16.04.2013 Views

em torno de balzac ea costureirinha chinesa - Repositório da ...

em torno de balzac ea costureirinha chinesa - Repositório da ...

em torno de balzac ea costureirinha chinesa - Repositório da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

configuraria o efeito, pre<strong>de</strong>terminado pelo texto que transmite orientações prévias,<br />

inalteráveis sob certo aspecto, pois a obra mantém-se a mesma para o leitor. De<br />

outro lado t<strong>em</strong>os a recepção, <strong>de</strong> cunho (extra)literário, condiciona<strong>da</strong> pelo leitor que<br />

colabora com suas experiências pessoais para fornecer vitali<strong>da</strong><strong>de</strong> à obra e manter<br />

com ela uma relação dialógica. Jauss afirma:<br />

a pessoa que recebe a obra, atualiza-a com sua leitura. Pautado nas<br />

experiências passa<strong>da</strong>s — tanto estéticas, quanto nas experiências <strong>de</strong><br />

mundo — o leitor dialoga com a obra, quando busca hipóteses,<br />

confirmações; enfim busca sentido (por meio <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos extralingüísticos:<br />

seu conhecimento prévio, e lingüístico: pistas <strong>da</strong><strong>da</strong>s pelo autor) e constrói<br />

uma significação para ela, que po<strong>de</strong> corroborar ou não com o que o autor<br />

pretendia inicialmente.(JAUSS, 1994, p.106)<br />

Esta noção <strong>de</strong> concretização, segundo Iser, refere-se à ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> do leitor,<br />

responsável pelo preenchimento dos espaços <strong>de</strong> in<strong>de</strong>terminação contidos na obra.<br />

O texto já preveria um leitor implicitamente, que seria mais a<strong>de</strong>quado para <strong>de</strong>finir as<br />

estruturas <strong>de</strong> pré-compreensão. Iser vai acentuar um dos pontos teóricos básicos <strong>da</strong><br />

estética <strong>da</strong> recepção, salientando que a obra literária é comunicativa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua<br />

estrutura, pois supõe o leitor, para a constituição <strong>de</strong> seu sentido. O mesmo vale para<br />

a obra cin<strong>em</strong>atográfica.<br />

Segundo Turner:<br />

A complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> produção cin<strong>em</strong>atográfica torna essencial a<br />

interpretação, a leitura ativa <strong>de</strong> um filme. Inevitavelmente precisamos<br />

examinar minuciosamente o quadro, formar hipóteses sobre a evolução <strong>da</strong><br />

narrativa, especular sobre seus possíveis significados, tentar obter algum<br />

domínio sobre o filme à medi<strong>da</strong> que ele se <strong>de</strong>senvolve. O processo ativo <strong>da</strong><br />

interpretação é essencial para a análise do cin<strong>em</strong>a e para o prazer que ele<br />

proporciona. (TURNER, 1997, p.69)<br />

O teórico faz cair por terra a crença comum <strong>de</strong> que a leitura midiática,<br />

incluindo a cin<strong>em</strong>atográfica, é uma leitura passiva que, <strong>em</strong> doses homeopáticas,<br />

manipula o espectador. Na<strong>da</strong> impe<strong>de</strong> que o cin<strong>em</strong>a seja capaz <strong>de</strong> imprimir, forjar,<br />

maquinar situações e contribuir para o funcionamento <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ais e crenças, formando<br />

ou <strong>de</strong>formando opiniões. No entanto,<br />

O espectador é ativo, assim como o aluno ou o cientista. Ele observa,<br />

seleciona, compara, interpreta. Conecta o que observa com muitas outras<br />

78

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!