em torno de balzac ea costureirinha chinesa - Repositório da ...

More documents

Recommendations

Info

64 _O que significam esses desenhos? _Meu nome é Ma Jianling. Eles representam meu nome. No romance não é feita nenhuma menção a este nome, o que consideramos, no primeiro capítulo deste trabalho, como o indício de aproximação entre autor e personagem, pensando num romance autoficcional. Algumas outras mudanças também são confirmadas, como por exemplo: o pai da costureirinha, o velho alfaiate, que no filme passa a ser seu avô. Já as cenas, às vezes, não seguem a mesma cronologia e muitas são omitidas, outras inventadas no universo cinematográfico. Segundo Dai Sijie, em entrevista concedida para a parte de extras do DVD, na história narrada existem coisas que foram vividas, mas que são romanceadas. Também sabemos que os cortes de cenas são inevitáveis, pois os filmes têm uma média de duração menor. Ao contrário do romance, este deve ser mais curto, com um movimento de ações mais rápido. Nesse ponto, temos novamente as escolhas, seleções e combinações feitas pelo próprio leitor da obra. O que entra na versão cinematográfica, o que fica de fora e o que acrescentamos? As opções são colocadas pela relação dialética entre texto, leitor e a sua interação. No confronto entre o texto literário e o cinematográfico, percebemos que no filme é dada mais ênfase à importância da literatura na formação de indivíduos mais conscientes, críticos e lúcidos. A personagem da Costureirinha não sabe ler, afirma ser uma analfabeta. Na cena em que o grupo de meninas está espionando com curiosidade o galo que habita o pequeno despertador de Luo e o deixam cair no chão, os dois jovens entram no local e tentam consertá-lo. Nesse momento, o narrador pergunta se a Costureirinha sabe ler, ela diz que não, explicando que sua mãe era a única pessoa alfabetizada da montanha e morreu muito nova. Logo em
seguida, Luo comenta: _É, está faltando uma peça. A frase dita por Luo enquanto tentava consertar seu despertador faz alusão à falta do saber ler na personagem. _Cadê o despertador? _Você sempre destrói tudo. _Perdi uma peça. Droga! _Eu pagarei pelo seu despertador. _Deixe pra lá, Luo. Consertaremos em casa. _Sabe ler? 65 _Não. Minha mãe era a única professora nesta montanha...mas morreu antes de poder me ensinar.
Page 1 and 2:
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INS
Page 3 and 4:
ALESSANDRA FONTES CARVALHO DA ROCHA
Page 5 and 6:
AGRADECIMENTOS À Maria Elizabeth C
Page 7 and 8:
RESUMO Esta dissertação tem como
Page 9 and 10:
1 INTRODUÇÃO “O verbo ler não
Page 11 and 12:
existente em nosso país, é possí
Page 13 and 14: ato de ler produzidos no indivíduo
Page 15 and 16: Também é importante revermos as c
Page 17 and 18: O ato criador é apenas um momento
Page 19 and 20: diversas. Só era permitida a leitu
Page 21 and 22: esposta dada pelos rapazes satisfez
Page 23 and 24: É durante as sessões de narrativa
Page 25 and 26: Nas bibliotecas, eles também não
Page 27 and 28: experiências junto ao Conde de Mon
Page 29 and 30: pela ideologia, contexto sócio-his
Page 31 and 32: apresentavam cortes masculinos como
Page 33 and 34: são faces que se completam. Nesse
Page 35 and 36: experiências. Com o poder da narra
Page 37 and 38: existência, a renovação e a tran
Page 39 and 40: [...] a história de Úrsula parece
Page 41 and 42: Enquanto Luo viaja para a cidade gr
Page 43 and 44: Em 1986, num artigo intitulado Le P
Page 45 and 46: Considerando o romance em questão
Page 47 and 48: contemplar o período de juventude
Page 49 and 50: leitura desses outros mundos e o af
Page 51 and 52: 3 ENTRE O LEITOR E O ESPECTADOR 51
Page 53 and 54: Pensando no romance, centro de noss
Page 55 and 56: A mesma cena se repete no filme, mo
Page 57 and 58: _São 7 horas. O dia acabou. _Termi
Page 59 and 60: ao caráter liberador que a leitura
Page 61 and 62: Conforme observamos nas figuras ret
Page 63: Outra crítica feroz também é col
Page 67 and 68: Enquanto no romance temos: “_Voc
Page 69 and 70: 69 _Eu me tornei violinista. Nos ú
Page 71 and 72: O narrador, que agora conhecemos co
Page 73 and 74: torna produtor do filme homônimo.
Page 75 and 76: 75 _Chama-se “sutiã”. É como
Page 77 and 78: amoroso formado por Luo, o narrador
Page 79 and 80: coisas que ele observou em outros p
Page 81 and 82: 81 _A vendedora de flores faz um fu
Page 83 and 84: epresentação, da mesma forma que
Page 85 and 86: 4 CINEMA, LITERATURA E RECEPÇÃO 8
Page 87 and 88: experimentadas pela Costureirinha.
Page 89 and 90: 89 _Quase sempre símbolos marítim
Page 91 and 92: 91 _ Depois, você vai pensar que t
Page 93 and 94: _”Ursula Mirouet”. Nome engraç
Page 95 and 96: As mesmas afirmativas são direcion
Page 97 and 98: _Chama-se “sutiã”. É como cha
Page 99 and 100: 4.1. OUTRAS TRANSFORMAÇÕES PELA L
Page 101 and 102: _Num país chamado França _Onde fi
Page 103 and 104: O personagem Ma mostra ter consciê
Page 105 and 106: Depois dos livros terem abertos os
Page 107 and 108: No romance, a afirmativa também ac
Page 109 and 110: acreditamos ser possível estabelec
Page 111 and 112: No texto literário, temos a impres
Page 113 and 114: DEWEY, J. Tendo uma experiência. p
Page 115 and 116:
115 ______________. Em busca do tem
show all

em torno de balzac ea costureirinha chinesa - Repositório da ...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

Delete template?

Save as template?