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11_COELBA_Carmeci Alves dos Santos Franco - ZONA Elétrica

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Metodologia utilizada para disponibilizar distância de falta nos<br />

Centros de Operação da Coelba<br />

CARMECI ALVES DOS SANTOS<br />

FRANCO<br />

RESUMO<br />

MAURO ANTONIO DOS SANTOS<br />

MAGALHÃES<br />

<strong>COELBA</strong> <strong>COELBA</strong><br />

BRASIL<br />

Em um processo de Automação de Sistema Elétrico completo deve-se prever um<br />

procedimento para localização de falta o mais eficiente possível. Para uma Distribuidora, o<br />

tempo necessário para correção de falhas no sistema elétrico tem que ser o menor possível<br />

para não impactar negativamente nos indicadores, principalmente no DEC. A informação da<br />

distância da falta em alimentadores e em linhas de subtransmissão é essencial para o<br />

objetivo de se ter um DEC cada vez menor. Em função disso, a <strong>COELBA</strong> padronizou que<br />

para todas as subestações digitalizadas, esta informação tem que ser disponibilizada no<br />

sistema SCADA para ser utilizada em tempo real pelos Centros de Operação.<br />

Neste trabalho é mostrada a experiência da <strong>COELBA</strong> nesta ação, destacando os<br />

desenvolvimentos necessários em Unidades Terminais Remotas e no sistema SCADA para<br />

que a distância de faltas estejam disponíveis aos CODs (Centros de Operação da<br />

Distribuição) e ao COS (Centro de Operação de Sistemas), com a confiabilidade necessária<br />

para ser continuamente utilizada pelos Controladores de Sistema.<br />

PALAVRAS CHAVE<br />

Redes e Linhas de Distribuição de Energia <strong>Elétrica</strong>, Distância de falta, Algoritmo, Reles de<br />

Proteção SEL, UTR, SCADA.<br />

1


INTRODUÇÃO<br />

A Companhia de Distribuição de Energia <strong>Elétrica</strong> do Estado da Bahia – <strong>COELBA</strong><br />

vem ao longo desses dez últimos anos telecomandando suas Subestações e Rede de<br />

Distribuição. Inicialmente as subestações eram adaptadas ao telecontrole e telesupervisão,<br />

utilizando relés auxiliares e cartões de entrada e saída, digitais e analógicos das Unidades<br />

Terminais Remotas, a fim de digitalizar os sinais e enviar essas informações ao Centro de<br />

Controle. A partir do ano 2000 iniciou o processo de digitalização, onde os relés de proteção<br />

convencionais foram substituí<strong>dos</strong> por relés digitais de proteção e controle.<br />

Com a utilização de relés de proteção digitais sentiu-se a necessidade de executar<br />

uma exploração otimizada de seus recursos. Isto significa não comprometer o desempenho<br />

<strong>dos</strong> canais de comunicação seriais e não descarregar informações exageradas referentes a<br />

uma mesma ocorrência nos centros de controle. Significa também, trazer uma melhor<br />

resposta ao controle em tempo real e também às equipes de manutenção, planejamento e<br />

estu<strong>dos</strong>.<br />

Apesar de possui Sistemas Integra<strong>dos</strong> em seu parque, a <strong>COELBA</strong> teve preferência<br />

em digitalizar suas subestações com sistemas abertos, através de UTR (Unidade Terminal<br />

Remota) e IED (Dispositivos Eletrônicos Inteligentes) de fabricantes distintos, que se<br />

comunicassem através de um protocolo universal e que pudessem ser substituí<strong>dos</strong> sem<br />

necessidade de desenvolvimento das partes. Sendo assim, foram realiza<strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong> para<br />

avaliar a validade do cálculo da distância de falta feito pelos relés de proteção. O resultado<br />

foi bastante satisfatório avaliando-se linhas radiais e também alguns casos de redes com<br />

derivações.<br />

Para os alimentadores essencialmente radiais, cujas proteções das derivações<br />

coordenavam com o relé, as informações de localização de falta se mostraram tão<br />

confiáveis que os controladores de COD e eletricistas passaram a solicitá-la antes de iniciar<br />

os procedimentos de inspeção e testes na linha de distribuição. A Coelba possui no interior<br />

do estado um sistema eminentemente radial, com alimentadores extensos, e de baixa<br />

densidade de carga. Para exemplificar, na regional Sudoeste mais de 56% <strong>dos</strong><br />

alimentadores tem extensão superior a 100 km de rede primária. O maior deles, o<br />

alimentador 01C2 da SE Poções que atende a uma demanda máxima de 2,9MVA com um<br />

fator de carga de 50%, possui 694 km de extensão de rede primária e atende a quatro sedes<br />

municipais, que constituem quatro conjuntos para a ANEEL.<br />

Na regional Oeste, em todas as ocorrências com desligamento em alimentadores<br />

utilizando relés SEL, a distância da falta disponibilizada pelo relé sempre é verificada no<br />

sistema de controle e passada às equipes de manutenção.<br />

Como existem alguns inconvenientes envolvendo o envio dessa informação através<br />

do protocolo utilizado na comunicação entre rele e UTR (protocolo DNP), foram necessários<br />

alguns artifícios para disponibilizar essa informação nos Centros de Operação da <strong>COELBA</strong>.<br />

Trata-se de dois algoritmos: um que envia um comando para o rele disponibilizar os<br />

eventos relativos às ocorrências existentes em seu buffer e outro que filtra os eventos que<br />

representaram atuação das unidades de proteção. No início, sem esses algoritmos, os<br />

controladores não acreditavam nas distâncias apresentadas porque em sua maioria não<br />

eram relativos a uma falta (caracterizava-se numa partida onde não atuavam as unidades de<br />

proteção). Com os filtros os controladores do sistema buscam através do SCADA à<br />

distância, informando a equipe de manutenção que de posse desse dado encontra com<br />

maior rapidez a localização da ocorrência.<br />

2


DESENVOLVIMENTO<br />

No início da digitalização a <strong>COELBA</strong> já tinha conhecimento das funcionalidades <strong>dos</strong><br />

relés de proteção, em especial a de fornecer a distância de falta. Dessa forma, foi<br />

configurado no mapeamento das UTRs e do relé fornecer essa informação. Mas, surgiu o<br />

seguinte problema: a distância só era disponibilizada através do protocolo DNP caso fosse<br />

enviado um comando (ÍNDICE 23). Então, foi disponibilizada no SCADA essa função para,<br />

caso houvesse alguma ocorrência, o controlador pudesse executar esse comando a fim de<br />

aparecer no SCADA à distância correspondente à localização do defeito.<br />

Porém, mesmo quando não existia uma interrupção de energia, o relé gerava alguns<br />

eventos. Isso porque a função que produz o trigger da oscilografia é configurável e desta<br />

forma qualquer função pode gerar oscilografia.<br />

Convencionou-se configurar a partida das funções temporizadas para geração de<br />

oscilografia. Sendo assim, podem ocorrer partidas e não ocorrer disparos, devido ao inrush<br />

das cargas no momento do fechamento ou atuação de uma proteção à jusante devido ao<br />

correto estudo de coordenação. Também costuma-se incluir em alguns relés de<br />

determinadas subestações a supervisão do sistema CC gerando oscilografias e em alguns<br />

casos afundamentos de tensão ou atuação de esquemas especiais de proteção, como o<br />

ERAC, que também geram oscilografia e não estão relaciona<strong>dos</strong> a defeitos no sistema<br />

protegido.<br />

Dessa forma, o relé gerava alguns desses eventos que ficavam guarda<strong>dos</strong> no buffer<br />

sendo que, quando havia realmente uma ocorrência e os controladores enviavam o<br />

comando, à medida que aparecia não correspondia à localização da falta referente à<br />

ocorrência. Isso gerou um grande descrédito nesta informação.<br />

A fim de corrigir esse problema, foi analisado com mais detalhes as informações<br />

enviadas pelo relé e nesta avaliação foi verificado que havia um evento digital que ficava<br />

ativo toda vez que havia eventos no buffer. Sendo assim, foi criado um algoritmo que<br />

avaliava essa informação e quando a mesma alarmava (bit 1) era enviado automaticamente<br />

um comando para liberar os eventos através do protocolo DNP. Em função dessa<br />

implementação, os controladores não precisavam mais enviar coman<strong>dos</strong>.<br />

Porém, havia outro problema: tínhamos que avaliar se aquelas informações do<br />

evento no buffer correspondiam à atuação das unidades de proteção da linha. Isso porque<br />

os eventos que não eram gera<strong>dos</strong> em função de um trip no disjuntor forneciam uma<br />

distância de falta inválida. Por isso, era necessário descobrir um modo de avaliar quando a<br />

mesma era válida.<br />

Depois de alguns testes em laboratório foi identificado que toda vez que enviávamos<br />

um comando, o relé disponibilizava várias entradas analógicas, entre elas uma medida que<br />

identificava se esses eventos geraram abertura no equipamento de disjunção e ainda nos<br />

indicava que tipo de falta ocorreu. Listamos to<strong>dos</strong> os valores correspondentes a um trip e<br />

criamos um algoritmo que após cada comando lia essa entrada analógica e só<br />

disponibilizava ao controlador nas telas do SCADA as distâncias que vinham associadas a<br />

um CTFA que correspondesse a um daqueles valores já identifica<strong>dos</strong> como váli<strong>dos</strong>.<br />

Depois desse desenvolvimento houve uma maior credibilidade nas informações<br />

fornecidas de ocorrências no sistema.<br />

3


ALGORITMO PARA LIBERAR OS EVENTOS DO BUFFER DO RELE<br />

Os eventos reverentes a oscilografia não são envia<strong>dos</strong> espontaneamente, nem por<br />

varredura via protocolo DNP (protocolo utilizado para comunicação entre IED e UTR na<br />

<strong>COELBA</strong>). Eles só são envia<strong>dos</strong> à UTR quando a mesma transmite um comando digital com<br />

a finalidade de solicitar o primeiro evento da lista ao relé. O envio desse comando só é<br />

possível por que uma entrada digital é enviada espontaneamente pelo relé, informando que<br />

há eventos pendentes, referente à partida. Utilizamos esta informação como variável de<br />

entrada para enviar ao relé esse comando.<br />

Fig.1 – Cálculo realizado na UTR C50 (Foxboro) para envio do comando em linguagem<br />

SALL.<br />

Obs: O identificador “CJD__<strong>11</strong>AL_F_____1_LOCA_E” corresponde à entrada que é<br />

periodicamente supervisionada pelo Algoritmo e que inicia o mesmo em caso de haver algum evento<br />

no buffer.<br />

O identificador “CJD__<strong>11</strong>AL_F_____1_LOCA_S” corresponde ao comando que é enviado<br />

após a entrada ser ativada.<br />

AUX1 corresponde a uma variável que monitora periodicamente a entrada na intenção de<br />

finalizar a rotina quando a entrada voltar ao estado normal (ou seja, não haver mais eventos<br />

pendentes no buffer do rele). Caso haja eventos pendentes, espera-se 10 segun<strong>dos</strong> e envia novo<br />

comando para liberar o próximo evento da lista.<br />

t1 corresponde a um temporizador que conta 10 segun<strong>dos</strong> para verificar se o valor da<br />

entrada normalizou, caso contrário é enviado novo comando.<br />

Esse algoritmo foi configurado em alguns equipamentos e se tornou o ponto de<br />

partida para uma análise mais profunda das informações de oscilografia fornecida por esse<br />

rele de proteção.<br />

4


AVALIAÇÃO DOS VALORES VÁLIDOS DA CAUSA E TIPO DA FALTA (CTFA)<br />

Em função das distâncias de falta causadas por partidas no relé mais utilizado na<br />

<strong>COELBA</strong> (que não geraram abertura do equipamento de disjunção) não enviar a localização<br />

da falta correta, foi proposta uma análise mais apurada da causa da falta para que só seja<br />

disponibilizado ao operador, à distância causada por “TRIP” no equipamento.<br />

A metodologia consiste em verificar, para cada partida do relé os vários eventos<br />

analógicos disponibiliza<strong>dos</strong> por este.<br />

No grupo de eventos analógicos que são envia<strong>dos</strong> pelo relé à remota após ser<br />

envia<strong>dos</strong> os coman<strong>dos</strong>, estão: a corrente de curto (ICC), freqüência da falta (FFAL),<br />

distância da falta (DIST), entre outros e também um parâmetro que nomeamos de “CTFA”<br />

(Causa e Tipo da Falta). Nesta entrada analógica estão contidas duas informações<br />

relevantes: se o evento foi gerado, ou não, pela atuação das unidades de proteção e qual o<br />

tipo da falta que a originou (Fase A, B ou C para Terra, entre fases, trifásica etc.).<br />

Sendo assim, nem sempre esses eventos enviam uma indicação de localização de<br />

falta referente a um defeito. Por esse motivo foi criado um algoritmo que analisa a causa da<br />

falta para que apenas à distância causada pelo disparo de uma proteção seja<br />

disponibilizado ao controlador.<br />

Inicialmente foram realiza<strong>dos</strong> testes em laboratório para listar to<strong>dos</strong> os tipos de falta<br />

associa<strong>dos</strong> a um “TRIP” no equipamento. Esta verificação é feita através do ponto<br />

analógico CTFA enviado pelo relé através do protocolo DNP. Vejam os casos possíveis de<br />

faltas associadas ao “TRIP”:<br />

Fig.2 – Levantamento <strong>dos</strong> valores váli<strong>dos</strong> de CTFA<br />

De posse dessa informação, foi criado um algoritmo que verifica primeiro se o valor<br />

analógico vindo do relé é igual a um <strong>dos</strong> valores acima cita<strong>dos</strong> na coluna “Valor Analógico<br />

da Medida”, e enviado como um valor digital para o SCADA, discriminando o tipo da falta (a<br />

seguir temos a lista de pontos digitais possíveis). Além dessa informação, também são<br />

envia<strong>dos</strong> a corrente de curto circuito e a distância da subestação ao local da ocorrência.<br />

5


Seguem os pontos associa<strong>dos</strong> à localização da Falta mapea<strong>dos</strong> no SCADA envia<strong>dos</strong><br />

via protocolo IEC pela UTR:<br />

AGT = FALTA NA FASE A PARA TERRA<br />

BGT = FALTA NA FASE B PARA TERRA<br />

CGT = FALTA NA FASE C PARA TERRA<br />

ABGT = FALTA NAS FASES AB PARA TERRA<br />

CAGT = FALTA NAS FASES AC PARA TERRA<br />

BCGT = FALTA NAS FASES BC PARA TERRA<br />

ABCT = FALTA TRIFASICA<br />

ABCG = FALTA TRIFASICA PARA TERRA<br />

ABT = FALTA NAS FASES AB<br />

BCT = FALTA NAS FASES BC<br />

CAT = FALTA NAS FASES CA<br />

DIST = DISTANCIA DA FALTA<br />

ICC = CORRENTE DE CURTO CIRCUITO<br />

Seguem os pontos associa<strong>dos</strong> à localização da Falta mapea<strong>dos</strong> no protocolo DNP,<br />

entre a UTR e o relé:<br />

CTFA = CAUSA E TIPO DA FALTA**************IND_DNP = 105<br />

DIST = DISTANCIA DA FALTA********************IND_DNP = 106<br />

ICC = CORRENTE DE CURTO CIRCUITO****IND_DNP = 107<br />

Através desse algoritmo que pode rodar tanto na UTR como no SCADA é garantida a<br />

distância mostrada nas telas do Supervisório, desde que os parâmetros de graduação<br />

exigi<strong>dos</strong> pelo relé e necessários para o cálculo da distância de falta estejam corretamente<br />

configura<strong>dos</strong>. Depois desse desenvolvimento, as distâncias disponibilizadas agregaram<br />

mais confiabilidade ao sistema e por isso foi possível diminuir sensivelmente a duração das<br />

faltas no sistema de transmissão e distribuição da <strong>COELBA</strong>.<br />

EQUIPAMENTOS ONDE FOI CONFIGURADO O ALGORITMO<br />

De posse da informação <strong>dos</strong> valores váli<strong>dos</strong> de CTFA e proposta uma lógica para<br />

avaliar esses valores, foi estudada as funcionalidades existentes em cada UTR utilizada<br />

pela <strong>COELBA</strong> e também no SCADA, a fim de que tanto o comando para a liberação <strong>dos</strong><br />

eventos quanto o filtro da distância válida fossem realiza<strong>dos</strong> automaticamente.<br />

No início somente a UTR C50 da Foxboro disponibilizava uma ferramenta em<br />

linguagem SALL (Calculation) onde era possível desenvolver qualquer tipo de rotina. Por<br />

esse motivo, esse foi o primeiro equipamento onde testamos o algoritmo, obtendo sucesso.<br />

As outras UTR existentes nas subestações necessitavam de algum desenvolvimento<br />

por parte do fabricante para rodar estas rotinas. Naquele momento, a fim de padronizar<br />

6


todas as informações de distância disponibilizadas no SCADA, preferiu-se configurar o<br />

algoritmo no próprio SCADA, para as subestações onde tinha estes reles e não tinham UTR<br />

C50. Então, o outro sistema onde rodava as rotinas de comando para liberar o buffer e filtro<br />

da distância foi no SCADA SHERPA. Tempos depois, esse algoritmo foi desenvolvido<br />

também no gateway xOMNIlink,desenvolvido pela CONCERT e na UTR Elitel 5000, da<br />

ELIOP.<br />

Atualmente a <strong>COELBA</strong> só adquire UTR que seja possível rodar estas lógicas. Isso é<br />

importante para diminuir o processamento no SCADA no que diz respeito às rotinas <strong>dos</strong><br />

vários equipamentos onde tem instalado reles SEL que necessitem desse filtro e repassar<br />

ao SCADA o mínimo de informações necessárias.<br />

Este ano a <strong>COELBA</strong> estará substituindo seu antigo SCADA pelo SAGE. Como nele é<br />

possível desenvolver qualquer tipo de rotina, os algoritmos que ainda rodam no SHERPA<br />

passarão a rodar no SAGE.<br />

RESULTADOS OBTIDOS COM ESSE DESENVOLVIMENTO<br />

A disponibilização da distância de falta no Centro de Controle através do SCADA<br />

vem se constituindo uma importante ferramenta para a <strong>COELBA</strong> na sua constante busca em<br />

cumprir seus objetivos de qualidade de fornecimento, otimização <strong>dos</strong> recursos disponíveis e<br />

das despesas operacionais.<br />

Havia inicialmente uma grande descrença <strong>dos</strong> controladores do sistema quando<br />

verificavam os valores de distância que eram disponibiliza<strong>dos</strong> no SCADA porque em sua<br />

maioria não eram relativos a uma falta (caracterizava-se numa partida onde não atuavam as<br />

unidades de proteção). Com o filtro que faz a verificação do CTFA, as distâncias enviadas<br />

ao SCADA são garantidamente em virtude de um disparo da proteção, ou seja, uma<br />

ocorrência no sistema.<br />

É importante registrar que, para as subestações onde o algoritmo roda na própria<br />

UTR os resulta<strong>dos</strong> foram mais satisfatórios principalmente porque os algoritmos que rodam<br />

no SCADA são mais limita<strong>dos</strong> e geram grande processamento no sistema. O resultado mais<br />

satisfatório foi obtido com a UTR C50, que tem intrinsecamente uma ferramenta em<br />

linguagem aberta que disponibiliza muitas possibilidades de configuração. Até o final do ano<br />

de 2009 o Sistema de Operação da <strong>COELBA</strong> sofrerá uma mudança no seu SCADA que<br />

passará a ser o SAGE do CEPEL. Com ele será possível melhorar muito esse algoritmo<br />

para as subestações cuja UTR não seja possível rodar essa rotina.<br />

Para a equipe de manutenção corretiva, a maior vantagem em dispor da distância da<br />

subestação até o provável local da falta está na redução <strong>dos</strong> tempos para localizar os<br />

defeitos e possibilitar maior agilidade nas manobras de recomposição do sistema, isolando<br />

apenas o menor trecho possível para inspeção e manutenção corretiva. Economicamente,<br />

observa-se a redução de custos com os deslocamentos e a quantidade de equipes<br />

necessárias para os procedimentos de testes e inspeção de linhas de distribuição. Outro<br />

ganho que podemos incluir é a redução do número de operações <strong>dos</strong> equipamentos em<br />

condições de curto circuito, o que contribui para o aumento da vida útil <strong>dos</strong> equipamentos e<br />

<strong>dos</strong> componentes do sistema elétrico. O aumento da segurança de pessoas é também<br />

outro benefício relevante, pois quanto menor a quantidade de testes necessários à<br />

localização de defeitos, maior é a segurança para quem trabalha na rede e para a<br />

população que eventualmente esteja próxima aos locais de defeito.<br />

As reduções expressivas no DEC e FEC obtidas pela <strong>COELBA</strong>, comparando o ano<br />

de 2001, quando se concluiu a digitalização das primeiras subestações, com o ano 2008<br />

(35,33 e 42,90%, respectivamente), é uma prova <strong>dos</strong> benefícios da digitalização de<br />

7


subestações, e por conseqüência, da indicação da distância de faltas nos Centros de<br />

Operação feita através do sistema SCADA. Dentro do programa de automação de<br />

subestações, inclusive, foi inserido automações parciais, de bays específicos de linhas de<br />

distribuição e de subtransmissão, com o objetivo de ampliar o uso da informação de<br />

distância de falta nos Centros de Operação.<br />

Um grande exemplo deste programa foi à instalação de reles digitais em sete bays<br />

numa subestação da Transmissora na região Oeste do estado, feita em parceria com a<br />

mesma. Estes sete bays são responsáveis pelo suprimento de treze subestações com<br />

tensão primária igual a 69 ou a 138 kV e de vinte com tensão primária igual a 34,5 kV,<br />

envolvendo mais de 200.000 clientes. A distância de faltas, dentre outras informações, é<br />

disponibilizada em tempo real no Centro de Operação de Sistemas (COS) da <strong>COELBA</strong>.<br />

Após esta implementação, ocorrida em 2006, o DEC e o FEC, segmento Subtransmissão da<br />

Região Oeste, caíram respectivamente 57,81 e 63,05% (redução destes indicadores<br />

verificada entre os anos 2005 e 2007).<br />

8


CONCLUSÃO<br />

Atualmente existem mais de 2000 relés de proteção instala<strong>dos</strong> em linhas de<br />

subtransmissão (69KV e138KV) e linhas de distribuição (<strong>11</strong>,9KV, 13,8KV e 34,5KV) na<br />

<strong>COELBA</strong>. Observando esse número ficou evidente a necessidade de explorar seus recursos<br />

de forma que agregasse mais informações relevantes à operação do sistema em tempo real.<br />

A pretensão desse trabalho foi de divulgar os resulta<strong>dos</strong> bastante satisfatórios que<br />

foram obti<strong>dos</strong> com a utilização <strong>dos</strong> algoritmos fornecendo da<strong>dos</strong> váli<strong>dos</strong> de localização de<br />

falta calcula<strong>dos</strong> por esse IED. Até porque, as dificuldades listadas ao longo desse informe,<br />

em disponibilizar esses da<strong>dos</strong> através do protocolo DNP nos estimularam a buscar<br />

alternativas que fornecessem essas informações com maior confiabilidade.<br />

Todas essas informações podem ser adquiridas através do próprio relé acessando-o<br />

direta ou remotamente, mas a intenção é trazer esse dado de uma maneira espontânea ao<br />

SCADA que é a ferramenta em tempo real utilizada para operar/restabelecer o sistema<br />

elétrico.<br />

É importante registrar que nada disso seria possível caso esses relés não<br />

estivessem devidamente parametriza<strong>dos</strong> com as seguintes informações: RTC (Relação do<br />

transformador de corrente), RTP (Relação do transformador de tensão), Z1MAG (Módulo de<br />

impedância de seqüência positiva), Z1ANG (Ângulo da impedância de seqüência positiva),<br />

Z0MAG (Módulo de impedância de seqüência zero), Z0ANG (Ângulo da impedância de<br />

seqüência zero), LL (Comprimento da Linha) e EFLOC (Ativação da função).<br />

Embora esse assunto já tenha sido bastante divulgado, acredito ser de grande<br />

importância trazer experiências bem sucedidas para que sejam vislumbradas alternativas de<br />

acesso a essa informação a todas as empresas do setor elétrico.<br />

AGRADECIMENTOS<br />

Agradecimentos pela disponibilidade em tirar dúvidas sobre esse assunto e por<br />

agregar informações relevantes a esse trabalho a:<br />

Eng o . Rogério Ferraz – <strong>COELBA</strong><br />

EAAS – Unidade de Planejamento e Automação de Sistemas Integra<strong>dos</strong> – <strong>COELBA</strong><br />

EAPR (Unidade de Proteções) – <strong>COELBA</strong><br />

SEL Brasil<br />

CDI Power<br />

ELIOP<br />

9


BIBLIOGRAFIA<br />

[1] CUNHA, Jorge G. & SAKAKI, Carlos & AYELLO, Fernando P. & ALZATE, Julian.<br />

Implantação de Centro de Gestão da Proteção na <strong>COELBA</strong>. In: VII Seminário Técnico de<br />

Proteção e Controle, 2003, Rio de Janeiro – RJ<br />

[2] F S Silva, A B Guimarães e R Ferraz, “Uso de Relés com Localização de Falta em<br />

LD na Coelba. SENDI 2004 - XV1 SEMINÁRIO NACIONAL DE DISTRIBUIÇÃO DE<br />

ENERGIA ELÉTRICA, 2005, Brasília – DF<br />

[3] S.E. Lessa e Silva, “Exploração de Recursos de Automação de Subestações”, VII<br />

SIMPASE, Setembro 2007, Salvador-Ba<br />

[4] Data Sheet SEL-351A, 1999-2007 por Schweitzer Engineering Laboratories, Inc.,<br />

www.selinc.com.br.<br />

[5] Manual de Configuração UTR C50 – Foxboro, CDI Power, 2002, Curitiba-PR<br />

[6] Manual de Configuração da Base de Da<strong>dos</strong> do SHERPA, ELIOP, 1999, Madrid-<br />

Espanha<br />

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