em torno de balzac ea costureirinha chinesa - Repositório da ...
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esposta <strong>da</strong><strong>da</strong> pelos rapazes satisfez o chefe, que permitiu a permanência do violino<br />
na al<strong>de</strong>ia.<br />
Luo e o narrador passaram por momentos difíceis com duras jorna<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />
trabalho, a que não estavam acostumados, e vivendo num local s<strong>em</strong> nenhuma<br />
estrutura mo<strong>de</strong>rna <strong>de</strong> san<strong>ea</strong>mento básico, sendo ain<strong>da</strong> necessário o trabalho<br />
humano para se <strong>de</strong>sfazer<strong>em</strong> dos excr<strong>em</strong>entos.<br />
O que mais nos assustava era carregar mer<strong>da</strong> nas costas. Bal<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
ma<strong>de</strong>ira cilíndricos foram especialmente concebidos e fabricados para<br />
transportar todo tipo <strong>de</strong> adubo, humano ou animal. De modo que,<br />
diariamente, <strong>de</strong>víamos enche-los com os excr<strong>em</strong>entos misturados com<br />
água, pô-los no lombo e trepar aos campos, muitas vezes situados a uma<br />
altura vertiginosa. A ca<strong>da</strong> passo ouvia-se o líquido merdoso agitar-se no<br />
bal<strong>de</strong>, b<strong>em</strong> atrás <strong>de</strong> nossos ouvidos. O conteúdo fétido escapava gota a<br />
gota pela tampa e <strong>de</strong>rramava-se, espalhando-se pelo dorso do carregador.<br />
(SIJIE, 2000, p. 15-16)<br />
Outros trabalhos também eram <strong>de</strong>stinados aos jovens que passavam pela<br />
reeducação, como por ex<strong>em</strong>plo: o trabalho no arrozal, na plantação <strong>de</strong> milho, lavrar<br />
a terra, a colheita <strong>de</strong> arroz e a mina <strong>de</strong> carvão. O único lugar <strong>em</strong> que os jovens não<br />
entravam, mas espionavam <strong>de</strong> longe, era a plantação <strong>de</strong> ópio. A geografia <strong>da</strong><br />
montanha Fênix auxiliava no cultivo <strong>de</strong>sta erva entorpecente, <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> à produção<br />
sintética <strong>de</strong> drogas ilícitas também muito aprecia<strong>da</strong>s no mundo oci<strong>de</strong>ntal. Os jovens<br />
eram <strong>de</strong>saconselhados a pisar nas regiões <strong>de</strong> ópio, pois seus plantadores an<strong>da</strong>vam<br />
armados e matavam os viajantes ou curiosos que passavam pelo local.<br />
Enten<strong>de</strong>-se que, antes <strong>da</strong> chega<strong>da</strong> <strong>de</strong> Luo e o narrador à montanha Fênix, a<br />
contabilização do t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> trabalho era feita utilizando-se <strong>da</strong> técnica do relógio<br />
solar, que se bas<strong>ea</strong>va no posicionamento do sol <strong>em</strong> sua trajetória pelo céu, o que<br />
não garantia uma precisão na organização do t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> trabalho que era<br />
supervisionado pelo chefe do camposinato. Com a chega<strong>da</strong> dos dois jovens, chefe e<br />
al<strong>de</strong>ões já inser<strong>em</strong> <strong>em</strong> seus conhecimentos um novo instrumento tecnológico. Luo<br />
trazia consigo um pequeno <strong>de</strong>spertador que era <strong>de</strong>corado por um galo com penas<br />
<strong>de</strong> pavão esver<strong>de</strong>a<strong>da</strong>s, estria<strong>da</strong>s <strong>de</strong> azul-escuro. Olhando através do vidro do<br />
relógio, os habitantes <strong>da</strong> al<strong>de</strong>ia observavam impressionados o galo que<br />
movimentava rapi<strong>da</strong>mente a cabeça, beliscando o chão invisível com o bico,<br />
enquanto o gran<strong>de</strong> ponteiro marcava os segundos.<br />
Esse era o primeiro relógio que os montanheses conheciam. Após ter<br />
passado pela revista do chefe, graças ao seu pequeno tamanho, o relógio passou a<br />
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