para</strong> o Progresso<br />

do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).<br />

Funcionando na Gâmbia, no Senegal e na Guinébissau,<br />

o projeto foi concebido <strong>para</strong> fortalecer<br />

a cadeia de valor do caju e aumentar a renda<br />

das populações rurais nas áreas que são alvos<br />

do programa. Implantado pela oNG americana<br />

Ajuda Internacional e Desenvolvimento (AID),<br />

o projeto utiliza uma abordagem centrada<br />

no produtor rural, a qual procura fortalecer o<br />

aprendizado de produtor rural a produtor rural e<br />

continuar a crescer <strong>com</strong> base no conhecimento<br />

já existente sobre a produção de cajus e<br />

<strong>com</strong>ercialização, ao invés de olhar <strong>para</strong> modelos<br />

de fora, os quais podem ser difíceis de adaptar<br />

às condições culturais e do meio-ambiente. No<br />

primeiro ano do projeto, mais de 4 mil produtores<br />

de caju partici<strong>para</strong>m das escolas de campo<br />

<strong>para</strong> produtores rurais e abordaram questões<br />

de inovações nos negócios, na <strong>com</strong>ercialização,<br />

na organização e no manejo da produção e do<br />

pós-colheita. Esta publicação foi desenvolvida a<br />

partir do currículo da cadeia de valor do caju do<br />

PMC, bem <strong>com</strong>o de conhecimento ganho a partir<br />

dos próprios produtores rurais participantes.<br />

os custos de produção do caju são relativamente<br />

baixos na sub-região e a alta qualidade da<br />

castanha in natura desta região já foi bem<br />

documentada e reconhecida entre os elementoschave<br />

do setor do caju. Este livreto foi elaborado<br />

<strong>para</strong> ser usado por plantadores de cajus já em<br />

Um caju amadurecendo na árvore.<br />

atividade, bem <strong>com</strong>o <strong>para</strong> estreantes na cadeia<br />

de valor do caju. A manutenção da alta qualidade<br />

das castanhas de caju produzidas nesta<br />

região é chave <strong>para</strong> a existência de um setor<br />

do caju viável. À medida que mais produtores<br />

decidem estabelecer plantações de caju, a<br />

adoção das melhores práticas de produção,<br />

de processamento e de <strong>com</strong>ercialização,<br />

conforme o descrito nesta publicação, é fator<br />

central <strong>para</strong> assegurar que os negócios <strong>com</strong><br />

o caju se desenvolvam, a fim de se tornarem<br />

empreendimentos de grandes lucros <strong>para</strong> todos<br />

os envolvidos <strong>com</strong> o setor.<br />

Em parceria <strong>com</strong> a AID, a Aliança Africana do<br />

<strong>Caju</strong> (ACA) e o Corpo de Paz dos EUA ajudaram na<br />

conceitualização, pre<strong>para</strong>ção e produção deste<br />

livreto. Esta colaboração foi de valor inestimável.<br />

Ajuda Internacional e Desenvolvimento • i


A prensagem das frutas de caju extrai o suco que pode ser processado <strong>para</strong> se transformar em uma grande<br />

variedade de bebidas.


Sumário<br />

Calendário do <strong>Caju</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Contracapa frontal<br />

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . i<br />

Entendendo os <strong>Negócios</strong> do <strong>Caju</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1<br />

Para onde Vai o <strong>Caju</strong> Quando Ele é Exportado? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1<br />

Elementos de um Negócio do <strong>Caju</strong> bem Sucedido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1<br />

A Importância da Cadeia de Valor do <strong>Caju</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3<br />

Entendendo o Estabelecimento de Preços e os Custos do <strong>Caju</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6<br />

Como o Preço do <strong>Caju</strong> é Estabelecido a Cada Ano? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6<br />

Por que o Preço do <strong>Caju</strong> Flutua Dentro de um Mesmo Período de Comercialização? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6<br />

Planejamento dos <strong>Negócios</strong> do <strong>Caju</strong>: Entendendo os Custos de Produção e o<br />

retorno Esperado sobre os Investimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7<br />

Como um Produtor rural Pode obter o Melhor Preço Durante uma Temporada de Colheita de <strong>Caju</strong>s? . . . . . . 8<br />

organizar-se ou não organizar-se, eis a questão! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10<br />

Qualidade das Castanhas e técnicas de Colheita e Pós-Colheita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11<br />

Determinando a Qualidade das Castanhas de <strong>Caju</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11<br />

os Aspectos Essenciais sobre a Qualidade das Castanhas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12<br />

As Melhores Técnicas de Colheita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12<br />

A Secagem das Castanhas de <strong>Caju</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13<br />

A Armazenagem das Castanhas de <strong>Caju</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13<br />

técnicas de Seleção de Sementes de <strong>Caju</strong>, de Plantio e de Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14<br />

Seleção da Melhor Semente de <strong>Caju</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14<br />

Procedimentos de Seleção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14<br />

Plantio de Sementes de <strong>Caju</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14<br />

Cultivo em Fileiras Alternadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16<br />

Cercas <strong>para</strong> as Plantações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16<br />

Cuidados e Manutenção de um Pomar de <strong>Caju</strong>s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17<br />

Poda dos <strong>Caju</strong>eiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18<br />

Enxerto de Árvores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19<br />

Apicultura e Produção de <strong>Caju</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19<br />

Produtos de <strong>Caju</strong> <strong>com</strong> Valor Agregado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20<br />

A Fruta de <strong>Caju</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20<br />

outros Setores relacionados ao <strong>Caju</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21<br />

Informações Nutricionais sobre o <strong>Caju</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22<br />

Valor Nutricional da Castanha de <strong>Caju</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22<br />

Valor Nutricional da Fruta de <strong>Caju</strong> . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22<br />

Gerenciamento de um Negócio Bem Sucedido de Processamento de <strong>Caju</strong>s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24<br />

Parceiros do PMC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26<br />

Ajuda Internacional e Desenvolvimento • iii


As castanhas continuam presas às frutas de caju ao lado de um copo de suco fresco da fruta de caju.


Entendendo os <strong>Negócios</strong> do <strong>Caju</strong><br />

o caju é uma mercadoria que tem grande procura<br />

e é <strong>com</strong>ercializada internacionalmente. As pessoas<br />

do mundo todo consomem amêndoas de caju<br />

torradas, sem muitas vezes saber que elas são<br />

cultivadas ou mesmo cultivadas em árvores.<br />

A África produz a maior parte dos cajus do mundo.<br />

Enquanto que alguns países vêm cultivando cajus já<br />

há mais de 50 anos, outros são atores relativamente<br />

novos no mercado. As tendências na produção de<br />

cajus (Figura 2) ilustram o papel importante que o<br />

caju africano desempenha no mercado mundial e<br />

<strong>com</strong>o ele tem potencial <strong>para</strong> fornecer uma renda<br />

melhor aos produtores rurais. os números estão<br />

discriminados em toneladas métricas (TM).<br />

Para Onde Vai o <strong>Caju</strong> Quando Ele é<br />

Exportado?<br />

A grande maioria dos cajus in natura da sub-região<br />

atualmente é exportada <strong>para</strong> a Índia e o Vietnã,<br />

onde eles são processados <strong>para</strong> então serem<br />

consumidos naqueles países ou serem enviados<br />

<strong>para</strong> os EUA ou à Europa <strong>para</strong> passarem por<br />

processamento adicional e empacotamento. Na<br />

Índia, no Vietnã e no brasil, todas as partes da<br />

castanha de caju são usadas ou processadas <strong>para</strong><br />

gerar renda. Isto inclui a castanha, a película que<br />

está dentro da casca, o líquido dentro da casca,<br />

bem <strong>com</strong>o a casca exterior e a fruta do caju.<br />

Figura 2: Tendências de Produção de <strong>Caju</strong>s (1997-2010)<br />

Números em toneladas métricas (TM)<br />

Embora as castanhas de caju possam ser<br />

processadas <strong>com</strong> o uso de métodos tradicionais,<br />

as técnicas modernas de processamento são<br />

mais eficientes, mas também exigem um grau<br />

maior de aplicação de capital (equipamentos), de<br />

gerenciamento dos negócios e de planejamento.<br />

Há oportunidades <strong>para</strong> aumentar a eficiência do<br />

processamento de cajus na sub-região, mas todas<br />

elas residem na adoção e na implantação de um<br />

plano e de estratégias de negócios sólidos.<br />

Ano GâmbIA seneGAl GuIné-bIssAu ÁfrIcA mundo todo<br />

1997-2001


Elementos de um Negócio do <strong>Caju</strong> Bem Sucedido<br />

Um indivíduo ou grupo envolvido nos negócios<br />

do caju deveria incorporar as seguintes<br />

práticas <strong>para</strong> obter o máximo de lucro:<br />

• Definir claramente a ideia / a visão <strong>para</strong><br />

fazer dinheiro<br />

• Pesquisar todos os aspectos dos negócios do<br />

caju; tornar-se um especialista em cajus antes<br />

de fazer investimentos<br />

• Juntar informações sobre o local e o mercado<br />

de exportação (quem está <strong>com</strong>prando,<br />

quanto estão pagando, qual a qualidade / a<br />

quantidade que os <strong>com</strong>pradores preferem etc.)<br />

• Entrar em contato <strong>com</strong> os elementos-chave do<br />

mercado a fim de achar <strong>com</strong>pradores<br />

• Desenvolver um plano de negócios a curto e<br />

longo prazos <strong>com</strong> números orçamentários<br />

detalhados e realistas<br />

• Investir os recursos necessários<br />

• Dar atenção ao gerenciamento (recursos, mãode-obra<br />

etc.)<br />

• Sempre querer produzir e manter a alta<br />

qualidade do produto<br />

• Desenvolver e adaptar novas habilidades<br />

e tecnologias<br />

• Esforçar-se <strong>para</strong> tornar o seu produto<br />

diferente / melhor que os dos outros<br />

• <strong>Fazer</strong> publicidade e promover as vendas<br />

através de vários canais de mercado (vendas<br />

coletivas ou vendas pré-negociadas)<br />

Figura 3: Oportunidades e Riscos <strong>com</strong> o <strong>Caju</strong><br />

2 • o Projeto de Melhoria da Cadeia de Valor do <strong>Caju</strong> na bacia Hidrográfica da Gâmbia<br />

• Manter um empacotamento e um<br />

armazenamento adequados <strong>para</strong> o produto<br />

• <strong>Fazer</strong> a atualização constante das<br />

informações de mercado (Há novos<br />

<strong>com</strong>pradores? Há uma qualidade diferente<br />

recebendo um preço mais alto? Etc.)<br />

Do ponto de vista ideal, o produtor de cajus<br />

deveria ver a si <strong>com</strong>o um(a) empreendedor(a),<br />

ser alguém que<br />

• Identificou uma boa oportunidade de negócios<br />

depois de fazer pesquisas<br />

• Tem uma visão <strong>para</strong> os negócios e gerir a sua<br />

fazenda ou operações de processamento <strong>com</strong>o<br />

um verdadeiro negócio<br />

• Elabora um plano detalhado de <strong>com</strong>o os<br />

negócios podem funcionar e segue este<br />

mesmo plano<br />

• Tira vantagens de novas oportunidades<br />

de negócios<br />

• Assume riscos calculados porque estes estão<br />

em linha <strong>com</strong> a visão planejada<br />

• Trabalha duro, atua e trabalha diretamente nos<br />

negócios e está convencido(a) do potencial de<br />

sucesso dos negócios<br />

• Permanece motivado(a) e aberto(a) à inovação,<br />

aprendendo e adaptando novas práticas<br />

• Está apto(a) a entender e analisar os riscos e a<br />

efetivamente gerenciar crises e dificuldades<br />

• reconhece os próprios erros e os dos outros e<br />

faz as correções<br />

oPortunIdAdes de neGÓcIos <strong>com</strong> o cAju rIscos de neGÓcIos <strong>com</strong> o cAju<br />

• Clima bom <strong>para</strong> a produção de cajus<br />

• Disponibilidade de terras<br />

• Disponibilidade de mercado<br />

• Disponibilidade de mão-de-obra<br />

• baixo custo de produção<br />

• Apoio institucional (Gov., oNGs, Aliança<br />

Africana do <strong>Caju</strong> – ACA, etc.)<br />

• Existência de instituições financeiras<br />

• Presença de investidores e especialistas<br />

• Instabilidade de mercado<br />

• Flutuação de preços<br />

• Calor excessivo durante a floração das árvores<br />

• Disputas de terras / conflitos<br />

• Perdas por causa de ataques de animais / roubos<br />

durante a temporada de <strong>com</strong>ercialização<br />

• Fogos descontrolados nas matas


A Importância da Cadeia de Valor do <strong>Caju</strong><br />

o caju passa por vários estágios e atores à<br />

medida que ele se move da propriedade rural<br />

<strong>para</strong> o consumidor. A cada passo deste caminho<br />

acrescenta-se valor à castanha in natura. Cada<br />

pessoa ou <strong>com</strong>panhia envolvida na cadeia de valor<br />

precisa dar a sua contribuição <strong>com</strong> algo <strong>para</strong> que<br />

o valor seja aumentado: recursos, especialidade e<br />

correr riscos tais <strong>com</strong>o fornecer financiamentos.<br />

Um produtor rural não tem <strong>com</strong>o fazer dinheiro<br />

<strong>com</strong> o caju sem um <strong>com</strong>prador. Da mesma forma,<br />

um <strong>com</strong>prador depende de motoristas de caminhão<br />

Figura 4: Cadeia de Valor do <strong>Caju</strong> Ilustrada<br />

Comércio Através<br />

das Fronteiras:<br />

Senegal, Gâmbia,<br />

Guiné-bissau<br />

Agentes de<br />

Coleta<br />

Grandes<br />

Transportadores<br />

Exportadores<br />

Sazonais<br />

Controle de<br />

Qualidade<br />

Agências<br />

de Transportes<br />

Marítimos<br />

[<br />

Produtor:<br />

Produtores rurais<br />

de Pequeno Porte<br />

Produtor:<br />

Produtores rurais<br />

Comerciais<br />

Manejo no Pós-Colheita: Secagem,<br />

Empacotamento, Armazenamento<br />

Coletores<br />

Independentes<br />

Exportadores<br />

Locais<br />

Processadores<br />

Indianos<br />

Estoquistas Nacionais<br />

<strong>para</strong> levar o caju <strong>para</strong> o porto e um exportador<br />

depende de uma <strong>com</strong>panhia de envio de cargas <strong>para</strong><br />

exportar as castanhas in natura. Cada pessoa na<br />

cadeia de valor do caju deveria ter uma renda justa,<br />

baseada nos insumos e nos serviços <strong>com</strong> os quais<br />

contribuiu <strong>para</strong> que o caju pudesse ser levado ao<br />

mercado. A figura 4 destaca a cadeia de valor do caju<br />

dentro da sub-região. A Figura 5, na próxima página,<br />

detalha as principais responsabilidades de cada<br />

participante dentro da cadeia de valor do caju.<br />

Proprietários de<br />

Armazéns nos Vilarejos<br />

Processadores<br />

Locais<br />

Fornecedores<br />

Internacionais de<br />

Exportações (Castanha<br />

in natura & Amêndoas)<br />

Associações de<br />

Produtores<br />

Serviços de<br />

Apoio<br />

Intermediários<br />

Transportadores<br />

Locais<br />

[<br />

Grandes<br />

Transportadores<br />

Varejistas Locais,<br />

Consumidores<br />

Controle de<br />

Qualidade<br />

bancos Comerciais<br />

Locais<br />

Ajuda Internacional e Desenvolvimento • 3


Figura 5: Papéis e Riscos dos Atores da Cadeia de Valor do <strong>Caju</strong><br />

Ator PrIncIPAl PAPel rIscos<br />

Produtores<br />

(pequenos<br />

proprietários e/<br />

ou fazendeiros<br />

<strong>com</strong>erciais)<br />

Associações de<br />

Produtores<br />

Coletores / donos<br />

de armazéns no<br />

nível <strong>com</strong>unitário<br />

Coletores de caju /<br />

<strong>com</strong>pradores<br />

(estoquistas)<br />

Intermediários /<br />

Revendedores<br />

Processadores<br />

locais<br />

• Produzir castanhas de alta<br />

qualidade nas quantidades corretas<br />

nos momentos certos <strong>para</strong> o<br />

mercado de exportação ou <strong>para</strong><br />

venda a processadores locais<br />

• organizar produtores rurais em<br />

grupos maiores, tornando mais fácil<br />

a disseminação das informações e<br />

<strong>para</strong> servirem de ponto de contato<br />

<strong>para</strong> <strong>com</strong>pradores em potencial<br />

• Servir de agente de negociação / de<br />

coleta entre os <strong>com</strong>pradores e os<br />

membros dos grupos<br />

• Compra de pequenos lotes dos<br />

produtores rurais e acúmulo de<br />

volume<br />

• Armazenamento temporário<br />

• Pré-financiamento da coleta de<br />

castanhas<br />

• Inspeção e controle da qualidade<br />

(inspeção visual e teste de corte)<br />

• Compra de Castanhas<br />

• Transporte de castanhas <strong>para</strong> os<br />

armazéns do coletor / do <strong>com</strong>prador<br />

• Secagem adicional das castanhas<br />

• Armazenamento em trânsito<br />

• Informações <strong>para</strong> o estabelecimento<br />

de contatos<br />

• Criação de contatos de negócios<br />

entre os exportadores, estoquistas,<br />

<strong>com</strong>pradores / donos de armazéns<br />

no nível <strong>com</strong>unitário<br />

• Movimento de estoques de um<br />

estágio <strong>para</strong> outro, dependendo de<br />

onde os negócios forem fechados<br />

• Aquisição de castanhas in natura<br />

<strong>para</strong> transformação primária<br />

• Transformação de castanhas in<br />

natura em amêndoas de caju <strong>para</strong> o<br />

consumo local ou <strong>para</strong> a exportação<br />

da amêndoa<br />

4 • o Projeto de Melhoria da Cadeia de Valor do <strong>Caju</strong> na bacia Hidrográfica da Gâmbia<br />

• Queda no preço de mercado<br />

• A falta de mercado<br />

• baixo rendimento devido a<br />

doenças, pragas e roubos<br />

• Queda na qualidade das castanhas<br />

• Falta de informações sobre os<br />

fatores determinantes da qualidade<br />

das castanhas<br />

• A liderança da associação falha<br />

no fornecimento de serviços<br />

adequados aos seus membros<br />

• Perdas e ineficiências na<br />

<strong>com</strong>ercialização devido à<br />

inexperiência e gerenciamento<br />

inadequado<br />

• Perda de qualidade durante o<br />

armazenamento<br />

• Queda no preço depois da <strong>com</strong>pra<br />

• roubo / fogo<br />

• Perda de peso<br />

• Perda de peso no estoque<br />

• Deterioração da qualidade<br />

• Perdas em consequência de queda<br />

nos preços<br />

• Fraudes por parte de agentes<br />

<strong>com</strong>issionados<br />

• Insucesso no fechamento de<br />

negócios em consequência de<br />

discordâncias sobre a qualidade do<br />

produto entregue<br />

• Perda de credibilidade<br />

• Fundos insuficientes <strong>para</strong> adquirir<br />

castanhas in natura <strong>para</strong> o<br />

processamento<br />

• Mercados de exportação pouco<br />

desenvolvidos; demanda local fraca


Figura 5: Papéis e Riscos dos Atores da Cadeia de Valor do <strong>Caju</strong> (continuação)<br />

Ator PrIncIPAl PAPel rIscos<br />

Exportadores de<br />

Castanha in natura<br />

Bancos Comerciais<br />

Exportadores<br />

de Castanhas<br />

Processadas<br />

Controle de<br />

Qualidade<br />

transportadores<br />

/ transporte<br />

Marítimo<br />

• Pré-financiamento da coleta<br />

de castanhas<br />

• Inspeção e controle da qualidade<br />

(contagem das castanhas e teste<br />

de corte)<br />

• Padronização e reempacotamento<br />

das castanhas em sacos de juta<br />

<strong>com</strong> 80 kg<br />

• Armazenamento em trânsito<br />

• Transporte (<strong>para</strong> o porto e marítimo)<br />

• Fornecem financiamento <strong>para</strong> a<br />

<strong>com</strong>pra de castanhas in natura,<br />

baseados em garantias acordadas<br />

<strong>com</strong> base nas quantidades<br />

• Contrata castanhas processadas<br />

<strong>para</strong> venda a <strong>com</strong>pradores<br />

internacionais de castanhas<br />

• Controle de qualidade / verificação<br />

da qualidade <strong>para</strong> os <strong>com</strong>pradores<br />

internacionais<br />

• Empacotamento e transporte de<br />

castanhas in natura / castanhas<br />

processadas destinadas a<br />

<strong>com</strong>pradores internacionais<br />

dentro do prazo, de acordo <strong>com</strong> os<br />

contratos celebrados<br />

• Penalidades por atrasos nas<br />

entregas, fornecimento abaixo<br />

do <strong>com</strong>binado ou por perda<br />

da qualidade<br />

• Fraude por parte dos coletores<br />

de caju<br />

• Queda nos preços<br />

• Perda de peso<br />

• Perda de qualidade<br />

• Não-pagamento de seguro <strong>para</strong> os<br />

bens danificados<br />

• Aquisição de menos castanhas ou<br />

castanhas de menor qualidade do<br />

que o previsto <strong>para</strong> a quantidade<br />

emprestada<br />

• A qualidade ruim das castanhas<br />

processadas resulta em<br />

penalidades<br />

• Atrasos na obtenção dos montantes<br />

contratados de processadores<br />

locais resultam em penalidades<br />

• Mudança dos padrões / das<br />

exigências no nível do <strong>com</strong>prador<br />

internacional exige constantes<br />

atualizações sobre os padrões<br />

internacionais<br />

• Alto custo do transporte por<br />

contêiner, se não gerenciado<br />

adequadamente; contratos prénegociados<br />

podem resultar em<br />

perdas<br />

As castanhas de caju<br />

se formam primeiro,<br />

mais tarde os<br />

pedúnculos incham,<br />

formando as frutas<br />

do caju.<br />

Ajuda Internacional e Desenvolvimento • 5


Entendendo o Estabelecimento de Preços<br />

e os Custos do <strong>Caju</strong><br />

Como o Preço do <strong>Caju</strong> é<br />

Estabelecido a Cada Ano?<br />

Vários fatores podem influenciar o preço geral da<br />

castanha de caju de um ano <strong>para</strong> o outro. Embora<br />

os produtores de caju sejam os atores principais da<br />

cadeia de valor, em geral eles não estabelecem o<br />

preço internacional do caju.<br />

o preço internacional do caju se alterará durante<br />

toda a temporada, baseado no suprimento mundial e<br />

na demanda. o fornecimento de cajus é determinado<br />

pela quantidade de cajus produzida no mundo todo<br />

a cada ano. Por exemplo, se cada país produtor de<br />

cajus do mundo tiver uma boa safra, provavelmente<br />

haverá mais cajus disponíveis no mercado do que a<br />

demanda de fato por parte dos consumidores. Por<br />

outro lado, alguns fatores ambientais, tais <strong>com</strong>o<br />

altas temperaturas, secas ou enchentes podem<br />

reduzir o fornecimento em alguns anos.<br />

A demanda por cajus também é determinada por<br />

uma gama de fatores. Por exemplo, se houver um<br />

declínio internacional nas atividades econômicas<br />

e as pessoas em geral tiverem menos dinheiro<br />

<strong>para</strong> gastar a cada mês, talvez elas não <strong>com</strong>prem<br />

cajus por um período por ele ser considerado um<br />

produto de “luxo”. Normalmente, estas crises<br />

econômicas têm uma duração curta, e quando as<br />

pessoas tiverem dinheiro novamente, eles de novo<br />

consumirão cajus. Certos tipos de alimentos podem<br />

se tornar mais populares e mais pessoas <strong>com</strong>eçam<br />

a <strong>com</strong>ê-los, enquanto que outros podem se tornar<br />

“fora de moda” e a demanda por este tipo de <strong>com</strong>ida<br />

É melhor armazenar as castanhas de caju em sacos de<br />

juta (mostrado aqui) do que em sacos polipropileno,<br />

já que eles ajudam a evitar a formação excessiva de<br />

umidade.<br />

6 • o Projeto de Melhoria da Cadeia de Valor do <strong>Caju</strong> na bacia Hidrográfica da Gâmbia<br />

passa a cair. Para o futuro próximo, no entanto,<br />

parece que a demanda por cajus continuará forte.<br />

As taxas de câmbio, o tempo, os níveis anteriores de<br />

produção, as políticas de governo, as regulações ou<br />

as tarifas portuárias também podem afetar o preço.<br />

Embora estes fatores estejam fora do controle dos<br />

produtores rurais, ele pode tornar o seu produto<br />

mais atraente <strong>para</strong> os <strong>com</strong>pradores ao seguir<br />

as melhores práticas de produção e de manejo<br />

pós-colheita e ao melhorar as suas estratégias de<br />

<strong>com</strong>ercialização.<br />

Por que o Preço do <strong>Caju</strong> Flutua<br />

Dentro de um Mesmo Período de<br />

Comercialização?<br />

o preço do caju não é controlado por uma pessoa.<br />

A demanda por cajus no nível da propriedade<br />

rural vem do exportador de cajus que assinou<br />

um contrato <strong>para</strong> entregar certa quantidade (em<br />

toneladas métricas ou TM) a um <strong>com</strong>prador na<br />

Índia ou no Vietnã, por exemplo. Imagine o seguinte<br />

exemplo de um <strong>com</strong>ercializador indiano chamado<br />

Sr. Kumar, um <strong>com</strong>ercializador de cajus experiente<br />

que faz suas operações em banjul, na Gâmbia.<br />

Em janeiro o Sr. Kumar inicia as conversações <strong>com</strong><br />

uma <strong>com</strong>panhia na Índia <strong>para</strong> entregar castanhas<br />

de caju in natura durante os meses de julho e<br />

agosto. Ele faz as suas pesquisas <strong>para</strong> determinar<br />

o preço internacional provável do caju <strong>para</strong> a<br />

próxima temporada, bem <strong>com</strong>o também investiga<br />

qual a quantidade de cajus que ele provavelmente<br />

conseguirá <strong>com</strong>prar durante a temporada na região<br />

do Senegal, da Gâmbia e da Guiné-bissau. Quando<br />

ele concorda em assinar um contrato, ele já levou<br />

em consideração fatores <strong>com</strong>o o tempo, os níveis<br />

anteriores de produção, a situação econômica<br />

mundial, os custos dos transportes e as políticas<br />

dos governos. Em fevereiro, o Sr. Kumar assina um<br />

contrato <strong>para</strong> fornecer 10 mil TM de castanhas de<br />

caju in natura ao <strong>com</strong>prador de cajus na Índia. Como<br />

parte do contrato, o Sr. Kumar tem de assegurar<br />

que a castanha de caju que entregará estará dentro<br />

dos padrões de qualidade exigidos pelo <strong>com</strong>prador.<br />

o <strong>com</strong>prador espera que as castanhas estejam<br />

<strong>com</strong>pletamente secas, que tenham tamanhos<br />

grandes (baseado na contagem de castanhas e no<br />

rendimento) e estejam livres de doenças e pragas.<br />

o Sr. Kumar sabe que <strong>para</strong> conseguir juntar 10 mil<br />

TM de castanhas in natura, ele tem de contar <strong>com</strong>


diferentes agentes coletores que lhe ajudarão a<br />

<strong>com</strong>prar as castanhas no nível da propriedade rural.<br />

Ele também precisa conseguir financiamento de um<br />

banco local, de forma que possa dar dinheiro aos<br />

agentes coletores, os quais por sua vez <strong>com</strong>prarão<br />

diretamente dos produtores rurais ou das<br />

associações de produtores de caju.<br />

Assim que a temporada de <strong>com</strong>ercialização<br />

<strong>com</strong>eça, o Sr. Kumar é cuidadoso, porque sabe que<br />

uma parte dos cajus é colhida muito cedo, antes<br />

de a castanha ter amadurecido <strong>com</strong>pletamente<br />

por dentro. Quando ele corta e abre a castanha<br />

na propriedade rural, ele pode ver se a castanha<br />

ainda está muito pequena ou se nem há castanha<br />

dentro. Normalmente no <strong>com</strong>eço da temporada o<br />

preço <strong>com</strong>eça mais baixo <strong>para</strong> então gradualmente<br />

aumentar, à medida que mais castanhas ficam<br />

<strong>com</strong>pletamente maduras e mais <strong>com</strong>pradores<br />

entram no mercado, aumentando a <strong>com</strong>petição por<br />

castanhas. No <strong>com</strong>eço da temporada, o Sr. Kumar<br />

<strong>com</strong>prará o que puder desta “primeira colheita”,<br />

mas ele tem de manter em mente que não pagará<br />

pelo caju que não cumprir <strong>com</strong> os padrões de<br />

qualidade acordados no contrato que assinou.<br />

Durante os próximos três ou quatro meses, o<br />

Sr. Kumar estará em contato diário <strong>com</strong> os seus<br />

agentes coletores locais <strong>para</strong> discutir as tendências<br />

de preço, bem <strong>com</strong>o a qualidade das castanhas<br />

Figura 6: Produção, Investimentos e Retornos Ilustrados (em US$) 1<br />

Ano<br />

Estabelecimento de 1 hectare de plantação de<br />

cajus dependentes de chuva (cultivados em<br />

fileiras alternativas junto <strong>com</strong> amendoins nos<br />

anos 1 e 2) Manutenção Colheita .<br />

Sementes,<br />

Prep. de<br />

Mudas<br />

Mão-de-obra<br />

(Limpeza e<br />

Plantio) Segurança<br />

Uso da Terra<br />

(Arren<br />

damento)<br />

Mão-deobra<br />

que eles veem nas propriedades rurais e nos<br />

mercados locais (lumos). o preço pode variar<br />

semanalmente ou, algumas vezes, até mesmo<br />

diariamente, dependendo de quantos <strong>com</strong>pradores<br />

estiverem ativos no mercado. Alguns produtores<br />

rurais decidirão segurar os seus cajus, pensando<br />

que poderão obter um preço melhor. A esta altura,<br />

alguns podem conseguir um preço melhor, enquanto<br />

que outros talvez esperem tempo demais antes de<br />

vender os seus cajus e o preço já pode ter baixado<br />

de novo porque exportadores <strong>com</strong>o o Sr. Kumar já<br />

preencheram as suas obrigações contratuais.<br />

Planejamento dos <strong>Negócios</strong> do<br />

<strong>Caju</strong>: Entendendo os Custos de<br />

Produção e o Retorno Esperado<br />

sobre os Investimentos<br />

Antes de <strong>com</strong>eçar <strong>com</strong> os negócios do caju, é<br />

necessário <strong>com</strong><strong>para</strong>r os custos de investimentos e<br />

de produção em relação à renda que pode ser obtida.<br />

Antes de plantar, faça uma estimativa dos custos<br />

de investimento e quanto tempo deve levar até a<br />

recuperação do investimento inicial. Sendo assim, de<br />

ano a ano, registre os custos de fato e a renda gerada<br />

<strong>para</strong> rastrear a rentabilidade do negócio. A Figura 6<br />

mostra <strong>com</strong>o isto poderia ser feito.<br />

Equip/<br />

Insumos<br />

Mão-deobra<br />

Custo<br />

total<br />

Est . de<br />

Rendimento<br />

(kg)<br />

Preço ($/<br />

kg)<br />

Renda<br />

Bruta<br />

Renda<br />

líquida<br />

1 135 75 100 0 25 0 0 335 0 0.65 0 –335<br />

2 0 0 50 0 25 0 0 75 0 0.55 0 –410<br />

3 0 0 50 0 25 0 50 75 150 0.60 90 –395<br />

4 0 0 0 0 25 0 50 75 300 0.80 240 –230<br />

5 0 0 0 0 25 0 50 75 400 0.50 200 –105<br />

6 0 0 0 0 25 0 50 75 450 1.00 450 270<br />

7 0 0 0 0 25 0 50 75 400 0.75 300 495<br />

8 0 0 0 0 25 0 50 75 450 0.80 360 780<br />

1 Pequenos produtores rurais <strong>com</strong> capital limitado. Os rendimentos e o retorno sobre o<br />

investimento inicial serão mais altos se as melhores práticas de produção forem seguidas.<br />

Ajuda Internacional e Desenvolvimento • 7


Como um Produtor Rural Pode Obter o Melhor Preço Durante uma<br />

Temporada de Colheita de <strong>Caju</strong>s?<br />

Qualidade: Ao selecionar uma castanha de alta qualidade que é<br />

bem conhecida na área por ter alto rendimento, os produtores<br />

rurais terão uma vantagem sobre os outros que plantarem<br />

as primeiras sementes que acharem. Se os produtores rurais<br />

seguirem as práticas re<strong>com</strong>endadas <strong>para</strong> a colheita, a secagem<br />

e o armazenamento, eles poderão maximizar a sua qualidade, de<br />

forma a permitir que obtenham o melhor preço possível <strong>para</strong> as<br />

suas castanhas.<br />

Aumento na produtividade: Ao seguir as práticas re<strong>com</strong>endadas de<br />

poda, enxertos e manutenção das plantações, os produtores rurais<br />

podem aumentar a produtividade de seus cajueiros.<br />

Vendas a Granel em Pontos locais de Coleta: Ao vender coletivamente<br />

as castanhas de caju, os produtores rurais conseguem evitar os intermediários menores e vender<br />

diretamente a um exportador que lhes dará um preço maior pelo produto.<br />

Siga o Mercado, Entenda <strong>com</strong>o Ele Funciona: A pesquisa de mercado é crucial <strong>para</strong> ter negócios do caju<br />

bem sucedidos. Cada produtor rural ou cada grupo de produtores rurais deveria seguir ativamente as<br />

tendências de mercado e as mudanças nos preços das castanhas de caju in natura durante a temporada.<br />

Mantenha Bons Contatos <strong>com</strong> os Compradores: Entrar em contato e encontrar-se <strong>com</strong> <strong>com</strong>pradores em<br />

potencial é uma necessidade <strong>para</strong> os grupos de produtores rurais de caju. os <strong>com</strong>pradores precisam ter a<br />

confiança de que o grupo de produtores rurais entende os termos de qualquer acordo que assina e de que o<br />

grupo fala <strong>com</strong> uma “só voz”.<br />

Respeite os Contratos: Cumprir <strong>com</strong>pletamente <strong>com</strong> os termos do contrato feito <strong>com</strong> o <strong>com</strong>prador é<br />

chave <strong>para</strong> o estabelecimento de uma relação bem sucedida de negócios <strong>com</strong> a <strong>com</strong>unidade exportadora.<br />

Assegure-se de que entendeu os termos do contrato e de <strong>com</strong>o o <strong>com</strong>prador avaliará o contrato ao final<br />

do período <strong>para</strong> o qual foi feito o acordo. Ambas as partes que assinaram o contrato devem sentir que se<br />

beneficiaram <strong>com</strong> esta transação. Um contrato bem sucedido resultará em um novo contrato durante a<br />

temporada seguinte. Um contrato fracassado pode significar o fim da relação <strong>com</strong> um <strong>com</strong>prador.<br />

Dentro deste cenário, o produtor rural decide<br />

plantar as mudas de caju relativamente próximas<br />

umas das outras, porque se <strong>com</strong>promete a podar<br />

as árvores <strong>para</strong> assegurar que as suas copas não<br />

fiquem grandes demais. Inicialmente ele planta 150<br />

mudas de árvores, mas somente 125 sobrevivem<br />

depois de um ano. As árvores rendem uma média<br />

de 1,2 kg por árvore no terceiro ano. No quinto ano,<br />

as árvores têm um rendimento médio de 2,8 kg por<br />

árvore. No oitavo ano, a produtividade pode atingir<br />

até 3,6 kg por árvore e o investimento inicial terá<br />

sido <strong>com</strong>pletamente pago por si só.<br />

A renda a partir de amendoins ou painço cultivados<br />

em fileiras alternadas não é calculada nesta<br />

tabela, mas estas safras servem <strong>para</strong> trazer um<br />

pouco de renda adicional enquanto que o caju<br />

está crescendo. Cercas naturais são estabelecidas<br />

no início <strong>para</strong> deter animais que eventualmente<br />

possam entrar na plantação. Não há pagamento<br />

pelo arrendamento, porque a terra está sob o<br />

sistema tradicional de uso das propriedades de<br />

terras. Se a terra for <strong>com</strong>prada ou arrendada por<br />

8 • o Projeto de Melhoria da Cadeia de Valor do <strong>Caju</strong> na bacia Hidrográfica da Gâmbia<br />

Pesando cajus.<br />

um certo custo, isto tem de ser levado em conta na<br />

hora de calcular os retornos esperados. A mãode-obra<br />

representa o principal custo de produção<br />

no primeiro ano; em muitos casos a mão-de-obra<br />

familiar é usada, mas não é quantificada. Um<br />

produtor rural <strong>com</strong> acesso a crédito ou capital<br />

pode aumentar o rendimento ao seguir as melhores<br />

práticas de produção.<br />

Com base neste exemplo, o produtor rural de cajus<br />

deveria obter lucros líquidos a partir do oitavo<br />

ano. Enquanto que alguns custos são contínuos<br />

(manutenção da mão-de-obra e a colheita, por<br />

exemplo), uma vez que os custos iniciais de<br />

investimentos tiverem sido feitos, espera-se que<br />

em um período relativamente curto de tempo<br />

(por exemplo, em oito anos), o produtor rural de<br />

cajus <strong>com</strong>ece a ter lucros líquidos a partir de sua<br />

plantação de caju.<br />

Também é importante rastrear os custos de<br />

produção por quilo e então <strong>com</strong>pará-los <strong>com</strong><br />

os preços <strong>para</strong> venda na fazenda ou o preço<br />

de mercado por kg. Se o preço de mercado for


maior que o custo de produção por quilo, então<br />

o produtor terá lucros dentro de um curto prazo.<br />

Isto nem sempre traz dinheiro suficiente <strong>para</strong> o<br />

produtor rural reinvestir em caju <strong>para</strong> o futuro.<br />

Com a flutuação dos preços ao longo do tempo,<br />

os produtores rurais podem esperar que algumas<br />

vezes só lucrem um pouco acima do seus custos de<br />

produção, enquanto que outras vezes eles podem<br />

ter lucros muito acima dos seus custos de produção.<br />

É importante calcular a média dos preços durante<br />

a temporada e calcular se o produtor rural está<br />

recebendo uma margem de lucros suficiente <strong>com</strong> a<br />

venda de cajus ou não.<br />

Para maximizar a renda da venda de castanhas de<br />

caju in natura, um proprietário de uma plantação<br />

pode desenvolver um plano de <strong>com</strong>ercialização<br />

que faz um corte transversal nos preços flutuantes<br />

da temporada. As diferentes cores destacam<br />

as diferentes rendas, dependendo de quando o<br />

caju é vendido durante a temporada. Um ponto<br />

importante é lembrar-se de que não há regras<br />

rígidas <strong>para</strong> o momento em que os preços subirão<br />

ou cairão. Contudo, tipicamente os preços<br />

<strong>com</strong>eçam baixos e aumentam à medida que a<br />

temporada avança.<br />

Durante o andamento da temporada de<br />

<strong>com</strong>ercialização os preços flutuarão. os produtores<br />

podem decidir vender durante toda a temporada,<br />

dependendo de suas necessidades financeiras ou<br />

estratégias de vendas. Eles também podem tentar<br />

segurar o produto até que os preços melhorem.<br />

A figura 8 mostra quatro cenários relacionados<br />

ao ritmo das vendas de cajus. Eles mostram que<br />

segurar o caju à espera de um preço melhor não<br />

necessariamente significa uma garantia de mais<br />

Figura 7: Custo de Produção versus Preço de Venda (em US$)<br />

Ano de<br />

Produção<br />

custo de<br />

Produção<br />

rendimento<br />

(kg)<br />

custo de<br />

Produção<br />

/kg<br />

dinheiro, já que os preços podem cair a qualquer<br />

momento. Uma vez que os custos iniciais dos<br />

investimentos tiverem sido recuperados, o produtor<br />

rural pode vender o seu produto a qualquer preço<br />

que esteja acima do seu custo de produção e ainda<br />

assim fazer um bom dinheiro. Levando em conta<br />

que o caju é uma forma de se fazer negócios, cada<br />

produtor de caju deveria procurar maximizar o seu<br />

lucro <strong>com</strong> o caju ao pensar antecipadamente sobre<br />

a sua estratégia de <strong>com</strong>ercialização.<br />

1º Preço<br />

<strong>para</strong><br />

venda na<br />

fazenda<br />

Preço máx.<br />

<strong>para</strong> venda<br />

na fazenda<br />

Preço<br />

médio <strong>para</strong><br />

venda na<br />

fazenda<br />

Ganho líquido<br />

(méd. Pmf / kg - custo<br />

de Produção / kg)<br />

Year 6 75 450 0.16 0.36 0.80 0.58 0.42<br />

Figura 8: Opções de Comercialização (em US$)<br />

rendi-<br />

mento (kg)<br />

Comemorando uma venda em um mercado<br />

local de cajus.<br />

cenário 1 cenário 2 cenário 3 cenário 4<br />

% Preço Total % Preço Total % Preço Total % Preço Total<br />

450 100 0.36 162.00 25 0.36 40.50 0 0.36 0.00 0 0.36 0.00<br />

450 0 0.60 0.00 50 0.60 135.00 50 0.60 135.00 0 0.60 0.00<br />

450 0 0.80 0.00 25 0.80 90.00 50 0.80 180.00 0 0.80 0.00<br />

450 0 0.20 0.00 0 0.20 0.00 0 0.20 0.00 100 0.20 90.00<br />

total 100 — 162.00 100 — 265.50 100 — 315.00 100 — 90.00<br />

Números baseados nos preços médios no mercado do caju da SeneGâmbia no período de 2008 a 2010.<br />

Ajuda Internacional e Desenvolvimento • 9


Organizar-se ou não organizar-se, eis a questão!<br />

No vilarejo de Kafuta, na região da Costa ocidental<br />

da Gâmbia, os produtores rurais têm cultivado<br />

cajus desde o final dos anos de 1980. A maior parte<br />

dos produtores rurais aprendeu a cultivar, colher<br />

e vender cajus através de tentativas e erros, <strong>com</strong><br />

pouco <strong>com</strong>partilhamento de informações e quase<br />

sem recursos de fora <strong>para</strong> lhes guiar. Em 2009, <strong>com</strong><br />

a assistência da AID e a voluntária do Corpo de<br />

Paz Annie Downs, os produtores de caju de Kafuta<br />

decidiram formar um grupo <strong>para</strong> vender as suas<br />

castanhas de caju em forma de cooperativa. Com<br />

a ideia básica de que vender em grupo poderia<br />

lhes ajudar a negociar um preço mais alto por seu produto, os produtores rurais se encontraram e<br />

descobriram que trabalhar em grupo trazia mais benefícios do que originalmente haviam previsto.<br />

A realização de reuniões de forma regular serviu de chance <strong>para</strong> que os moradores do vilarejo<br />

pudessem <strong>com</strong>partilhar informações sobre o trabalho <strong>com</strong> cajus: as melhores práticas eles haviam<br />

aprendido <strong>com</strong> os anos de experiência, as dicas eles haviam aprendido de fontes de fora, além de<br />

conselhos sobre toda sorte de atividades relacionadas ao cultivo de cajus. Eles <strong>com</strong>eçaram a pensar<br />

cada vez mais sobre o trabalho e a venda coletiva, ao invés de só agir individualmente. Quando eles<br />

precisavam de ajuda em seus pomares, eles tinham um fórum local <strong>para</strong> apoiar uns aos outros.<br />

os produtores rurais registraram o seu grupo e conseguiram fechar um contrato de venda direta<br />

a um exportador pelo mais alto preço de mercado na época, contornando os intermediários que<br />

estavam <strong>com</strong>prando os cajus deles em pequenas latas, ao invés de <strong>com</strong>pras em quantidades<br />

maiores. À primeira vista, o preço por lata parecia bom, mas quando os membros da associação<br />

calcularam o preço unitário que eles estavam recebendo do intermediário local, descobriram,<br />

na verdade, que estavam recebendo um valor menor do que o preço de mercado. Ao concordar<br />

em vender coletivamente, o grupo acertou que colocaria de lado uma pequena porcentagem de<br />

cada saco vendido <strong>para</strong> depositar em uma conta bancária do grupo, a qual então seria usada <strong>para</strong><br />

fornecer financiamentos uns aos outros.<br />

Como a porcentagem da reserva do grupo era menor do que a <strong>com</strong>issão do intermediário, todos se<br />

beneficiaram das vendas em grupo. No final da temporada, os produtores rurais haviam adicionado<br />

uma quantidade significativa de dinheiro à conta bancária do grupo e já haviam aprendido sobre<br />

aspectos importantes dos negócios <strong>com</strong> o caju. Eles se envolveram diretamente na <strong>com</strong>ercialização,<br />

nas <strong>com</strong>pras, na pesagem, na avaliação da qualidade das castanhas e na elaboração de contratos.<br />

Embora o primeiro ano tenha caminhado bem, o grupo se preocupou em identificar formas de<br />

melhorar nos próximos anos a partir de suas experiências. Agora eles são cuidadosos e registram<br />

todas as suas transações <strong>com</strong>erciais, asseguram-se de que todos os membros entendem a<br />

natureza dos contratos que assinam e logo no início da temporada fazem a sua pesquisa sobre os<br />

diferentes <strong>com</strong>pradores presentes<br />

no mercado. A Associação de<br />

Produtores de <strong>Caju</strong> de Kafuta<br />

solidificou a sua identidade<br />

<strong>com</strong>o grupo <strong>com</strong>prometido em<br />

ajudar uns aos outros a melhorar<br />

as suas rendas através da<br />

produção de cajus.<br />

10 • o Projeto de Melhoria da Cadeia de Valor do <strong>Caju</strong> na bacia Hidrográfica da Gâmbia<br />

À esquerda: Funcionários do PMC e<br />

Annie Downs, voluntária do Corpo<br />

de Paz, examinam plantações de<br />

cajueiros <strong>com</strong> cultivadores de caju<br />

de Sukata.


Qualidade das Castanhas e Técnicas de<br />

Colheita e Pós-Colheita<br />

Determinando a Qualidade das<br />

Castanhas de <strong>Caju</strong><br />

A qualidade das castanhas é determinada por dois<br />

testes-chave: o teste da contagem de castanhas e o<br />

teste de rendimento.<br />

teste de Contagem de Castanhas<br />

Este é o teste mais fácil de ser feito e dá a indicação<br />

do tamanho das castanhas in natura ao medir<br />

o número de castanhas in natura por quilo.<br />

Castanhas selecionadas aleatoriamente dos sacos<br />

são colocadas em uma balança até ela apontar<br />

1 kg. Aí o número de castanhas é contado. Com<br />

castanhas menores haverá um número maior de<br />

castanhas até que um quilo seja alcançado. Quanto<br />

maiores as castanhas, menor será o número de<br />

castanhas necessário <strong>para</strong> chegar a um quilo.<br />

ou seja, no teste de contagem de castanhas,<br />

quanto menor o número de castanhas melhor. A<br />

contagem de castanhas <strong>para</strong> o índice de castanhas<br />

de tamanho médio tipicamente é de 168 a 199<br />

por kg. Algumas castanhas na Índia e na Tanzânia<br />

registraram um número baixo de até 160 por kg.<br />

Castanhas muito pequenas podem estar na faixa<br />

de 230 a 240 por kg. Castanhas muito pequenas<br />

são difíceis de serem processadas e por isso são<br />

consideradas de qualidade inferior.<br />

Rendimento do <strong>Caju</strong> e Como ele é Calculado<br />

Contudo, olhar <strong>para</strong> o tamanho externo da<br />

castanha não é uma medida adequada de<br />

qualidade. Dependendo das práticas de produção<br />

e de colheita usadas na plantação, pode haver uma<br />

amêndoa boa lá dentro ou algo de baixa qualidade.<br />

Figura 9: Contagem de Castanhas e Rendimento de Castanhas<br />

contagem de<br />

castanhas / kg<br />

200 ou mais<br />

169 a 199<br />

<strong>com</strong>entários sobre a<br />

contagem de castanhas<br />

Castanhas pequenas: difíceis de<br />

processar<br />

Castanhas médias: boa qualidade<br />

(média <strong>para</strong> a África Ocidental)<br />

Quanto você pagaria por uma caixa se não soubesse<br />

exatamente o que há dentro dela? os <strong>com</strong>pradores<br />

de caju estão pre<strong>para</strong>dos <strong>para</strong> assumir algum risco,<br />

mas eles tentam reduzir os seus riscos ao fazer a<br />

amostragem de algumas castanhas <strong>para</strong> ver o que<br />

podem esperar quando <strong>com</strong>pram castanhas.<br />

o segundo teste a ser feito, o teste de rendimento,<br />

descreve a quantidade de amêndoas de boa<br />

qualidade dentro das cascas. o procedimento <strong>para</strong><br />

o teste de rendimento exige que as castanhas<br />

sejam cortadas e abertas, <strong>para</strong> as amêndoas então<br />

serem retiradas de dentro e analisadas, a fim de<br />

determinar a porcentagem de castanhas que<br />

cumprem <strong>com</strong> cinco categorias de qualidade.<br />

1) Amêndoa boa (boa forma, tamanho e cor branca)<br />

2) Amêndoa manchada (possui manchas pretas ou<br />

escuras)<br />

3) Amêndoa prematura (não bem desenvolvida, de<br />

pouco peso e enrugada)<br />

4) Amêndoas molhadas / úmidas (alta porcentagem<br />

de umidade que pode ser sentida ou vista)<br />

5) Amêndoas apodrecidas (doenças, que mostram<br />

sinais de danos causados por insetos ou outros<br />

fatores)<br />

Depois de pegar amostras aleatórias dos sacos<br />

de castanha in natura, cortar e abrir as castanhas<br />

e classificar as amêndoas nas cinco categorias<br />

mencionadas acima, é feito um cálculo que vai<br />

resultar em um resultado de rendimento, o qual<br />

é expresso em libras de boas amêndoas em um<br />

saco de 80 kg. os resultados tipicamente ficam na<br />

faixa de 48 lbs a 58 lbs. Em geral, quanto mais alto o<br />

resultado de rendimento melhor.<br />

rendimentos<br />

(lbs)<br />

< 48<br />

49 a 50<br />

51 a 52<br />

53 a 54<br />

168 ou menos Castanhas grandes 55 a 56<br />

<strong>com</strong>entários sobre o<br />

rendimento das castanhas<br />

Não são amêndoas boas – quase<br />

impossível de processar<br />

Aceitável, se as castanhas tiverem de<br />

tamanho médio a grande<br />

Boas: rendimento médio <strong>para</strong> a<br />

região da SeGaBi<br />

Boas a excelentes: excelentes, se<br />

castanhas forem de tamanho grande<br />

Excelentes (encontradas somente em<br />

certas regiões da SeGaBi)<br />

Ajuda Internacional e Desenvolvimento • 11


Os Aspectos Essenciais sobre a<br />

Qualidade das Castanhas<br />

Estes dois testes, o da contagem de castanhas<br />

e o do rendimento, são então <strong>com</strong>binados <strong>para</strong><br />

determinar o resultado geral de qualidade. Por<br />

exemplo, se você possui castanhas grandes (baixa<br />

contagem de castanhas), mas amêndoas muito<br />

pequenas dentro (baixo resultado de rendimento),<br />

a qualidade será considerada ruim, porque o<br />

<strong>com</strong>prador só está <strong>com</strong>prando cascas. Por outro<br />

lado, você pode ter uma contagem mais alta de<br />

castanhas (castanhas menores), mas dentro há<br />

amêndoas que são excelentes. Tudo isto <strong>para</strong> dizer<br />

que nem sempre é o caso de que castanhas maiores<br />

sejam as melhores. os <strong>com</strong>pradores precisam ficar<br />

atentos a ambos os testes <strong>para</strong> se assegurarem de<br />

que estão <strong>com</strong>prando castanhas de boa qualidade.<br />

Em suma, a qualidade da castanha de caju é<br />

formada pela <strong>com</strong>binação de castanhas grandes<br />

(baixa contagem de castanhas por kg) e uma<br />

alta porcentagem de amêndoas dentro da casca<br />

(alto rendimento).<br />

As Melhores Técnicas de Colheita<br />

As práticas de colheita desempenham um papelchave<br />

<strong>para</strong> determinar a qualidade das castanhas.<br />

As seguintes técnicas deveriam ser seguidas:<br />

• Deve-se permitir que as castanhas caiam no chão:<br />

não tire a fruta / a castanha de caju da árvore.<br />

12 • o Projeto de Melhoria da Cadeia de Valor do <strong>Caju</strong> na bacia Hidrográfica da Gâmbia<br />

O processo de coleta de frutas e castanhas caídas e<br />

a se<strong>para</strong>ção das frutas e castanhas são sensíveis ao<br />

fator tempo. Para que se mantenha a boa qualidade<br />

das castanhas, é importante que elas sejam coletadas<br />

e se<strong>para</strong>das todos os dias. A mão-de-obra agrícola<br />

tem de ser organizada antecipadamente <strong>para</strong> tornar a<br />

coleta de castanhas a mais eficiente possível.<br />

• As castanhas devem ser recolhidas do chão<br />

diariamente. As castanhas deixadas no chão por<br />

muito tempo farão <strong>com</strong> que a amêndoa interna<br />

fique amarelada e tenha um teor maior de óleo. A<br />

coleta diária também reduz as perdas causadas<br />

por animais e por roubos.<br />

• As castanhas têm de ser se<strong>para</strong>das das frutas no<br />

mesmo dia em que caíram. As castanhas podem<br />

ser removidas simplesmente ao torcer e puxar a<br />

castanha <strong>para</strong> arrancá-la da fruta. Assegure-se<br />

de que as frutas sejam colocadas em um balde<br />

à parte, se<strong>para</strong>das das castanhas. Deixar as<br />

castanhas presas às frutas acrescentará umidade<br />

Siga as Melhores Práticas: Coleta, Secagem e Armazenamento<br />

Quando os <strong>com</strong>pradores fazem o teste de rendimento, eles saberão imediatamente se foi permitido<br />

que as castanhas caíssem no chão ou se elas foram arrancadas das árvores de forma prematura. Um<br />

empreendedor bem sucedido do caju entregará o produto nas condições desejadas pelo <strong>com</strong>prador.<br />

Seguir as melhores práticas na coleta, secagem e armazenamento de castanhas assegurará que o<br />

produtor rural esteja produzindo o que o <strong>com</strong>prador deseja <strong>com</strong>prar. o fornecimento de castanhas de<br />

caju de qualidade aos <strong>com</strong>pradores também contribuirá <strong>para</strong> o desenvolvimento de uma reputação<br />

regional de castanhas de caju de alta qualidade.<br />

Um <strong>com</strong>prador demonstra <strong>com</strong>o o teste do corte das castanhas é executado (usando cortadores especiais<br />

<strong>para</strong> castanhas de caju). Ele corta as castanhas <strong>para</strong> ver se a amêndoa que está dentro da casca preenche-a<br />

<strong>com</strong>pletamente, parcialmente ou se a casca está <strong>com</strong>pletamente vazia. Ele utiliza as amêndoas que foram<br />

retiradas das cascas <strong>para</strong> determinar a qualidade de um saco inteiro de castanhas de caju in natura. A foto à<br />

direita é um exemplo de uma amostra <strong>com</strong> castanhas cheias.


às castanhas e reduzirá a qualidade<br />

das amêndoas.<br />

• remova <strong>com</strong>pletamente a polpa que restar na<br />

castanha e passe um pano seco nelas. Não deve<br />

haver resíduos de polpa nas castanhas.<br />

• Não lave as castanhas; a água irá danificá-las.<br />

• Contrate mão-de-obra <strong>para</strong> acelerar a coleta se a<br />

mão-de-obra familiar for insuficiente.<br />

A Secagem das Castanhas de <strong>Caju</strong><br />

• A secagem das castanhas de caju maduras é o<br />

aspecto mais importante <strong>para</strong> a obtenção de<br />

castanhas de caju in natura de alta qualidade.<br />

• A secagem adequada requer três dias de<br />

exposição total à luz do sol durante a temporada<br />

seca nas áreas de cultivo de caju no Senegal, na<br />

Gâmbia e na Guiné-bissau. Em uma safra de cajus<br />

tardia, colhida durante a temporada de chuvas,<br />

pode levar até uma semana ou mais <strong>para</strong> que as<br />

castanhas fiquem adequadamente secas.<br />

• As castanhas têm de ser secadas em pisos<br />

cimentados de secagem ou em lençóis<br />

e superfícies adequadas, tais <strong>com</strong>o lona<br />

impermeabilizada, esteiras, bambu ou sacos<br />

de arroz. As castanhas devem ser espalhadas<br />

finamente na superfície, longe de sombra e<br />

viradas pelo menos quatro vezes por dia.<br />

• As castanhas devem descansar até esfriarem<br />

depois da secagem e antes de serem colocadas<br />

em sacos de juta ou de aniagem (não em sacos de<br />

polipropileno ou sacos usados de arroz). os sacos<br />

de juta permitem que o ar possa circular através<br />

deles, reduzindo, dessa forma, os danos causados<br />

pela umidade excessiva.<br />

Três passos <strong>para</strong> testar o grau de secagem (todos os<br />

três têm de ser verdadeiros <strong>para</strong> que as castanhas<br />

estejam <strong>com</strong>pletamente secas):<br />

1. Pressione a castanhas firmemente <strong>com</strong> a sua<br />

unha do polegar. Se ficar um amassado (uma<br />

Castanhas de caju secando ao sol em cima de peças de<br />

lona impermeabilizada.<br />

marca) na castanha, ela precisa secar por mais<br />

tempo. Se não houver nenhum amassado, então a<br />

castanha está <strong>com</strong>pletamente seca.<br />

2. Quando a castanha seca é sacudida, escuta-se um<br />

barulho de movimento interno da amêndoa que<br />

está chacoalhando.<br />

3. A cor da castanha será marrom claro <strong>para</strong> a safra<br />

da temporada seca e marrom escuro <strong>para</strong> a safra<br />

colhida na temporada das chuvas.<br />

A Armazenagem das Castanhas<br />

de <strong>Caju</strong><br />

• os sacos de juta são os melhores <strong>para</strong> armazenar<br />

o caju, porque eles ajudam a prevenir os excessos<br />

de acúmulo de umidade.<br />

• Sacos vazios de arroz podem ser usados <strong>para</strong><br />

guardar castanhas de caju, mas só por algumas<br />

semanas e quando os de juta não estiverem<br />

disponíveis.<br />

• Se forem usados sacos de arroz, eles podem<br />

ser enchidos, mas devem ser deixados abertos<br />

por três dias antes de serem costurados,<br />

a fim minimizar a perspiração durante o<br />

armazenamento.<br />

• Uma área de armazenamento deve ter um piso<br />

seco, um telhado seguro e boa ventilação.<br />

• os sacos devem ser empilhados em plataformas<br />

elevadas, tais <strong>com</strong>o paletes (estrados) de madeira<br />

ou ripas de madeira a fim de evitar que a umidade<br />

entre nas castanhas a partir do chão.<br />

• Deve ser deixado espaço suficiente entre as<br />

pilhas, entre as pilhas e as paredes e também<br />

abaixo do teto, a fim de permitir a livre circulação<br />

de ar, bem <strong>com</strong>o <strong>para</strong> que indivíduos possam<br />

circular e verificar as condições das pilhas.<br />

Deixe espaço suficiente entre os sacos de juta<br />

empilhados e a parede <strong>para</strong> permitir o monitoramento<br />

efetivo do armazenamento e a circulação de ar.<br />

Ajuda Internacional e Desenvolvimento • 13


Técnicas de Seleção de Sementes de <strong>Caju</strong>,<br />

de Plantio e de Produção<br />

Seleção da Melhor Semente de <strong>Caju</strong><br />

os <strong>com</strong>pradores, processadores e exportadores que<br />

operam na Gâmbia, no Senegal e na Guiné-bissau<br />

frequentemente falam de variedades de sementes<br />

de alta qualidade e sobre a qualidade das sementes<br />

na sub-região.<br />

A fim de manter a reputação da sub-região,<br />

cada produtor rural precisa seguir as práticas<br />

re<strong>com</strong>endadas <strong>para</strong> o plantio, a fim de assegurar<br />

a sustentabilidade do setor. Tanto os produtores<br />

já em atividade quanto os futuros produtores<br />

podem dar passos <strong>para</strong> se assegurar de que estejam<br />

selecionando as castanhas de melhor qualidade<br />

<strong>para</strong> o plantio.<br />

Ao plantar um cajueiro, deve-se investigar qual a<br />

melhor e mais apropriada variedade de sementes<br />

<strong>para</strong> aquela região. Nem todas as variedades da<br />

sub-região são as mesmas; algumas são melhores<br />

do que as outras, normalmente isto é determinado<br />

pelo tamanho das castanhas.<br />

No momento, pesquisadores internacionais e<br />

locais estão fazendo estudos <strong>para</strong> identificar<br />

quais variedades locais possuem as características<br />

mais desejadas pelo mercado. Estas informações<br />

serão amplamente disseminadas através de várias<br />

instituições, tais <strong>com</strong>o os ministérios nacionais de<br />

agricultura e de silvicultura, a AID, o Corpo de Paz<br />

dos EUA e viveiros privados de mudas.<br />

Uma árvore matriz forte e saudável.<br />

Procedimentos de Seleção<br />

• As sementes <strong>para</strong> plantio devem ser obtidas de<br />

árvores matrizes saudáveis, de uma variedade<br />

reconhecida por sua alta produtividade, que<br />

tenha entre 8 e 15 anos de idade. Procure e<br />

observe vários cajueiros <strong>com</strong> boa floração e<br />

a<strong>com</strong>panhe-os até os frutos amadurecerem.<br />

14 • o Projeto de Melhoria da Cadeia de Valor do <strong>Caju</strong> na bacia Hidrográfica da Gâmbia<br />

selecionando um lugar bom <strong>para</strong> uma<br />

Plantação de cajus<br />

• Escolha um local <strong>com</strong> solo bem drenado.<br />

• os cajueiros não se dão bem em solos salinos<br />

(solos salgados) ou em solo argiloso.<br />

• Escolha um local que seja relativamente<br />

plano, sem pedras grandes ou buracos.<br />

• Limpe a área, retirando arbustos e plantas<br />

bravias.<br />

• Escolha um local onde a posse de terra esteja<br />

em seu nome.<br />

• As castanhas selecionadas <strong>para</strong> plantio devem<br />

estar <strong>com</strong>pletamente maduras (coletadas do chão).<br />

• Selecione castanhas de tamanhos uniformes da<br />

mesma variedade. registre o nome (se conhecido)<br />

e a localização de cada variedade plantada <strong>com</strong>o<br />

forma de boas práticas de gerenciamento de<br />

plantações.<br />

• o caju normalmente possui três ciclos de coleta<br />

durante a temporada. As sementes coletadas no<br />

segundo ciclo são consideradas as melhores <strong>para</strong><br />

o plantio.<br />

• Todas as sementes devem ser secadas à sombra<br />

por uma semana e somente sementes novas<br />

devem ser plantadas. Mantenha se<strong>para</strong>das as<br />

sementes de diferentes árvores, a fim de poder<br />

rastrear a origem genética de cada árvore da<br />

plantação.<br />

• Armazene as sementes em um local fresco e seco<br />

até que sejam usadas <strong>para</strong> o plantio.<br />

• Se a semente tiver sido coletada no segundo<br />

período de colheita (aproximadamente em<br />

junho de cada ano), elas podem ser plantadas<br />

em junho ou julho, sendo que o melhor período<br />

<strong>para</strong> transplante é o da temporada de chuvas em<br />

setembro e outubro.<br />

Plantio de Sementes de <strong>Caju</strong><br />

Há duas formas de cultivar sementes de caju. Uma<br />

das formas é o plantio direto da semente no local<br />

desejado. Mudas jovens plantadas diretamente<br />

no campo são facilmente <strong>com</strong>idas por pequenos<br />

roedores, cupins e outros animais. Elas também<br />

exigem rega, o que pode ser difícil se tiver de


Plante a semente <strong>com</strong> as duas pontas do seu arco<br />

virado <strong>para</strong> baixo<br />

ser feito em larga escala. Algumas das sementes<br />

plantadas podem não germinar ou sobreviver.<br />

outra forma de plantar as sementes é através do<br />

uso de sacos de polietileno <strong>com</strong>o vasos (sacos<br />

plásticos) <strong>para</strong> então transferir a muda da árvore<br />

jovem (aproximadamente <strong>com</strong> três meses de<br />

idade) <strong>para</strong> o local desejado. Este tipo de muda<br />

geralmente é desenvolvido em um viveiro de<br />

árvores. Em um viveiro de árvores é mais fácil<br />

de proteger, cuidar e monitorar as mudas das<br />

árvores. os viveiros de árvores geralmente vendem<br />

as mudas por um preço que cobre os custos que<br />

envolveram o cultivo daquelas mudas.<br />

Plantio direto em montinhos.<br />

Exemplo de um transplante de muda.<br />

Figura 10: Prós e Contras do Estabelecimento de um Viveiro e do Plantio Direto<br />

Técnica de Plantio Vantagens Desvantagens<br />

Plantio Direto<br />

Viveiro<br />

• Menos recursos são exigidos<br />

• Gasto menor de tempo<br />

• requer menos mão-de-obra<br />

• Menor uso de sementes<br />

• Um processo de transplante mais<br />

seletivo<br />

• Maior taxa de sobrevivência<br />

• Fácil de gerenciar as mudas<br />

• oportunidades de ganhos<br />

econômicos <strong>com</strong> a venda de mudas<br />

a outras pessoas<br />

• Exige maior quantidade de<br />

sementes<br />

• baixa taxa de sobrevivência<br />

• Mais difícil de gerenciar as mudas<br />

• Gasto maior de tempo<br />

• Exige mais recursos e materiais<br />

• Exige mais mão-de-obra<br />

Ajuda Internacional e Desenvolvimento • 15


observações sobre o Plantio em viveiros<br />

• Prepare a área do viveiro: (<strong>com</strong> sombra parcial e<br />

cercado) na metade de abril.<br />

• Adquira os sacos de polietileno (sacos de<br />

silvicultura, sacos de água potável, sacos<br />

de açúcar): encha-os <strong>com</strong> terra, <strong>com</strong> adubo<br />

<strong>com</strong>posto ou <strong>com</strong> uma camada superior de solo.<br />

• Cubra o local do viveiro <strong>com</strong> cinzas de<br />

madeira <strong>para</strong> impedir a presença de cupins<br />

ou outras pragas.<br />

teste do sal <strong>para</strong> ver a viabilidade<br />

das sementes<br />

• Adicione um punhado de sal a 10 litros de água<br />

limpa.<br />

• Acrescente as castanhas de caju e misture<br />

vigorosamente.<br />

• Deixe descansar por 5 minutos; descarte todas<br />

as castanhas que estiverem flutuando. As<br />

castanhas que afundaram devem ser usadas<br />

<strong>com</strong>o sementes. Lave as castanhas a serem<br />

usadas <strong>para</strong> remover o sal.<br />

Plantio das sementes<br />

• Mergulhe as sementes selecionadas por dois<br />

dias dentro de água limpa.<br />

Cultivo em Fileiras Alternadas<br />

Ao deixar um espaço de 10 metros entre os<br />

cajueiros, o produtor rural terá bastante espaço<br />

entre as árvores <strong>para</strong> cultivar outras plantas<br />

menores, tais <strong>com</strong>o painço, milho, amendoins,<br />

vegetais, gergelim, arroz do seco entre outras<br />

culturas que não danifiquem o sensível sistema de<br />

raízes do cajueiro.<br />

o cultivo em fileiras alternadas é melhor quando a<br />

cultura adicional é plantada pelo menos a 3 metros<br />

de distância de cada cajueiro. Depois de quatro<br />

ou cinco anos, a sombra produzida pelos cajueiros<br />

talvez dificulte o plantio de outras culturas, mas<br />

Cercar a plantação de caju pode ajudar a reduzir as<br />

perdas causadas por animais, mas as visitas diárias à<br />

plantação também são muito importantes.<br />

16 • o Projeto de Melhoria da Cadeia de Valor do <strong>Caju</strong> na bacia Hidrográfica da Gâmbia<br />

• Com as pontas dos seus arcos viradas <strong>para</strong><br />

baixo, plante as sementes no solo a uma<br />

profundidade de 5 cm.<br />

• regue diariamente por 8 semanas antes de<br />

transplantá-las.<br />

transplante<br />

• Faça o transplante no final da tarde depois de<br />

uma chuva.<br />

• Deixe um espaço de 10 metros entre as mudas.<br />

• reviste o local periodicamente <strong>para</strong> inspeção e<br />

remoção de ervas daninhas.<br />

observações sobre o Plantio direto<br />

• Depois da primeira chuva vigorosa, plante<br />

três sementes por buraco / montinho a uma<br />

profundidade de 5 cm usando um padrão<br />

triangular.<br />

• Depois de a germinação ter ocorrido e quando<br />

as mudas estiverem próximas a atingir 20 cm<br />

de altura, somente deixe a muda mais forte,<br />

removendo as mais fracas <strong>com</strong> cuidado a fim<br />

de deixar espaço <strong>para</strong> a planta maior continuar<br />

crescendo no montinho.<br />

o produtor de cajus deve procurar tirar o máximo<br />

de ganhos de sua terra, especialmente enquanto<br />

espera os cajueiros maturarem e a renda <strong>com</strong>eçar a<br />

ser gerada.<br />

Cercas <strong>para</strong> as Plantações<br />

Por que eu preciso colocar uma cerca?<br />

A maior parte dos produtores rurais diz que perde<br />

muito caju <strong>para</strong> os ladrões e os animais que entram<br />

em suas plantações. Embora uma cerca em volta de<br />

uma plantação de caju possa reduzir os roubos e<br />

os danos causados por animais, ela não conseguirá<br />

reduzir os casos a zero. Se alguém ou algum animal<br />

quiser entrar em sua plantação a todo custo, eles<br />

conseguirão, mesmo se você tiver erguido a melhor<br />

das cercas disponíveis! As cercas são uma parte<br />

importante do gerenciamento das plantações,<br />

mas não se iluda, uma cerca não garantirá o fim<br />

das perdas em sua lavoura. As visitas diárias à<br />

plantação e o monitoramento da mesma são tão<br />

importantes quanto a instalação de cercas.<br />

Qual a eficácia de diferentes tipos de cerca?<br />

Ao escolher um tipo de cerca, o produtor rural<br />

precisa pensar sobre a durabilidade esperada ou<br />

o tempo de vida útil da cerca <strong>para</strong> então <strong>com</strong><strong>para</strong>r<br />

estes fatores <strong>com</strong> o custo inicial. Alguns tipos de<br />

materiais <strong>para</strong> cercas, tais <strong>com</strong>o arame farpado<br />

ou correntes são relativamente fáceis de serem


instalados, mas eles são caros e facilmente<br />

danificados pelo tempo (ferrugem), além de<br />

serem facilmente atravessados por invasores,<br />

reduzindo a sua eficácia. As cercas vivas ou o<br />

uso de plantas, moitas, arbustos e árvores <strong>com</strong>o<br />

barreiras são menos caros e durarão por mais<br />

tempo. Entre as plantas usadas <strong>com</strong>o cerca viva<br />

estão o sisal, a acácia, o limão-galego, o cajueiro,<br />

a algarobeira, a euphorbia ou a buganvília (trêsmarias).<br />

Algumas destas plantas têm espinhos ou<br />

cravos que impedem que os animais e os humanos<br />

entrem na plantação. A colocação de cercas é um<br />

elemento efetivo no gerenciamento da plantação.<br />

As cercas vivas podem levar mais tempo <strong>para</strong> serem<br />

estabelecidas, mas duram mais tempo e são menos<br />

caras no longo prazo.<br />

Qual é o custo de instalação de uma cerca?<br />

A instalação de cercas pode ser cara ou pode ser<br />

feita <strong>com</strong> pouco dinheiro. os arames farpados<br />

são os mais caros, enquanto que a cerca viva é<br />

a menos cara, embora leve mais tempo <strong>para</strong> ser<br />

estabelecida.<br />

Alternativas: Um proprietário de uma plantação<br />

decidiu que não usaria cercas, mas escavou uma<br />

Cuidados e Manutenção de um Pomar de <strong>Caju</strong>s<br />

• A manutenção regular de cada árvore e do pomar<br />

é necessária <strong>para</strong> que se tenha uma produção<br />

bem sucedida. A manutenção inclui a proteção<br />

contra o fogo, a poda, a eliminação de ervas<br />

daninhas e a instalação de cercas.<br />

• Uma clareira corta-fogo que tenha entre 2 e 5<br />

metros de largura deve ser feita em volta de todo<br />

o pomar de cajueiros.<br />

• A remoção de ervas daninhas dentro e em volta<br />

do pomar de cajueiros deve ser feita tanto na<br />

temporada seca quanto na das chuvas, a fim de<br />

ajudar a minimizar as chances de fogo e <strong>para</strong><br />

permitir acesso fácil <strong>para</strong> a coleta de castanhas<br />

e frutas.<br />

• Cercar adequadamente um hectare de cajus<br />

trará um rendimento maior de cajus do que<br />

muitos hectares desprotegidos.<br />

Arame farpado instalado em volta de uma plantação<br />

de cajus.<br />

trincheira de um metro de profundidade em torno<br />

de seu pomar <strong>para</strong> impedir que o gado entrasse <strong>para</strong><br />

<strong>com</strong>er as frutas. A ideia provou ser uma excelente<br />

forma de minimizar os danos causados por gado.<br />

Sustentabilidade: Algumas espécies de cercas vivas<br />

(acácia) oferecem uma barreira contra animais e<br />

ladrões, bem <strong>com</strong>o proteção contra vento e fogo.<br />

A instalação de cercas é uma decisão de negócios:<br />

A instalação de cercas deveria fazer parte do plano<br />

de negócios de cada produtor rural de cajus e ser<br />

calculado dentro dos custos de produção. Um<br />

produtor rural estava <strong>com</strong>prometido a instalar uma<br />

cerca em sua plantação. Sendo assim, ele vendeu<br />

mandioca durante duas temporadas e colocou os<br />

lucros de lado em uma caderneta de poupança até<br />

ter dinheiro suficiente <strong>para</strong> erguer a cerca em volta<br />

de sua plantação. Ele estava orgulhoso em informar<br />

que, depois de dois anos, ele havia conseguido<br />

<strong>com</strong>pletar a cerca, feita de arame farpado, em volta<br />

de sua plantação. Isto prova que se você tiver um<br />

plano e seguir os passos necessários, este seu plano<br />

se tornará realidade!<br />

Um desenho <strong>com</strong> uma amostra de plantação<br />

que inclui a clareira corta-fogo <strong>para</strong> minimizar o<br />

potencial de danos causados por fogo.<br />

Ajuda Internacional e Desenvolvimento • 17


Uma árvore que precisa ser podada.<br />

Remova flores velhas.<br />

Poda dos <strong>Caju</strong>eiros<br />

• A poda deve ser feita depois do final da temporada<br />

de colheita e antes das chuvas. A poda estimula o<br />

crescimento novo e a poda dos galhos mais baixos<br />

treina as mudas novas <strong>para</strong> crescerem <strong>para</strong> o alto.<br />

A poda de galhos mortos pode fornecer lenha <strong>para</strong><br />

ser queimada em casa.<br />

• A poda deve ser feita depois do final da temporada<br />

de colheita e antes de as chuvas <strong>com</strong>eçarem <strong>para</strong><br />

permitir o máximo de recrescimento.<br />

• Qualquer galho que tiver doenças, esteja<br />

infestado, tenha baixa produção ou esteja morto<br />

deve ser podado.<br />

• A poda de galhos do topo pode ser feita <strong>para</strong><br />

permitir que a luz do sol alcance os galhos<br />

mais baixos.<br />

• A poda dos galhos mais baixos permite acesso<br />

mais fácil <strong>para</strong> a coleta de cajus e a manutenção<br />

dos cajueiros.<br />

• Qualquer galho que alcance uma árvore que<br />

esteja ao lado deve ser removido, de forma<br />

que a copa de uma árvore não interfira na<br />

árvore vizinha.<br />

18 • o Projeto de Melhoria da Cadeia de Valor do <strong>Caju</strong> na bacia Hidrográfica da Gâmbia<br />

A poda permite o crescimento de novos brotos.<br />

A remoção das pontas aumenta os brotos.<br />

Removendo folhas mais baixas em mudas novas.<br />

• remova a ponta dos galhos que produziram frutos<br />

na temporada anterior, a fim de permitir que mais<br />

brotos novos possam se formar, o que, por sua<br />

vez, leva à produção de mais castanhas.<br />

• remova as folhas mais baixas de mudas novas,<br />

o que permite o crescimento rápido e, ao mesmo<br />

tempo, afasta o gado.


Enxerto de Árvores<br />

o enxerto é a substituição do topo de um cajueiro<br />

ou de uma muda por um broto de uma variedade<br />

de alto rendimento, tirando vantagem do sistema<br />

de raízes já bem desenvolvido e da força da árvore<br />

já existente. o enxerto de uma variedade de alto<br />

rendimento e <strong>com</strong> castanhas de melhor qualidade<br />

em uma árvore já estabelecida melhorará, em um<br />

tempo muito menor, a produtividade de uma árvore<br />

que tenha baixo rendimento. As árvores enxertadas<br />

tendem a iniciar a sua produção muito mais cedo<br />

do que as árvores plantadas a partir das sementes:<br />

elas normalmente carregam frutos dentro de dois<br />

anos, enquanto que as árvores plantadas <strong>com</strong> as<br />

sementes levam até cinco anos <strong>para</strong> maturarem.<br />

• o enxerto pode estabelecer um tamanho grande e<br />

uniforme <strong>para</strong> as castanhas.<br />

• o enxerto pode aumentar o rendimento médio<br />

por árvore.<br />

• o enxerto permite que os produtores de caju<br />

selecionem as variedades de caju desejadas <strong>para</strong><br />

as suas plantações.<br />

• o enxerto permite que os produtores de caju<br />

selecionem variedades de caju de alto rendimento<br />

<strong>para</strong> as suas plantações.<br />

• As árvores identificadas <strong>para</strong> o enxerto<br />

selecionado de materiais devem ter entre 7 e 10<br />

anos e estar saudáveis (livres de doenças).<br />

• o enxerto requer habilidades especiais e pode<br />

apresentar uma taxa de sobrevivência de 80 por<br />

cento.<br />

• As castanhas de árvores enxertadas não podem<br />

ser usadas <strong>para</strong> fazer mudas porque elas perdem<br />

as suas características.<br />

Apicultura e Produção de <strong>Caju</strong><br />

• As abelhas podem ajudar os cajueiros a manter<br />

um tamanho uniforme das castanhas e das frutas.<br />

• As abelhas podem ajudar o cajueiro a desenvolver<br />

castanhas de caju grandes.<br />

• A criação de abelhas (apicultura) é uma adição de<br />

valor ao pomar de cajus.<br />

• A apicultura não precisa necessariamente ser<br />

praticada pelo produtor rural, mas pode ser feita<br />

em conjunto <strong>com</strong> um produtor rural de cajus e um<br />

especialista local em criação de abelhas.<br />

• Se houver muitas abelhas no pomar durante<br />

o período de floração, muitas flores serão<br />

polinizadas e a colheita resultante será melhor do<br />

que em campos sem abelhas.<br />

Colmeias locais de abelhas.<br />

Cestos <strong>com</strong> colmeias.<br />

A polinização cruzada feita pelas abelhas nos cajueiros<br />

cria tamanhos mais uniformes de castanhas e frutas.<br />

• As abelhas viajam até 600 metros em busca<br />

de flores.<br />

• Há quatro formas de saber se uma cultura foi<br />

polinizada adequadamente: 1) fruta <strong>com</strong> bom<br />

formato, 2) tamanho uniforme das castanhas, 3)<br />

castanhas cheias e 4) cachos densos de frutas ou<br />

sementes.<br />

Ajuda Internacional e Desenvolvimento • 19


Produtos de <strong>Caju</strong> <strong>com</strong> Valor Agregado<br />

A adição de valor é a melhoria de um produto ou de<br />

um serviço por uma <strong>com</strong>panhia ou um indivíduo<br />

antes de o produto ser oferecido aos clientes. Com<br />

a melhoria, o produto passa a ser mais valorizado<br />

pelo cliente, ou seja, ele estará mais disposto a<br />

pagar um preço maior pelo produto. A adição de<br />

valor deveria trazer um retorno maior que o custo<br />

gerado pela melhoria do produto.<br />

A maior parte do caju da sub-região é exportada<br />

<strong>para</strong> a Índia e o Vietnã em forma de castanha in<br />

natura. os processadores na Índia, no Vietnã e no<br />

brasil então removem a amêndoa da castanha,<br />

fazem a torrefação e enviam a amêndoa branca<br />

<strong>para</strong> as <strong>com</strong>panhias da Europa e dos EUA, as<br />

quais acrescentam sabores e empacotam o caju<br />

sob medida, de forma a atender às demandas<br />

dos consumidores. o produtor rural local recebe<br />

um preço pela castanha in natura que vende<br />

ao exportador e este é normalmente o total da<br />

renda ganha <strong>com</strong> a safra de cajus. A pessoa que<br />

conseguir ir além da simples venda de castanha<br />

in natura possui o potencial de obter renda<br />

adicional. Embora a amêndoa do caju venha<br />

atraindo o principal foco das atenções nos esforços<br />

de processamento, há muitas outras formas<br />

de os produtores rurais e os negócios locais se<br />

beneficiarem do <strong>com</strong>ércio de cajus. Por exemplo,<br />

um litro de suco de caju fresco prensado é vendido<br />

por cerca de D50 / CFA855 / US$1,80. Um quilo de<br />

amêndoas de cajus processadas localmente é<br />

vendido por aproximadamente D250 / CFA3.500 /<br />

US$7,50. A adição de valor é uma possibilidade que<br />

vale a pena ser investigada, embora a obtenção de<br />

lucros no processamento de cajus exija um bom<br />

gerenciamento, trabalho duro e dedicação, atenção<br />

ao detalhe e um alto nível de eficiência.<br />

A Fruta de <strong>Caju</strong><br />

20 • o Projeto de Melhoria da Cadeia de Valor do <strong>Caju</strong> na bacia Hidrográfica da Gâmbia<br />

Para algumas pessoas, o valor real está escondido<br />

na fruta do caju, a ponto de fazer <strong>com</strong> que alguns<br />

produtores rurais coloquem mais o foco de suas<br />

atenções sobre o potencial de geração de renda<br />

da fruta do caju do que sobre a castanha em si.<br />

o processamento da fruta do caju é amplamente<br />

praticado por muitos grupos na sub-região, porque já<br />

há um mercado pronto <strong>para</strong> estes produtos. A fruta<br />

pode ser prensada <strong>para</strong> a retirada do suco. Em muito<br />

pouco tempo o suco fermenta e é processado <strong>para</strong><br />

se transformar em vinho ou é destilado <strong>para</strong> virar<br />

um licor. A polpa da fruta também pode ser usada<br />

<strong>para</strong> fazer bombons, bolos, conservas e geleias ou<br />

até mesmo ser secada e triturada <strong>para</strong> virar cuscuz.<br />

Até mesmo a polpa restante da prensagem pode ser<br />

secada e usada <strong>com</strong>o ração animal; alguns estão até<br />

mesmo analisando possibilidades de convertê-la em<br />

energia na forma de bio<strong>com</strong>bustível. Cada produto<br />

diferente possui um valor monetário onde antes não<br />

havia valor algum.<br />

As frutas podem ser <strong>com</strong>idas cruas ou prensadas<br />

<strong>para</strong> retirar o suco, <strong>com</strong>o pode ser visto na prensa<br />

tradicional de frutas de caju.


Figura 11: Melhoria da Cadeia de Valor do <strong>Caju</strong><br />

Produto Produto <strong>com</strong> vAlor AGreGAdo<br />

Castanha de <strong>Caju</strong> Nível primário – amêndoa branca (33 graus de classificação desde inteira branca a pó)<br />

Nível secundário – torrado / salgado<br />

Amêndoas de especialidade (condimentadas, cobertas <strong>com</strong> chocolate etc.)<br />

Manteiga de castanha de caju<br />

Fruta do <strong>Caju</strong> Fruta fresca<br />

Suco fresco<br />

Vinho, licor destilado<br />

Como ingrediente em bolos, biscoitos e bombons<br />

Conservas e geleias<br />

Cuscuz (frutas secas e trituradas)<br />

Frutas secas (<strong>para</strong> reconstituição)<br />

Polpa descartada pode ser secada <strong>para</strong> servir de ração animal<br />

As frutas descartadas podem ser convertidas em bio<strong>com</strong>bustível<br />

Mel Mel das colmeias localizadas dentro das plantações de caju<br />

Velas e sabonetes feitos <strong>com</strong> a cera<br />

Casca do <strong>Caju</strong> Fonte de <strong>com</strong>bustível <strong>para</strong> processadores locais, <strong>com</strong>ponente em briquetes<br />

Película do <strong>Caju</strong> ração animal<br />

(tegumento exterior)<br />

Semente de caju<br />

Sementes certificadas de alta qualidade e cultivadas em viveiro de sementes<br />

Mudas de <strong>Caju</strong> Mudas cultivadas em viveiro prontas <strong>para</strong> serem transplantadas <strong>para</strong> dentro do pomar<br />

Outros Setores Relacionados ao <strong>Caju</strong><br />

Ao possuírem e manterem um pomar de cajus, os<br />

produtores rurais podem maximizar o rendimento<br />

ao incorporarem abelhas ao pomar. Junto <strong>com</strong><br />

as abelhas vem o mel por elas produzido, e o mel<br />

não só possui um valor econômico, mas também<br />

um valor medicinal. A venda de sementes de caju<br />

de qualidade e de mudas é uma outra forma de<br />

As sementes e as mudas de caju de qualidade podem<br />

ser vendidas, <strong>com</strong>o demonstrado aqui por Jeff Gilleo,<br />

voluntário do Corpo de Paz.<br />

fazer um dinheiro extra a partir do caju. Em todos<br />

os casos, os indivíduos ou um pequeno grupo de<br />

pessoas precisam se tornar especialistas, aprender<br />

tudo o que se deve saber sobre <strong>com</strong>o produzir<br />

um produto de qualidade, <strong>com</strong>o satisfazer as<br />

demandas do consumidor e <strong>com</strong>o gerenciar os seus<br />

recursos e o tempo <strong>para</strong> produzir um produto de<br />

alta qualidade a um preço razoável.<br />

O mel pode ser colhido das colmeias de uma plantação<br />

de cajus.<br />

Ajuda Internacional e Desenvolvimento • 21


Informações Nutricionais sobre o <strong>Caju</strong><br />

Valor Nutricional da Castanha<br />

de <strong>Caju</strong><br />

Popular não só pelo seu gosto intenso e cremoso,<br />

agora também está confirmado que a castanha de<br />

caju traz muitos benefícios à saúde. Vários estudos<br />

nutricionais vem mostrando, desde os anos de 1990,<br />

que as pessoas que consomem regularmente caju<br />

e outras castanhas colhidas em árvores melhoram<br />

a sua saúde geral de várias formas. Uma pesquisa,<br />

realizada pela Faculdade de Saúde Pública de<br />

Harvard e documentada na revista Médica britânica<br />

em 1998, descobriu que o consumo diário de<br />

castanhas reduz a frequência de doenças cardíacas.<br />

A adição de uma pequena porção de castanhas (mais<br />

ou menos 30 g por dia) a uma dieta saudável pode<br />

reduzir o risco de ataque cardíaco. os consumidores<br />

rotineiros de castanhas podem ganhar cinco ou seis<br />

anos extras livres de doenças cardíacas e podem<br />

Além de reduzir o risco de um ataque cardíaco, o<br />

consumo de cajus também está ligado à redução no<br />

risco de derrame cerebral, de desenvolvimento do<br />

diabetes tipo 2, de cálculos biliares, de degeneração<br />

dos músculos e de demência.<br />

Desvantagens do Consumo de Castanhas e Frutas de <strong>Caju</strong><br />

22 • o Projeto de Melhoria da Cadeia de Valor do <strong>Caju</strong> na bacia Hidrográfica da Gâmbia<br />

aumentar a sua longevidade em cerca de dois anos.<br />

Além de reduzir o risco de um ataque cardíaco, o<br />

consumo de cajus também está ligado à redução no<br />

risco de derrame cerebral, de desenvolvimento do<br />

diabetes tipo 2, de cálculos biliares, de degeneração<br />

dos músculos e de demência.<br />

Embora o caju tenha relativamente bastante<br />

gordura (12 gramas por onça [28,35 g]), ele tem<br />

menos que o amendoim (14 g por onça). Além disso,<br />

a gordura presente no caju é considerada uma<br />

“gordura saudável”, já que é insaturada, o que<br />

faz baixar o colesterol. o caju, assim <strong>com</strong>o outras<br />

castanhas, não possui colesterol.<br />

A castanha de caju é uma fonte <strong>com</strong>pleta de<br />

proteína. Com só um pouco menos de proteína<br />

do que a animal, o caju lhe fornecerá 5 gramas de<br />

proteína em uma porção de 28 gramas. Apesar dos<br />

altos teores de gordura e de calorias das castanhas,<br />

um estudo de 2009, publicado na revista Americana<br />

de Nutrição Clínica, sugere que o caju pode, na<br />

verdade, auxiliar na perda de peso. Isto acontece<br />

por causa do alto teor de proteínas do caju – as<br />

castanhas de caju fazem <strong>com</strong> que você se sinta<br />

cheio e satisfeito mesmo depois de <strong>com</strong>er uma<br />

pequena porção, enquanto que outros petiscos lhe<br />

deixam faminto e fazem <strong>com</strong> que você queira <strong>com</strong>er<br />

mais e mais.<br />

Quanto mais castanhas forem <strong>com</strong>idas melhor, já<br />

que os benefícios parecem aumentar à medida que<br />

a frequência do consumo de castanhas aumenta.<br />

Valor Nutricional da Fruta de <strong>Caju</strong><br />

Quando nós nos referimos à fruta do caju, na verdade<br />

nos referimos ao pedúnculo inchado da castanha de<br />

caju (a qual, na verdade, não é uma castanha, mas sim<br />

uma semente!). originalmente encontrado no brasil,<br />

o cajueiro (anacardium occidentale) é da mesma família das mangueiras e das árvores de pistache,<br />

bem <strong>com</strong>o da hera e do sumagre venenoso. Quem tiver alergias a estes tipos de árvores deve ser<br />

cuidadoso ao <strong>com</strong>er caju, especialmente ao entrar em contato <strong>com</strong> a fruta do caju. Da mesma<br />

forma, as pessoas que tenham problemas pré-existentes de rins ou de vesícula biliar devem evitar<br />

o consumo de castanhas de caju. E <strong>para</strong> quem está de olho no próprio peso, a moderação é a<br />

chave. os benefícios à saúde do consumo de 1 onça (28 gramas) de cajus por dia são positivos e não<br />

contribuirão <strong>para</strong> o aumento de peso. A fruta do caju possui altos níveis de tanino, o que pode levar<br />

a algumas deficiências nutricionais. Tanino demais impede que o corpo assimile <strong>com</strong>pletamente<br />

as proteínas. Estes mesmos taninos causam manchas nas roupas. Seja cuidadoso ao <strong>com</strong>er frutas<br />

frescas de caju, já que elas podem manchar a sua roupa.


os <strong>com</strong>erciantes portugueses levaram o caju a países<br />

<strong>com</strong>o a Guiné-bissau, Moçambique e a Índia durante<br />

o século XVI. Com a sua fruta suculenta e uma<br />

castanha muito procurada, atualmente os cajueiros<br />

são muito cultivados na África. Normalmente a<br />

árvore é cultivada por causa de suas castanhas, mas<br />

a fruta do caju por si só também é uma excelente<br />

fonte de nutrição.<br />

Como fruta fresca, a fruta do caju tem um sabor<br />

adocicado e pode fazer <strong>com</strong> que a pele interna da sua<br />

boca se repuxe um pouco ao <strong>com</strong>ê-la. As frutas de<br />

caju são altamente perecíveis e são difíceis de serem<br />

transportadas. A maior parte das pessoas aprecia as<br />

fruta do caju nas proximidades da plantação, mas ela<br />

também pode ser encontrada nos mercados locais<br />

durante a temporada de colheita de cajus. Em toda<br />

a África ocidental, sabe-se que especialmente as<br />

crianças adoram as frutas do caju!<br />

A fruta do caju pode ser consumida fresca, <strong>com</strong>o<br />

suco, conserva ou seca. Já que os benefícios da fruta<br />

do caju à saúde foram descobertos, cresce o interesse<br />

em usá-la, enquanto que ela geralmente era jogada<br />

fora no lixo no passado.<br />

A fruta do caju possui mais vitamina C que as frutas<br />

cítricas. Uma fruta tropical, a fruta do caju é rica em<br />

vitaminas e minerais. o teor de vitamina C (ácido<br />

ascórbico) em uma fruta do caju é quase 10 vezes<br />

maior do que em um abacaxi e quatro vezes maior<br />

que o da laranja (Revista de Agricultura Tropical 2004).<br />

A fruta possui propriedades medicinais. Ela é usada<br />

<strong>para</strong> tratar escorbuto e diarreia e é efetiva na<br />

prevenção da cólera. Ela é usada <strong>para</strong> tratar de dores<br />

neurológicas e de reumatismos (FAo 2004).<br />

Acima: A fruta do caju é, por si só, uma excelente fonte<br />

de nutrição.<br />

Abaixo: <strong>Caju</strong>s frescos recém-colhidos.<br />

Ajuda Internacional e Desenvolvimento • 23


Gerenciamento de um Negócio Bem<br />

Sucedido de Processamento de <strong>Caju</strong>s<br />

Acredite ou não, as castanhas de caju continuam<br />

a ser processadas manualmente, até mesmo em<br />

muitas das maiores fábricas do mundo. Devido<br />

ao fato da casca exterior ser dura e à delicada<br />

natureza da amêndoa interna, elas exigem um<br />

manejo cuidadoso. Há décadas as pessoas em toda<br />

a África ocidental vêm descascando e torrando<br />

as castanhas de caju através do uso de métodos<br />

tradicionais: as castanhas são esquentadas em<br />

fogo aberto até que as cascas fiquem quebradiças,<br />

aí elas são quebradas <strong>com</strong> o uso de pedras ou<br />

bastões. Depois as amêndoas são secadas e<br />

torradas sobre o calor <strong>para</strong> que a castanha fique<br />

marrom e mais crocante. o processo usado em<br />

fábricas <strong>com</strong>erciais não é muito diferente, embora<br />

elas sigam padrões muito maiores de limpeza e<br />

qualidade e também alcancem uma eficiência de<br />

processamento muito maior. Com equipamentos<br />

adequados e trabalhadores habilidosos e treinados,<br />

uma porcentagem maior de castanhas in natura<br />

será de castanhas inteiras e partidas ao meio, já<br />

que estas são muito mais valorizadas pelo mercado<br />

que os pedaços pequenos e quebrados.<br />

o desafio <strong>para</strong> o processador de cajus de pequena<br />

escala na África ocidental é alcançar uma<br />

eficiência suficientemente alta de processamento<br />

e gerenciamento, a fim de permitir que ele<br />

possa obter lucro. As ineficiências dos métodos<br />

Figura 12: Elementos de um Negócio do <strong>Caju</strong><br />

Bem Sucedido<br />

Gerenciamento<br />

Sólido dos<br />

<strong>Negócios</strong><br />

Trabalhadores<br />

Habilidosos e<br />

Treinados<br />

Planejamento<br />

Detalhado dos<br />

<strong>Negócios</strong><br />

<strong>Negócios</strong><br />

do <strong>Caju</strong><br />

Rentáveis e<br />

Sustentáveis<br />

Equipamentos<br />

Eficientes e<br />

<strong>com</strong> Preços<br />

Razoáveis<br />

24 • o Projeto de Melhoria da Cadeia de Valor do <strong>Caju</strong> na bacia Hidrográfica da Gâmbia<br />

tradicionais de processamento levam a preços<br />

altos que são repassados aos consumidores locais<br />

de caju.<br />

Assim <strong>com</strong>o <strong>com</strong> qualquer negócio, o processador de<br />

cajus precisa juntar todas as informações relevantes<br />

sobre o funcionamento destes negócios; pesquisar<br />

as preferências dos consumidores, bem <strong>com</strong>o<br />

calcular de forma realista o custo das operações<br />

de processamento. Qualquer processador, seja<br />

artesanal, um negócio operado pela família ou uma<br />

fábrica de larga escala, precisa desenvolver um<br />

plano detalhado de negócios. Nele devem estar os<br />

custos de aquisição das castanhas in natura, o custo<br />

dos equipamentos, do aluguel, dos empréstimos<br />

de dinheiro <strong>para</strong> <strong>com</strong>prar matérias-primas, a<br />

contratação e o treinamento de trabalhadores, a<br />

<strong>com</strong>ercialização, o transporte etc. Somente quando<br />

um negócio tiver avaliado realisticamente os seus<br />

recursos, o seu <strong>com</strong>prometimento e a sua vontade<br />

de assumir riscos, é que o processador terá um<br />

fundamento sólido sobre o qual poderá construir os<br />

seus negócios.<br />

Com base na avaliação feita, pode ficar claro que<br />

só uma parte ou um estágio do processamento de<br />

cajus seja viável <strong>para</strong> se fazer negócios. Há uma<br />

gama de opções disponíveis, as quais se baseiam<br />

em experiências e habilidades existentes, <strong>para</strong><br />

que empreendedores rurais<br />

Acesso a<br />

Financiamentos<br />

<strong>com</strong> Condições<br />

Razoáveis<br />

Suprimento<br />

Confiável de<br />

Matérias-Primas<br />

e processadores urbanos de<br />

alimentos consigam obter<br />

lucros. A figura 13 ilustra uma<br />

rede de processadores que<br />

individualmente podem ser<br />

pequenos, mas que juntos<br />

podem criar uma cadeia de valor<br />

eficiente <strong>para</strong> o processamento<br />

de cajus.<br />

Todos os empreendimentos bem<br />

sucedidos de processamento de<br />

cajus possuem um elemento em<br />

<strong>com</strong>um: o <strong>com</strong>prometimento.<br />

Com uma visão <strong>para</strong><br />

agregar valor ao caju, um<br />

<strong>com</strong>prometimento de manter a<br />

qualidade e um preço razoável,<br />

além da vontade de assumir<br />

responsabilidade pessoal <strong>para</strong><br />

que os negócios sejam rentáveis,<br />

o processamento de cajus possui<br />

o potencial de se tornar um<br />

negócio viável.


Figura 13: Modelo de Especialização de Grupos Associados de Processamento de <strong>Caju</strong>s<br />

funções cArActerístIcAs<br />

Nível 1 - Processadores<br />

• recebe castanhas in natura do Nível 3<br />

• Cozinhar em vapor<br />

• Descascamento<br />

• Entrega ao Nível 2<br />

Nível 2 - Processadores<br />

• Torrefação<br />

• Despeliculagem<br />

• Classificação<br />

• (Empacotamento básico opcional)<br />

Nível 3 – Agentes Comerciais<br />

• Fornecimento de castanhas in natura<br />

• Adição de sabores<br />

• Empacotamento<br />

• Comercialização<br />

Nível 3 <strong>com</strong>pra<br />

castanhas de caju<br />

Nível 3 fornece<br />

castanhas in natura<br />

<strong>para</strong> o Nível 1<br />

lconexões / fluxo do Produto:<br />

Condições de Mercado:<br />

Nível 1 manda<br />

as castanhas<br />

descascadas <strong>para</strong> o<br />

Nível 2<br />

Nível 1 cozinha em<br />

vapor e descasca as<br />

castanhas in natura<br />

Grupos localizados nos vilarejos; experiência de<br />

processamento tradicional; bom nível de organização;<br />

conceitos básicos de negócios; capacidade e desejo de<br />

honrar <strong>com</strong> as condições contratuais de processamento;<br />

operação em grupos associados <strong>para</strong> aumentar os volumes<br />

Localizado em uma cidade ou em um centro regional (<strong>com</strong><br />

eletricidade, água corrente, rodovias etc.)<br />

Grupo bem organizado; experiência <strong>com</strong> despeliculagem<br />

e torrefação; capacidade <strong>para</strong> cumprir <strong>com</strong> os padrões<br />

de qualidade, de acordo <strong>com</strong> o exigido pelo <strong>com</strong>prador;<br />

capacidade e desejo de cumprir <strong>com</strong> os termos contratuais.<br />

Entidade <strong>com</strong>ercial estabelecida <strong>com</strong> contatos fortes de<br />

mercado tanto <strong>para</strong> a <strong>com</strong>pra de castanha in natura quanto<br />

<strong>para</strong> a venda de amêndoas processadas.<br />

Nível 2 torra,<br />

despelicula e<br />

classifica as<br />

castanhas de caju<br />

Nível 2 retorna<br />

as castanhas<br />

classificadas <strong>para</strong> o<br />

Nível 3<br />

Nível 3 vende<br />

as castanhas<br />

empacotadas <strong>para</strong> o<br />

mercado<br />

Nível 3 acrescenta<br />

sabores e empacota as<br />

castanhas de acordo<br />

<strong>com</strong> as especificações<br />

de mercado<br />

Nível 3 • o agente fornece castanhas de alta qualidade <strong>para</strong> os processadores do Nível 1<br />

• Determina as expectativas de retorno sobre as castanhas in natura (castanhas descascadas<br />

resultantes em quilos e intervalo de tempo esperado)<br />

• Determina o preço por quilo aceito de castanhas descascadas<br />

Nível 1 • Concorda em processar por lotes, de forma a não misturar castanhas de diferentes fontes.<br />

• Concorda <strong>com</strong> o cronograma de descascamento das castanhas<br />

• Concorda em seguir as práticas aprovadas <strong>para</strong> processamento e armazenamento<br />

Nível 3 • Determina as suas expectativas (por resultar em graus específicos de amêndoas) do Nível 2<br />

dentro de um período especificado de tempo<br />

• Determina os preços por quilo de graus aceitáveis recebidos do Nível 2<br />

Nível 2 • Concorda <strong>com</strong> os prazos estabelecidos e o preço por quilo de castanhas aceitáveis classificadas.<br />

• Concorda em seguir as práticas estabelecidas <strong>para</strong> o processamento em lotes, as técnicas de<br />

processamento e as práticas de armazenamento<br />

Nível 3 • Concorda em continuar a processar, baseado em resultados satisfatórios (retorno sobre<br />

castanhas in natura)<br />

Ajuda Internacional e Desenvolvimento • 25


Parceiros do Projeto de Melhoria da Cadeia de Valor<br />

do <strong>Caju</strong> na Bacia Hidrográfica da Gâmbia (PMC)<br />

Ajuda Internacional e<br />

Desenvolvimento<br />

A AID é uma organização não governamental,<br />

sem fins lucrativos, responsável pela<br />

implantação de assistência, estabilização e<br />

desenvolvimento de programas no mundo todo.<br />

A missão da AID é reduzir o sofrimento dos<br />

grupos mais vulneráveis do mundo e fornecer<br />

ferramentas e recursos necessários <strong>para</strong> o<br />

aumento da autossuficiência. Especializada em<br />

atender as necessidades de <strong>com</strong>unidades que<br />

saem de conflitos ou de desastres naturais, a<br />

AID faz parcerias <strong>com</strong> doadores, organizações<br />

locais e muitas outras instituições <strong>para</strong><br />

fornecer serviços sustentáveis em agricultura,<br />

governação, saúde e infraestrutura. Para obter<br />

mais informações, visite o sítio IRD .org.<br />

Departamento de Agricultura<br />

dos EUA<br />

o Serviço Externo de Agricultura (SEA) do USDA<br />

conecta a agricultura dos EUA ao mundo <strong>com</strong><br />

o objetivo de melhorar as oportunidades de<br />

exportação e a segurança alimentar global. Além<br />

de seus funcionários em Washington, D.F., o SEA<br />

possui uma rede de 98 escritórios em 75 países,<br />

os quais cobrem 156 países. os funcionários<br />

do SEA identificam problemas, fornecem<br />

soluções práticas e trabalham <strong>para</strong> fomentar<br />

as oportunidades <strong>para</strong> a agricultura dos EUA<br />

e apoiar a política externa dos EUA no mundo<br />

todo. Para obter maiores informações, visite o<br />

endereço www .fas .usda .gov.<br />

Corpo de Paz<br />

26 • o Projeto de Melhoria da Cadeia de Valor do <strong>Caju</strong> na bacia Hidrográfica da Gâmbia<br />

Em 1961, o Presidente John F. Kennedy<br />

estabeleceu o Corpo de Paz <strong>para</strong> promover a<br />

benevolência e a paz mundial. Até hoje, mais de<br />

200 mil voluntários já serviram durante dois ou<br />

mais anos em 139 países <strong>para</strong> promover a missão<br />

do Corpo de Paz de:<br />

• ajudar as pessoas de países interessados em<br />

satisfazer a sua necessidade de ter homens e<br />

mulheres treinados.<br />

• ajudar a promover um melhor entendimento<br />

sobre os cidadãos dos EUA por parte das<br />

pessoas atendidas<br />

• ajudar a promover um melhor entendimento<br />

sobre os outros povos por parte dos cidadãos<br />

dos EUA<br />

Para obter maiores informações, visite o<br />

endereço www .peacecorps .gov<br />

Aliança Africana do <strong>Caju</strong><br />

A Aliança Africana do <strong>Caju</strong> foi estabelecida em<br />

2005 <strong>com</strong>o uma associação de empresas africanas<br />

e internacionais <strong>com</strong> um interesse na promoção<br />

do setor africano do caju. Mais de 90 <strong>com</strong>panhias<br />

membros trabalham sob a bandeira da ACA e<br />

representam todos os aspectos da cadeia de valor<br />

do caju, incluindo produtores, processadores,<br />

<strong>com</strong>ercializadores e <strong>com</strong>pradores internacionais.<br />

o objetivo da ACA é a expansão da capacidade<br />

de processamento da África, a melhoria da<br />

<strong>com</strong>petitividade e a sustentabilidade do setor<br />

africano do caju, além de facilitar a cooperação<br />

público-privada dentro do setor do caju. A visão<br />

da ACA: um setor africano do caju globalmente<br />

<strong>com</strong>petitivo que forneça benefícios à cadeia de<br />

valor – do produtor rural ao consumidor. Para<br />

obter maiores informações, visite o endereço<br />

www .africancashewalliance .<strong>com</strong> .

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