em torno de balzac ea costureirinha chinesa - Repositório da ...
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os personagens? Eram parecidos com o que eu tinha imaginado? A leitura estava<br />
pareci<strong>da</strong> com a minha?<br />
Em 2005, quando ingressei como bolsista <strong>de</strong> Iniciação Científica com a<br />
orientação <strong>da</strong> professora Maria Elizabeth Chaves <strong>de</strong> Mello, interessei-me ain<strong>da</strong> mais<br />
pela t<strong>em</strong>ática <strong>da</strong> leitura literária e midiática, principalmente, a cin<strong>em</strong>atográfica.<br />
Nesse mesmo período, Fernão Capelo Gaivota voltou a ser meu livro <strong>de</strong> cabeceira.<br />
O livro <strong>em</strong> questão <strong>em</strong> na<strong>da</strong> se parecia com aquele também intitulado Fernão<br />
Capelo Gaivota que havia lido há 11 anos. Em paralelo a essa leitura, outras<br />
aconteciam. Lia os textos teóricos direcionados à pesquisa que <strong>de</strong>senvolvia. Travei<br />
gran<strong>de</strong>s discussões com Proust, Jauss, Iser, Foucambert, Zilberman, Luiz Costa<br />
Lima, Eco, entre outros. Sendo assim, passei a enten<strong>de</strong>r porque o Fernão e sua<br />
história não eram os mesmos <strong>de</strong> outros t<strong>em</strong>pos, pois eu também não era a mesma<br />
pessoa <strong>da</strong> época <strong>em</strong> que fui present<strong>ea</strong><strong>da</strong> com o livro. Os <strong>de</strong>sejos, anseios e<br />
objetivos eram outros. Percebia o quanto, às vezes, inspirava-me na ave Fernão<br />
para conseguir <strong>da</strong>r o melhor <strong>de</strong> mim <strong>em</strong> tudo que estava prestes a r<strong>ea</strong>lizar; não me<br />
conformava com o bom, tinha que ser o melhor, o mais perfeito, assim como os altos<br />
voos <strong>da</strong> ave.<br />
Minha experiência como leitora, certamente, influenciou-me a <strong>de</strong>limitar o<br />
t<strong>em</strong>a abor<strong>da</strong>do nesta dissertação. Mas, s<strong>em</strong> dúvi<strong>da</strong>, foi a experiência como<br />
professora que me apontou para a urgência <strong>de</strong> discutir a importância <strong>da</strong> leitura,<br />
principalmente dos textos literários, e pensar nela como instrumento transformador<br />
do indivíduo. Durante minha prática docente, pu<strong>de</strong> observar <strong>em</strong> algumas turmas o<br />
<strong>de</strong>scaso com a leitura e até mesmo a raiva <strong>de</strong> alguns alunos ao sugerir que<br />
<strong>de</strong>veriam ler alguma obra literária ou outros gêneros textuais. Porém, o contrário<br />
acontecia quando a sugestão para aula era assistir um filme ou um documentário.<br />
Sab<strong>em</strong>os que, no Brasil, o hábito <strong>de</strong> ler ain<strong>da</strong> é algo distante <strong>da</strong> r<strong>ea</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> população. Talvez, essa seja uma <strong>da</strong>s explicações para o cin<strong>em</strong>a<br />
contar com um público absur<strong>da</strong>mente maior <strong>em</strong> comparação ao dos livros,<br />
principalmente, os literários, tendo <strong>em</strong> vista que as etapas <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> são<br />
b<strong>em</strong> mais curtas <strong>em</strong> relação a esse último. Consi<strong>de</strong>rando o número <strong>de</strong> analfabetos<br />
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