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Março de 2008 - Asgav

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VITAMINAS + MICROMINERAIS ORGÂNICOS<br />

Agora o produtor encontra em um só produto<br />

vitaminas e microminerais <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />

Com 100% microminerais orgânicos a Linha Poliave<br />

associa vitaminas e garante sua estabilida<strong>de</strong>.<br />

Linha Poliave. Manipulação segura. Nutrição precisa.


Sumário<br />

Pesquisa<br />

4<br />

Produção e Manejo 6<br />

Rações 8<br />

Sustentabilida<strong>de</strong> 10<br />

Sanida<strong>de</strong> Avícola 12<br />

Especial 16<br />

Tributos 22<br />

Universida<strong>de</strong>s 24<br />

Ovos 25<br />

Notícias 26<br />

Avisulat 30<br />

Expediente<br />

ASSOCIAÇÃO<br />

A sustentabilida<strong>de</strong> do setor avícola brasilei-<br />

ro aparece pelo ritmo <strong>de</strong> suas exportações, sempre<br />

em constante rota ascen<strong>de</strong>nte (excetuando a crise <strong>de</strong><br />

2006, que fez <strong>de</strong>spencar em 60% o volume enviado<br />

ao exterior). Em janeiro último, o Brasil superou em<br />

mais <strong>de</strong> 25% o embarque dos EUA. A situação do setor<br />

avícola frente à alta <strong>de</strong> insumos e a procura por parte<br />

dos importadores do Oriente Médio enfrenta a redução da produção e o re-<br />

direcionamento em larga escala para o mercado externo, fazendo com que o<br />

produto se valorize em sintonia com o custo dos grãos. Isso indica um ano bom<br />

mas que exige acompanhamento cuidadoso da gradacao dos insumos.<br />

Os ovos também apresentam variação <strong>de</strong> preço sensível <strong>de</strong>vido a<br />

combinação do enxugamento na criação <strong>de</strong> galinhas poe<strong>de</strong>iras, crescimento<br />

das exportações e aumento da soja e do milho, commodities altamente valorizadas<br />

no mercado internacional e base da ração animal das aves. Apesar do<br />

aumento dos grãos componentes dos insumos, o produtor <strong>de</strong> ovos comemora<br />

o momento, que após dois anos difíceis está animado com o cenário <strong>de</strong> recuperação.<br />

A retomada se <strong>de</strong>u graças a uma a<strong>de</strong>quação da produção em<br />

relação à <strong>de</strong>manda, que <strong>de</strong>terminou a redução gradativa da produção. O<br />

resultado é que, no ano passado, o Rio Gran<strong>de</strong> do Sul produziu 5 milhões <strong>de</strong><br />

caixas com 30 dúzias <strong>de</strong> ovos cada, ou 15% a menos do que em 2006.<br />

Entertanto, nem tudo sao flores. As indústrias avícolas estão reduzindo<br />

sua produção entre 10% e 12% pela baixa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimento resultante<br />

do aumento <strong>de</strong> custos em 2007. Só no milho, teve aumento <strong>de</strong> ate 45%<br />

conforme a Associação Gaúcha <strong>de</strong> Avicultura (<strong>Asgav</strong>). O impacto ocorrerá<br />

sobre a média <strong>de</strong> 85 mil toneladas mensais. A intenção é reduzir a oferta do<br />

produto no mercado interno para manter os patamares <strong>de</strong> preço praticados<br />

hoje.<br />

Revista ASGAV<br />

Publicação da Associação Gaúcha <strong>de</strong><br />

Avicultura<br />

Av. Mauá, 2011 - 9º andar<br />

CEP 90030-080 - Porto Alegre / RS<br />

Fone/Fax: +55 (51) 3228-8844<br />

www.asgav.com.br<br />

Nº 08 - Ano 1 - março/<strong>2008</strong><br />

DIRETORIA ASGAV<br />

Diretoria Executiva: Aristi<strong>de</strong>s Inácio Vogt (presi<strong>de</strong>nte);<br />

Luis Fernando <strong>de</strong> Pinedo Roman Ross (vice-presi<strong>de</strong>nte);<br />

COORDENADOR DO PROJETO: José Eduardo dos Santos<br />

Luis Fernando P. Roman Ross<br />

Presi<strong>de</strong>nte <strong>Asgav</strong>, em Exercício<br />

Roberto Moreira; Celso Filippsen; Paulo Freiberger; Daniel<br />

Bampi; Dirceu Bayer; E<strong>de</strong>r Barbon; Gentil Gaedke;<br />

Fernando Becker; Antônio Martins; Orlando Carrer;<br />

A<strong>de</strong>lírio Danieli; Renato Kreymeier; Geraldo Carrer;<br />

Vera Rey; Roberto Kehl e Roberto Pruinelli (vice-presi<strong>de</strong>ntes);<br />

Daniel Bampi e Paulo dos Santos (secretários);<br />

Nestor Freiberger e Pedro Luiz Utzig (tesoureiros)<br />

Diretoria Técnica: Antônio Pettini; José Luiz Kieling Franco;<br />

E<strong>de</strong>r Barbon; Mauro Gregory Ferreira (diretores) e<br />

José Eduardo dos Santos (secretário executivo ASGAV/<br />

SIPARGS)<br />

Jeito <strong>de</strong> Comunicar - Comunicação Empresarial, Publicida<strong>de</strong> e Propaganda Ltda.<br />

Rua Dona Laura, 471/conj. 201 - Moinhos <strong>de</strong> Vento<br />

Fone/Fax: +55 (51) 3388-7674 www.jeito<strong>de</strong>comunicar.com.br<br />

Editora: Mariza Franck (Reg. Prof. 8611/RS)<br />

Redação: Teresa Maria Schembri (Reg. Prof. 6240/25/91RS) Ana Lúcia Me<strong>de</strong>iros (Reg. Pro. 11582/RS)<br />

Projeto Gráfico/Capa/Diagramação: Bruna Lemos dos Anjos<br />

Comercial: Raquel Diniz Colaboração: Hélio <strong>de</strong> Souza e Bartyra Almeida Schu<br />

Editorial<br />

03


Pesquisa<br />

04<br />

LABORATÓRIO<br />

ATIVO<br />

Pesquisa no setor avícola<br />

retoma com vigor no IPVDF<br />

Retomado <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> alguns anos estanque, o setor <strong>de</strong> pesquisa em saú<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

aves do IPVDF (Instituto <strong>de</strong> Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor) trabalha com pesqui-<br />

sa no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas vacinas, <strong>de</strong> novos métodos <strong>de</strong> diagnóstico <strong>de</strong> enfermi-<br />

da<strong>de</strong>s das aves. O responsável é o pesquisador Benito Guimarães <strong>de</strong> Brito que assumiu<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2006, quando o laboratório retornou a ativa. O instituto é organismo da Fepagro<br />

(Fundação Estadual <strong>de</strong> Pesquisa Agropecuária, ligada à Secretaria Estadual <strong>de</strong> Ciência e<br />

Tecnologia) Entre os trabalhos <strong>de</strong>senvolvidos no momento está o controle <strong>de</strong> problemas<br />

<strong>de</strong> pele das aves, a celulite aviária (<strong>de</strong>rmatite necrótica), causada, principalmente, pela<br />

bactéria Escherichia coli.<br />

A pesquisa atua em parceria com a Embrapa Aves e Suínos, na busca <strong>de</strong> alternativas<br />

<strong>de</strong> controle da patologia que con<strong>de</strong>na as aves no abatedouro, já que a lesão não é<br />

vista sob as penas. Isso po<strong>de</strong> provocar a perda <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> animais, pois os criadouros<br />

são <strong>de</strong> lotação alta, característica que amplia sua disseminação. Segundo Brito ha uma<br />

estimativa <strong>de</strong> perda superior a US$ 40 milhões causada pela con<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> aves no<br />

abatedouro. A falta <strong>de</strong> integrida<strong>de</strong> da pele é um fator importante no <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento da<br />

celulite aviária, já que a doença ocorre com a penetração do microorganismo e posterior<br />

colonização do tecido subcutâneo. Para isso, lesões traumáticas ou abrasivas, que promovam<br />

uma solução <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> na pele são uma porta <strong>de</strong> entrada para a bactéria.<br />

“Estamos trabalhando em parceria. Na Embrapa, o trabalho é focado nos fatores<br />

<strong>de</strong> risco que predisõe a ocorrência da celulite; nós, no Finamor, trabalhamos com a no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um probiótico que previna a ocorrência <strong>de</strong>ssa pátologia em frangos”,<br />

diz o pesquisador. Como a bactéria está presente na cama dos aviários, o combate à Escherichia<br />

coli inicia por não permitir que cepas patogênicas se propaguem em abundância<br />

no ambiente. Com o probiótico que está sendo pesquisado, microorganismos não patogênicos<br />

(que não geram doenças) colonizariam o tubo digestivo, formando a microbiota<br />

intestinal da ave. Isso impediria a entrada <strong>de</strong> cepas <strong>de</strong> E.coli patogênicos. O trabalho <strong>de</strong><br />

Brito e sua equipe – composta ainda por Mario Coppola, Alexan<strong>de</strong>r Cenci e Kelly Cristina<br />

Tagliari <strong>de</strong> Brito – já avança há um ano em experimentos em animais. “Já conseguimos<br />

aumentar a eficiência <strong>de</strong> ganho <strong>de</strong> peso dos animais que receberam o probiótico”, revela<br />

o pesquisador.<br />

Além <strong>de</strong>sse trabalho, está sendo elaborada uma vacina bacteriana para o controle<br />

da celulite aviária para produzir uma vacina. Nosso objetivo é vacinar matrizes para


eliminar o problema. No <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da vacina a equipe <strong>de</strong> Brito trabalha em<br />

conjunto com Centro <strong>de</strong> Diagnóstico e<br />

Pesquisa em patologia Aviária Ufrgs. É um<br />

trabalho interinstitucional, com participação<br />

<strong>de</strong> pesquisadores da Embrapoa, do IPVDF<br />

e do CDPA da Ufrgs.A conclusão doprojeto<br />

está prevista para o final <strong>de</strong> <strong>2008</strong>.<br />

Agora em março, iniciou um outro<br />

projeto, este apoiado pelo CNPq (Conselho<br />

Nacional <strong>de</strong> Desenvolvimento Científico e<br />

Tecnológico), sobre avalaição <strong>de</strong> linhagens<br />

<strong>de</strong> aves resistentes à celulite, com duração<br />

prevista <strong>de</strong> dois anos. Brito, que é doutor<br />

em Microbiologia, foi ganhador do 8º e do<br />

9º Prêmio Pesquisa Clínica Schering-Plough<br />

(2006 e 2007, respectivamente).<br />

O IPVDF completa 60 anos em<br />

<strong>2008</strong>e é uma instituição <strong>de</strong> expressiva atuação<br />

no agronegócio gaúcho. Muita gente<br />

não sabe que o IPVDF também trabalha<br />

”O setor avícola do IPVDF está<br />

funcionando e trabalha com o diagnóstico<br />

<strong>de</strong> problemas não contemplados pelo<br />

PNSA, prestando serviços <strong>de</strong> laboratório.”<br />

com o diagnóstico <strong>de</strong> enfermida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

aves. Atua em serviços <strong>de</strong> laboratório com<br />

diagnóstico convencional e molecular (PCR)<br />

e realiza análise microbiológica da água e<br />

<strong>de</strong> alimentos. A instituição, atualmente, está<br />

buscando parceiros para <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> pesquisa inovadores que<br />

venham ao encontro das necessida<strong>de</strong>s da<br />

avicultura gaúcha.<br />

Pesquisa


Produção e Manejo BEM-ESTAR<br />

06<br />

ANIMAL<br />

PAIS JÁ ESTUDA NORMATIZAÇÃO<br />

PARA NÃO SER PEGO DESPREVENIDO<br />

Pensar em bem-estar animal já<br />

não é um tema <strong>de</strong> locais distantes do<br />

país. O assunto já integra a pauta <strong>de</strong> exi-<br />

gências <strong>de</strong> compradores e consumidores<br />

internacionais há algum tempo. No Bra-<br />

sil, os produtores passaram a se informar<br />

do assunto e começam a preparar uma<br />

normatização que<br />

concilie produtivi-<br />

da<strong>de</strong> com a exigên-<br />

cia surgida. A UBA<br />

(União Brasileira<br />

<strong>de</strong> Avicultura) está<br />

estudando com um<br />

grupo para <strong>de</strong>fi-<br />

nir uma legislação<br />

específica. Muitas<br />

propostas precisam<br />

ser avaliadas <strong>de</strong><br />

acordo com os estabelecimentos e mer-<br />

cados ten<strong>de</strong>m internacional.<br />

Os gran<strong>de</strong>s exportadores <strong>de</strong><br />

frango para o mundo já tem seus programas<br />

rodando. Já o mercado interno, vai<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do quadro técnico para conseguir<br />

migrar para o programa da noite<br />

para o dia. O que po<strong>de</strong> ser um problema<br />

será como conciliar o aumento <strong>de</strong> custos<br />

com as exigências por chegar.<br />

A implementação <strong>de</strong> programa<br />

<strong>de</strong> bem-estar animal e do homem requer<br />

“O conceito <strong>de</strong><br />

bem-estar animal<br />

se esten<strong>de</strong> a<br />

todos os animais,<br />

inclusive os<br />

domésticos ou <strong>de</strong><br />

trabalho.”<br />

Instalações a<strong>de</strong>quadas, baixo nível <strong>de</strong><br />

poluentes ambientais, sistemas <strong>de</strong> produção<br />

e taxas <strong>de</strong> lotação compatíveis. O<br />

CISA (Comitê Interamericano <strong>de</strong> Sanida<strong>de</strong><br />

Aviária), ligado à OIE (Organização<br />

Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Animal) tem divulgado<br />

uma normatização que acompanha<br />

todas as etapas do<br />

manejo animal.<br />

Prega ainda inocuida<strong>de</strong><br />

dos alimentos<br />

da granja ao prato<br />

A especialista<br />

em relações técnicas<br />

institucionais<br />

da sadia, Simone<br />

Machado constituiu<br />

a base <strong>de</strong> trabalho<br />

da UBA sobre<br />

o tema. “Acabamos por criar um documento<br />

mais rígido que a normatização<br />

internacional, com todo o rigor legal e<br />

comercial. As re<strong>de</strong>s européias supermercadistas<br />

tem muita exigência – através<br />

do Protocolo Eurepgap – e não po<strong>de</strong>mos<br />

<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> lado isso”, <strong>de</strong>staca ela. A partir<br />

do esboço na UBA, haverá uma norma<br />

nacional <strong>de</strong>finida que vai reunir o Inmetro<br />

(Instituto Nacional <strong>de</strong> Metrologia,<br />

Normalização e Qualida<strong>de</strong> Industrial),<br />

MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuá-


ia e Abastecimento) e GTs (Grupos <strong>de</strong><br />

Trabalho) com empresas, produzindo um<br />

manual que regularize a instituição <strong>de</strong><br />

bem-estar animal em todo o país. “Ainda<br />

estamos em uma fase embrionária, não<br />

está nada especificado para cada ca-<br />

<strong>de</strong>ia (isso <strong>de</strong>verá também acontecer)”,<br />

observa a especialista.<br />

Mesmo ainda sem a obrigatorieda<strong>de</strong>,<br />

os principais estabelecimentos<br />

exportadores e <strong>de</strong> maior produção já<br />

seguem a norma internacional como<br />

forma <strong>de</strong> não se chocar com os princípios<br />

<strong>de</strong> seus mercados. Apesar <strong>de</strong><br />

não existir documento específico para o<br />

Brasil bem completo, as exportadoras já<br />

seguem um programa <strong>de</strong> padrões mundiais,<br />

por isso Simone não acredita que<br />

quando virar lei haja muitos problemas<br />

para a a<strong>de</strong>são.<br />

A criação <strong>de</strong> galinhas poe<strong>de</strong>iras<br />

e <strong>de</strong>ve ser o primeiro código a ficar<br />

pronto, que por enquanto tem voluntária.<br />

Mas interessados em exportar ovos<br />

para a Europa não terão saída. As exportações<br />

<strong>de</strong> ovos do Brasil <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong> garantia <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> resíduos e <strong>de</strong><br />

bem-estar animal. Em seguida será a vez<br />

do frango <strong>de</strong> corte. A UBA trabalha com<br />

prazos <strong>de</strong> adaptação até 2012.<br />

“Passamos por muitas auditorias<br />

estrangeiras, comissões <strong>de</strong> compradores<br />

e já estamos bem acostumados a<br />

observar os critérios que esses mercados<br />

buscam.” Os pequenos e médios estabelecimentos,<br />

que não estão ligados com<br />

o mercado externo e não seguem esse<br />

preceito, preocupam-se, no entanto com<br />

qualida<strong>de</strong> e produtivida<strong>de</strong>. Por isso já<br />

promovem algumas cuidados a respeito.<br />

Existe tendência forte das empresas<br />

<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação natural, tendência <strong>de</strong><br />

mercado interno e externo. “Quando se<br />

aplica uma regra aplica a todos, embora<br />

o Brasil tenha uma velocida<strong>de</strong> menor, às<br />

vezes, <strong>de</strong> se inserir”, observa Simone. As<br />

associações <strong>de</strong> produtores estão come-<br />

çando a se organizar a respeito. O conceito<br />

<strong>de</strong> bem-estar animal se esten<strong>de</strong> a<br />

todos os animais, inclusive os domésticos<br />

ou <strong>de</strong> trabalho.<br />

E assim aparecem suas situações:<br />

os exportadores já estabelecem auditorias<br />

regulares com os clientes que cobram<br />

o cumprimento <strong>de</strong> regras e normas<br />

<strong>de</strong> procedimentos, como re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fastfood<br />

transnacionais e ca<strong>de</strong>ias supermercadistas<br />

européias, entre as quais está o<br />

bem-estar animal; e a questão nacional<br />

ainda não regulada.<br />

A especialista se diz otimista<br />

quanto à implantação do sistema no<br />

país, porque consi<strong>de</strong>ra a avicultura brasileira<br />

muito madura. “As empresas são<br />

muito competitivas no mercado internacional,<br />

por isso tem gran<strong>de</strong> domínio <strong>de</strong><br />

tecnologia.”<br />

Produção e Manejo<br />

07


Rações<br />

DE OLHO NA RAÇÃO<br />

SEGURANÇA DO ALIMENTO E GESTÃO<br />

DA QUALIDADE DITAM REGRAS PARA A<br />

PRODUÇÃO DE ALIMENTOS<br />

Ponto essencial da ca<strong>de</strong>ia avícola, a alimentação animal é uma divisão do setor<br />

que tem merecido todo cuidado. A instituição das BPFs (Boas Práticas <strong>de</strong> Fabricação) nas<br />

indústrias <strong>de</strong> alimentos para animais nasceu <strong>de</strong> uma proposta <strong>de</strong> diferencia. Entretanto este<br />

ano passou a ser uma exigência amparada por legislação fe<strong>de</strong>ral. Em fevereiro <strong>de</strong> 2007, o<br />

MAPA editou a Instrução Normativa 4 dando o prazo até março <strong>de</strong>ste ano para que todas<br />

as 3,1 mil fábricas <strong>de</strong> produtos para alimentação animal registradas apresentem seus pla-<br />

nos <strong>de</strong> implementação do programa, com um prazo final <strong>de</strong> até 1º <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> <strong>2008</strong><br />

para que os mesmos estejam em pleno funcionamento.<br />

Como explica a fiscal fe<strong>de</strong>ral do Mapa no RS Alejandra Muller, o primeiro passo é<br />

mudar o conceito <strong>de</strong> que ração animal é o mesmo que subprodutos originários <strong>de</strong> resíduos<br />

<strong>de</strong> outros processos ou restos <strong>de</strong> alimentos em geral. “Queremos imputar uma nova visão<br />

<strong>de</strong> alimento e, portanto, uma visão <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> nutricional, sanitária e econômica <strong>de</strong>ntro<br />

dos conceitos <strong>de</strong> inocuida<strong>de</strong> e segurança alimentar.”<br />

O comércio internacional, as exigências na área <strong>de</strong> segurança do alimento e<br />

gestão da qualida<strong>de</strong> levam hoje a uma a<strong>de</strong>quação e maior abrangência das regras para<br />

a produção <strong>de</strong> alimentos. É preciso pensar na segurança do alimento com linguagem<br />

global, já que o mundo é <strong>de</strong> acesso fácil. O Protocolo Eurogap (Programa <strong>de</strong> certificação<br />

<strong>de</strong> boas práticas agrícolas exigidas por supermercados e varejistas da União Européia para<br />

comprovar a qualida<strong>de</strong> dos produtos) tem sido bastante exigido também para as rações.<br />

Assim, é fundamental diminuir a presença <strong>de</strong> contaminantes que possam refletir<br />

na saú<strong>de</strong> humana, oriundos do consumo <strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong> origem animal (leite, ovos, carne<br />

e <strong>de</strong>rivados). Através da prevenção e controle das violações do PNCR (Plano Nacional <strong>de</strong><br />

Controle <strong>de</strong> Resíduos), buscam-se ações que diminuam o risco <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> alimentos<br />

com aditivos não permitidos, como os antibióticos (que induzem à resistência bacteriana na<br />

saú<strong>de</strong> humana); contaminações <strong>de</strong> rações <strong>de</strong> ruminantes com farinhas <strong>de</strong> origem animal<br />

(BSE) e do monitoramento da contaminação microbiológica dos alimentos para animais.<br />

Por isso, lembra a fiscal, exige-se o controle da reutilização <strong>de</strong> embalagens e utensílios que<br />

possam ser fontes <strong>de</strong> contaminação (adubos, produtos químicos, tintas, matéria-prima <strong>de</strong><br />

origem animal em ingredientes para rações ruminantes).<br />

O primeiro passo é o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> treinamento <strong>de</strong> pessoal para a mudança<br />

do conceito <strong>de</strong> ração animal projetando-o como um alimento seguro, inócuo e<br />

<strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> e o seu reflexo na saú<strong>de</strong> humana. O setor <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> vai testar o<br />

produto final <strong>de</strong>ntro das garantias estipuladas pela empresa. I<strong>de</strong>ntificar os possíveis riscos e


perigos (físicos, químicos e biológicos) bem<br />

como substâncias tóxicas, proibidas ou que<br />

possam causar frau<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro da linha <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong> cada empresa <strong>de</strong> acordo com<br />

o tipo <strong>de</strong> produto ou espécie que está sen-<br />

do produzido.<br />

Informação ao consumidor através<br />

<strong>de</strong> rotulagem específica contendo todas<br />

as informações necessárias ao produtor<br />

rural ou ao consumidor doméstico (animal<br />

<strong>de</strong> estimação), <strong>de</strong> acordo com o estipulado<br />

pelo Código <strong>de</strong> Defesa do Consumidor, assim<br />

como dos elementos necessários para<br />

a <strong>de</strong>vida rastreabilida<strong>de</strong> do produto em<br />

caso <strong>de</strong> violação do PNCR ou Recall (recolha<br />

<strong>de</strong> produto) da produção. A rastreabilida<strong>de</strong><br />

através da instituição do número <strong>de</strong><br />

lote, data <strong>de</strong> produção e <strong>de</strong> valida<strong>de</strong>, bem<br />

como o registro e controle das matérias-primas<br />

utilizadas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a chegada na fábrica<br />

até o produto final (PEPS)<br />

Na área da empresa, a instituição<br />

da obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> um procedimento<br />

testado <strong>de</strong> Recall para uma eventual ocorrência<br />

permite aumentar o grau <strong>de</strong> cui-<br />

dados dos processos e amenizar os riscos<br />

imprevistos; bem como <strong>de</strong>stino do resíduo<br />

gerado pela empresa e da possível ocorrência<br />

<strong>de</strong> contaminação cruzada pelo uso <strong>de</strong><br />

varreduras para alimentação <strong>de</strong> ruminantes<br />

“Queremos imputar<br />

uma nova visão<br />

<strong>de</strong> alimento e,<br />

portanto, uma<br />

visão <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

nutricional, sanitária<br />

e econômica <strong>de</strong>ntro<br />

dos conceitos<br />

<strong>de</strong> inocuida<strong>de</strong><br />

e segurança<br />

alimentar.”<br />

ou com aditivos que possam contaminar o<br />

ambiente ou nocivos à <strong>de</strong>terminada espécie<br />

ou fase <strong>de</strong> produção.<br />

Instituição <strong>de</strong> controles em todas<br />

as etapas <strong>de</strong> produção (controle <strong>de</strong> temperaturas<br />

em processos distintos) com intuito<br />

<strong>de</strong> garantir o controle a<strong>de</strong>quado através<br />

<strong>de</strong> registros que possam posteriormente ser<br />

auditados tanto por equipes internas, como<br />

pelos órgãos governamentais e <strong>de</strong>mais<br />

clientes importadores.<br />

Outro cuidado fundamental que<br />

vai garantir qualida<strong>de</strong> ao produto final<br />

trata da seleção <strong>de</strong> fornecedores, através<br />

<strong>de</strong> padrões pré-estabelecidos por meio <strong>de</strong><br />

análises dos procedimentos pela empresa,<br />

visando um aprimoramento e manutenção<br />

da qualida<strong>de</strong> da matéria-prima para um<br />

melhor resultado do produto final.<br />

Hoje em dia já está se tornando<br />

um pré-requisito tendo em vista as exigências<br />

dos compradores tanto nacionais como<br />

internacionais. Gran<strong>de</strong>s re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> supermercados,<br />

por exemplo, já fazem auditorias<br />

em BPF e HACCP (ou APPCC – Análise <strong>de</strong><br />

Perigos e Pontos Críticos <strong>de</strong> Controle) para<br />

a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> seus fornecedores. Estes<br />

são os objetivos da aplicação da IN 04 <strong>de</strong><br />

23/02/2007 nas indústrias <strong>de</strong> alimentos<br />

para animais, por isso, as fábricas <strong>de</strong> rações<br />

brasileiras terão <strong>de</strong> se a<strong>de</strong>quar.<br />

Rações<br />

09


Sustentabilida<strong>de</strong><br />

10<br />

IMPACTO<br />

POSITIVO<br />

ESTADO RECEBE INVESTIMENTOS DE<br />

R$ 400 MILHÕES DA AURORA EM 2009<br />

A Aurora Alimentos<br />

(Coopercentral Aurora<br />

– Cooperativa Central<br />

Oeste Catarinense) pre-<br />

para a construção <strong>de</strong><br />

duas novas unida<strong>de</strong>s in-<br />

dustriais <strong>de</strong> abate e processamento <strong>de</strong> aves, mediante investi-<br />

mentos da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> R$ 800 milhões <strong>de</strong> reais. Uma <strong>de</strong>las será<br />

em Carazinho, no Alto Jacuí, a outra, em Canoinhas, no Planal-<br />

to Norte <strong>de</strong> Santa Catarina.<br />

Cada uma das novas indústrias frigoríficas <strong>de</strong> aves exigirá<br />

cerca <strong>de</strong> R$ 400 milhões <strong>de</strong> reais em investimentos diretos,<br />

na forma <strong>de</strong> recursos próprios e financiados pelo BNDES. Cada<br />

complexo avícola incluirá a indústria, os incubatórios, as granjas-matrizes<br />

e a fábrica <strong>de</strong> rações. Após iniciada, a execução<br />

<strong>de</strong> cada obra exigirá 18 meses <strong>de</strong> trabalho para a conclusão.<br />

A planta <strong>de</strong> Carazinho (RS) será iniciada em 2009, mas em <strong>de</strong>zembro<br />

<strong>de</strong> <strong>2008</strong> o terreno já será terraplenado. A <strong>de</strong> Canoinhas<br />

terá a imediata finalização dos projetos e encaminhamentos das<br />

licenças e autorizações para que as obras iniciem ainda este<br />

ano.<br />

Cada uma das futuras indústrias ocupará uma área <strong>de</strong><br />

100 hectares, abaterá 300.000 aves por dia e gerará 3.200<br />

empregos diretos. A Coopercentral Aurora não revela projeção<br />

<strong>de</strong> faturamento, mas antecipa que cada unida<strong>de</strong> gerará movimento<br />

econômico da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> R$ 1 bilhão <strong>de</strong> reais por ano.<br />

Convênios propostos pela Aurora – com anuência das Secretarias<br />

da Fazenda <strong>de</strong> SC e RS – permitirão que esse movimento<br />

seja apurado e distribuído entre os municípios das futuras bases<br />

produtivas, <strong>de</strong> modo a impactar positivamente os índices <strong>de</strong> retorno<br />

<strong>de</strong> ICMS <strong>de</strong> toda a microrregião e não apenas do municí-


pio-se<strong>de</strong> da indústria.<br />

De acordo com o presi<strong>de</strong>nte da<br />

Aurora, Mário Lanznaster, entre as variáveis<br />

avaliadas para a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> montagem<br />

das plantas estavam a existência<br />

<strong>de</strong> base produtiva <strong>de</strong> grãos e <strong>de</strong> aves,<br />

oferta <strong>de</strong> água, proximida<strong>de</strong> com portos<br />

e centros <strong>de</strong> consumo, disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

mão-<strong>de</strong>-obra e os incentivos fiscais (isenções<br />

e imunida<strong>de</strong>s) e incentivos materiais<br />

(como terreno, terraplenagem, acesso,<br />

asfaltamento, re<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia) do Po<strong>de</strong>r<br />

Público.<br />

A Aurora consolida-se como<br />

uma das maiores expressões do coope-<br />

rativismo brasileiro e ocupa vitoriosa posição<br />

entre os maiores grupos agroindustriais<br />

do país. Com se<strong>de</strong> em Chapecó, a<br />

Aurora reúne 17 cooperativas singulares<br />

que, no conjunto, representam cerca <strong>de</strong><br />

77,5 mil produtores rurais. Oferece um<br />

mix superior a 700 produtos, entre carnes<br />

<strong>de</strong> aves e suínos, lácteos e pizzas, e registra<br />

crescente participação no mercado<br />

nacional.<br />

Seu complexo agroindustrial é<br />

constituído por três unida<strong>de</strong>s industriais<br />

<strong>de</strong> aves (duas próprias, uma arrendada),<br />

oito unida<strong>de</strong>s industriais <strong>de</strong> suínos (seis<br />

próprias, duas arrendadas), uma indústria<br />

<strong>de</strong> lácteos em fase <strong>de</strong> montagem,<br />

quatro fábricas <strong>de</strong> rações (duas próprias,<br />

duas arrendadas), três incubatórios (um<br />

próprio, dois arrendados), três unida<strong>de</strong>s<br />

armazenadoras <strong>de</strong> grãos, três granjas<br />

matrizes <strong>de</strong> aves (duas próprias, uma arrendada),<br />

três granjas <strong>de</strong> melhoramento<br />

genético <strong>de</strong> suínos, 32 distribuidores,<br />

45.000 clientes e mais <strong>de</strong> 11.000 colaboradores.<br />

“A Coopercentral<br />

Aurora não<br />

revela projeção<br />

<strong>de</strong> faturamento,<br />

mas antecipa que<br />

cada unida<strong>de</strong><br />

gerará movimento<br />

econômico da or<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong> R$ 1 bilhão por<br />

ano.”<br />

A Cotrel atuava em 39 municí-<br />

pios da região norte do Rio Gran<strong>de</strong> do<br />

Sul e além da matriz, em Erechim, tem 19<br />

filiais e mais <strong>de</strong> 13.400 associados, em<br />

sua maioria pequenos produtores rurais.<br />

A linha <strong>de</strong> produtos é formada por mais<br />

<strong>de</strong> 200 itens, <strong>de</strong>rivados da industrializa-<br />

ção <strong>de</strong> suínos, bovinos, aves, leite, alca-<br />

chofra e frutas<br />

que utilizam<br />

principalmente<br />

a marca Nobre.<br />

A Aurora<br />

já opera com<br />

a marca gaúcha<br />

tradicional<br />

Nobre, que era<br />

da Cotrel e foi<br />

cedida na negociação, por ocasião da<br />

compra das marcas Nobre, Nobreza,<br />

Da Fazenda e Capone, que pertenciam<br />

à Cooperativa Tritícola Erechim (Cotrel),<br />

além do arrendamento <strong>de</strong> seus frigoríficos<br />

<strong>de</strong> suínos e aves, fábrica <strong>de</strong> rações e<br />

incubatório. O negócio foi realizado em<br />

2006 e prevê o arrendamento, por <strong>de</strong>z<br />

anos, substituindo a prestação <strong>de</strong> serviços<br />

que era realizada. Por A maior aposta<br />

da Aurora é no frango da marca Nobre,<br />

que também po<strong>de</strong> ir para o exterior e,<br />

no mercado interno, tem boa aceitação,<br />

especialmente em São Paulo. Com o negócio,<br />

a Cotrel saiu do processamento<br />

<strong>de</strong> carnes e passou a investir mais no fomento<br />

à produção <strong>de</strong> grãos e no relacionamento<br />

com os agricultores.<br />

Sustentabilida<strong>de</strong>


Sanida<strong>de</strong> Avícola<br />

12<br />

DINHEIRO<br />

BEM APLICADO<br />

FUNDESA FINANCIA A MELHORIA DA DEFESA<br />

SANITÁRIA DO RIO GRANDE DO SUL<br />

O Fun<strong>de</strong>sa (Fundo Estadual <strong>de</strong> Desenvolvimento e Defesa Sanitária), que<br />

completou dois anos em janeiro último, representa, cada vez mais, um papel crucial<br />

no ambiente do agronegócio estadual. Atualmente, ele está concluindo a informa-<br />

tização das IVZs (Inspetorias Veterinárias e Zootécnicas) do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul para<br />

garantir a agilida<strong>de</strong> dos serviços e o que vai permitir melhorar o conceito na audi-<br />

toria que o MAPA realiza para o implemento do PNSA (Plano Nacional <strong>de</strong> Sanida<strong>de</strong><br />

Avícola). Cerca <strong>de</strong> 240 inspetorias foram beneficiadas, embora nem todas tenham<br />

condições <strong>de</strong> acessar a internet pela inexistência por falta <strong>de</strong> conexão telefônica.<br />

Nestas localida<strong>de</strong>s, o acesso será feito por meio <strong>de</strong> rádio. Os recursos aplicados<br />

para alcançam R$ 500 mil. Além disso, como explica o presi<strong>de</strong>nte do fundo, Rogério<br />

Kerber, também estão sendo aplicados recursos na contratação <strong>de</strong> pessoal adminis-<br />

trativo necessários para estruturação dos planos <strong>de</strong> sanida<strong>de</strong> avícola e <strong>de</strong> suínos.<br />

“A informatização é <strong>de</strong> extrema importância para o sistema <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa sanitária<br />

animal. Vamos ter um cadastro unificado <strong>de</strong> todas as proprieda<strong>de</strong>s do Rio<br />

Gran<strong>de</strong> do Sul”, explica Kerber. Os dados atualizados permanentemente permitem<br />

Demonstrativo aplicação recursos do Fun<strong>de</strong>sa<br />

FUNDESA - contas<br />

2006 (R$)<br />

2007 (R$)<br />

Fun<strong>de</strong>sa Conta Suínos<br />

12.350,55<br />

149.501,38<br />

Fun<strong>de</strong>sa Conta Aves<br />

23.954,46<br />

145.206,68<br />

Fun<strong>de</strong>sa Conta Ovos<br />

248,05<br />

279,89<br />

Fun<strong>de</strong>sa Conta Carne B/B<br />

11.920,77<br />

148.343,51<br />

Fun<strong>de</strong>sa Conta Carne O/C<br />

316,06<br />

594,09<br />

Fun<strong>de</strong>sa Conta Leite<br />

8.310,15<br />

124.863,23<br />

TOTAIS<br />

57.100,04<br />

568.788,78<br />

dar agilida<strong>de</strong> no fluxo <strong>de</strong> informações. “Assim, trabalhamos a sanida<strong>de</strong> animal <strong>de</strong><br />

forma preventiva”, observa. Os dados atualizados permanentemente permitem dar<br />

agilida<strong>de</strong> no fluxo <strong>de</strong> informações. “Assim, trabalhamos a sanida<strong>de</strong> animal <strong>de</strong> forma<br />

preventiva”, observa.<br />

Na informatização das IVZs, a Procergs <strong>de</strong>senvolveu o Sistema <strong>de</strong> Defesa<br />

Agropecuária (SDA) eletrônico. O SDA possui ferramentas para a realização da rastreabilida<strong>de</strong><br />

animal e vegetal, emissão <strong>de</strong> certificação fitossanitária, cadastramentos<br />

<strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção vegetal e animal e emissão <strong>de</strong> documentos utilizados nas<br />

ações <strong>de</strong> fiscalização do DPA e do DPV. Também permitirá que sejam acrescidos


ao sistema programas para controle <strong>de</strong><br />

registros da Coor<strong>de</strong>nadoria <strong>de</strong> Inspeção<br />

Industrial <strong>de</strong> Produtos <strong>de</strong> Ori-<br />

gem Animal (Cispoa) e emissão<br />

<strong>de</strong> guias do DPA, entre outros.<br />

O fundo, uma parceria<br />

público-privada, <strong>de</strong>ve garantir<br />

ações preventivas e <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nizações<br />

em caso <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong><br />

eventos sanitários que venham<br />

a comprometer a produção das<br />

ca<strong>de</strong>ias envolvidas, que são carnes<br />

(bovina, bubalina, caprina,<br />

ovina, suína e aves) e <strong>de</strong> leite<br />

e ovos. Assim, atua em gestão<br />

compartilhada, conforme recomendado<br />

pela Organização Mundial <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> Animal (OIE) e Programa Nacional<br />

<strong>de</strong> Sanida<strong>de</strong> Animal. De janeiro a<br />

<strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2007, as receitas alcançaram<br />

o valor <strong>de</strong> R$ 4.427.933,64, volume<br />

30,6 % superior a 2006. O saldo do<br />

fundo é <strong>de</strong> R$ 7.194.563,39.<br />

A governadora Yeda Crusius reconhece<br />

a importância do Fun<strong>de</strong>sa como<br />

um alento para o criador, tanto para<br />

aquele que precisa investir no seu sistema<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa animal como para aquele<br />

que necessita ser in<strong>de</strong>nizado quando tem<br />

seu rebanho atacado por alguma peste.<br />

“Para o governo, que integra o Conselho<br />

Consultivo, responsável por aprovar<br />

mensalmente o <strong>de</strong>stino <strong>de</strong>sses recursos,<br />

é um orgulho fazer parte <strong>de</strong> um trabalho<br />

que contribui com o crescimento e sustentação<br />

das ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> carne no Estado.”<br />

Igualmente são aplicados recursos<br />

na aquisição <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> apoio<br />

aos organismos estaduais como os kits<br />

para o DPA/SEAPA (Serviço <strong>de</strong> Defesa<br />

Animal) da Secretaria Estadual da Agricultura)<br />

material necessário para a verificação<br />

da autenticida<strong>de</strong> dos formulários<br />

das GTAs (Guias <strong>de</strong> Trânsito Animal);<br />

também, na aquisição <strong>de</strong> reagentes para<br />

“Para o governo, que integra<br />

o Conselho Consultivo,<br />

responsável por aprovar<br />

mensalmente o <strong>de</strong>stino <strong>de</strong>sses<br />

recursos, é um orgulho fazer<br />

parte <strong>de</strong> um trabalho que<br />

contribui com o crescimento<br />

e sustentação das ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong><br />

carne no Estado.”<br />

PSC, material utilizado pelo IPVDF (Instituto<br />

<strong>de</strong> Pesquisas Veterinárias Desidério<br />

Finamor), para a certificação <strong>de</strong> Granjas<br />

<strong>de</strong> Reprodutores Suínos, estabelecendo<br />

valor diferenciado no processamento<br />

das amostras. Foram entregues ainda a<br />

título <strong>de</strong> empréstimo, <strong>de</strong> R$ 150 mil à<br />

Fepagro (Fundação Estadual <strong>de</strong> Pesqui-<br />

2006<br />

contribuições<br />

2006 2006<br />

2006<br />

financeiras<br />

sa Agropecuária), para a construção da<br />

Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Biossegurança (NB3A) no<br />

IPVDF – Instituto <strong>de</strong> Pesquisas<br />

Veterinária Desidério Finamor.<br />

Kerber <strong>de</strong>staca ainda<br />

os investimentos na capacitação<br />

técnica do setor avícola<br />

(para o PNSA), treinamento<br />

<strong>de</strong> técnicos oficiais (Grupo<br />

<strong>de</strong> Emergência, para o programa<br />

<strong>de</strong> sanida<strong>de</strong> suí<strong>de</strong>a),<br />

bem como ao Programa <strong>de</strong><br />

Treinamento Técnicos Oficiais,<br />

<strong>de</strong> ação continuada.<br />

“Será graças à parceria com<br />

o Fun<strong>de</strong>sa que a Secretaria da<br />

Agricultura, Pecuária e Agronegócio<br />

estará totalmente informatizada até<br />

abril <strong>de</strong>ste ano, o que possibilitará um<br />

serviço ainda melhor para o produtor<br />

do campo e por conseqüência para todos<br />

os gaúchos, porque é fato: quando<br />

o campo vai bem, o Rio Gran<strong>de</strong> vai<br />

bem”, <strong>de</strong>staca a governadora.<br />

contribuições financeiras contribuições financeiras<br />

3.226.720,75 162.564,74<br />

variação 2006/2007<br />

3.389.285,49<br />

variação 2006/2007<br />

Fun<strong>de</strong>sa - evolução da arrecadação - %<br />

2007<br />

contribuições<br />

3.958.409,42 469.524,22<br />

22,67% 188,82%<br />

4.427.933,64<br />

30,60%<br />

2007<br />

financeiras<br />

4.000.000,00<br />

3.500.000,00<br />

3.000.000,00<br />

2.500.000,00<br />

2.000.000,00<br />

1.500.000,00<br />

1.000.000,00<br />

500.000,00<br />

Sanida<strong>de</strong> Avícola<br />

13


Sanida<strong>de</strong> Avícola<br />

14<br />

CONTROLE TOTAL<br />

ESTADO TRABALHA PARA APRIMORAR O CONJUNTO<br />

DE DEFESA SANITÁRIA<br />

O serviço <strong>de</strong> Defesa Sanitária no<br />

Rio Gran<strong>de</strong> do Sul está bastante empenha-<br />

do em aten<strong>de</strong>r as <strong>de</strong>terminações da IN 17<br />

(<strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2006), que trata do Programa<br />

Nacional <strong>de</strong> Sanida<strong>de</strong> Avícola (PNSA), prin-<br />

cipalmente para o Plano Nacional <strong>de</strong> Pre-<br />

venção da Influenza Aviária e <strong>de</strong> Controle<br />

e Prevenção da Doença <strong>de</strong> Newcastle, ga-<br />

rantem as autorida<strong>de</strong>s sanitárias do Estado.<br />

Alem da a<strong>de</strong>quação na parte <strong>de</strong> estrutura<br />

física, os organismos, tanto estadual como<br />

fe<strong>de</strong>ral têm atuado na capacitação <strong>de</strong> téc-<br />

nicos oficiais e da iniciativa privada. “Toda a<br />

ca<strong>de</strong>ia avícola busca aten<strong>de</strong>r aos protocolos<br />

estabelecidos na instrução para garantir a se-<br />

gurança e qualida<strong>de</strong> dos produtos”, afirma o<br />

chefe do Serviço <strong>de</strong> Sanida<strong>de</strong> Agropecuária<br />

da Superintendência do MAPA (Ministério da<br />

Agricultura, Pecuária e Abastecimento) do<br />

RS, Bernardo To<strong>de</strong>schini.<br />

O objetivo do PNSA é regionalizar<br />

o risco <strong>de</strong> contaminação do plantel <strong>de</strong> aves<br />

dos estados, <strong>de</strong> forma a <strong>de</strong>tectar rapidamente<br />

um eventual foco <strong>de</strong> doença e restringi-lo<br />

ao menor espaço possível para sua<br />

imediata erradicação. Na normativa que<br />

também trata da regionalização, o diagnostico<br />

e o acompanhamento é representativo<br />

no método utilizado pela auditoria oficial.<br />

Alcançar o i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> 100% <strong>de</strong> eficiência nos<br />

protocolos é quase impossível, mas precisa<br />

ser perseguido sempre. O controle das<br />

enfermida<strong>de</strong>s também é permanente <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> todo o território.<br />

“A IN 17 estabelece o critério <strong>de</strong><br />

diferença <strong>de</strong> status por meio a auditoria,<br />

uma das ferramentas disponíveis”, aponta<br />

To<strong>de</strong>schini. Ele <strong>de</strong>staca que no mundo<br />

todo, um trabalho <strong>de</strong> auditoria, por mais<br />

que se tente, não consegue ser apenas objetivo,<br />

não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido por números<br />

puros e simples, pois qualquer etapa, neste<br />

setor, e composta por milhares <strong>de</strong> aves, envolve<br />

volumes consi<strong>de</strong>ráveis. “Este <strong>de</strong>safio<br />

é tão gran<strong>de</strong> que até na OIE (Organização<br />

Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Animal) eles não trabalham<br />

com planilhas objetivas, o sistema da<br />

IN 17 está em conformida<strong>de</strong> com o sistema<br />

do organismo.” A auditoria se baseia em<br />

quatro gran<strong>de</strong>s blocos <strong>de</strong> avaliação: <strong>de</strong>scrição,<br />

inspeção veterinária, resposta imediata<br />

e execução das normas PNSA. Alem<br />

disso, todos os itens tem subitens incluem<br />

capacitação das pessoas e disponibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> recursos.<br />

Na primeira avaliação do MAPA,<br />

realizada no final do ano passado, o Estado<br />

recebeu um conceito C e ficou a um ponto<br />

<strong>de</strong> Santa Catarina que recebeu B. “Tivemos<br />

várias evoluções <strong>de</strong>pois da avaliação <strong>de</strong><br />

junho <strong>de</strong> 2007”, revela To<strong>de</strong>schini. “Muita<br />

coisa nova já aconteceu, como por exemplo,<br />

influenciou a inspeção adotada na<br />

GTA (Guia <strong>de</strong> Transito Animal) eletrônico e<br />

no treinamento <strong>de</strong> emergência para o serviço<br />

oficial”, enumera o técnico.


Na atualida<strong>de</strong>, o Estado tem tra-<br />

balhado para sanar os quesitos on<strong>de</strong> foi mal<br />

pontuado. “Estamos em busca do conceito<br />

A, tentando sempre melhorar, em beneficio<br />

<strong>de</strong> uma melhor pontuação.” To<strong>de</strong>schini<br />

lembra ainda que hoje também existe uma<br />

legislação estadual sobre sanida<strong>de</strong> avícola<br />

e que prevê penalida<strong>de</strong>s para quem a <strong>de</strong>s-<br />

cumprir. “Isso è extremante importante.” O<br />

serviço fe<strong>de</strong>ral e o estadual trabalham em<br />

complementação, <strong>de</strong>fini<strong>de</strong>m estratégias e<br />

comparam ações em diferentes momentos.<br />

As IVZs (Inspetorias Veterinárias<br />

e Zootécnicas) do DPA (Departamento <strong>de</strong><br />

Produção Animal) <strong>de</strong> âmbito estadual são<br />

o ponto inicial do atendimento veterinário.<br />

“São os olhos responsáveis pela sanida<strong>de</strong><br />

das aves, o que um organismo central não<br />

conseguiria acompanhar, como o trânsito<br />

irregular <strong>de</strong> aves”, cita ele. A função da superintendência<br />

estadual é resolver em nível<br />

local a atribuição do MAPA fe<strong>de</strong>ral, que<br />

por sua vez, recebe as informações coletadas<br />

nas IVZs, para serem comparadas com<br />

os dados já disponíveis no ministério. “Aqui<br />

<strong>de</strong>senvolvemos ações para que o serviço<br />

seja o mais homogêneo possível em todo<br />

o país. É importante que todos sigam as regras,<br />

apesar da realida<strong>de</strong> e das diferenças<br />

socioeconômica dos estados.”<br />

Está em execução, no momento,<br />

uma rodada <strong>de</strong> e programa <strong>de</strong> capacitação,<br />

pois todos os programas sanitários<br />

estão funcionando. “É preciso <strong>de</strong>ixar clara<br />

a legislação, esclarecê-la para as inspetorias”,<br />

diz To<strong>de</strong>schini. O trabalho tem sido<br />

financiado através <strong>de</strong> recursos do Fun<strong>de</strong>sa<br />

(Fundo Estadual <strong>de</strong> Defesa Sanitária) e do<br />

MAPA, para atingir todos os veterinários<br />

gaúchos até setembro. Já foram atualizados<br />

160, <strong>de</strong> um total <strong>de</strong> 350, somando os<br />

estaduais e fe<strong>de</strong>rais.<br />

O chefe do DPA, Cláudio Dagoberto<br />

Lucas Bueno, afirma que há <strong>de</strong>ficiência,<br />

ainda no quesito veículos. O governo<br />

estadual entregou em fevereiro 40 unida<strong>de</strong>s<br />

(29 novas e 11 usadas) para todas as áreas<br />

<strong>de</strong> vigilância e anunciou a aquisição, futu-<br />

ramente mais 80, mas não há previsão <strong>de</strong><br />

chegada. Também <strong>de</strong>finiu como priorida<strong>de</strong><br />

a reposição <strong>de</strong> 20 veterinários (repor 20 que<br />

se exoneraram e ampliar em mais 20).<br />

Dagoberto não vê, em nenhum<br />

momento, a imagem do país atingida em<br />

relação à União Européia – tanto na questão<br />

do conceito estadual avícola, como no<br />

episódio da rastreabilida<strong>de</strong> bovina – “Está<br />

em discussão os procedimentos, nunca se<br />

colocou a parte sanitária brasileira em xeque”,<br />

aponta.<br />

Quanto à situação da <strong>de</strong>fesa sanitária<br />

gaúcha, o chefe do DPA vê gran<strong>de</strong>s<br />

avanços. “Hoje parece estar bem organizado,<br />

frota, mais pessoal, informatização<br />

nas inspetorias. Tivemos um gran<strong>de</strong> salto<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.” Ele lembra ainda que a governadora<br />

tem como projeto <strong>de</strong> governo a<br />

estruturação e a mo<strong>de</strong>rnização da <strong>de</strong>fesa<br />

sanitária estadual em quatro anos. “Estamos<br />

procurando <strong>de</strong>senvolver um trabalho<br />

histórico das ca<strong>de</strong>ias. Este é o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio.”<br />

Sanida<strong>de</strong> Avícola


Especial<br />

16<br />

PANOR<br />

APESAR DOS ENTREVES<br />

As movimentações no complexo indus-<br />

trial avícola mostram a aposta das empresas do setor no<br />

crescimento, um sinal muito positivo. “Acho muito bom que<br />

organizações gran<strong>de</strong>s e bem estabelecidas aumentem suas<br />

posições no mercado. Sinaliza o potencial que existe ainda<br />

para explorar.” A opinião é do professor <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />

aves do Departamento <strong>de</strong> Zootecnia da Ufrgs, Sergio Viei-<br />

ra. Isso também é observado pela expansão do segmento<br />

que ocorre no Centro-Oeste (em Goiás e Mato Grosso),<br />

com a instalação <strong>de</strong> novas plantas.<br />

O problema central, no momento, é aumentar a<br />

produtivida<strong>de</strong>, manter custos e obter fornecimento <strong>de</strong><br />

insumos, como o milho, que teve aumento consi<strong>de</strong>-<br />

rável, <strong>de</strong>vido ao seu <strong>de</strong>svio à projeto <strong>de</strong> biodiesel. A<br />

produção aqui sempre foi insuficiente para aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>-<br />

manda, agora agravando a situação. “Se tivesse resolvida<br />

a liberação da importação <strong>de</strong> milho da Argentina, estaria<br />

tudo bem. Nosso crescimento passa por <strong>de</strong>satar este nó.<br />

Esta é outra visão que precisa mudar”, diz o professor. O<br />

fato do cereal do país vizinho ser geneticamente modificado<br />

não é empecilho, <strong>de</strong> acordo com ele.<br />

“No Brasil, 60% safra <strong>de</strong> soja já é transgênica,<br />

porque não vale para o milho?”, questiona. Para Vieira, o<br />

governo per<strong>de</strong> tempo com o Conselho <strong>de</strong> Biossegurança<br />

mal estruturado para tomar as <strong>de</strong>cisões, está cometendo<br />

um erro estratégico. “É difícil obter consenso no conselho.<br />

Há diversos pontos <strong>de</strong> vista diferentes. A questão toda é do<br />

governo se dar conta, em nível fe<strong>de</strong>ral, que é ele quem tem<br />

condições <strong>de</strong> resolver se libera ou não o milho transgênico.”<br />

O professor aponta que melhorar o ambiente <strong>de</strong>


AMA AVíCOLA<br />

, POTENCIAL DO SETOR SE APRESENTA POSITIVO<br />

produção no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, em área<br />

como a <strong>de</strong> tributação. Seria preciso ain-<br />

da, na opinião <strong>de</strong>le, que a representação<br />

parlamentar gaúcha fosse ‘brigar’ mais<br />

pelos interesses dos produtores, como<br />

acontece nos estados do Paraná e Santa<br />

Catarina, exercendo sua influência nas<br />

<strong>de</strong>cisões da esfera nacional.<br />

Mas o RS conta com algumas<br />

vantagens diferenciadas na produção<br />

avícola, como a experiência e habilida<strong>de</strong><br />

da região colonial (noroeste do Estado)<br />

na ativida<strong>de</strong>, o que faz o panorama se<br />

manter favorável. “A mão-<strong>de</strong>-obra tem<br />

uma especialização em alto nível, o que<br />

nos dá muita competitivida<strong>de</strong>.” Esse é um<br />

dos gran<strong>de</strong>s atrativos do empreendimento<br />

gaúcho.<br />

Se, na atualida<strong>de</strong>, os olhos se<br />

voltam para as possibilida<strong>de</strong>s do Centro-Oeste,<br />

lembra Vieira, o gran<strong>de</strong> trunfo<br />

daquela região é o dinheiro abundante,<br />

com financiamento mais barato, taxas<br />

menores e previsão <strong>de</strong> pagamento a per<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> vista. “Já, por aqui, o dinheiro é<br />

bem difícil. Está faltando uma representação<br />

do nosso setor que fizesse pressão<br />

maior para conseguir parte <strong>de</strong>sse credito<br />

para a região.”<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista da logística,<br />

Vieira também vê o RS mais competitivo<br />

com a saída pelo porto <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>.<br />

“O CO não tem nada <strong>de</strong> vantajoso nessa<br />

parte, pois ao escoar sua produção por<br />

rotas tradicionais como Paranaguá ou<br />

Santos, o caminho é mais longo. A solução<br />

será buscar rotas alternativas para<br />

vencer este problema.”<br />

Os custos da produção gaúcha<br />

são pontos a serem atacados para melhorar<br />

a competitivida<strong>de</strong> da agroindústria<br />

avícola. “A tributação estadual é um problema.<br />

Por isso não há muito frango gaúcho<br />

nos supermercados: fica mais caro<br />

ven<strong>de</strong>r o frango da Serra em Porto Alegre<br />

do que aquele vindo <strong>de</strong> São Paulo ou Paraná.<br />

Foi por isso que a indústria gaúcha<br />

acabou buscando a exportação”, analisa.<br />

E se dá bem competitivamente no<br />

mercado externo até hoje, a exemplo do<br />

Japão.<br />

Apesar <strong>de</strong> tudo, Vieira reconhece<br />

o esforço do Ministério da Agricultura<br />

em <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o agronegócio brasileiro,<br />

embora ache que po<strong>de</strong>ria ser feito mais.<br />

“Há um ruído na comunicação do Brasil<br />

com o mundo no segmento agropecuário.<br />

Isso tem algum <strong>de</strong>sdobramento<br />

negativo na atualida<strong>de</strong>, mas em outras<br />

épocas, a situação era pior. O Mapa tem<br />

respondido às ofensivas.”<br />

Especial<br />

17


Especial<br />

18<br />

BONITO MAS DELICADO<br />

MERCADO DE CARNES TENDE A ALTA,<br />

MAS INSUMOS PODEM MINAR CRESCIMENTO<br />

A tendência para a carne <strong>de</strong><br />

frango no mercado interno e externo para<br />

<strong>2008</strong> tem expectativa <strong>de</strong> uma produção<br />

novamente recor<strong>de</strong> em <strong>2008</strong>, com ex-<br />

pansão <strong>de</strong> 5% pelo menos. O merca-<br />

do ten<strong>de</strong> a ser favorável em função do<br />

ainda bom ritmo da economia mundial e<br />

brasileira além dos preços altos da carne<br />

bovina e suína. A única preocupação é<br />

o excesso <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> curto prazo,<br />

segundo avaliação técnica da Agencia<br />

Safras & Mercado, Paulo Molinari.<br />

Segundo ele, os surtos <strong>de</strong> gripe<br />

aviária (que tem sido anunciados na<br />

Ásia), dificilmente exercerão influencia na<br />

<strong>de</strong>manda <strong>de</strong> carne <strong>de</strong> frango. “Trata-se<br />

já <strong>de</strong> noticias cotidianas e não alteram<br />

mais o padrão <strong>de</strong> comercio mundial no<br />

curto prazo ou em uma situação <strong>de</strong> surgimento<br />

<strong>de</strong> fatos novos.”<br />

O que tem sido um fato relevante<br />

e que a carne <strong>de</strong> frango vem ganhando<br />

espaço no consumo mundial e brasileiro<br />

em <strong>de</strong>trimento<br />

da carne bovina.<br />

O atendimento das gran<strong>de</strong>s<br />

massas populacionais e <strong>de</strong> renda media<br />

a baixa ten<strong>de</strong> a continuar a sendo abastecido<br />

pela carne <strong>de</strong> frango, enquanto a<br />

bovina passara a circular mais entre as<br />

classes <strong>de</strong> media e <strong>de</strong> alta renda. Molinari<br />

diz que na dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> oferta mundial<br />

<strong>de</strong> carne bovina <strong>de</strong>ste ano, inclusive<br />

no Brasil, o frango <strong>de</strong>ve ganhar mais um<br />

espaço no consumo do setor carnes. No<br />

ranking internacional, o Brasil está entre<br />

os maiores exportadores, ocupando 40%<br />

do mercado global, num total <strong>de</strong> quase<br />

3,3 milhões <strong>de</strong> toneladas exportadas em<br />

2007. O mercado interno respon<strong>de</strong> por<br />

aproximadamente 580 mil toneladas por<br />

mês, uma <strong>de</strong>manda correspon<strong>de</strong>nte a<br />

70% da produção nacional.<br />

A avicultura brasileira especializou-se<br />

em nichos <strong>de</strong> mercado. Assim,<br />

conquistou importadores exigentes, como<br />

os países do Oriente Médio, que <strong>de</strong>têm<br />

cerca <strong>de</strong> 30% das exportações, e o Japão,<br />

on<strong>de</strong> 90% do mercado<br />

é abastecido pelo<br />

frango brasileiro. Tem<br />

chance <strong>de</strong> prospectar<br />

mercados como Chile,<br />

Indonésia e Malásia,<br />

se melhorar suas<br />

garantias sanitárias.<br />

Já o mercado <strong>de</strong> carne suína<br />

brasileiro esta bastante ajustado à <strong>de</strong>manda.<br />

Por este motivo ocorre uma curva<br />

<strong>de</strong> preços firmes neste inicio <strong>de</strong> <strong>2008</strong>,<br />

aponta o técnico. O mercado interno<br />

aguarda uma melhoria das compras da<br />

Rússia e da China nos próximos meses<br />

para oferecer um maior lastro nas exportações<br />

brasileiras. No mercado mundial,<br />

a <strong>de</strong>manda continua sólida. “O gran<strong>de</strong><br />

problema é a elevação dos custos <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong>rivados das altas do milho e<br />

soja. Alguns paises apontam para retração<br />

da produção.”<br />

E, apesar do leve apoio da Rússia<br />

na crise do embargo <strong>de</strong> carne bovina<br />

com a União Européia, o pais continua<br />

mantendo o embargo ao principal estado<br />

exportador brasileiro <strong>de</strong> carne suína,<br />

Santa Catarina, <strong>de</strong>staca Molinari. Assim,<br />

continua a tentativa <strong>de</strong> limitar a pressão<br />

<strong>de</strong> venda brasileira em seu mercado.<br />

A África é um novo mercado brasileiro<br />

em potencial, mas, ainda concentrado<br />

em volumes não muito elevados e<br />

valores abaixo da média dos <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>stinos<br />

das exportações brasileiras. “Certamente<br />

é um mercado crescente, mas<br />

ainda com dificulda<strong>de</strong> em absorção <strong>de</strong><br />

preços mais elevados”, acrescenta Molinari.


Para <strong>2008</strong>, o setor espera crescimento<br />

menor nas exportações, <strong>de</strong> apenas<br />

8%, em conseqüência do impacto da alta<br />

dos alimentos e das rações. O técnico da<br />

Safras reforça que na ausência do petróleo,<br />

qualquer cereal <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que viável<br />

para a bioenergia, tem sua cotação elevada.<br />

“Os biocombustiveis são aqueles<br />

viáveis no curto prazo. Neste momento,<br />

os únicos viáveis economicamente são o<br />

álcool <strong>de</strong> cana e milho e o biodiesel nos<br />

países on<strong>de</strong> este combustível tem preços<br />

altos, como na Europa.” Assim, o álcool<br />

<strong>de</strong> milho e o <strong>de</strong> cana vão continuar em<br />

expansão e em forte ritmo <strong>de</strong> crescimento<br />

<strong>de</strong> consumo, com efeitos diretos para o<br />

mercado <strong>de</strong> milho. “Enquanto o petróleo<br />

se mantiver com preços tão elevados,<br />

não há outro caminho se não elevar a<br />

<strong>de</strong>manda por álcool”, sentencia Molinari.<br />

O incentivo pela busca <strong>de</strong> combustíveis<br />

alternativos ao petróleo vem<br />

sendo alimentado pela crise energética<br />

mundial, que aponta para a alternativa<br />

<strong>de</strong> usar grãos (milho e soja) na produção<br />

<strong>de</strong> biocombustíveis. Esta tendência<br />

toma forca e tem evoluído rapidamente,<br />

preocupando setores que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m das<br />

duas commodities, como é o caso da avicultura.<br />

Apesar do recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> safra, os<br />

estoques <strong>de</strong> milho brasileiro fecharam<br />

2007 em um nível bem baixo (2 milhões<br />

<strong>de</strong> toneladas), preocupando o mercado.<br />

A produção <strong>de</strong> 51,4 milhões <strong>de</strong> toneladas<br />

colhidas garantiu uma exportação <strong>de</strong><br />

10,8 milhões toneladas. O milho brasileiro<br />

Conquistou novos mercados e<br />

o país se tornou o terceiro maior exportador,<br />

abastecendo principalmente a Europa.<br />

Ao mesmo tempo, a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong><br />

milho para a avicultura vem crescendo<br />

na média <strong>de</strong> 10% ao ano, mostrando um<br />

mercado aquecido.<br />

MERCADO TENDêNCIA CARNES<br />

No setor <strong>de</strong> supermercadista<br />

gaúcho, a participação da carne <strong>de</strong> frango<br />

e produtos industrializados é estável,<br />

sem expectativas <strong>de</strong> incremento <strong>de</strong>vido<br />

à baixa da carne bovina, o que divi<strong>de</strong> a<br />

atração dos consumidores. Na atualida<strong>de</strong>,<br />

os produtos avícolas correspon<strong>de</strong>m<br />

a 35% do açougue nas lojas, <strong>de</strong> acordo<br />

com levantamento feito no verão último,<br />

afirma o presi<strong>de</strong>nte da Agas (Associação<br />

Gaúcha <strong>de</strong> Supermercados), Antonio<br />

Cesa Longo. A preferência é pela coxa e<br />

sobrecoxa, produtos em promoção constante<br />

e, por isso, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> participação<br />

nas vendas do supermercado.<br />

Em geral, os estabelecimentos<br />

trabalham com dois a três fornecedores,<br />

sendo assim um produto com rastreabilida<strong>de</strong><br />

e confiança <strong>de</strong> consumo, obser-<br />

va Longo. “O importante, atualmente, é<br />

a harmonia entre qualida<strong>de</strong> e preço ao<br />

consumidor, já que hoje o publico esta<br />

atento ao que consome.” Hoje o açougue<br />

tem muita varieda<strong>de</strong> e o consumidor<br />

não enfrenta problemas <strong>de</strong> falta <strong>de</strong><br />

algum produto, ele logo encontra uma<br />

substituição e migra, revela o presi<strong>de</strong>nte<br />

da Agas.<br />

A praticida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pratos prontos<br />

também chama o consumidor. Por isso, o<br />

crescimento na rostisserie tem sido importante<br />

porque alia praticida<strong>de</strong> com custo<br />

baixo, rendimento e paladar. E o frango<br />

tem ali, também, gran<strong>de</strong> participação.<br />

IMAgEM INTACTA NO SEgMENTO<br />

DE CARNES<br />

O ministro da Agricultura, Pecuária<br />

e Abastecimento, Reinolds Stephanes,<br />

<strong>de</strong>scarta que possa haver alguma influência<br />

negativa do episódio do embargo<br />

<strong>de</strong> carne bovina à União Européia, ocorrido<br />

no final <strong>de</strong> janeiro, a outros segmentos<br />

<strong>de</strong> carne. “Não teve até aqui e não<br />

terá, já que o Brasil conduziu o processo<br />

e manteve as exportações para a União<br />

Européia em aberto”, frizou ele.<br />

Disse ainda que, na atualida<strong>de</strong>,<br />

não há nenhum embargo da União<br />

Européia em relação ao Brasil.<br />

“O que há é a discussão<br />

<strong>de</strong> que temos poucas<br />

proprieda<strong>de</strong>s<br />

habilitadas para<br />

exportação, mas<br />

possivelmente nos<br />

próximos meses teremos<br />

um número razoável<br />

<strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s habilitadas.<br />

Especial


Especial<br />

20<br />

Portanto, se não terá nenhuma influência<br />

sobre a carne bovina muito menos sobre<br />

a carne suína e <strong>de</strong> frangos.”<br />

O crescimento da avicultura é<br />

citado pelo ministro como algo muito importante.<br />

“É um setor que está crescendo muito e<br />

tem a tendência <strong>de</strong> continuar crescendo<br />

a taxas bastante elevadas.” Para a suinocultura,<br />

o titular da Agricultura acredita<br />

na possível abertura <strong>de</strong> novos mercados<br />

que estão sendo negociados como o Japão<br />

e a China. “Então, esses são dois<br />

segmentos brasileiros que terão um <strong>de</strong>senvolvimento<br />

muito bom no exterior.”<br />

Quanto aos bovinos, Stephanes<br />

afirma que as exigências da União Européia<br />

e dos Estados Unidos para a importação<br />

<strong>de</strong> carne brasileira são excessivas.<br />

“Não há nenhuma dúvida <strong>de</strong> que as exigências<br />

vão além das necessida<strong>de</strong>s. Tanto<br />

Europa quanto os Estados Unidos não<br />

têm sido nada liberais <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse comércio<br />

agrícola. Nós temos que reformular<br />

nosso relacionamento, as instruções<br />

e compromissos que nós mesmos assu-<br />

mimos”, disse. Para o ministro, “não há<br />

dúvidas <strong>de</strong> que, por trás <strong>de</strong> tudo isso, há<br />

uma discussão comercial”. Ele pon<strong>de</strong>rou<br />

que não se po<strong>de</strong> fechar todas as portas,<br />

porque isso po<strong>de</strong>ria ter uma compreensão<br />

mundial <strong>de</strong>svantajosa para o Brasil.<br />

A polêmica sobre a exportação <strong>de</strong> carne<br />

brasileira para a União Européia “é<br />

especificamente <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m comercial”,<br />

garante ele, e que não há nenhuma restrição<br />

<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m sanitária. Segundo o ministério,<br />

os pecuaristas europeus não têm<br />

condições <strong>de</strong> concorrer com o produto<br />

brasileiro, que tem custo mais baixo, e<br />

por isso pressionam seus governos a cortar<br />

importações sob o argumento <strong>de</strong> que<br />

o sistema <strong>de</strong> rastreabilida<strong>de</strong> do país não<br />

seria confiável.<br />

O ministro reafirmou que o erro<br />

vem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, quando, em 1995,<br />

o governo firmou acordo com a UE e<br />

aceitou exigências que não estava em<br />

condição <strong>de</strong> cumprir. Ele lembrou que<br />

na época, o ministério listou 2.700 proprieda<strong>de</strong>s<br />

em condições <strong>de</strong> cumprir 25<br />

exigências para a rastreabilida<strong>de</strong>, mas<br />

hoje constata que apenas 600 <strong>de</strong>ssas fazendas<br />

estão regulares. Stephanes ressaltou<br />

que o Brasil exporta carne para 150<br />

países e, há 60 anos, para a Europa em<br />

especial <strong>de</strong>pois do aparecimento do Mal<br />

da Vaca Louca, em 2003.


Tributos<br />

22<br />

APERFEIÇOAR<br />

A PROPOSTA<br />

REFORMA TRIBUTARIA DEVE PROMOVER<br />

O CRESCIMENTO DO PAIS<br />

Com o envio da proposta <strong>de</strong> Reforma Tributária pelo governo<br />

fe<strong>de</strong>ral em fevereiro ultimo ao Congresso Nacional, o assunto passou<br />

a integrar a pauta <strong>de</strong> discussões dos setores econômicos da socieda<strong>de</strong>.<br />

Para o presi<strong>de</strong>nte da Fiergs (Fe<strong>de</strong>ração das Indústrias do RS), Paulo<br />

Tigre, a redação da proposta não é a solução para todos os malefí-<br />

cios do sistema fiscal vigente. “Mas, convém admitir, é um ponto <strong>de</strong><br />

partida, e sem o primeiro passo, não há como percorrer o caminho<br />

traçado.”<br />

Há muitos anos na pauta empresarial, o tema agora toma<br />

corpo. “O Brasil é dos poucos países que ainda não pratica a tributação<br />

no <strong>de</strong>stino do consumo e da circulação <strong>de</strong> mercadorias e serviços.<br />

Assim, o Imposto sobre Valor Agregado, o IVA, terá a função <strong>de</strong> resgatar<br />

esse atraso fiscal em que ficamos na comparação com as outras<br />

nações”, lembra ele.<br />

Na visão do presi<strong>de</strong>nte da CNI (Confe<strong>de</strong>ração Nacional da<br />

Indústria), Armando Monteiro Neto Para a entida<strong>de</strong>, a proposta contém<br />

avanços importantes, mas não contempla a <strong>de</strong>soneração do crédito.<br />

Os tributos que inci<strong>de</strong>m sobre a intermediação financeira encarecem<br />

os empréstimos e representam um obstáculo à expansão da produção.<br />

“Um sistema tributário mo<strong>de</strong>rno <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>sonerar o crédito e a intermediação<br />

financeira”, afirmou Monteiro Neto.<br />

Entre os principais pontos positivos da reforma, estão a simplificação<br />

do sistema, a adoção <strong>de</strong> mecanismos para acabar com a guerra<br />

fiscal, a <strong>de</strong>soneração dos investimentos, das exportações e da folha<br />

<strong>de</strong> pagamentos. Ele cita como exemplo a incorporação do Programa<br />

<strong>de</strong> Integração Social (PIS), da Contribuição para o Financiamento da<br />

Segurida<strong>de</strong> Social (Cofins) e da Contribuição <strong>de</strong> Intervenção no Domínio<br />

Econômico (Ci<strong>de</strong>) em um único imposto fe<strong>de</strong>ral.<br />

A proposta, para o setor industrial como um todo, precisaria<br />

aperfeiçoada em outros pontos, como a fusão do Imposto sobre<br />

Serviços (ISS) ao Imposto sobre Circulação <strong>de</strong> Mercadorias e Serviços


(ICMS), o que ampliaria a simplificação<br />

do sistema, e a redução do prazo <strong>de</strong> oito<br />

anos previsto na transição para o novo<br />

ICMS. “Esse prazo <strong>de</strong> transição <strong>de</strong>veria<br />

ser mais curto, pois vai adiar ainda mais<br />

a <strong>de</strong>soneração total dos investimentos”,<br />

disse Monteiro Neto. A proposição também<br />

busca a harmonização do sistema<br />

tributário brasileiro com o dos <strong>de</strong>mais<br />

países.<br />

Para Tigre, a proposta, logicamente,<br />

até agora anunciada merece<br />

vários aperfeiçoamentos. “A Fiergs per-<br />

“O Brasil é dos<br />

poucos países que<br />

ainda não pratica<br />

a tributação<br />

no <strong>de</strong>stino do<br />

consumo e da<br />

circulação <strong>de</strong><br />

mercadorias e<br />

serviços.”<br />

manecerá monitorando a tramitação da<br />

matéria e, articulada com a Confe<strong>de</strong>ração<br />

Nacional da Indústria, estará sempre<br />

oferecendo contribuições concretas.<br />

Pelo menos, nesse início da trajetória,<br />

teremos uma proposta para trabalhar e<br />

melhorar.”<br />

Monteiro Neto acredita que o<br />

momento é propício à reforma tributária<br />

e que a proposta do governo terá<br />

uma boa acolhida no Congresso. “O<br />

Brasil está crescendo e, com isso, fica<br />

mais fácil propor mudanças na área fiscal<br />

e tributária. Também há uma ampla<br />

convergência da socieda<strong>de</strong> sobre os<br />

conceitos da proposta, e a necessida<strong>de</strong><br />

do país promover a reforma tributária”,<br />

<strong>de</strong>stacou o presi<strong>de</strong>nte da CNI.<br />

“É isso que o mundo faz, tributa<br />

a produção, não os investimentos. Nós<br />

precisamos reduzir o custo do investimento”,<br />

disse Monteiro Neto. Ele <strong>de</strong>stacou<br />

ainda que uma medida importante<br />

para a simplificação do sistema é a fusão<br />

do Imposto sobre Serviços (ISS) com<br />

o Imposto sobre Mercadorias e Serviços<br />

(ICMS) e a incorporação do Imposto sobre<br />

Produtos Industrializados (IPI) ao IVA<br />

fe<strong>de</strong>ral.<br />

A Fe<strong>de</strong>rasul i<strong>de</strong>ntificou possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> aumento da carga tributária<br />

na proposta <strong>de</strong> reforma enviada pelo<br />

Governo ao Congresso. A divisão Jurídica<br />

aponta como um dos problemas o<br />

IVA-F. Na forma como foi proposto, passaria<br />

a ter a po<strong>de</strong>r incidir sobre “todas”<br />

as operações ou prestações realizadas<br />

pelas empresas e não apenas sobre a<br />

receita ou o faturamento como ocorre<br />

hoje com a COFINS e o PIS.<br />

Em ofício aos <strong>de</strong>putados fe<strong>de</strong>rais,<br />

entida<strong>de</strong> registra a preocupação<br />

diante <strong>de</strong>sta hipótese e lembra que<br />

uma <strong>de</strong> suas da Fe<strong>de</strong>rasul é a luta contra<br />

qualquer possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aumento<br />

<strong>de</strong> impostos. Outro ponto i<strong>de</strong>ntificado<br />

como “problemático” pela Fe<strong>de</strong>rasul é<br />

a retirada da Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />

direitos já garantidos aos contribuintes<br />

como a não-cumulativida<strong>de</strong> do ICMS.<br />

Tributos<br />

23


Universida<strong>de</strong>s<br />

24


CURSO ORIENTA SOBRE BOAS PRÁTICAS NAS<br />

GRANJAS DE OVOS<br />

Capacitar os profissionais das<br />

empresas <strong>de</strong> alimentos, na aplicação <strong>de</strong><br />

Boas Práticas <strong>de</strong> Fabricação (BPF) e ela-<br />

boração da Análise <strong>de</strong> Perigos e Pontos<br />

Críticos <strong>de</strong> Controle (APPCC), foi o pro-<br />

pósito do curso, promovido pela <strong>Asgav</strong>,<br />

em parceria com o Senai/RS. O evento<br />

reuniu veterinários, proprietários e fun-<br />

cionários das granjas <strong>de</strong> ovos, nos dias<br />

28 e 29 <strong>de</strong> fevereiro e 1º <strong>de</strong> março, na<br />

“Com a BPF<br />

e APPCC é<br />

possível garantir<br />

à segurança<br />

alimentar ao<br />

consumidor final,<br />

que receberá<br />

um produto <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> (...)”.<br />

se<strong>de</strong> da <strong>Asgav</strong>. Para Ernani Moresco,<br />

proprietário da Avimor Agroavícola Mo-<br />

resco Ltda, o empresariado do setor <strong>de</strong>ve<br />

cumprir com todas as normas <strong>de</strong> boas<br />

práticas. “Com a BPF e APPCC é possível<br />

garantir à segurança alimentar ao consu-<br />

midor final, que receberá um produto <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong>. Sabemos da importância do<br />

tema e já tivemos muitos funcionários da<br />

empresa participando do evento”.<br />

Márcia <strong>de</strong> Paula, técnica <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

da Escola <strong>de</strong> Educação<br />

Profissional Senai Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mauá<br />

aponta, que as empresas <strong>de</strong> avicultura <strong>de</strong><br />

postura comercial do Estado, tiveram a<br />

oportunida<strong>de</strong> com a realização do curso,<br />

<strong>de</strong> serem orientados quanto às boas práticas<br />

<strong>de</strong> fabricação nas granjas, seguindo<br />

os parâmetros tecnológicos apropriados<br />

e padrões legais vigentes, estabelecidos<br />

pelos ministérios da Saú<strong>de</strong> e da Agricultura,<br />

Pecuária e Abastecimento.<br />

Daniel Bampi, proprietário da<br />

Granja Bampi, ressalta da importância<br />

da implantação das Boas Práticas <strong>de</strong><br />

Fabricação para a qualida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

dos ovos. “Na implantação<br />

do BPF é possível ter um manejo mais<br />

apurado sobre o produto que chegará<br />

com padrões <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e segurança<br />

alimentar ao consumidor. Os nossos<br />

funcionários sempre estão presentes nos<br />

cursos promovidos <strong>Asgav</strong>”.<br />

Entre os temas abordados pelo<br />

curso, foram esclarecidos assuntos como<br />

os fatores que influenciam a produção <strong>de</strong><br />

ovos, a composição do produto, além <strong>de</strong><br />

conceitos, legislação, benefícios da Análise<br />

<strong>de</strong> Perigos e Pontos Críticos <strong>de</strong> Controle,<br />

medidas preventivas e corretivas,<br />

monitorização, verificação e registros,<br />

entre outros.<br />

Ovos<br />

25


Notícias<br />

26<br />

NOVAS SUGESTÕES SOBRE NORMAS DE PRODUÇÃO E INSPEÇÃO DE OVOS<br />

SERÃO ANALISADAS PELO MAPA<br />

O Grupo <strong>de</strong> Trabalho <strong>de</strong> Inspe-<br />

ção <strong>de</strong> Ovos e Derivados reuniu repre-<br />

sentantes do setor <strong>de</strong> avicultura do país<br />

na se<strong>de</strong> da UBA (União Brasileira <strong>de</strong><br />

Avicultura), em São Paulo. O grupo ela-<br />

borou nos meses <strong>de</strong> outubro a <strong>de</strong>zembro<br />

e fevereiro <strong>de</strong>ste ano, um estudo sobre<br />

a Portaria 01/1990 do MAPA (Minis-<br />

tério da Agricultura, Pecuária e<br />

Abastecimento), que estabelece<br />

normas <strong>de</strong> produção e inspe-<br />

ção <strong>de</strong> ovos. O diretor técnico<br />

da <strong>Asgav</strong>, Mauro Gregory, que<br />

representou o Estado, informou<br />

que durante as reuniões foram<br />

apresentadas sugestões ao MAPA,<br />

na reformulação da Portaria 01,<br />

como forma <strong>de</strong> viabilizá-la fren-<br />

te a atual Avicultura <strong>de</strong> Postura<br />

Comercial Brasileira.<br />

Algumas sugestões encaminhadas<br />

serão analisadas<br />

pelo MAPA, como a classificação<br />

<strong>de</strong> todo o produto originário <strong>de</strong><br />

granja <strong>de</strong> ovos comerciais será nominado<br />

<strong>de</strong> “Ovoproduto”; as granjas<br />

avícolas e entrepostos po<strong>de</strong>m dispor em<br />

suas <strong>de</strong>pendências instalações específicas<br />

para quebra <strong>de</strong> ovos para produção<br />

<strong>de</strong> ovo líquido; o uso do cloro como sanitizante<br />

<strong>de</strong>verá ser controlado na higienização<br />

da casca <strong>de</strong> ovos. No caso <strong>de</strong><br />

fábricas <strong>de</strong> ovos-produtos, os controles<br />

físico-químicos e microbiológicosserão<br />

exigidos. Os<br />

planos <strong>de</strong> higienização<br />

e con-<br />

troles nas granjas avícolas serão o BPF<br />

(Boas Práticas <strong>de</strong> Fabricação) e o PPHO<br />

(Procedimento Padrão <strong>de</strong> Higiene Operacional).<br />

Segundo Gregory estas e outras<br />

sugestões serão avaliadas pelos técnicos<br />

do MAPA. “As novas informações serão<br />

discutidas com os técnicos do Grupo <strong>de</strong><br />

Trabalho e enviadas as alterações para<br />

consulta públicas, antes <strong>de</strong> serem editadas”.<br />

Estão sendo analisadas ainda pela<br />

UBA e MAPA, as normas que serão implantadas<br />

<strong>de</strong> Bem Estar Avícola, como<br />

forma <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quar a produção <strong>de</strong> ovos<br />

<strong>de</strong> consumo a normas internacionais<br />

<strong>de</strong> produção, visando aten<strong>de</strong>r<br />

padrões <strong>de</strong> bem estar das aves.<br />

“Devemos chegar a um consenso,<br />

aon<strong>de</strong> ao melhorarmos as<br />

condições das aves, não causemos<br />

um custo <strong>de</strong> produção tão<br />

elevado que possa tirar da população<br />

<strong>de</strong> baixa renda o consumo<br />

<strong>de</strong>sta fonte <strong>de</strong> proteína <strong>de</strong> alto valor<br />

nutritivo a baixo custo”, <strong>de</strong>stacou Gregory.


AVESuI <strong>2008</strong><br />

A 6ª AveSui (Feira da<br />

Indústria Latino-Americana <strong>de</strong><br />

Aves e Suínos), único evento do<br />

continente a aten<strong>de</strong>r a todos os<br />

segmentos da avicultura (corte<br />

e postura) e da suinocultura,<br />

acontecerá entre 13 e 15 <strong>de</strong> maio,<br />

no Centro <strong>de</strong> Convenções <strong>de</strong><br />

Florianópolis, Santa Catarina. Para<br />

a edição <strong>2008</strong>, a expectativa é<br />

que haja um consi<strong>de</strong>rável aumento<br />

do número <strong>de</strong> expositores e um<br />

acréscimo <strong>de</strong> 20% na quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> visitantes, tanto nacionais, como<br />

internacionais, principalmente da<br />

Ásia e da Europa, interessados em<br />

conferirem as últimas novida<strong>de</strong>s,<br />

firmarem parcerias e fecharem<br />

negócios.<br />

TREINAMENTO<br />

SANITÁRIO<br />

Técnicos do serviço sanitá-<br />

rio oficial do RS receberao treina-<br />

mento para manter a sanida<strong>de</strong> do<br />

plantel avícola do Estado. O cur-<br />

so preparatório <strong>de</strong>ve comecar em<br />

abril, mas o tema passa por uma<br />

educação continuada, que po<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ve durar, pelo menos, quatro<br />

anos. A formatação está sendo<br />

elaborada pelo Comitê Estadual <strong>de</strong><br />

Sanida<strong>de</strong> Avícola. Também ficou<br />

programado treinamento em emer-<br />

gência na avicultura para meados<br />

<strong>de</strong> abril.<br />

BACALHOADA<br />

DE FRANGO<br />

INgREDIENTES<br />

• 500g <strong>de</strong> frango (po<strong>de</strong> ser peito ou<br />

sobrecoxa)<br />

• 2 batatas gran<strong>de</strong>s (cozidas em água)<br />

• 4 ovos cozidos<br />

• 2 tabletes <strong>de</strong> caldo <strong>de</strong> galinha<br />

• 1 pimentão ver<strong>de</strong><br />

• 1 tomate<br />

• 1 cebola<br />

• 6 <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> alho<br />

• 1 vidro <strong>de</strong> azeitonas<br />

PREPARO<br />

Corte o frango em lascas. Coloque-as<br />

em uma panela com água, um pouco<br />

<strong>de</strong> sal e os 2 tabletes <strong>de</strong> caldo <strong>de</strong> gali-<br />

nha. Deixe cozinhar até o frango ficar<br />

branco.<br />

Para montar a bacalhoada. Arrume ro-<br />

<strong>de</strong>las <strong>de</strong> batatas cozidas no fundo <strong>de</strong><br />

um refratário gran<strong>de</strong>. Tempere-as com<br />

sal, pimenta e azeite <strong>de</strong> oliva. Por cima<br />

entram as lascas cozidas <strong>de</strong> frango. De-<br />

pois ro<strong>de</strong>las <strong>de</strong> cebola, ro<strong>de</strong>las <strong>de</strong> ovo<br />

cozido, ro<strong>de</strong>las <strong>de</strong> tomate, ro<strong>de</strong>las <strong>de</strong><br />

pimentão, uns <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> alho cortados<br />

ao meio, sem casca, e um punhado<br />

<strong>de</strong> azeitonas. Repita quantas camadas<br />

<strong>de</strong>sejar, mas cui<strong>de</strong> para terminar com<br />

um pouco <strong>de</strong> frango, tomate e cebo-<br />

la. Sempre, em cada camada, tempere<br />

com sal e azeite <strong>de</strong> oliva. Depois <strong>de</strong><br />

montada a bacalhoada regue com 2<br />

conchas do caldo on<strong>de</strong> foi cozido o<br />

frango. Leve ao forno pré-aquecido por<br />

40 minutos. Com o restante do caldo<br />

prepare um arroz para acompanhar a<br />

bacalhoada. Na hora <strong>de</strong> servir, mais<br />

azeite <strong>de</strong> oliva e pimenta moída na<br />

hora.<br />

Receita <strong>de</strong> José Antônio Pinheiro Ma-<br />

chado (Anonymus Gourmet)<br />

Notícias<br />

27


Notícias<br />

BAYER LANÇA<br />

PROGRAMA DE HIGIENIZAÇÃO<br />

Os benefícios da aplicação da higienização em ambientes<br />

<strong>de</strong> avicultura e suinocultura foram apresentados no<br />

lançamento do Programa <strong>de</strong> Higienização Bayer, no dia 05<br />

<strong>de</strong> março, em Bento Gonçalves. O programa conta com a<br />

aplicação dos produtos Cleanagol e Delegol para limpeza e<br />

<strong>de</strong>sinfecção dos ambientes. O novo trabalho <strong>de</strong> higienização<br />

compõe o Programa <strong>de</strong> Biossegurança Bayer. O evento contou<br />

com a presença <strong>de</strong> gerentes, responsáveis técnicos, supervisores<br />

e produtores das empresas do setor no Rio Gran<strong>de</strong> do<br />

Sul.<br />

Márcio Astrana Lima, representante técnico da Bayer,<br />

explica que o programa envolve etapas <strong>de</strong> treinamento e capacitação<br />

das equipes técnicas das agroindústrias, <strong>de</strong> produtores,<br />

na elaboração das ativida<strong>de</strong>s e a<strong>de</strong>quação dos procedimentos.<br />

Além disso, é feito o monitoramento do programa pela equipe<br />

técnica da Bayer nas empresas <strong>de</strong> avicultura e suinocultura. “O<br />

objetivo do programa <strong>de</strong> higienização é atuar nos processos <strong>de</strong><br />

limpeza em granjas, incubatórios e entreposto <strong>de</strong> ovos”.<br />

O Programa <strong>de</strong> Biossegurança Bayer iniciou em<br />

1999, com o objetivo <strong>de</strong> controlar roedores e insetos, nos<br />

lotes <strong>de</strong> aves e <strong>de</strong> suínos. Atualmente a Bayer tem parceria<br />

com gran<strong>de</strong> parte das empresas no Brasil que a<strong>de</strong>riram ao<br />

programa. “Dentro da Biossegurança, o programa <strong>de</strong> higienização<br />

será mais uma importante ferramenta, que oferece e<br />

garante à qualida<strong>de</strong> dos serviços e produtos com conceitos<br />

novos, mo<strong>de</strong>rnos e seguros. Hoje o mercado sofre com diversas<br />

restrições e as empresas têm que buscar alternativas para<br />

melhorar a qualida<strong>de</strong> dos seus produtos”, frisa Lima.


RASTREABILIDADE<br />

CERTIFICADA TAMBéM PARA FRANGOS<br />

Técnicos da Embrapa concluíram que o mo<strong>de</strong>lo<br />

adotado Sisbov (Serviço <strong>de</strong> Rastreabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bovinos e<br />

Bubalinos), <strong>de</strong> rastreabilida<strong>de</strong> é eficiente e precisa ser ampliado<br />

para outras ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> carne. Esse também é o entendimento<br />

da avicultura <strong>de</strong> corte brasileira. A UBA (União<br />

Brasileira <strong>de</strong> Avicultura) há cerca <strong>de</strong> três anos vem propondo<br />

ao Ministério da Agricultura a adoção <strong>de</strong> uma norma<br />

oficial <strong>de</strong> rastreabilida<strong>de</strong> para frangos <strong>de</strong> corte, perus e outras<br />

aves <strong>de</strong>stinadas à produção <strong>de</strong> carne e produtos <strong>de</strong>rivados.<br />

Embora o MAPA na ocasião tenha sido favorável, o trabalho<br />

elaborado não chegou a ser discutido formalmente com o<br />

setor privado, pois outras priorida<strong>de</strong>s surgidas na época, como o<br />

programa <strong>de</strong> regionalização da avicultura, <strong>de</strong>ixaram o assunto em<br />

segundo plano.<br />

Mesmo assim ele não morreu. Assim, no final <strong>de</strong> 2007,<br />

voltou a ser colocado em pauta junto à Secretaria <strong>de</strong> Defesa Agropecuária<br />

e à Secretaria <strong>de</strong> Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo,<br />

os dois órgãos do MAPA diretamente envolvidos com<br />

a questão. Paralelamente, a UBA consulta o setor privado, que<br />

se manifestou favorável à implementação <strong>de</strong> uma norma oficial,<br />

tendo em vista que a rastreabilida<strong>de</strong> começa a ser exigida não só<br />

O cenário mundial e nacional da produção e exportação<br />

<strong>de</strong> carne <strong>de</strong> frango será apresentado pelo ex- ministro<br />

da Agricultura e novo presi<strong>de</strong>nte da ABEF - Associação<br />

Brasileira dos Produtores e Exportadores <strong>de</strong> Frangos,<br />

Francisco Turra, na solenida<strong>de</strong> <strong>de</strong> abertura do IX Simpósio<br />

Brasil Sul <strong>de</strong> Avicultura – SBSA. O evento será realizado <strong>de</strong><br />

01 a 03 <strong>de</strong> abril em Chapecó (SC), quando estarão reunidos<br />

pesquisadores, especialistas e profissionais do Brasil,<br />

América Latina, União Européia e Estados Unidos.<br />

O simpósio, promovido pelo Núcleo Oeste <strong>de</strong> Médicos<br />

Veterinários é um dos mais importantes do calendá-<br />

pela União Européia, mas também por vários outros países importadores.<br />

Tudo isso levou o Departamento Técnico-Científico da<br />

UBA a iniciar, com a participação do setor, a atualização do trabalho<br />

anteriormente elaborado, baseado no Sisbov. O resultado<br />

é ainda a proposta <strong>de</strong> implantação do Sistema Brasileiro <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntificação<br />

e Certificação <strong>de</strong> Origem Avícola, o Sisavi. Caberá ao<br />

MAPA, em especial, a análise dos aspectos legais que envolvem a<br />

questão.<br />

Por enquanto a proposta apresenta a implantação da<br />

rastreabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma optativa, mas as empresas voltadas à<br />

exportação e aquelas que <strong>de</strong>sejarem se habilitar para tal se integrarão<br />

automaticamente ao sistema, buscando uma implantação<br />

sem traumas, já que o setor mantém um sistema <strong>de</strong> acompanhamento<br />

da produção que já se i<strong>de</strong>ntifica com <strong>de</strong> rastreabilida<strong>de</strong>.<br />

Assim, no abate <strong>de</strong> um frango, especialmente nas empresas<br />

integradas, po<strong>de</strong>rá se saber <strong>de</strong> que granja proce<strong>de</strong>u, que ração<br />

comeu, que vacinas e medicamentos recebeu, qual o ovo e o<br />

incubatório que lhe <strong>de</strong>ram origem e até a procedência das bisavós<br />

da qual <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>. A única diferença em relação ao rastreamento<br />

<strong>de</strong> bovinos é que na avicultura esse acompanhamento só po<strong>de</strong> ser<br />

efetuado por lote.<br />

TuRRA FALA NO<br />

IX SIMPóSIO BRASIL SUL DE AVICULTURA – SBSA<br />

rio avícola brasileiro e vai <strong>de</strong>bater assuntos relacionados à<br />

produção e oferta mundial <strong>de</strong> grãos, sanida<strong>de</strong>, exigências<br />

do mercado internacional para a carne brasileira, entre outros<br />

aspectos da produção <strong>de</strong> frangos.<br />

O ex-ministro da Agricultura e atual vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

e diretor <strong>de</strong> operações do BRDE <strong>de</strong>ve assumir a entida<strong>de</strong><br />

no mês <strong>de</strong> abril com o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> representar o setor em<br />

negociações internacionais para a abertura <strong>de</strong> novos mercados<br />

para a carne <strong>de</strong> frango brasileira, além <strong>de</strong> mediar<br />

negociações entre governos estadual e fe<strong>de</strong>ral e o setor<br />

produtivo.<br />

Notícias<br />

29


Avisulat<br />

30<br />

NOVIDADES<br />

AVISuLAT <strong>2008</strong><br />

AUDIêNCIA COM PRESIDENTE LULA<br />

O senador Paulo Paim (PT) já<br />

pediu audiência ao Presi<strong>de</strong>nte Lula. A co-<br />

mitiva que organiza o AVISULAT<strong>2008</strong>,1º<br />

Congresso Sul Brasileiro <strong>de</strong> Avicultura,<br />

Suinocultura e Laticínios e Feira <strong>de</strong> Equi-<br />

pamentos, Serviços e Tecnologia con-<br />

vidará o presi<strong>de</strong>nte para o evento, que<br />

ocorre em novembro em Bento Gonçal-<br />

ves.<br />

Programação oficial <strong>de</strong> painés,<br />

palestras e simpósios e encontros que<br />

acontecerão no Avisulat <strong>de</strong>verá ser di-<br />

vulgada oficialmente na 1a. quinzena<br />

do mes <strong>de</strong> abril/08.Entre os <strong>de</strong>staques<br />

da programação já possível adiantar<br />

alguns temas como: Produção <strong>de</strong> Aves,<br />

Suínos e Laticínios no Cenário Nacional<br />

e Internacional (Posição Estratégica dos<br />

Setores para Garantia <strong>de</strong> Competitivida-<br />

<strong>de</strong>)., Grãos e as perspectivas Nacionais<br />

e Internacionais, Qualida<strong>de</strong> da Matéria-<br />

O Secretário Luiz Fernado<br />

Záchia da SEDAI, garante participação e<br />

apoio da Secretaria <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

e Assuntos e Internacionais no<br />

Avisulat<strong>2008</strong>.<br />

prima para Composição da Ração <strong>de</strong><br />

Aves e Suínos, Avicultura: Ambiencia<br />

em Incubatórios, Desenvolvimento Tec-<br />

nológicos para o setores Aves, Suínos e<br />

Laticínios e Acesso a recursos para <strong>de</strong>-<br />

senvolvimento <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> pesquisa,<br />

Controle <strong>de</strong> resíduos nas Fábricas <strong>de</strong> Ra-<br />

ções , e Agroidústrias <strong>de</strong> Aves. Suínos e<br />

Laticinios, ISO2200, Soluções para Pisos<br />

em Ind. Alimentícias <strong>de</strong> Aves, Suínos e<br />

Laticínios . Outros temas <strong>de</strong> interesse dos<br />

setores farão parte da programação.<br />

CURTINHAS<br />

Aumenta o numero <strong>de</strong> exposi-<br />

tores para o Avisulat<strong>2008</strong>, as<br />

mais recentes a<strong>de</strong>sões: Banri-<br />

sul na categoria patrocinador ,<br />

Caixa RS, Univates, Nutrifarma,<br />

FATEC, Bayer, Fortex, Syngenta;<br />

Nova Frota, Triehl HT.<br />

A embaixada do Brasil no Ca-<br />

nadá, solicitou para Comissão<br />

organizadora do Avisulat, in-<br />

formações e programação do<br />

Evento para possível vinda <strong>de</strong><br />

um missão <strong>de</strong> empresários Ca-<br />

na<strong>de</strong>nses.<br />

Principais importadores do<br />

Oriente Médio, se mobili-<br />

zam para visitarem o AVISU-<br />

LAT<strong>2008</strong>.<br />

Encontro Nacional das Agroin-<br />

dústrias focado na politica Fis-<br />

cal e Tributária NAcional, será<br />

realizado duarante o Avisulat.<br />

O CRMV-RS, realizará curso <strong>de</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong> técnica duran-<br />

te o AVISULAT, para o amédicos<br />

veterinárias dos setores <strong>de</strong> aves,<br />

suínos e pecuária <strong>de</strong> leite.

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