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em torno de balzac ea costureirinha chinesa - Repositório da ...

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coisas que ele observou <strong>em</strong> outros palcos, <strong>em</strong> outros tipos <strong>de</strong> espaços.<br />

Faz o seu po<strong>em</strong>a com o po<strong>em</strong>a que é feito diante <strong>de</strong>le. Participa do<br />

espetáculo se for capaz <strong>de</strong> contar a sua própria história a respeito <strong>da</strong><br />

história que está diante <strong>de</strong>le. 45 (RANCIÈRE, Jacques. O espectador<br />

<strong>em</strong>ancipado.)<br />

Sobre a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> do espectador, pod<strong>em</strong>os afirmar que o mesmo acontece<br />

com qualquer leitor, seja ele um leitor <strong>de</strong> um texto literário ou um leitor <strong>de</strong> um texto<br />

cin<strong>em</strong>atográfico. Em relação ao receptor, o conceito <strong>de</strong> leitor- mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>fendido por<br />

Umberto Eco e o <strong>de</strong> leitor implícito evocado pela teoria do efeito estético <strong>de</strong>ixam<br />

claro que não se trata <strong>de</strong> abor<strong>da</strong>r <strong>em</strong>piricamente a enti<strong>da</strong><strong>de</strong> leitor, mas falam <strong>de</strong> um<br />

ser virtual, imprescindível para <strong>da</strong>r constituição e sentido à obra que, isola<strong>da</strong>, não<br />

possui significado algum, torna-se inerte.<br />

As leituras <strong>da</strong> estética <strong>da</strong> recepção <strong>de</strong> Jauss, <strong>da</strong> teoria do efeito <strong>de</strong> Iser e os<br />

conceitos trabalhados por Umberto Eco contribu<strong>em</strong> para o esclarecimento <strong>de</strong><br />

fenômenos comunicativos na medi<strong>da</strong> <strong>em</strong> que atribu<strong>em</strong> ao conceito <strong>de</strong> recepção uma<br />

dimensão produtiva contrária às <strong>de</strong> natureza instrumental <strong>em</strong> que a comunicação<br />

seria uma conseqüência mecânica <strong>de</strong> ações entre o <strong>em</strong>issor e o receptor.<br />

Essas leituras, além <strong>de</strong> contribuír<strong>em</strong> para discutir o campo <strong>da</strong> recepção na<br />

literatura, tornam-se relevantes quando o eixo é <strong>de</strong>slocado para a recepção dos<br />

textos cin<strong>em</strong>atográficos. Da<strong>da</strong>s as <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>s especifici<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>stes textos, cuja<br />

matéria-prima constuitui-se <strong>de</strong> imagens, não se po<strong>de</strong> negar que existe uma relação<br />

<strong>de</strong> comunicação entre espectador e imag<strong>em</strong>. Pod<strong>em</strong>os até dizer que o texto<br />

cin<strong>em</strong>atográfico também prevê seu espectador. Dirige-se a ele, não só através do<br />

discurso, mas principalmente pelos apelos visuais e sonoros. De algum modo o<br />

espectador participa <strong>de</strong>ssa ação e a experiência estética resultaria <strong>de</strong>ssa relação<br />

interativa entre sujeito e imagens. A comunicabili<strong>da</strong><strong>de</strong> se <strong>da</strong>ria na experiência<br />

estética.<br />

A obra cin<strong>em</strong>atográfica promove um processo comunicativo que guia<br />

indivíduos que se <strong>de</strong>dicam a sentar numa poltrona por horas, a executar um trabalho<br />

interpretativo e atribuir significação ao que ve<strong>em</strong>. O espectador que vivencia os<br />

efeitos <strong>de</strong>ssa expressão i<strong>de</strong>ntifica-se <strong>de</strong> algum modo com o texto, e assume um<br />

papel produtivo, assim como o leitor <strong>de</strong> textos literários. Ex<strong>em</strong>plo disso são as<br />

45 RANCIÈRE, Jacques. O espectador <strong>em</strong>ancipado. Disponível <strong>em</strong><br />

http://www.questao<strong>de</strong>critica.com.br/conteudo.php?id=186 Acessado <strong>em</strong> 14 agosto 2009 às 9h15.<br />

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