em torno de balzac ea costureirinha chinesa - Repositório da ...
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Depois dos livros ter<strong>em</strong> abertos os olhos, ensinando outros sentimentos,<br />
<strong>de</strong>sejos, conduzindo-os por caminhos nunca antes visitados, mesmo s<strong>em</strong> sair do<br />
lugar, não se po<strong>de</strong> negar que através do texto algo acontece ao leitor, que<br />
aparent<strong>em</strong>ente não pod<strong>em</strong>os nos separar <strong>da</strong>s ficções, tendo como função a<br />
constituição humana. Além disso, segundo Umberto Eco (2003, p. 21),<br />
105<br />
A função dos contos “imodificáveis” é precisamente esta: contra qualquer<br />
<strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>r o <strong>de</strong>stino, eles nos faz<strong>em</strong> tocar com os <strong>de</strong>dos a<br />
impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mudá-lo. E assim fazendo, qualquer que seja a história<br />
que estejam contando, contam também a nossa, e por isso nós os l<strong>em</strong>os e<br />
os amamos. T<strong>em</strong>os necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> sua severa lição “repressiva”. A<br />
narrativa hipertextual po<strong>de</strong> nos educar para a liber<strong>da</strong><strong>de</strong> e para a<br />
criativi<strong>da</strong><strong>de</strong>. É bom, mas não é tudo. Os contos “já feitos” nos ensinam<br />
também a morrer Creio que esta educação ao Fado e à morte é uma <strong>da</strong>s<br />
funções principais <strong>da</strong> literatura. Talvez existam outras, mas não me vêm à<br />
mente agora.<br />
O leitor ativo costuma ler <strong>de</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong> e não somente passar a vista, s<strong>em</strong><br />
compreen<strong>de</strong>r o que lhe está sendo dito na leitura. E consegue ler nas "entrelinhas"<br />
do texto o subtendido, fazer inferências, ampliar sua visão <strong>de</strong> mundo, amadurecer,<br />
libertar sua consciência <strong>da</strong> ignorância, refletir acerca <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>em</strong> que vive,<br />
projetar-se para o passado, presente, futuro, <strong>de</strong>senvolver pensamento crítico, se<br />
autoquestionar ou questionar o outro, entre outros. E quando esses conhecimentos<br />
adquiridos através <strong>da</strong> leitura não ficam só na cabeça, mas são repassados para o<br />
coração, ocorre a transformação. Daí, s<strong>em</strong> dúvi<strong>da</strong>, torna-se um ser humano b<strong>em</strong><br />
melhor para a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, capaz <strong>de</strong> construir e somar para si e com outros.