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Gramática e Análise de Texto

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Professores: Roberto Falcão.<br />

Aluno(a):_______________________________________________________________________________Turma:_____Nota:_____<br />

Leia o texto a seguir e responda às questões <strong>de</strong> 1 a 5.<br />

P. U. 3 – ANÁLISE DE TEXTO E GRAMÁTICA<br />

As carida<strong>de</strong>s odiosas<br />

Grupo B – 24.10.12<br />

Foi em uma tar<strong>de</strong> <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong> suscetibilida<strong>de</strong>? Eu passava pela rua <strong>de</strong>pressa, emaranhada nos meus<br />

pensamentos, como às vezes acontece. Foi quando meu vestido me reteve: alguma coisa se enganchara na minha saia. Voltei-me e<br />

vi que se tratava <strong>de</strong> uma mão pequena e escura. Pertencia a um menino a que a sujeira e o sangue interno davam um tom quente <strong>de</strong><br />

pele. O menino estava <strong>de</strong> pé no <strong>de</strong>grau da gran<strong>de</strong> confeitaria. Seus olhos, mais do que suas palavras meio engolidas, informavam-me<br />

<strong>de</strong> sua paciente aflição. Paciente <strong>de</strong>mais. Percebi vagamente um pedido, antes <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r o seu sentido concreto. Um pouco<br />

aturdida eu o olhava, ainda em dúvida se fora a mão da criança o que me ceifara os pensamentos.<br />

– Um doce, moça, compre um doce pra mim.<br />

Acor<strong>de</strong>i finalmente. O que estivera pensando antes <strong>de</strong> encontrar o menino? O fato é que o pedido <strong>de</strong>ste pareceu cumular<br />

uma lacuna, dar uma resposta que podia servir para qualquer pergunta, assim como uma gran<strong>de</strong> chuva po<strong>de</strong> matar a se<strong>de</strong> <strong>de</strong> quem<br />

queria uns goles <strong>de</strong> água. Sem olhar para os lados, por pudor talvez, sem querer espiar as mesas da confeitaria on<strong>de</strong> possivelmente<br />

algum conhecido tomava sorvete, entrei, fui ao balcão e disse com uma dureza que só Deus sabe explicar: um doce para o menino.<br />

De que tinha eu medo? Eu não olhava a criança, queria que a cena, humilhante para mim, terminasse logo. Perguntei-lhe:<br />

que doce você...Antes <strong>de</strong> terminar, o menino disse apontando <strong>de</strong>pressa com o <strong>de</strong>do: aquelezinho ali, com chocolate por cima. Por um<br />

instante perplexa, eu me recompus logo e or<strong>de</strong>nei, com aspereza, à caixeira que o servisse.<br />

– Que outro doce você quer? Perguntei ao menino escuro. Este, que mexendo as mãos e a boca ainda esperava com ansieda<strong>de</strong> pelo<br />

primeiro, interrompeu-se, olhou-me um instante e disse com <strong>de</strong>lica<strong>de</strong>za insuportável, mostrando os <strong>de</strong>ntes: não precisa <strong>de</strong> outro não.<br />

Ele poupava a minha bonda<strong>de</strong>.<br />

– Precisa sim, cortei eu ofegante, empurrando-o para a frente. O menino hesitou e disse: aquele amarelo <strong>de</strong> ovo. Recebeu um doce<br />

em cada mão, levantando as duas acima da cabeça, com medo talvez <strong>de</strong> apertá-los. Mesmo os doces estavam tão acima do menino<br />

escuro. E foi sem olhar para mim que ele, mais do que foi embora, fugiu. A caixeirinha olhava tudo:<br />

– Afinal, uma alma caridosa apareceu. Esse menino estava nesta porta há mais <strong>de</strong> uma hora, puxando todas as pessoas que<br />

passavam, mas ninguém quis dar.<br />

Fui embora, com o rosto corado <strong>de</strong> vergonha. De vergonha mesmo? Era inútil querer voltar aos pensamentos anteriores. Eu estava<br />

cheia <strong>de</strong> um sentimento <strong>de</strong> amor, gratidão, revolta e vergonha. Mas, como se costuma dizer, o sol parecia brilhar com mais força. Eu<br />

tivera a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>... E para isso fora necessário um menino magro e escuro... E para isso fora necessário que outros não lhe<br />

tivessem dado um doce.<br />

1. Assinale a alternativa incorreta em relação ao texto lido.<br />

LISPECTOR, Clarice. As carida<strong>de</strong>s odiosas. In: A <strong>de</strong>scoberta do mundo.Rio <strong>de</strong> Janeiro: Rocco, 1999, p. 249<br />

a) O menino comunica sua aflição pelo olhar.<br />

b) No primeiro contato com a personagem narradora, o menino expressa sua timi<strong>de</strong>z por meio <strong>de</strong> “palavras meio engolidas”.<br />

c) A personagem narradora, que estava distraída em seus pensamentos, foi surpreendida por um menino.<br />

d) Ao comprar um doce para o menino na confeitaria, a personagem narradora tem como objetivo fazer amiza<strong>de</strong> com<br />

esse menino.<br />

e) Na frase “sem olhar para os lados, por pudor talvez, sem querer espiar as mesas da confeitaria on<strong>de</strong> possivelmente algum<br />

conhecido tomava sorvete”, a personagem narradora revela preocupação com a opinião alheia.<br />

2. O título As carida<strong>de</strong>s odiosas sugere que, no íntimo <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong> nós, há certo bloqueio, aversão, uma reação negativa para<br />

aten<strong>de</strong>r pedintes na rua. Marque a alternativa que traduz o mal-estar da cronista causado pela presença do menino <strong>de</strong> rua.<br />

a) “Eu passava pela rua <strong>de</strong>pressa, emaranhada nos meus pensamentos, como às vezes acontece.”<br />

b) “Percebi vagamente um pedido, antes <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r o seu sentido concreto.”<br />

c) “De que tinha eu medo? Eu não olhava a criança, queria que a cena, humilhante para mim, terminasse logo.”<br />

d) “Antes <strong>de</strong> terminar, o menino disse apontando <strong>de</strong>pressa com o <strong>de</strong>do: aquelezinho ali, com chocolate por cima.”<br />

e) “E para isso fora necessário que outros não lhe tivessem dado um doce.”<br />

3. Segundo o texto, é correto afirmar que:<br />

a) O menino foi embora, isto é, fugiu com os doces, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer.<br />

b) Com <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> saciar sua fome, o menino escolheu vários doces apetitosos.<br />

c) Quando a narradora foi surpreendida pelo pedido do menino, não houve tempo para ajudá-lo, pois o garoto sumiu rapidamente.<br />

d) A atitu<strong>de</strong> da personagem narradora, ao pedir um doce para o menino, na confeitaria, foi no sentido <strong>de</strong> exibir-se em público.<br />

e) Para que a narradora pu<strong>de</strong>sse exercitar sua carida<strong>de</strong>, foram necessários o pedido do menino e a negativa dos outros<br />

em lhe dar um doce.<br />

4. Em todos os seguintes trechos, a palavra ou expressão <strong>de</strong>stacada po<strong>de</strong> ser substituída pelo termo entre parênteses, sem se<br />

alterar o sentido original do texto, exceto em:<br />

a) “Um pouco aturdida eu o olhava, (...)” (temerosa)<br />

01


P. U. 3 – <strong>Análise</strong> <strong>de</strong> texto e <strong>Gramática</strong> - “B”<br />

b) “(...) ainda em dúvida se fora a mão da criança o que me ceifara os pensamentos.” (cortara)<br />

c) “Sem olhar para os lados, por pudor talvez, sem querer espiar as mesas da confeitaria on<strong>de</strong> possivelmente algum conhecido<br />

tomava sorvete,(...)” (vergonha)<br />

d) “Por um instante perplexa, eu me recompus logo (...)” (espantada)<br />

e) “(...) e or<strong>de</strong>nei, com aspereza, à caixeira que o servisse.” (austerida<strong>de</strong>)<br />

5. Em “Mas, como se costuma dizer, o sol parecia brilhar com mais força. Eu tivera a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>...”, a personagem narradora<br />

sugere, diante da experiência vivida, sentimento <strong>de</strong>:<br />

a) <strong>de</strong>sconfiança.<br />

b) constrangimento.<br />

c) satisfação.<br />

d) <strong>de</strong>cepção.<br />

e) ingratidão.<br />

6. Assinale a alternativa que contém as respostas corretas quanto à regência verbal.<br />

I. Visando apenas os seus próprios interesses, ele, involuntariamente, prejudicou toda uma família.<br />

II. Como era orgulhoso, preferiu <strong>de</strong>clarar falida a firma a aceitar qualquer ajuda do sogro.<br />

III. Des<strong>de</strong> criança sempre aspirava a uma posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque, embora fosse tão humil<strong>de</strong>.<br />

IV. Aspirando o perfume das centenas <strong>de</strong> flores que enfeitavam a sala, <strong>de</strong>smaiou.<br />

a) II, III, IV<br />

b) I, II, III<br />

c) I, III, IV<br />

d) I, III e) I, II<br />

7. Os trechos a seguir constituem um texto. Assinale a opção que apresenta erro <strong>de</strong> obediência à regência verbal.<br />

a) Des<strong>de</strong> abril, já é possível perceber algum <strong>de</strong>créscimo da ativida<strong>de</strong> econômica, com queda da produção <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> consumo<br />

duráveis, especialmente eletrodomésticos, e do faturamento real do comércio varejista.<br />

b) Apesar da queda da inflação em maio, espera-se aceleração no terceiro trimestre, fenômeno igual ao observado nos dois<br />

últimos anos, em <strong>de</strong>corrência da concentração <strong>de</strong> aumentos dos preços administrados.<br />

c) Os principais focos <strong>de</strong> incerteza em relação às perspectivas para a taxa <strong>de</strong> inflação nos próximos anos referem-se a<br />

evolução do preço internacional do petróleo, o comportamento dos preços administrados domésticos e o ambiente<br />

econômico externo.<br />

d) Des<strong>de</strong> maio, porém, entraram em foco outros fatores: o racionamento <strong>de</strong> energia elétrica, a intensificação da instabilida<strong>de</strong><br />

política interna e a <strong>de</strong>preciação acentuada da taxa <strong>de</strong> câmbio.<br />

e) A mais nova fonte <strong>de</strong> incerteza é o choque <strong>de</strong>rivado da limitação <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> energia elétrica no País, pois há gran<strong>de</strong><br />

dificulda<strong>de</strong> em se avaliar seus efeitos com o grau <strong>de</strong> precisão <strong>de</strong>sejável.<br />

8. Indique a alternativa que preenche a<strong>de</strong>quadamente as lacunas da frase:<br />

“_________ anos que o homem se pergunta: se não _________ medos, como _________ esperanças?”<br />

a) Faz – houvesse – existiriam.<br />

b) Fazem – houvesse – existiriam.<br />

c) Fazem – houvessem – existiriam.<br />

d) Faz – houvesse – existia.<br />

e) Faz – houvessem – existiria.<br />

9. Assinale a alternativa cuja sequência completa estes períodos segundo às normas impostas pela gramática normativa.<br />

I. Ela _________ disse que não iria.<br />

II. Vão ________ os livros.<br />

III. A moça estava _________ aborrecida.<br />

IV. É _________ muita atenção para atravessar a rua.<br />

V. Nesta aula, estudam a terceira e a quarta ____ do primeiro grau.<br />

a) mesmo anexos meia necessário série.<br />

b) mesma anexos - meio necessária séries.<br />

c) mesmo - anexo - meio necessário séries.<br />

d) mesma anexos - meio necessário séries.<br />

e) mesma - anexos - meia necessário séries.<br />

10. No trecho “O presi<strong>de</strong>nte Fernando Henrique Cardoso viu <strong>de</strong>rrotada (...) a proposta brasileira...” foi feita <strong>de</strong> modo correto a<br />

concordância nominal. O mesmo não se po<strong>de</strong> dizer sobre a frase:<br />

a) Animais e plantas <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada região po<strong>de</strong>m ser aci<strong>de</strong>ntalmente contaminados pelos gases poluídos da atmosfera.<br />

b) Nem sempre são reveladas ao conhecimento do público as razões e os procedimentos geradores <strong>de</strong> problemas ambientais.<br />

c) Devem ser melhor exploradas em nossa terra os recursos naturais e outras fontes renováveis <strong>de</strong> energia.<br />

d) É preciso que a construção e o funcionamento <strong>de</strong> usinas termoelétricas sejam controlados por rigorosas normas <strong>de</strong> segurança.<br />

e) Ainda não foram precisamente avaliadas as vantagens e as <strong>de</strong>svantagens da utilização do átomo como fonte <strong>de</strong> energia.<br />

02

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