em torno de balzac ea costureirinha chinesa - Repositório da ...
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existente <strong>em</strong> nosso país, é possível imaginarmos o porquê <strong>de</strong> a leitura ficar <strong>em</strong><br />
segundo plano. Segundo matéria do Jornal Folha Online (2009) 2 :<br />
No Dia Internacional <strong>da</strong> Alfabetização (8), o Brasil aparece como o país<br />
com o maior número <strong>de</strong> analfabetos na América Latina, apesar <strong>de</strong> alguns<br />
progressos, segundo <strong>da</strong>dos divulgados pela Organização <strong>da</strong>s Nações<br />
Uni<strong>da</strong>s para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). No total, 14,1<br />
milhões <strong>de</strong> brasileiros, o que equivale a 10,5% <strong>da</strong> população maior <strong>de</strong> 15<br />
anos, não sab<strong>em</strong> ler n<strong>em</strong> escrever.<br />
Dentro <strong>de</strong> um mundo dirigido pelo pragmatismo, imediatismo e pela eficiência<br />
na produção, os textos literários têm seu espaço reduzido e tornam-se ca<strong>da</strong> vez<br />
mais inoperantes no mundo atual. Hoje, não se admite per<strong>de</strong>r t<strong>em</strong>po porque “t<strong>em</strong>po<br />
é dinheiro”. O ato <strong>de</strong> ler teve seu espaço reduzido a mera leitura <strong>de</strong> informação. Por<br />
outro lado, a rapi<strong>de</strong>z com que as informações são transmiti<strong>da</strong>s nos permite conhecêlas<br />
ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que os fatos estão acontecendo, não importa a que<br />
distância.<br />
É por consi<strong>de</strong>rar que a leitura é um instrumento <strong>de</strong> formação e crescimento<br />
do ci<strong>da</strong>dão, que este trabalho se propõe a abor<strong>da</strong>r uma história que, tanto na obra<br />
literária, quanto no cin<strong>em</strong>a, insiste na função transformadora do sujeito através <strong>da</strong><br />
leitura. Assim, a partir <strong>da</strong> análise <strong>da</strong> leitura do romance Balzac e a <strong>costureirinha</strong><br />
<strong>chinesa</strong>, <strong>de</strong> Dai Sijie 3 , e do filme homônimo, do próprio autor, estu<strong>da</strong>r<strong>em</strong>os 4<br />
questões relativas à teoria do efeito estético, através <strong>da</strong> observação e análise <strong>da</strong><br />
capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> transformação <strong>de</strong> uma obra literária e as suas inúmeras<br />
possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura. Para isso, analisar<strong>em</strong>os as concepções <strong>de</strong> leitura implícitas<br />
no livro e no filme <strong>de</strong> Dai Sijie, b<strong>em</strong> como as diferenças e s<strong>em</strong>elhanças entre o filme<br />
e o romance do escritor chinês, ou seja, entre a leitura literária e a cin<strong>em</strong>atográfica<br />
que Dai Sijie faz <strong>de</strong> uma mesma história, constituindo, assim, uma reflexão sobre a<br />
r<strong>ea</strong>ção do leitor neste jogo <strong>de</strong> leituras no romance e no filme analisados.<br />
O interesse pelo objeto analisado surgiu durante o contato com as obras nas<br />
aulas <strong>de</strong> Teorias <strong>da</strong> Leitura no curso <strong>de</strong> Especialização <strong>em</strong> Literaturas Francófonas,<br />
2 Disponível <strong>em</strong>: http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u621229.shtml 09/09/2009 -<br />
Brasil é o país com maior número absoluto <strong>de</strong> analfabetos na América Latina. Acessado <strong>em</strong><br />
03/12/2009 às 17:45.<br />
3 Nascido na China <strong>em</strong> 1954, <strong>em</strong> família <strong>de</strong> classe média, foi enviado para reeducação <strong>em</strong> um campo<br />
rural <strong>em</strong> Sichuan entre os anos <strong>de</strong> 1971 e 1974, durante a Revolução Cultural Chinesa. Em 1984<br />
mu<strong>da</strong>-se para França, on<strong>de</strong> se <strong>torno</strong>u romancista e diretor cin<strong>em</strong>atográfico.<br />
4 Ao usar a primeira pessoa do singular, relato uma experiência pessoal <strong>em</strong> relação às minhas<br />
leituras. Quando passo a utilizar a primeira pessoa do plural é porque insiro <strong>em</strong> meu discurso outras<br />
falas e vozes, como <strong>de</strong> minha orientadora e <strong>de</strong> todos os teóricos lidos, e os diálogos que mantive com<br />
eles, que me auxiliaram a construir pensamentos e opiniões.<br />
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