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em torno de balzac ea costureirinha chinesa - Repositório da ...

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4.1. OUTRAS TRANSFORMAÇÕES PELA LEITURA<br />

A seqüência <strong>da</strong> fílmica analisa<strong>da</strong> anteriormente, tanto do romance quanto do<br />

filme, é apenas uma <strong>da</strong>s muitas que traduz<strong>em</strong> para a ficção o po<strong>de</strong>r que a leitura<br />

t<strong>em</strong> <strong>de</strong> transformar, ou, ao menos, <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar pensamentos e novos <strong>de</strong>sejos. É<br />

nítido que todos aqueles al<strong>de</strong>ões, participantes <strong>da</strong>s sessões <strong>de</strong> narração <strong>de</strong><br />

histórias, ou melhor, <strong>de</strong> filmes que viravam narrativas com os dois jovens,<br />

contadores <strong>de</strong> histórias, passaram a conhecer outros sentimentos, a se<br />

<strong>em</strong>ocionar<strong>em</strong> mais.<br />

O chefe também não escapou <strong>de</strong>sse efeito transformador. Apesar <strong>de</strong><br />

continuar arredio e durão do inicio ao fim, ele também é tocado, <strong>de</strong> uma certa forma,<br />

pelas narrativas. Cabe l<strong>em</strong>brar que é ele qu<strong>em</strong> instaura as sessões <strong>de</strong> contação <strong>de</strong><br />

histórias, sendo consi<strong>de</strong>rado no romance como o único hom<strong>em</strong> no mundo capaz <strong>de</strong><br />

apreciar o talento <strong>de</strong> Luo para contar histórias. Caracterizado como amante <strong>da</strong>s<br />

belas histórias, o chefe parece gostar <strong>de</strong> viver na tría<strong>de</strong> entre r<strong>ea</strong>l, fictício e<br />

imaginário.<br />

No entanto, os maiores ícones representativos do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> transformação<br />

pela leitura são os três jovens protagonistas <strong>de</strong> Balzac e a <strong>costureirinha</strong> <strong>chinesa</strong>.<br />

Luo e Ma são dois rapazes <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, filhos <strong>de</strong> intelectuais que tiveram<br />

oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> estudo, enquanto a Costureirinha é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> selvag<strong>em</strong>, pouco<br />

civiliza<strong>da</strong>. Ao conhecer<strong>em</strong>-na, os dois amigos se encantam, mas o preconceito é<br />

nítido: “_Você está apaixonado? _Ela não é bastante civiliza<strong>da</strong>, pelo menos para<br />

mim!” (SIJIE, 2000, p. 26) Mesmo com as diferenças, os três se tornam cúmplices <strong>de</strong><br />

um crime: roubar<strong>em</strong> e ler<strong>em</strong> romances estrangeiros.<br />

Na ocasião do roubo, t<strong>em</strong>os o encantamento ao abrir<strong>em</strong> a valise secreta <strong>de</strong><br />

Quatro-olhos.<br />

_É lindo! Olha o vestido <strong>de</strong>la. Nunca vi na<strong>da</strong> igual.<br />

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