em torno de balzac ea costureirinha chinesa - Repositório da ...
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Pensando nos textos feitos para o cin<strong>em</strong>a, inicialmente, pod<strong>em</strong>os até concluir<br />
que, como espectadores, não v<strong>em</strong>os a matéria-prima, mas informações prontas,<br />
plenamente r<strong>ea</strong>liza<strong>da</strong>s. Mas a imag<strong>em</strong> seqüencial t<strong>em</strong> mais que um sentido, t<strong>em</strong> um<br />
significado, <strong>da</strong>do a ela pelo papel que <strong>de</strong>senvolve no mundo "imaginário",<br />
representacional, que o produtor do texto elabora, edifica, assim como as histórias<br />
b<strong>em</strong> conta<strong>da</strong>s pelos contadores <strong>de</strong> histórias.<br />
O importante é ressaltar que o nível <strong>de</strong> significação está s<strong>em</strong>pre associado à<br />
narrativa. O espectador confere ao texto uma or<strong>de</strong>nação, ao inter-relacionar os<br />
objetos que seus sentidos lhe constro<strong>em</strong>. O trivial fato <strong>de</strong> agregar uma série <strong>de</strong><br />
imagens invoca que procur<strong>em</strong>os um motivo, e o espectador, <strong>de</strong> acordo com seu<br />
próprio <strong>de</strong>sejo e afeto, tenta <strong>da</strong>r a essas imagens algum tipo <strong>de</strong> significação. As<br />
imagens, <strong>em</strong> si mesmas, não possu<strong>em</strong> significado algum, só adquir<strong>em</strong> sentido no<br />
contato com o espectador, <strong>da</strong> mesma forma que o faz<strong>em</strong> os leitores <strong>de</strong> textos<br />
literários. Assim, consi<strong>de</strong>ramos o espectador como um parceiro ativo <strong>da</strong> imag<strong>em</strong> e<br />
seu papel seria o <strong>de</strong> perceber e compreen<strong>de</strong>r a imag<strong>em</strong>, fazê-la existir. Bom<br />
ex<strong>em</strong>plo disso é a opinião <strong>em</strong>iti<strong>da</strong> pela Costureirinha <strong>em</strong> sua primeira i<strong>da</strong> ao cin<strong>em</strong>a.<br />
No primeiro contato com a sétima arte, a personag<strong>em</strong> mostra preferência pelas<br />
contações <strong>de</strong> história, o que nos leva a pensar que os filmes <strong>da</strong> época, veículos <strong>de</strong><br />
propagan<strong>da</strong> política, não <strong>de</strong>spertavam interesse na jov<strong>em</strong>.<br />
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_Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, não é tão bom como quando vocês<br />
contam as histórias.<br />
O receptor, no seu papel ativo, constrói, cria a imag<strong>em</strong>. A percepção visual<br />
mostra-se como um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> perspectivas que t<strong>em</strong> como base nosso<br />
conhecimento prévio do mundo e <strong>da</strong>s imagens. Ao acionar seu saber prévio, o<br />
espectador <strong>da</strong> imag<strong>em</strong> preenche, portanto, o não-representado, as lacunas <strong>da</strong>